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As mudanças climáticas e ambientais devido às ações humanas com o crescimento desordenado das cidades. Além da exploração agropecuária, trazem como consequência o surgimento ou reaparecimento de doenças tropicais negligenciadas. Portanto, mostra-se necessário avaliar a ocorrência de patógenos zoonóticos em mamíferos silvestres no sul do estado do Rio Grande do Sul, com métodos de detecção molecular devido à sua alta acurácia, a fim de identificar os riscos para infecção humana relacionada à saúde única.
Assim, é possível mapear e criar estratégias de urbanização e saúde pública para controle destas zoonoses e abrindo caminho para pesquisas genômicas que inovem na terapêutica animal e humana, sendo estas algumas das metas a serem alcançadas até 2030 na Agenda para Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS. (WHO, 2020)

A fauna silvestre, seja ela atropelada ou que vão a óbito por motivos sanitário, viabiliza uma alternativa ao uso de animais vivos, uma vez que não causa nenhum tipo de desconforto ou danos ao bem-estar animal e pode representar uma grande fonte de informações sobre doenças que acometem os animais e humanos, como a criptosporidiose, zoonose que é um problema de saúde pública emergente e que podem ter origem nos animais silvestres. Os animais mortos por atropelamento encontrados nas rodovias serão coletados/manipulados com uso de EPIs adequados (como luvas, óculos de proteção e jaleco), e embalados em sacos plásticos, sendo etiquetados com a espécie, sexo, data, cidade e local onde foram encontrados e transportados para o Laboratório de Biologia Molecular Veterinária (LaBMol-Vet)) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em recipientes isotérmicos com gelo. Da mesma forma, os animais mortos recebidos no laboratório através do NURFS/CETAS da UFPel serão manipulados com uso de EPIs adequados (como luvas, óculos de proteção e jaleco), e embalados em sacos plásticos, sendo etiquetados com a espécie, sexo, data, cidade e local onde foram encontrados. Serão congelados ou necropsiados no momento em que forem recebidos. De cada animal encontrado, serão coletadas amostras/fragmentos de tecidos/órgãos em duplicata (n1 e n2) quando possível, os quais serão submetidos a PCR onde + é a presença de DNA de dos parasitos zoonóticos estudados e - na ausência do DNA dos mesmos.

É de necessidade crítica de uma compreensão abrangente dos patógenos zoonóticos na vida selvagem, particularmente no contexto da urbanização e das mudanças ambientais. Ao adotar uma perspectiva de Saúde Única, as partes interessadas podem lidar melhor com as complexidades das doenças zoonóticas, garantindo a saúde de humanos, animais e meio ambiente. Os resultados deste estudo são vitais para informar políticas de saúde pública e estratégias de conservação que visem mitigar os riscos associados às doenças zoonóticas na região sul do Rio Grande do Sul.