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O projeto "Caminhografia Urbana COM Escolas" surge da necessidade de aprofundar a relação entre os estudantes e o espaço urbano que os cerca, estimulando uma percepção crítica e sensível sobre as dinâmicas urbanas e suas implicações sociais, culturais e ambientais. A prática de caminhografia, que combina caminhada e cartografia, oferece uma oportunidade única para a vivência do espaço de maneira mais integrada e intuitiva, promovendo a educação ativa e prática, fora das salas de aula tradicionais.

Este projeto se justifica também pelo alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente o ODS 4, que trata da educação de qualidade, e o ODS 11, que busca promover cidades e comunidades sustentáveis. Ao proporcionar uma abordagem que estimula a observação, o registro e a reflexão crítica sobre o ambiente urbano, o projeto contribui para o desenvolvimento de cidadãos mais conscientes e engajados com as questões sociais e ambientais de suas cidades.

A proposta de adaptar a metodologia da caminhografia ao contexto escolar visa não apenas despertar nos estudantes uma percepção sensorial e afetiva do espaço urbano, mas também estimular a criação de mapas afetivos e sensoriais, por meio de oficinas de cartografia social. Este processo permitirá aos estudantes compreenderem as diferentes camadas do espaço urbano, como a mobilidade, a segurança, o uso do solo e as relações sociais que nele se desenrolam.

Além disso, a parceria com as escolas públicas locais e o envolvimento de diferentes secretarias municipais fortalecem a proposta de integração entre a universidade, as escolas e a comunidade, criando um espaço de troca de conhecimento e experiências. Ao final, a exposição dos materiais produzidos pelos estudantes será uma forma de dar visibilidade ao aprendizado coletivo e à reflexão sobre o território, reforçando a importância de práticas educativas que considerem a cidade como um campo de estudo e transformação.

Portanto, o projeto *Caminhografia Urbana COM Escolas* não só oferece aos estudantes a chance de experimentar a cidade de maneira mais profunda e crítica, mas também promove uma maior compreensão das questões urbanas, tornando-os protagonistas da sua própria aprendizagem e da construção de um futuro mais sustentável.

A metodologia do projeto *Caminhografia Urbana COM Escolas* será desenvolvida em etapas interativas e educativas, visando proporcionar aos estudantes uma experiência prática e reflexiva sobre o espaço urbano. A adaptação da caminhografia para o contexto escolar permitirá integrar os conceitos de cartografia e caminhada de forma acessível e envolvente. A metodologia será dividida nas seguintes fases:

1. Preparação e Formação de Professores
Objetivo: Capacitar os professores das escolas parceiras para que possam atuar como facilitadores durante as caminhadas e nas atividades de reflexão e análise.
Ações:
- Realização de workshops com os professores, apresentando a metodologia da caminhografia urbana, as técnicas de registro (fotografia, desenho, anotações) e a proposta de construção de mapas afetivos e sensoriais.
- Discussão sobre a importância da abordagem crítica e sensorial no estudo da cidade, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

2. Caminhografias Guiadas
Objetivo: Realizar caminhadas com os estudantes pelas áreas urbanas próximas às escolas, promovendo uma vivência direta do espaço urbano.
Ações:
- Acompanhamento dos estudantes em caminhadas guiadas, nas quais serão incentivados a observar e registrar o que percebem nas ruas, praças, avenidas e outros espaços públicos da cidade.
- Utilização de diferentes técnicas de registro, como fotos tiradas com os celulares dos estudantes, desenhos, anotações e mapas desenhados no momento da caminhada.
- Durante o percurso, serão estimuladas reflexões sobre a cidade, como sua organização, acessibilidade, segurança, mobilidade, espaço público e os problemas urbanos.

3. Oficinas de Cartografia Social
Objetivo: Elaborar mapas afetivos e sensoriais, com base nas experiências vividas durante as caminhadas.
Ações:
- Organização de oficinas de cartografia social, nas quais os estudantes poderão representar suas percepções da cidade a partir de mapas criados com recursos como desenhos, anotações e símbolos que expressem suas experiências e sentimentos.
- Uso de diferentes ferramentas de representação cartográfica (papel, mapas impressos, programas digitais) para criar as versões individuais ou coletivas dos mapas afetivos.
- Análise do processo de construção dos mapas, incentivando a reflexão sobre as escolhas dos elementos cartográficos e sua relação com o espaço vivido.

4. Discussões em Grupo
Objetivo: Estimular debates sobre as percepções e descobertas feitas pelos estudantes durante as caminhadas e oficinas.
Ações:
- Realização de rodas de conversa com os estudantes, professores e facilitadores, nas quais serão discutidas as principais questões urbanas observadas durante as caminhadas.
- Debates sobre temas como desigualdade urbana, segurança, mobilidade, qualidade do espaço público, e como esses aspectos afetam a vida cotidiana dos estudantes.
- Reflexão sobre como o espaço urbano pode ser transformado para atender às necessidades das comunidades e melhorar a qualidade de vida.

5. Exposição Final
Objetivo: Apresentar os materiais produzidos pelos estudantes, compartilhando suas descobertas e reflexões sobre a cidade.
Ações:
- Organização de uma exposição com os desenhos, fotografias, mapas afetivos e registros produzidos pelos estudantes durante as caminhadas e oficinas.
- A exposição será aberta à comunidade escolar e ao público em geral, proporcionando um espaço de diálogo entre os estudantes, professores, a universidade e as autoridades municipais.
- A exposição também servirá como uma plataforma para discutir as percepções dos jovens sobre a cidade e o papel da educação no fortalecimento da cidadania.

A metodologia adotada no projeto será contínua e interativa, promovendo uma vivência prática e reflexiva que integra o conhecimento acadêmico com a experiência cotidiana dos estudantes. Através dessas atividades, os participantes desenvolverão habilidades críticas, criativas e analíticas, além de fortalecerem sua conexão com o espaço urbano e as questões sociais e ambientais que o envolvem.

Indicadores

1. Número de Escolas Participantes
- Indicador: Quantidade de escolas públicas locais envolvidas no projeto.
- Meta: Engajar ao menos 5 escolas públicas do município de Pelotas durante a execução do projeto.

2. Número de Estudantes Participantes
- Indicador: Quantidade de estudantes do ensino fundamental e médio que participam das caminhadas, oficinas e discussões.
- Meta: Incluir pelo menos 200 estudantes ao longo das atividades do projeto.

3. Quantidade de Caminhografias Realizadas
- Indicador: Número de caminhadas guiadas realizadas nas áreas urbanas ao redor das escolas.
- Meta: Realizar 10 caminhadas com grupos de estudantes em diferentes pontos da cidade.

4. Número de Mapas Afetivos Criados
- Indicador: Quantidade de mapas afetivos e sensoriais elaborados pelos estudantes.
- Meta: Produção de pelo menos 100 mapas afetivos, com pelo menos 2 mapas por estudante.

5. Feedback dos Participantes
- Indicador: Qualidade e profundidade das respostas obtidas a partir de questionários e entrevistas com estudantes e professores após cada etapa.
- Meta: Obter um índice de satisfação superior a 80% entre os participantes, baseado em feedback positivo sobre as atividades e aprendizado.

6. Número de Pessoas na Exposição Final
- Indicador: Quantidade de pessoas que visitam a exposição final dos trabalhos dos estudantes.
- Meta: Atingir pelo menos 300 visitantes durante a exposição final.

Metas

1. Promoção da Educação Crítica e Sensorial
- Meta: Estimular a reflexão crítica dos estudantes sobre o espaço urbano, criando uma conexão sensorial e afetiva com o ambiente urbano.
- Resultado Esperado: Desenvolvimento de habilidades de observação e análise crítica, capazes de gerar discussões sobre problemas urbanos e soluções criativas.

2. Desenvolvimento de Competências Cartográficas
- Meta: Capacitar os estudantes a criar representações cartográficas e artísticas do espaço urbano, a partir de uma perspectiva pessoal e afetiva.
- Resultado Esperado: Produção de mapas afetivos e sensoriais, que demonstrem uma compreensão profunda e pessoal dos espaços urbanos vivenciados.

3. Fomento ao Pensamento Interdisciplinar
- Meta: Integrar conhecimento de diferentes áreas, como geografia, arte, sociologia e arquitetura, para promover uma visão holística da cidade.
- Resultado Esperado: Desenvolvimento de competências interdisciplinares nos estudantes, estimulando a colaboração entre disciplinas e práticas educativas.

4. Engajamento com as Questões Urbanas
- Meta: Engajar os estudantes em uma reflexão sobre temas urbanos como mobilidade, segurança, acessibilidade, e espaço público.
- Resultado Esperado: Produção de materiais críticos que abordem questões urbanas, com propostas de melhorias para o espaço público da cidade.

Resultados Esperados

1. Engajamento e Reflexão Crítica
- Espera-se que os estudantes desenvolvam um olhar crítico sobre as questões urbanas, aprimorando sua capacidade de observar, refletir e questionar o espaço urbano que os cerca.

2. Desenvolvimento de Mapas Afetivos e Sensoriais
- Os estudantes serão capazes de criar mapas cartográficos que reflitam suas experiências sensoriais e afetivas durante as caminhadas, proporcionando uma visão pessoal e criativa da cidade.

3. Fortalecimento da Relação Universidade-Escolas
- O projeto contribuirá para estreitar os laços entre a universidade e as escolas públicas locais, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e experiências entre estudantes universitários, professores e alunos do ensino básico.

4. Promoção de Cidadania e Conscientização Urbana
- Através da reflexão sobre o espaço urbano, o projeto visa fortalecer a cidadania dos estudantes, incentivando-os a se tornarem cidadãos críticos e engajados com a transformação da cidade.

5. Valorização do Espaço Público
- O projeto ajudará os estudantes a reconhecerem e valorizarem o espaço público, promovendo discussões sobre como melhorar a cidade, visando uma abordagem mais sustentável, inclusiva e acessível.

6. Visibilidade das Produções dos Estudantes
- A exposição final servirá como um espaço de valorização das produções dos estudantes, permitindo que suas percepções sobre a cidade sejam compartilhadas com a comunidade escolar e o público geral, criando um ponto de diálogo sobre as questões urbanas e sociais.

Esses indicadores, metas e resultados esperados permitirão uma avaliação contínua do impacto do projeto e garantirão a eficácia de suas ações em promover uma compreensão mais profunda e crítica do espaço urbano pelos estudantes.