Nome do Projeto
Cinema indígena - levantamento e análise
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
03/03/2025 - 03/03/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
Este projeto dá continuidade a uma pesquisa mais ampla envolvendo cinemas periféricos. No livro Cinemas Periféricos – estéticas e narrativas não hegemônicas (2021), refletimos sobre filmes produzidos fora do eixo hegemônico EUA-Europa, em uma perspectiva world cinema e transnational cinema. De uns anos para cá, tem ficado claro que existe um cinema periférico dentro do periférico, ou mais periférico que o periférico. Um cinema que não alcança circulação e que é feito de modo alternativo (ou marginal) nos seus modelos de produção. Além disto, jogar luz sobre o cinema produzido, com autoralidade, pelos indígenas, significa um engajamento na defesa contra ao extrativismo cultural. Ou seja, na lógica do colonialismo-capitalismo (ou neoliberalismo), o cinema indígena não tem valor comercial, logo, o estudo sobre ele poderia ser questionado já que estaria excluído do mercado. O desafio da investigação acadêmica, hoje, está em incorporar não apenas temas ligados à diversidade de grupos sociais, mas de defender que a produção da arte e do conhecimento não sejam recursos a serem explorados, mas de que haja compromisso com quem produz esta arte (no caso, filmes) e o conhecimento (no caso, a reflexão sobre ela). Entendendo que é imprescindível que o objeto analisado tenha uma delimitação rigorosa, nosso estudo é centralizado em filmes dirigidos por indígenas. Nosso esforço também se dirige à busca por pensadores indígenas que refletem sobre o tema, de modo que alguns autores possam ser contemplados.

Objetivo Geral

Levantamento e análise da circulação de filmes de longa-metragem indígenas dirigidos por indígenas.

Justificativa

A ideia é trazer um sucinto mapeamento sobre o cinema indígena em longa-metragem , considerando que o cinema periférico - world cinema - já tem uma circulação mapeada, é abrir um caminho e destacar que se trata de um cinema cujo nicho mal pode ser rastreado ainda quanto ao streaming, que impacta a distribuição e exibição de filmes.
Se já em 2012, Iordanova e Cunningham mapearam o cinema indígena na antologia “World cinema on Demand em ‘Digital Disruption: cinema moves online’, isto significa que este cinema de alguma forma está sendo observado pelas novas formas de recepção. E também que o próprio termo disrupção quanto às tecnologias on demand ganha nova dimensão desde a pandemia de Covid19.
“Filmes indígenas”, em um sentido genérico, estão sendo produzidos pelo menos desde a segunda metade do século passado em vários países do mundo. São filmes feitos para indígenas, por indígenas, sobre indígenas. Mas no Brasil, verifica-se que a autoralidade no cinema indígena ainda carece de indexação e estudo. Os estudos relativos aos primeiros anos de produção pelo mundo, costumam destacar que se tratam de filmes de não-ficção, geralmente com temas em torno de questões identitárias, de demarcação de terras, preservação das línguas e costumes e, de modo crescente, denúncias relativas a direitos humanos. O estudo sobre a circulação e exibição desses filmes tende a ser ignorado, apresentando apenas dados genéricos como: os filmes são exibidos através de acordos locais com emissoras de TV, mostras de filmes indígenas e festivais nacionais e internacionais de temáticas segmentadas.

Metodologia

Levantamento bibligráfico do tema com a delimitação "longas-metragens dirigidos por indígenas.
Levantamento através de sites especializados.
Análise da circulação destes filmes.

Indicadores, Metas e Resultados

Levantamento bibliográfico, a partir do acesso disponibilizado pela Universidade de Leeds, mostram que quanto à inserção de indígenas no campo do audiovisual, e em específico aqui do cinema enquanto dispositivo de circulação no mercado, é tema que vem sendo investigado a partir das ciências sociais, especialmente da antropologia (etnografia com forte ênfase), sociologia, da filosofia, dos direitos humanos, dos direitos civis, e também da saúde e da arte. Nessa última, temos claramente explorada a inserção do vídeo experimental e do documentário. No cinema, enquanto linguagem e estética e circulação, ainda são parcos os estudos. As metas deste projeto estão centradas na identificação de filmes de longa-metragem dirigidos por indígenas, com ênfase para o cinema brasileiro. Espera-se produzir um panorama no cinema indígena mundial e, na sequência, apresentar um quadro quanto aos títulos brasileiros produzidos até aqui, dentro do recorte de pesquisa. Será um levantamento inédito.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
IVONETE MEDIANEIRA PINTO2
JULIA CAROLINE DE OLIVEIRA MADRUGA

Página gerada em 30/03/2025 21:52:27 (consulta levou 0.105972s)