Desfechos
- Ficha de avaliação dos dados sociodemográficos
- Teste de uma repetição máxima
-Escala de borg
- Qualidade de vida
- Qualidade do Sono
- Ansiedade
- Depressão
- Capacidade Funcional
- Pressão inspiratória máxima
- Dispneia
- Força de Preensão Manual
- Limitações funcionais
- Saturação periférica de oxigênio
A saturação periférica de oxigênio será medida pelo oxímetro modelo OLED Graph da marca G-Tech.
Intervenções:
A intervenção será composta por três grupos. O grupo 1 (G1) receberá um protocolo de exercícios, contendo tanto exercícios resistidos quanto exercícios aeróbicos, os quais serão realizados na academia da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (ESEF); o grupo 2 (G2) receberá um protocolo de treinamento muscular inspiratório com o aparelho POWERbreathe Medic, no primeiro momento o G2 receberá o TMI no formato presencial, na sequência da pesquisa ele será realizado tanto no formato presencial quanto no formato síncrono. Quando o treinamento muscular inspiratório ocorrer de maneira presencial, será realizado na academia da ESEF. O último grupo (G3) irá receber cuidados usuais, ou seja, orientações e instruções por meio de um folder educacional.
Protocolo de exercício
O protocolo de exercícios consistirá em exercícios aeróbicos e exercícios resistidos para membros superiores e inferiores. A intervenção será realizada na academia da ESEF, contando com a supervisão tanto de profissionais quanto de estudantes da fisioterapia e da educação física. O protocolo planejado consiste em iniciar a intervenção com exercícios de alongamentos ativos para membros superiores e inferiores.No segundo momento, será realizado o protocolo de exercícios resistidos e aeróbicos. Ao final, será conduzido um momento para exercícios de controle da respiração. Os exercícios resistidos para os membros superiores serão: flexão e extensão de cotovelos, flexão e extensão de ombros e abdução e adução horizontal de ombros. Para os membros inferiores, os exercícios incluirão flexão e extensão de joelhos, além de plantiflexão e dorsiflexão de tornozelos (Torres-Sánchez, 2017; Silva, 2018). Os exercícios resistidos serão realizados em três séries de 8-12 repetições, entretanto, esses números serão adaptados conforme à resposta do sujeito, levando em consideração a dispneia e a fadiga percebidas durante a execução do exercício, a carga inicial aplicada nos exercícios resistidos será contabilizada pelo teste de uma repetição máxima (1RM), e a progressão será de 50% de 1RM (Silva, 2018). O exercício aeróbico será realizado na bicicleta estacionária entre 10 - 15 minutos, com avaliação da percepção subjetiva de dispneia por meio da escala de Borg modificada, ou seja o paciente deve relatar uma sensação subjetiva de até 5 na escala modificada de Borg (Silva, 2018). O intervalo de descanso de exercício vai variar de um a dois minutos (Storer, 2001).
Protocolo de Treinamento Muscular Inspiratório
A intervenção será realizada na sala de dança da ESEF, contando com a supervisão tanto de profissionais quanto de estudantes da fisioterapia e da educação física. O paciente estará sentado, preferencialmente com seus membros superiores apoiados nos braços de uma cadeira e utilizando um clipe nasal. O treinamento se inicia com um minuto de aquecimento, com 50% do alvo da carga de treinamento inspiratória. Após, será realizado um protocolo com dois minutos de treinamento e um minuto de descanso. Esse ciclo será repetido sete vezes, resultando em um treinamento de 21 minutos por sessão. Os indivíduos poderão escolher os seus próprios padrões inspiratórios. A primeira sessão deverá ser iniciada com 30% da Pimáx do paciente, e a evolução da carga deverá ser feita com o paciente relatando estar entre quatro e cinco na escala modificada de Borg, e o aumento da carga só deverá ser realizado durante os minutos de descanso (Hill et al, 2010).
Delineamento do estudo
Estudo de intervenção, ensaio clínico randomizado.
Duração da intervenção
O estudo vai ser realizado duas vezes na semana, durante o período de oito semanas. A intervenção terá durabilidade de aproximadamente uma hora, sendo realizado atendimento em grupo de até oito indivíduos.
População e amostra
A amostra será composta por participantes diagnosticados com DPOC, com estadiamento comprovado por exame de espirometria de até um ano. Esses indivíduos serão recrutados a partir do banco de dados presentes nas informações da Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas/Rio Grande do Sul.
Procedimentos
Inicialmente, será solicitada à Farmácia Municipal de Pelotas, uma listagem dos indivíduos que apresentam cadastro para retirada de medicação de uso contínuo destinada ao tratamento de doença respiratória crônica. A listagem irá conter o nome do indivíduo e informações de contato. Os participantes serão contatados via telefone. Após a explicação dos objetivos do estudo, o entrevistador perguntará ao paciente sobre sua intenção de participar do estudo, e será disponibilizado o termo de consentimento livre e esclarecido para assinatura. Os procedimentos de coleta de dados seguirão o fluxograma 1.
Em parceria com a Farmácia Municipal de Pelotas, será realizado momentos de interação com os indivíduos que estão na fila para a retirada de medicamentos de uso contínuo, a ideia é explicar e sensibilizar a população sobre os benefícios que a participação no projeto pode acarretar para eles. Para isso, será disponibilizado um flyer (imagem 1) contendo informação sobre o estudo.
Aspectos éticos
Todos os procedimentos referentes a esse estudo estão em conformidade com os aspectos éticos e regulamentares em pesquisa com seres humanos elencados na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, bem como em conformidade com a Declaração de Helsinque. As atividades que envolvem os participantes do estudo serão iniciadas somente após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel).
Previamente à coleta de dados, todos os voluntários lerão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, entregue no dia da aplicação dos testes e questionários. A sequência de perguntas somente será iniciada após o participante ler e assinalar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para aqueles que não concordarem, será encerrada a coleta de dados do participante. Por meio de linguagem acessível, esse documento descreve: (1) os objetivos, procedimentos e forma de acompanhamento da pesquisa; (2) a liberdade do participante de se recusar a participar em qualquer fase da pesquisa sem penalização alguma; (3) a garantia do sigilo e privacidade de seus dados pessoais; (4) a não remuneração por participar da pesquisa; (5) os benefícios e riscos à saúde dos participantes. Essa pesquisa não oferecerá custos aos participantes. Os participantes poderão sofrer riscos mínimos, por exemplo, risco de constrangimento do participante ao responder as perguntas. Porém, os participantes poderão optar por interromper a sua participação em qualquer momento, sem nenhum tipo de justificativa. As informações extraídas serão salvas em HD externos pela pesquisadora responsável a fim de garantir a confidencialidade dos dados e minimizar quaisquer riscos existentes. Uma vez concluída a coleta de dados, será realizado o download dos dados coletados para um dispositivo eletrônico local, apagando todo e qualquer registro de qualquer plataforma virtual, e armazenado por 3 anos em computador pessoal. Os resultados desta pesquisa serão utilizados para elaborar um retorno aos participantes e demais membros da comunidade acadêmica local, com palestras e oficinas de educação em saúde sobre autocuidado e manejo de sintomas.
O projeto será apresentado para o Núcleo de Educação e Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas, a fim de receber a autorização para a extração de dados dos participantes com diagnóstico de DPOC. As seguintes informações serão fornecidas pela fisioterapeuta reguladora do acesso: nome, telefone para contato e o número do Código Internacional de Doença (CID-J44) referente à doença pulmonar obstrutiva crônica pela qual o(a) paciente procurou atendimento.
Análise Estatística
O cálculo do tamanho amostral será realizado através da extração de dados autorizada e fornecida pela Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas, sendo estimado o tamanho da amostra com base no número de indivíduos identificados com diagnóstico de DPOC. A análise estatística dos dados será realizada com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0. A normalidade dos dados será verificada utilizando o teste de Shapiro-Wilk.
Para variáveis contínuas, como a qualidade de vida (avaliada pelo Saint George´s Respiratory Questionnaire - SGRQ), a qualidade do sono (avaliada pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh), a capacidade funcional (avaliada pelo teste de caminhada de seis minutos - TC6M), a pressão inspiratória máxima (PImáx), e as medições de força de preensão palmar, serão utilizados testes paramétricos, como a Análise de Variância (ANOVA) para comparações entre múltiplos grupos e o teste t de Student para comparações pareadas. Caso os dados não apresentem distribuição normal, será empregado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para comparações entre grupos e o teste de Mann-Whitney para comparações pareadas.
Para variáveis categóricas, como os níveis de ansiedade e depressão (avaliados pelo Inventário de Ansiedade de Beck e Inventário de Depressão de Beck, respectivamente) e as limitações funcionais (avaliadas pelo Manchester Respiratory Activities of Daily Living Questionnaire - MRADL), será utilizada análise de frequências e proporções, complementada pelo teste qui-quadrado. A análise da dispneia, medida pela escala de Borg modificada, será abordada com análise descritiva e comparações entre grupos utilizando ANOVA ou testes não paramétricos, conforme a normalidade dos dados.