Nome do Projeto
Desenvolvimento e Avaliação de Soluções de Maquinário Agrícola Adaptadas às Necessidades dos Agricultores Familiares em Moçambique
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
20/03/2025 - 31/08/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A agricultura familiar é fundamental para a produção de alimentos e segurança alimentar, especialmente em países em desenvolvimento. Contudo, enfrenta dificuldades como baixa mecanização e falta de acesso a tecnologias adequadas, o que compromete sua produtividade. Este projeto visa identificar máquinas, implementos, equipamentos e ferramentas de fácil manuseio, que não demandem assistência especializada, já utilizados por agricultores no Brasil e que possam ser adaptados à realidade de Moçambique. A metodologia está dividida em sete fases, abrangendo pesquisa bibliográfica, entrevistas de campo, seleção de máquinas, criação de protótipos, fabricação, testes em campo (incluindo avaliação ergonômica) e análise de dados. A proposta busca soluções tecnológicas acessíveis que promovam eficiência e sustentabilidade na agricultura familiar, onde os resultados esperados: levantamento de máquinas e ferramentas simples e eficazes utilizadas no Brasil e no exterior, seleção de tecnologias adaptáveis à realidade de Moçambique, desenvolvimento de protótipos funcionais e de fácil manuseio, redução da dependência de assistência técnica qualificada, melhoria na produtividade e nas condições de trabalho dos agricultores familiares.
Objetivo Geral
Identificar quais são as máquinas, implementos, equipamentos e ferramentas que sejam práticas de fácil manuseio e que não necessitem de assistência qualificada para a sua operacionalização, usadas pelo agricultor rural no Brasil e que possam se adequar a realidade do agricultor rural em Moçambique.
Justificativa
Os sistemas agrícolas africanos são os menos mecanizados em comparação com os outros continentes (FAO, 2016). Como resultado, a produtividade do trabalho agrícola é um fator determinante no rendimento dos agricultores, e subsequentemente da alimentação, nutrição e segurança. Que estagnou ao longo dos anos (Fuglie e Rada, 2013). Na África já houve esforços substanciais liderados pelo Estado para promover a mecanização durante as décadas de 1960 e 1970, muitas vezes envolvendo importações de máquinas públicas, mas estes esforços falharam principalmente devido a desafios de governação (Pingali, 2007). E isso resultou na percepção de que a África ainda não estava madura para a mecanização, o que levou a uma subsequente negligência da mecanização, tanto na prática de desenvolvimento como na academia (Diao et al., 2012; FAO, 2016).
Isto está a mudar com o ressurgimento da agricultura na agenda de desenvolvimento de África, o que levou a um interesse renovado na mecanização. Em particular, os governos querem superar a “enxada e o cutelo”. Os parceiros de desenvolvimento também começaram a promover a mecanização e as principais empresas mundiais de maquinaria agrícola reconhecem África como um mercado emergente.
Por ser reconhecida como um dos fatores-chave para aumentar a eficiência das atividades agrícolas, reduzir o esforço físico dos agricultores e melhorar o rendimento das culturas, a mecanização agrícola é apontada como resposta a estes desafios.
A introdução de máquinas e equipamentos adaptados às realidades locais pode representar um avanço significativo para o setor. Máquinas como tratores de pequeno porte, implementos de preparo do solo, ferramentas manuais mecanizadas têm potencial para transformar a maneira como os pequenos agricultores gerenciam suas operações, ao mesmo tempo em que estes equipamentos, atendem às necessidades específicas das pequenas propriedades.
Segundo o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique (MADER, 2021), Moçambique dispõe de aproximadamente 36 milhões de hectares de terras aráveis, mas apenas 15% dessas terras estão em uso, 85% destes pelo sector familiar. Cerca de 3,3 milhões de hectares de terra tem um potencial para irrigação com bacias hidrográficas estratégicas, mas apenas cerca de 148 mil hectares estão infra estruturados. O país conta com 4,3 milhões de explorações agrícolas, sendo a maioria delas compostas por pequenos agricultores, enquanto 93.183 são médios e 873 são grandes agricultores. A maior parte dos agricultores familiares trabalha em parcelas que variam de 1 a 1,4 hectares, utilizando principalmente a enxada de cabo curto Ponguane, conforme Mucavele (2018).
Mesmo com este potencial e com investimentos direcionados ao sector, a agricultura ainda é predominantemente de subsistência com prática de tecnologias rudimentares, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de produtividade, baixa competitividade, limitado acesso ao mercado, devido a deficientes infraestruturas e serviços. O País ainda é deficitário em alimentos básicos recorrendo às importações para suprir as necessidades da sua população.
A baixa produtividade agrária em Moçambique é influenciada por um conjunto de fatores relacionados com os baixos níveis de desenvolvimento dos serviços agrários, nomeadamente: os debilitados sistema de investigação, serviços de extensão, serviços agrários, financiamento, máquinas e equipamentos agrícolas, insumos e infraestruturas, (Uaiene, 2012, Zavale et al., 2020).
Os serviços e tecnologias agrícolas, desde a época colonial, variavam, principalmente segundo o tamanho da exploração agrícola. Por exemplo, a tecnologia utilizada nas grandes plantações e nas machambas dos colonos assentava na máxima utilização da força de trabalho (particularmente nas operações culturais da sacha e colheita). A mecanização começou a ser mais utilizada após o início da década de 1960, onde, por volta de 1968, começaram a verificar-se importações significativas de tratores. Em 1970, existiam cerca de 3.800 tratores ligados à produção agrícola, concentrados, maioritariamente, nas províncias de Manica e Sofala, sobretudo, no sector açucareiro (Mosca, 1989, 2005).
No sector da pequena produção, desde a época colonial até à atualidade, as tecnologias assentam em técnicas praticadas com base na força de trabalho da família. (Mosca, 1989).
O desenvolvimento de Moçambique está profundamente ligado ao sector agrícola com cerca de 64% da população na área rural e 55% desta vive abaixo da linha da pobreza. Nas áreas rurais, a agricultura é a principal fonte de renda, mas, com a baixa produtividade preponderante, as famílias dificilmente conseguem satisfazer as suas necessidades nutricionais, além de estarem vulneráveis às intempéries climáticas. Em face de inundações ou secas, os agricultores estão entre os grupos mais expostos à insegurança alimentar, uma vez que eles têm poucas alternativas de geração de renda para além da agricultura (Coughlin, 2006, Fian Internacional, 2010; Suárez e Borras Jr., 2010).
Nos últimos cinco anos, a agricultura contribuiu com 23% do Produto Interno Bruto (PIB), e emprega cerca de 80% da força laboral nacional com predominância de pequenos agricultores familiares com níveis de produtividade baixo devido à dependência da água da chuva para a irrigação e uso de tecnologias de produção tradicionais com destaque para a enxada de cabo curto (Sitoe, 2014). Mesmo com o papel que a agricultura desempenha na economia moçambicana, ainda não cumpre o papel que lhe é definido na constituição da República e nos vários programas e estratégias do Governo de Moçambique (Rosário, 2021), e o país continua importando uma elevada percentagem dos alimentos, não consegue auto abastecer-se com matéria-prima para a agricultura e apresenta fragilidades no equilíbrio na balança comercial [Observatório do Meio Rural (OMR, 2016).
A agricultura moçambicana é maioritariamente, desde pós-independência, caracterizada por pequenas propriedades que cultivam menos de 1 hectare, com as atividades agrícolas feitas em moldes tradicionais, sem mecanização, financiamento e insumos agrícolas melhorados, comprometendo o desempenho dos agricultores familiares que constituem a maioria que pratica a agricultura.
No Brasil a agricultura familiar tem características únicas e uma importância significativa. De acordo com o Censo Agropecuário de 2017 realizado pelo IBGE, a agricultura familiar ocupa aproximadamente 80,9 milhões de hectares, o que representa cerca de 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários no país. São cerca de 3,9 milhões de estabelecimentos classificados como de agricultura familiar, que juntos respondem por aproximadamente 23% de toda a produção agropecuária brasileira. Esses estabelecimentos são predominantemente geridos por membros da família e têm a atividade agropecuária como principal fonte de renda, e também é responsável por uma grande parcela da ocupação no setor agropecuário: cerca de 67% do pessoal ocupado, o que equivale a aproximadamente 10,1 milhões de pessoas no Brasil. Em algumas regiões, como o Norte e Nordeste, a participação da agricultura familiar é ainda mais acentuada, sendo essencial para a segurança alimentar e o desenvolvimento socioeconômico (IBGE, 2017).
Isto está a mudar com o ressurgimento da agricultura na agenda de desenvolvimento de África, o que levou a um interesse renovado na mecanização. Em particular, os governos querem superar a “enxada e o cutelo”. Os parceiros de desenvolvimento também começaram a promover a mecanização e as principais empresas mundiais de maquinaria agrícola reconhecem África como um mercado emergente.
Por ser reconhecida como um dos fatores-chave para aumentar a eficiência das atividades agrícolas, reduzir o esforço físico dos agricultores e melhorar o rendimento das culturas, a mecanização agrícola é apontada como resposta a estes desafios.
A introdução de máquinas e equipamentos adaptados às realidades locais pode representar um avanço significativo para o setor. Máquinas como tratores de pequeno porte, implementos de preparo do solo, ferramentas manuais mecanizadas têm potencial para transformar a maneira como os pequenos agricultores gerenciam suas operações, ao mesmo tempo em que estes equipamentos, atendem às necessidades específicas das pequenas propriedades.
Segundo o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique (MADER, 2021), Moçambique dispõe de aproximadamente 36 milhões de hectares de terras aráveis, mas apenas 15% dessas terras estão em uso, 85% destes pelo sector familiar. Cerca de 3,3 milhões de hectares de terra tem um potencial para irrigação com bacias hidrográficas estratégicas, mas apenas cerca de 148 mil hectares estão infra estruturados. O país conta com 4,3 milhões de explorações agrícolas, sendo a maioria delas compostas por pequenos agricultores, enquanto 93.183 são médios e 873 são grandes agricultores. A maior parte dos agricultores familiares trabalha em parcelas que variam de 1 a 1,4 hectares, utilizando principalmente a enxada de cabo curto Ponguane, conforme Mucavele (2018).
Mesmo com este potencial e com investimentos direcionados ao sector, a agricultura ainda é predominantemente de subsistência com prática de tecnologias rudimentares, caracterizando-se por baixos níveis de produção e de produtividade, baixa competitividade, limitado acesso ao mercado, devido a deficientes infraestruturas e serviços. O País ainda é deficitário em alimentos básicos recorrendo às importações para suprir as necessidades da sua população.
A baixa produtividade agrária em Moçambique é influenciada por um conjunto de fatores relacionados com os baixos níveis de desenvolvimento dos serviços agrários, nomeadamente: os debilitados sistema de investigação, serviços de extensão, serviços agrários, financiamento, máquinas e equipamentos agrícolas, insumos e infraestruturas, (Uaiene, 2012, Zavale et al., 2020).
Os serviços e tecnologias agrícolas, desde a época colonial, variavam, principalmente segundo o tamanho da exploração agrícola. Por exemplo, a tecnologia utilizada nas grandes plantações e nas machambas dos colonos assentava na máxima utilização da força de trabalho (particularmente nas operações culturais da sacha e colheita). A mecanização começou a ser mais utilizada após o início da década de 1960, onde, por volta de 1968, começaram a verificar-se importações significativas de tratores. Em 1970, existiam cerca de 3.800 tratores ligados à produção agrícola, concentrados, maioritariamente, nas províncias de Manica e Sofala, sobretudo, no sector açucareiro (Mosca, 1989, 2005).
No sector da pequena produção, desde a época colonial até à atualidade, as tecnologias assentam em técnicas praticadas com base na força de trabalho da família. (Mosca, 1989).
O desenvolvimento de Moçambique está profundamente ligado ao sector agrícola com cerca de 64% da população na área rural e 55% desta vive abaixo da linha da pobreza. Nas áreas rurais, a agricultura é a principal fonte de renda, mas, com a baixa produtividade preponderante, as famílias dificilmente conseguem satisfazer as suas necessidades nutricionais, além de estarem vulneráveis às intempéries climáticas. Em face de inundações ou secas, os agricultores estão entre os grupos mais expostos à insegurança alimentar, uma vez que eles têm poucas alternativas de geração de renda para além da agricultura (Coughlin, 2006, Fian Internacional, 2010; Suárez e Borras Jr., 2010).
Nos últimos cinco anos, a agricultura contribuiu com 23% do Produto Interno Bruto (PIB), e emprega cerca de 80% da força laboral nacional com predominância de pequenos agricultores familiares com níveis de produtividade baixo devido à dependência da água da chuva para a irrigação e uso de tecnologias de produção tradicionais com destaque para a enxada de cabo curto (Sitoe, 2014). Mesmo com o papel que a agricultura desempenha na economia moçambicana, ainda não cumpre o papel que lhe é definido na constituição da República e nos vários programas e estratégias do Governo de Moçambique (Rosário, 2021), e o país continua importando uma elevada percentagem dos alimentos, não consegue auto abastecer-se com matéria-prima para a agricultura e apresenta fragilidades no equilíbrio na balança comercial [Observatório do Meio Rural (OMR, 2016).
A agricultura moçambicana é maioritariamente, desde pós-independência, caracterizada por pequenas propriedades que cultivam menos de 1 hectare, com as atividades agrícolas feitas em moldes tradicionais, sem mecanização, financiamento e insumos agrícolas melhorados, comprometendo o desempenho dos agricultores familiares que constituem a maioria que pratica a agricultura.
No Brasil a agricultura familiar tem características únicas e uma importância significativa. De acordo com o Censo Agropecuário de 2017 realizado pelo IBGE, a agricultura familiar ocupa aproximadamente 80,9 milhões de hectares, o que representa cerca de 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários no país. São cerca de 3,9 milhões de estabelecimentos classificados como de agricultura familiar, que juntos respondem por aproximadamente 23% de toda a produção agropecuária brasileira. Esses estabelecimentos são predominantemente geridos por membros da família e têm a atividade agropecuária como principal fonte de renda, e também é responsável por uma grande parcela da ocupação no setor agropecuário: cerca de 67% do pessoal ocupado, o que equivale a aproximadamente 10,1 milhões de pessoas no Brasil. Em algumas regiões, como o Norte e Nordeste, a participação da agricultura familiar é ainda mais acentuada, sendo essencial para a segurança alimentar e o desenvolvimento socioeconômico (IBGE, 2017).
Metodologia
A metodologia desta pesquisa foi organizada em sete etapas distintas, cuidadosamente estruturadas para otimizar sua execução e garantir a clareza e a eficiência do processo. Cada fase foi planejada com o objetivo de facilitar o desenvolvimento do trabalho, proporcionando uma abordagem sistemática e bem direcionada.
Fase 1: Pesquisa Bibliográfica;
Fase 2: Trabalho de Campo (Entrevistas)
Fase 3: Identificação e seleção de máquinas;
Fase 4: Protótipos;
Fase 5: Fabrico;
Fase 6: Teste de Campo;
6.1: Avaliação Ergonômica
Fase 7: Analise e processamento de dados
2.1. Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica consistirá no estudo de materiais já publicados, incluindo livros, artigos científicos, teses, dissertações, sites de fabricantes e relatórios sobre mecanização agrícola e agricultura familiar. Esta revisão será fundamental para compreender o estado atual do conhecimento e para identificar lacunas na pesquisa existente, permitindo que o trabalho se
Implementos agrícolas e agricultura familiar, Agricultura familiar e tecnologias apropriadas, Ferramentas agrícolas para pequenos agricultores, Sustentabilidade e mecanização na agricultura familiar, Eficiência na mecanização para agricultores familiares.
O uso dessas palavras-chave auxiliará na busca por materiais relevantes e atuais que contribuam para o entendimento das necessidades específicas da agricultura familiar e dos avanços em mecanização agrícola. A pesquisa bibliográfica também ajudará a estabelecer uma base sólida para o desenvolvimento do estudo e na formulação de propostas adequadas para a mecanização em propriedades familiares.
2.2. Trabalho de Campo (Entrevistas)
Esta pesquisa será realizada na região Centro e Sul do País, na zona Centro será realizado na província de Manica, distrito de Manica nos postos administrativos de Machipanda, nas localidades de Muzongo e Chaissa, e no posto administrativo de Messica, localidade de Bandula. Na região Sul será realizada na província de Maputo nos distritos de Manhiça, Boane e Marracuene. A escolha destas áreas se baseia em vários fatores: Na zona centro deveu se porque nessas localidades apresentam maiores números de agriculturas e estão bem organizados isto é em cooperativas ou associações, já na zona Sul a) a significativa distribuição de tratores, onde 61% dos menos de 2% de pequenos agricultores que utilizam tratores estão localizados, sendo 40% em Maputo (Monjane et al., 2018); b) a desigualdade no desenvolvimento regional, acentuada por fatores históricos e políticos; c) a concentração do orçamento estatal e investimentos; d) a alta densidade populacional e a concentração de pobreza resultantes do êxodo rural.
As entrevistas serão elaboradas para explorar não apenas os determinantes para a mecanização agrícola, mas também o perfil socioeconômico dos agricultores, seus sistemas de cultivo e as principais dificuldades enfrentadas. Além disso, serão realizadas entrevistas com extensionistas para confrontar as percepções dos agricultores com o nível de assistência técnica e a distribuição de recursos. Esta triangulação de perspectivas será essencial para uma análise aprofundada dos dados.
A coleta de dados está planejada para o primeiro trimestre do ano 2025. Cada entrevista terá uma duração aproximada de 20 a 30 minutos. As entrevistas com os agricultores serão realizadas em suas áreas de produção, preferencialmente durante o período da manhã e ao entardecer. Caso necessário, as entrevistas com agricultores serão realizadas em suas
tamanho da amostra será determinado em conformidade com universo estudado segundo Gil (2008), determinada pela seguinte equação:
𝑛=𝑍2𝑥𝑃𝑥𝑄𝑥𝑁𝑒2(𝑁−1)+𝑍2𝑥𝑃𝑥𝑄
Onde:
n = tamanho de amostras
Z= Nível de confiança (90%)
P= Quantidade de acerto esperado (90%)
Q= Quantidade de erro esperado (10%)
N= População Total (90)
e = Nível de Precisão (5%)
A metodologia será qualitativa, a escolha por esta abordagem, é pelo fato de ir além da compreensão profunda dos fatores que influenciam a mecanização agrícola entre os agricultores familiares, por meio dela será possível explorar o perfil dos agricultores, a relação com a mecanização e os vetores de incentivo e entraves ao processo de mecanização no contexto moçambicano. A pesquisa é de natureza exploratória, conforme orientações de Gil (2008), e considerando que a pesquisa se volta para um grupo social específico, o procedimento adotado será o estudo de caso (Yin, 2015).
As informações obtidas nesta pesquisa serão categorizadas e posteriormente codificadas e tabuladas através do programa SPSS (Statistical Program System for the Social Sciences). Com o uso deste programa, elementos da estatística descritiva foram processados e analisados. A análise dos depoimentos foi realizada por meio da análise de conteúdo, conforme orienta Bardin (1979), sobre a análise do material qualitativo. Para o tratamento dos dados qualitativos, utilizou-se o software NVivo 2.0.
2.3. Seleção de Máquinas e Ferramentas
A seleção será baseada do trabalho de campo, onde através de entrevistas feitas aos agricultores em Moçambique, isto nas zonas Centro e norte do País, (na zona centro a pesquisa será realizada por mim, e na zona Sul pela Doutoranda Constância Mechisso), essa pesquisa buscara entender as demandas específicas dos agricultores familiares no contexto Moçambicano.
máquinas e ferramentas são realmente necessárias e relevantes para a realidade da agricultura Moçambicana.
Após a coleta de dados e a identificação das máquinas e ferramentas demandadas, uma seleção será realizada com base em critérios específicos, como:
Operações
Custos;
Tecnologia;
Manutenção;
Durabilidade;
Viabilidade;
Versatilidade;
Fácil fabrico e Manutenção
Critérios de Seleção:
Custo: As máquinas devem ser acessíveis para os agricultores familiares.
Facilidade de Manutenção: As máquinas precisam ser simples de reparar, com peças facilmente disponíveis.
Durabilidade: Equipamentos que têm uma longa vida útil em condições rurais são preferíveis.
Versatilidade: Máquinas que podem realizar múltiplas funções são mais valiosas.
Fabricação Local: Máquinas que podem ser fabricadas ou adaptadas localmente são preferíveis.
2.4. Modelagem e Desenvolvimento de Protótipos
Ira se desenvolver modelos digitais das máquinas selecionadas e, posteriormente, construir protótipos físicos;
Se usará softwares de design assistido por computador (CAD), como o Autodesk Inventor, para criar modelos 3D das máquinas. Em seguida, usar uma impressora 3D para fabricar modelos não funcionais de protótipos para fins de aprendizado;
Irá se testar os protótipos isso permite avaliar o design antes da produção em larga escala, garantindo que as máquinas funcionem conforme esperado.
2.5. Fabricação dos Equipamentos
Ira se produzir as máquinas e ferramentas em oficinas, baseando-se nos protótipos aprovados.
2.6. Testes de Campo
Os testes das maquinas/equipamentos/implementos fabricados serão feitas junto aos agricultores rurais do município de Pelotas, onde os testes têm a função de:
Avaliar a facilidade de manuseio
Eficiência/eficácia;
Desempenho operacional;
Praticidade;
Resistência
Critérios de Avaliação
Facilidade de Manuseio: Que seja um equipamento/ferramenta ou máquina simples e conveniente em operar ou utilizar, que minimize o esforço físico, fácil de entender e usar, mesmo por pessoas com pouca experiência ou treinamento.
Eficiência e Eficácia: Permite que o trabalho seja realizado rapidamente e com menor desgaste físico e mental do agricultor e que atinjam os objetivos desejados.
Desempenho Operacional: Refere-se à habilidade da máquina de operar por longos períodos sem apresentar falhas ou desgastes excessivos, mesmo em condições adversas. Onde serão fabricadas tendo em conta a adaptabilidade às condições variadas em diferentes tipos de solo (arenoso, argiloso, pedregoso), climas (seco, úmido) e sistemas de cultivo (hortaliças, cereais, leguminosas), e também consistirá em avaliar a área trabalhada em 1 hora.
Resistência: Refere-se à capacidade da máquina/implemento ou equipamento agrícola suportar esforços em condições adversas sem sofrer danos estruturais ou comprometer seu funcionamento, para tal envolve o tipo de materiais utilizados no fabrico, o design do equipamento e sua capacidade de operar em condições extremas, como solos compactados, climas severos e uso intensivo.
2.7. Análise de Dados e Elaboração do Relatório Final Os dados obtidos serão submetidos a análise de variância (ANOVA), este é um procedimento usado para comparar a distribuição de três ou mais grupos em amostras independentes, onde:
Se usará Delineamento em Blocos Casualizados com Controle (DBCC) porque serve para comparar um tratamento especifico (controle) com outros, este método é útil para validar se o equipamento ou implemento tem um desempenho igual ou superior ao método tradicional.
Com o Teste de comparação de médias (Tukey): permitirá testar qualquer contraste, sempre entre duas medias de tratamento, ou seja, não permite comparar grupos entre si;
Através dos dados coletados durante os testes de campo ira se avaliar o impacto das máquinas na produtividade e sustentabilidade nas propriedades familiares;
E através dos métodos quantitativos e qualitativos ira se processar os dados e tirar as devidas conclusões.
E por fim será elaborado o relatório de dissertação, documentando todo o processo, os resultados e as recomendações para futuras pesquisas e implementações.
Fase 1: Pesquisa Bibliográfica;
Fase 2: Trabalho de Campo (Entrevistas)
Fase 3: Identificação e seleção de máquinas;
Fase 4: Protótipos;
Fase 5: Fabrico;
Fase 6: Teste de Campo;
6.1: Avaliação Ergonômica
Fase 7: Analise e processamento de dados
2.1. Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica consistirá no estudo de materiais já publicados, incluindo livros, artigos científicos, teses, dissertações, sites de fabricantes e relatórios sobre mecanização agrícola e agricultura familiar. Esta revisão será fundamental para compreender o estado atual do conhecimento e para identificar lacunas na pesquisa existente, permitindo que o trabalho se
Implementos agrícolas e agricultura familiar, Agricultura familiar e tecnologias apropriadas, Ferramentas agrícolas para pequenos agricultores, Sustentabilidade e mecanização na agricultura familiar, Eficiência na mecanização para agricultores familiares.
O uso dessas palavras-chave auxiliará na busca por materiais relevantes e atuais que contribuam para o entendimento das necessidades específicas da agricultura familiar e dos avanços em mecanização agrícola. A pesquisa bibliográfica também ajudará a estabelecer uma base sólida para o desenvolvimento do estudo e na formulação de propostas adequadas para a mecanização em propriedades familiares.
2.2. Trabalho de Campo (Entrevistas)
Esta pesquisa será realizada na região Centro e Sul do País, na zona Centro será realizado na província de Manica, distrito de Manica nos postos administrativos de Machipanda, nas localidades de Muzongo e Chaissa, e no posto administrativo de Messica, localidade de Bandula. Na região Sul será realizada na província de Maputo nos distritos de Manhiça, Boane e Marracuene. A escolha destas áreas se baseia em vários fatores: Na zona centro deveu se porque nessas localidades apresentam maiores números de agriculturas e estão bem organizados isto é em cooperativas ou associações, já na zona Sul a) a significativa distribuição de tratores, onde 61% dos menos de 2% de pequenos agricultores que utilizam tratores estão localizados, sendo 40% em Maputo (Monjane et al., 2018); b) a desigualdade no desenvolvimento regional, acentuada por fatores históricos e políticos; c) a concentração do orçamento estatal e investimentos; d) a alta densidade populacional e a concentração de pobreza resultantes do êxodo rural.
As entrevistas serão elaboradas para explorar não apenas os determinantes para a mecanização agrícola, mas também o perfil socioeconômico dos agricultores, seus sistemas de cultivo e as principais dificuldades enfrentadas. Além disso, serão realizadas entrevistas com extensionistas para confrontar as percepções dos agricultores com o nível de assistência técnica e a distribuição de recursos. Esta triangulação de perspectivas será essencial para uma análise aprofundada dos dados.
A coleta de dados está planejada para o primeiro trimestre do ano 2025. Cada entrevista terá uma duração aproximada de 20 a 30 minutos. As entrevistas com os agricultores serão realizadas em suas áreas de produção, preferencialmente durante o período da manhã e ao entardecer. Caso necessário, as entrevistas com agricultores serão realizadas em suas
tamanho da amostra será determinado em conformidade com universo estudado segundo Gil (2008), determinada pela seguinte equação:
𝑛=𝑍2𝑥𝑃𝑥𝑄𝑥𝑁𝑒2(𝑁−1)+𝑍2𝑥𝑃𝑥𝑄
Onde:
n = tamanho de amostras
Z= Nível de confiança (90%)
P= Quantidade de acerto esperado (90%)
Q= Quantidade de erro esperado (10%)
N= População Total (90)
e = Nível de Precisão (5%)
A metodologia será qualitativa, a escolha por esta abordagem, é pelo fato de ir além da compreensão profunda dos fatores que influenciam a mecanização agrícola entre os agricultores familiares, por meio dela será possível explorar o perfil dos agricultores, a relação com a mecanização e os vetores de incentivo e entraves ao processo de mecanização no contexto moçambicano. A pesquisa é de natureza exploratória, conforme orientações de Gil (2008), e considerando que a pesquisa se volta para um grupo social específico, o procedimento adotado será o estudo de caso (Yin, 2015).
As informações obtidas nesta pesquisa serão categorizadas e posteriormente codificadas e tabuladas através do programa SPSS (Statistical Program System for the Social Sciences). Com o uso deste programa, elementos da estatística descritiva foram processados e analisados. A análise dos depoimentos foi realizada por meio da análise de conteúdo, conforme orienta Bardin (1979), sobre a análise do material qualitativo. Para o tratamento dos dados qualitativos, utilizou-se o software NVivo 2.0.
2.3. Seleção de Máquinas e Ferramentas
A seleção será baseada do trabalho de campo, onde através de entrevistas feitas aos agricultores em Moçambique, isto nas zonas Centro e norte do País, (na zona centro a pesquisa será realizada por mim, e na zona Sul pela Doutoranda Constância Mechisso), essa pesquisa buscara entender as demandas específicas dos agricultores familiares no contexto Moçambicano.
máquinas e ferramentas são realmente necessárias e relevantes para a realidade da agricultura Moçambicana.
Após a coleta de dados e a identificação das máquinas e ferramentas demandadas, uma seleção será realizada com base em critérios específicos, como:
Operações
Custos;
Tecnologia;
Manutenção;
Durabilidade;
Viabilidade;
Versatilidade;
Fácil fabrico e Manutenção
Critérios de Seleção:
Custo: As máquinas devem ser acessíveis para os agricultores familiares.
Facilidade de Manutenção: As máquinas precisam ser simples de reparar, com peças facilmente disponíveis.
Durabilidade: Equipamentos que têm uma longa vida útil em condições rurais são preferíveis.
Versatilidade: Máquinas que podem realizar múltiplas funções são mais valiosas.
Fabricação Local: Máquinas que podem ser fabricadas ou adaptadas localmente são preferíveis.
2.4. Modelagem e Desenvolvimento de Protótipos
Ira se desenvolver modelos digitais das máquinas selecionadas e, posteriormente, construir protótipos físicos;
Se usará softwares de design assistido por computador (CAD), como o Autodesk Inventor, para criar modelos 3D das máquinas. Em seguida, usar uma impressora 3D para fabricar modelos não funcionais de protótipos para fins de aprendizado;
Irá se testar os protótipos isso permite avaliar o design antes da produção em larga escala, garantindo que as máquinas funcionem conforme esperado.
2.5. Fabricação dos Equipamentos
Ira se produzir as máquinas e ferramentas em oficinas, baseando-se nos protótipos aprovados.
2.6. Testes de Campo
Os testes das maquinas/equipamentos/implementos fabricados serão feitas junto aos agricultores rurais do município de Pelotas, onde os testes têm a função de:
Avaliar a facilidade de manuseio
Eficiência/eficácia;
Desempenho operacional;
Praticidade;
Resistência
Critérios de Avaliação
Facilidade de Manuseio: Que seja um equipamento/ferramenta ou máquina simples e conveniente em operar ou utilizar, que minimize o esforço físico, fácil de entender e usar, mesmo por pessoas com pouca experiência ou treinamento.
Eficiência e Eficácia: Permite que o trabalho seja realizado rapidamente e com menor desgaste físico e mental do agricultor e que atinjam os objetivos desejados.
Desempenho Operacional: Refere-se à habilidade da máquina de operar por longos períodos sem apresentar falhas ou desgastes excessivos, mesmo em condições adversas. Onde serão fabricadas tendo em conta a adaptabilidade às condições variadas em diferentes tipos de solo (arenoso, argiloso, pedregoso), climas (seco, úmido) e sistemas de cultivo (hortaliças, cereais, leguminosas), e também consistirá em avaliar a área trabalhada em 1 hora.
Resistência: Refere-se à capacidade da máquina/implemento ou equipamento agrícola suportar esforços em condições adversas sem sofrer danos estruturais ou comprometer seu funcionamento, para tal envolve o tipo de materiais utilizados no fabrico, o design do equipamento e sua capacidade de operar em condições extremas, como solos compactados, climas severos e uso intensivo.
2.7. Análise de Dados e Elaboração do Relatório Final Os dados obtidos serão submetidos a análise de variância (ANOVA), este é um procedimento usado para comparar a distribuição de três ou mais grupos em amostras independentes, onde:
Se usará Delineamento em Blocos Casualizados com Controle (DBCC) porque serve para comparar um tratamento especifico (controle) com outros, este método é útil para validar se o equipamento ou implemento tem um desempenho igual ou superior ao método tradicional.
Com o Teste de comparação de médias (Tukey): permitirá testar qualquer contraste, sempre entre duas medias de tratamento, ou seja, não permite comparar grupos entre si;
Através dos dados coletados durante os testes de campo ira se avaliar o impacto das máquinas na produtividade e sustentabilidade nas propriedades familiares;
E através dos métodos quantitativos e qualitativos ira se processar os dados e tirar as devidas conclusões.
E por fim será elaborado o relatório de dissertação, documentando todo o processo, os resultados e as recomendações para futuras pesquisas e implementações.
Indicadores, Metas e Resultados
Espera-se com esse trabalho identificar quais as operações nas propriedades do público alvo em Moçambique são prioritárias para serem mecanizadas. Com esse diagnóstico serão pesquisadas no mercado, soluções em termo de máquinas, implementos e ferramentas que se adequem às necessidades encontradas. Uma vez definidos os equipamentos, eles serão modelados, construídos e testados. Com isso espera-se gerar tecnologia de três equipamentos que possam suprir as necessidades identificadas.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANGELO VIEIRA DOS REIS | 2 | ||
FABRICIO ARDAIS MEDEIROS | 1 | ||
MAURO FERNANDO FERREIRA | 1 | ||
NIXON DA ROSA WESTENDORFF | 1 | ||
PEDRO MARTINS SILVEIRA | |||
RANIERI PINZ NASCENTE | |||
SANTOS FRANCISCO SÓZINHO |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
PROAP/CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior | R$ 1.400,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339018 - Auxílio Financeiro a Estudantes | R$ 1.400,00 |