Nome do Projeto
INFLUÊNCIA DO ESTADO NUTRICIONAL MATERNO SOBRE A SAÚDE MENTAL E CAPITAL HUMANO DE ADULTOS DAS COORTES DE NASCIMENTOS DE 1982 E 1993 DE PELOTAS, RS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
09/10/2024 - 28/02/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O excesso de peso materno pré-gestacional, assim como o ganho excessivo de peso durante a gestação apresentam riscos à saúde materna e dos filhos, podendo trazer prejuízos a curto e longo prazo para o desenvolvimento cognitivo e psicológico. A associação dessas exposições maternas com a saúde mental e capital humano dos filhos na vida adulta ainda não é muito abordada na literatura. O objetivo desse projeto é avaliar a associação entre estado nutricional materno antes e durante a gestação, e a saúde mental e capital humano dos filhos na idade adulta, e verificar se estas associações são mediadas pelo aleitamento materno e condições de nascimento nas coortes de nascimentos de Pelotas de 1982 e 1993. A saúde mental será avaliada pelos transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, depressão e ansiedade, e o capital humano pela escolaridade, renda e quociente de inteligência dos participantes. Propomos a realização de um artigo de revisão sistemática e meta-análise sobre a influência do estado nutricional materno sobre a saúde mental e inteligência dos filhos, e dois artigos originais sobre a associação entre estado nutricional materno e saúde mental e capital humano dos filhos na vida adulta.

Objetivo Geral

Avaliar a associação do estado nutricional materno na gestação com a
saúde mental e o capital humano dos filhos na vida adulta, nas coortes de
nascimentos de 1982 e 1993 de Pelotas, RS.

Justificativa

A “globesidade”, termo empregado para se referir a epidemia global de
sobrepeso e obesidade, é um dos maiores e mais negligenciados problemas de
saúde pública atualmente, afetando todas as faixas etárias independentemente
do nível socioeconômico 49, 50
. Entre as mulheres em idade reprodutiva, a
prevalência de obesidade é aproximadamente 20% no Brasil segundo o Vigitel
51. Em Pelotas, a prevalência de excesso de peso na gestação passou de 22,1%
na coorte de nascimentos de 1982 para 47,0% na de 2015 52
. No tocante ao
ganho de peso excessivo de peso na gestação, meta-análise realizada com
estudos de diversos países, observou que 47% das gestantes apresentaram
ganho excessivo de peso 53
. Nas coortes de Pelotas, o ganho excessivo
aumentou de 24,6% para 35,7% entre 1982 e 2015 52
.
Os transtornos de saúde mental têm grande participação na carga global
de doenças, somente a depressão já é responsável por 4,3% dessa carga 54
.
Tendo relação com o capital humano, estima-se que o impacto global cumulativo
dos transtornos mentais em termos de perda de produção econômica chegará a
92 trilhões de reais em 2030 54
. Visto que há uma proporção desigual de
cobertura de políticas, planos e legislações sobre saúde mental em países de
menor renda (36%) comparado a países de alta renda (92%), torna-se
importante avaliar estes desfechos no contexto socioeconômico do Brasil 55
.
Os impactos da obesidade materna a curto prazo são bem estabelecidos
na literatura 12, 13, entretanto, a possível perpetuação dos efeitos dessa
exposição sobre a saúde mental e capital humano na vida adulta dos filhos, ainda
não são consolidados. A associação do IMC pré-gestacional materno com estes
desfechos é esperada pelo fato da obesidade durante a gestação ser relacionada
a formação do cérebro fetal através de respostas neuroendócrinas, metabólicas,
imunes e inflamatórias desencadeadas pela obesidade que podem afetar o
desenvolvimento de vias neurais responsáveis pela regulação
neurocomportamental e cognitiva do indivíduo 56-58
. Ademais, a identificação de
potenciais mediadores presentes no caminho causal entre IMC pré-gestacional
e saúde mental e capital humano dos filhos, é importante para que possíveis
intervenções sejam realizadas, a fim de amenizar os efeitos das exposições
avaliadas.
Na revisão de literatura foi identificado que boa parte da literatura que
avalia esses desfechos na infância e adolescência, controlaram as análises para
possíveis mediadores, o que pode ter subestimado a magnitude das associações
encontradas. Além disso, apenas um estudo avaliou a mediação dessas
associações pelo peso ao nascer e idade gestacional dos indivíduos.

Metodologia

7 MÉTODOS
7.1 Delineamento
Coortes de nascimentos de Pelotas, 1982 e 1993.
7.2 População-alvo
Todos os nascimentos hospitalares, nos anos de 1982 e 1993, cuja família
residia na zona urbana da cidade de Pelotas.
7.3 Critérios de inclusão
Serão incluídos todos os participantes da Coorte de 1982 que
participaram dos acompanhamentos perinatal, 30 e 40 anos e da Coorte de 1993
que participaram do acompanhamento perinatal e dos 22 e 30 anos.
7.4 Critérios de exclusão
Serão excluídos os participantes que apresentaram malformações
congênitas que estejam associadas com atraso no desenvolvimento ou
limitações que impossibilitem a realização dos exames/testes necessários para
a avaliação dos desfechos do estudo. Também serão excluídos participantes que
representaram perdas de acompanhamento.

Indicadores, Metas e Resultados

Artigos planejados:

1) Influência do IMC materno pré-gestacional e ganho de peso gestacional
sobre a saúde mental e QI dos filhos: revisão sistemática e meta-análise
2) Associação entre estado nutricional materno na gestação e saúde mental
em adultos das Coortes de Nascimentos de 1982 e 1993 de Pelotas, RS
3) Associação entre estado nutricional materno na gestação e capital
humano em adultos das Coortes de Nascimentos de 1982 e 1993 de
Pelotas, RS

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BERNARDO LESSA HORTA5
LUÍSA SILVEIRA DA SILVA

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