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Os distúrbios do sono na infância podem comprometer o desenvolvimento da criança (ANDERS, 2004), aumentar o risco de obesidade (NEVES,; MACEDO,; GOMES, 2017; HALAL, 2016), sendo assim, a privação do sono pode contribuir também para a diminuição da imunidade, fazendo com que a criança fique mais suscetível a doenças (NEVES,; MACEDO,; GOMES, 2017), além de prejudicar o desenvolvimento físico e psicológico (GEIB, 2007; NATAL, 2009), a causa e os fatores que aumentam esse risco devem ser identificados para que sejam isolados ou reduzidos. Mas, sabe-se que crianças mais ativas têm maiores chances de ter um sono mais tranquilo, e por consequência serem mais saudáveis (MCKNIGHT-EILY et al., 2011; ORTEGA et al., 2011; FOTI et al, 2011; AL-HAZZAA et al., 2014).
Os métodos subjetivos, principalmente os questionários, têm sido os métodos mais frequentemente utilizados para a avaliação dos distúrbios do sono, devido ao seu baixo custo e viabilidade dos instrumentos (NEVES, MACEDO, GOMES, 2017). Contudo, é necessário ter muito cuidado na interpretação destes resultados, os cenários e as populações em que foram aplicados. Consequentemente, e com o intuito de ultrapassar estes inconvenientes associados à aplicação dos métodos referidos, são necessárias medições objetivas que permitam obter valores mais válidos do sono, principalmente em populações de crianças.
A acelerometria é uma das técnicas de medição objetiva do sono que tem se destacado (CHEN & JUNIOR, 2005; MORGENTHALER et al., 2007), a partir da qual é possível avaliar a qualidade e quantidade de sono (RICARDO, 2019). Em virtude do exposto, parece pertinente a realização desta investigação, visto que até o momento não foram conduzidos muitos estudos em que se tenha procedido a uma mensuração de modelos de acelerometria para estimar os distúrbios de sono na infância, utilizando como referência o método combinado (acelerômetro e questionário), tendo a atividade física como exposição principal, e o tempo de tela como secundária.
Nesse sentido, para estimar o tempo de sono por meio da acelerometria, os pesquisadores devem fazer a escolha de um dos limiares disponíveis, os quais variam substancialmente, especialmente para a identificação das atividades de repouso. No entanto, há atualmente grande divergência quanto à escolha de limiares de acelerômetros em estudos com jovens e, normalmente, este processo está mais atrelado a uma decisão de caráter arbitrário do que científico, ou seja, na opinião dos pesquisadores, na observância dos limiares mais utilizados na literatura ou nas sugestões dos revisores no processo de avaliação do manuscrito. Este quadro reforça a necessidade premente de estudos de avaliação de limiares do acelerômetro (assim como de outros modelos de acelerômetros) em crianças, os quais podem contribuir para uma uniformização do uso destes limiares por parte de pesquisadores que utilizam este acelerômetro como método de medida do sono de crianças. Apesar de não se ter um padrão-ouro para avaliação do sono em crianças utilizando os acelerômetros, o diferencial deste estudo, é que além dos dados da acelerometria das crianças da coorte de 2015 de Pelotas/RS pode-se combinar esta informação com o relato materno sobre a qualidade do sono da criança. Portanto, poder-se-á avaliar um método combinado de instrumentos que auxiliará na identificação das crianças que possam ter um sono de pior qualidade.

Estudo longitudinal com coleta de dados (maternos e infantis) desde a gestação e quando as crianças tinham 3, 12, 48 meses de vida.

A avaliação destes comportamentos e suas possíveis consequências pode auxliar na construção de políticas em saúde e recomendações populacionais,