Nome do Projeto
Nós, mulheres, e o círculo de violência
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
14/04/2025 - 31/12/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
No teatro da memória, as mulheres são sombras tênues.
(Michelle Perrot)
A origem da violência contra a mulher está no sistema viriarcal, e não patriarcal (o homem assume a posição dominante, mesmo não sendo pai). Desde os primórdios de nossa história, as mulheres foram deixadas em uma segunda categoria, sempre abaixo dos homens. Temos uma cultura extremamente pautada em relações de poder que privilegiam o domínio dos homens. A cultura, por si só, é extremamente violenta contra a mulher, dela é retirado o direito de ser quem ela é, de exercer sua liberdade, de expressar suas vontades, sua sexualidade e sua individualidade.
Para a filósofa francesa Olívia Gazalé, o sistema viriarcal é o mito da virilidade, uma armadilha para os dois sexos, refletindo em uma história de desigualdades, com consequências da violência contra a mulher que são inúmeras. Como consequências sociais, temos a sobrecarga do sistema de saúde, que trata as vítimas de suas sequelas físicas e emocionais, a sobrecarga das forças policiais ostensivas, que têm que atuar na contenção dos agressores, e dos sistemas judiciais, que têm que mover os processos de agressão quando os casos de violência são denunciados. É perceptível um atraso social enorme, resultante da cultura machista que dificulta a ascensão das mulheres em suas carreiras.
Como se não bastasse, a questão é ainda mais grave, a historiadora brasileira Mary Del Priori, na sua obra intitulada História das Mulheres no Brasil defende que nós, mulheres, somos reprodutoras destas violências ao educar os nossos filhos e, inconscientemente, na maior parte das vezes, oferecemos uma educação patriarcal, machista, homofóbica e racista. A mesma educação que nos foi oferecida, que atravessa a história dessa sociedade. A nossa, a sociedade brasileira, que é uma mescla de culturas, civilizações, refugiados de guerra e imigrantes. Como acabar com este círculo vicioso?
A violência contra as mulheres está inserida no seio de nossa sociedade, que possui falhas estruturais, históricas, político-institucionais e culturais que colocam as mulheres em uma posição de inferioridade, e que estabelecem relações de desigualdade entre homens e mulheres em nossa cultura. O papel da mulher foi por muito tempo limitado ao ambiente doméstico.
Objetivo Geral
Analisar o círculo da violência.
Estudar a repetição patológica.
Compreender a vítima sem tratamento, como um agressor em potencial.
Conscientizar sobre a importância de relações funcionais.
Estudar a repetição patológica.
Compreender a vítima sem tratamento, como um agressor em potencial.
Conscientizar sobre a importância de relações funcionais.
Justificativa
O surgimento da Psicanálise auxilia na compreensão de mundo da Modernidade a partir do entendimento de que cada indivíduo é único, mas também fruto do seu meio social. É essa individualidade que permite o seu desenvolvimento, tornando necessário a formulação de teorias que tentem explicar tanto a sua personalidade, quanto as maneiras de resolver os possíveis problemas encontrados durante o desenvolvimento individual.
Para Nasio (2014), a repetição pode ser sadia ou patológica.
Conhecemos a força de determinadas pessoas para regenerar-se após um choque traumático. Portanto, prefiro distinguir entre a repetição operada pelas pulsões de vida (pulsões de autopreservação e pulsões sexuais) e a operada pelas pulsões de morte (pulsões de agressão e autoagressão). Essa distinção corresponde às duas categorias de repetição, sadia e patológica. As pulsões de vida reconduzem ao presente um passado decerto intenso, mas não traumático. (NASIO, 2014, p.77)
Por fim, a terapia é fundamental para que as mulheres possam identificar o trauma e conseguir trabalhar o ciclo da violência. Sair da repetição é necessário não somente para a mulher não sofrer mais violências, mas também para ela não reproduzir mais violências através, inclusive, de seus próprios filhos, por exemplo.
Para Nasio (2014), a repetição pode ser sadia ou patológica.
Conhecemos a força de determinadas pessoas para regenerar-se após um choque traumático. Portanto, prefiro distinguir entre a repetição operada pelas pulsões de vida (pulsões de autopreservação e pulsões sexuais) e a operada pelas pulsões de morte (pulsões de agressão e autoagressão). Essa distinção corresponde às duas categorias de repetição, sadia e patológica. As pulsões de vida reconduzem ao presente um passado decerto intenso, mas não traumático. (NASIO, 2014, p.77)
Por fim, a terapia é fundamental para que as mulheres possam identificar o trauma e conseguir trabalhar o ciclo da violência. Sair da repetição é necessário não somente para a mulher não sofrer mais violências, mas também para ela não reproduzir mais violências através, inclusive, de seus próprios filhos, por exemplo.
Metodologia
Encontros semanais, online, para discussão das obras. Indicação de terapia gratuita, se necessário (na região metropolitana).
Indicadores, Metas e Resultados
A violência é reproduzida consciente e inconscientemente. O agressor não se torna agressor do nada! A vítima sem tratamento, é um agressor em potencial! Isso serve para homens e para mulheres. A violência não escolhe gênero e todos sofrem. Não podemos minimizar a culpa dos homens agressores, mas é necessária uma mudança no próprio sistema educacional, desde muito cedo as crianças são educadas para desrespeitar, desvalorizar e minimizar a mulher. A sociedade precisa revisar seu modelo educacional, seu modus operandis, para mais tarde não precisar penalizar seus homens.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ADALENE FERREIRA FIGUEIREDO DA SILVA | |||
ADRIANA AVILA BLEGGI | |||
ALEXANDRA PINTO EBBING | |||
ALICE RITTER | |||
AMANDA RODRIGUES DA ROSA | |||
ANDRÉA CRISTINE ANTUNES LOUREIRO | 2 | ||
ANGELICA SOUZA GARCIA SCHMALFUSS | |||
CLARICE MODESTO DA CRUZ PEREIRA | |||
CLAUDIA DA SILVA RIBEIRO | |||
ELENICE MACHADO JAQUES ALVES | |||
ELISANDRA CAMPOS LINKE | |||
ELISANGELA CAMPOS LINKE | |||
FABIANA CENTENO FAGUNDES | |||
GRAZIELI RUBERT | |||
KELIN PALIOSA | 13 | ||
LETICIA MARIA PASSOS CORREA | 5 | ||
LETICIA PEDROSO | |||
LISANDRA FERREIRA JARDIM | |||
RECILDA TORRES DOS SANTOS |