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18/11/2024 - 28/02/2025

Ciências Agrárias

Neoplasias em língua são raras e correspondem a 4% dos tumores orofaringeanos em pequenos animais (DALECK et al., 2007; VAIL et al., 2019). O tipo neoplásico mais encontrado é diverso, sendo o carcinoma de células escamosas (CCE) o mais prevalente (DALECK et al., 2007; VAIL et al., 2019). Já RAHE et al. (2020) mostraram maior prevalência do melanoma (68/236 massas). Essas neoplasias, além de dolorosas, podem prejudicar a função motora da língua, dificultando a alimentação e ingestão hídrica (DALECK et al., 2007), cujos sinais clínicos são, principalmente, o ptialismo, seguido por halitose, dificuldade de apreensão e mastigação, levando a diminuição de ingestão de água e alimentos, causando anorexia, perda de peso e dispneia (FOSSUM et al., 2014; VAIL et al., 2019). O tratamento de escolha é cirúrgico, onde, a depender do tipo neoplásico, o grau de malignidade e o sítio afetado, a sobrevida pode superar um ano. Após realização de biópsia e exame histopatológico, faz-se importante a realização de exame citopatológico coletado por punção aspirativa por agulha fina (PAAF) visando detectar possível metástase (VAIL et al., 2019). A glossectomia parcial é o tratamento de escolha em casos de neoplasia maligna em língua, sendo um procedimento em que os cães se adaptam bem. A amputação de 40 a 60% da língua rostral possibilita total adaptação, principalmente em cães (FOSSUM, 2014) onde não é necessária a alimentação e realização de cuidados especiais após a cicatrização tecidual. Em um dos animais descritos por DALECK et al. (2007) foi realizada a glossectomia parcial de ⅔ da língua de um cão que apresentou melanoma e que demonstrou normorexia após 20 dias do procedimento cirúrgico. O quão invasivo o procedimento cirúrgico será, além de sua eficiência e viabilidade, são fatores dependentes não apenas do tipo tumoral, mas também da região da língua acometida, visto que massas em região mais rostral ou que estejam fora da região lateral e não mediana de língua são de mais fácil ressecção e possibilitam maior margem (DALECK et al., 2007). Tendo em mente a detecção de neoplasias malignas e benignas, que totalizaram 147 das amostras no trabalho de RAHE et al. (2020), o qual realizou levantamento de todas as massas submetidas a histopatologia durante os anos de 2011–2019, possuindo um n de 236. Em relação às neoplasias de caráter benigno (79/147) a mais prevalente foi o tumor de células granulares, seguido por papiloma e plasmocitoma extramedular, em menor prevalência foram observados o hemangioma, fibroma e adenoma. Nas neoplasias de caráter maligno (68/147), o melanoma se destacou com maior ocorrência (23/68), seguido pelo sarcoma de partes moles (15/68), carcinoma de células escamosas e mastocitoma (10/68 ambos), hemangiossarcoma (5/68), linfoma (3/68) e adenocarcinoma (2/68). Atentando-se a raridade de neoplasias em língua e a falta de dados relacionados à temática abordada, o presente trabalho tem como objetivo realizar um levantamento de dados desta doença diagnosticada por exame histopatológico das amostras coletadas em biópsia no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal de Pelotas (HCV/UFPEL) e compará-los com os dados existentes em literatura.