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Com o crescente uso da internet como fonte de informação em saúde, compreender os padrões de busca da população por termos relacionados à saúde bucal e à saúde sistêmica pode fornecer "insights" relevantes sobre o comportamento informacional e as necessidades percebidas em diferentes regiões do país. A ferramenta Google Trends permite o monitoramento de tendências de interesse em tempo real e pode ser uma alternativa útil para avaliar a conscientização e a demanda por determinados temas odontológicos. Além disso, ao relacionar esses dados com variáveis sociodemográficas, torna-se possível identificar desigualdades regionais e sociais que impactam o acesso à informação e à saúde bucal, contribuindo para o planejamento de estratégias de comunicação e políticas públicas mais direcionadas.

Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem quantitativa, que utilizará dados secundários de acesso público para investigar o interesse da população brasileira por termos específicos relacionados à saúde bucal e sistêmica. A unidade de análise adotada será composta pelos 26 estados brasileiros e pelo Distrito Federal. O estudo não envolverá informações individuais e, por isso, não exigirá aprovação por comitê de ética.

As informações sobre o volume de buscas serão extraídas da plataforma Google Trends, que permite acompanhar a frequência relativa de pesquisas realizadas por usuários do Google ao longo do tempo e por localidade. Os termos selecionados serão analisados em duas categorias da plataforma: "Saúde" e "Todas as categorias", com o intuito de comparar o interesse especificamente voltado à área da saúde com um interesse mais amplo, possivelmente relacionado a outros aspectos, como estéticos ou comerciais. O período considerado abrange os últimos cinco anos, buscando captar variações sazonais e tendências de longo prazo. Ainda, o período de um ano poderá ser adotado.

Além dos dados de buscas, serão coletadas diversas variáveis sociodemográficas e estruturais de cada unidade federativa, com base em fontes oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Educação (MEC), Conselho Federal de Odontologia (CFO) e plataformas do Governo Federal. Entre as variáveis consideradas estão: população total, renda per capita, índice de Gini, taxa de analfabetismo, percentual de acesso à internet, número de cirurgiões-dentistas e especialistas (nas áreas de Dentística, Periodontia e Prótese Dentária), número de escolas de Odontologia (públicas e privadas), além de dados sobre a cobertura da atenção primária em saúde bucal e a presença de unidades de atenção secundária em Odontologia.

Os dados serão organizados em planilhas eletrônicas e posteriormente analisados por meio de softwares estatísticos. Serão realizadas análises de correlação para verificar possíveis associações entre o interesse por termos de saúde e as variáveis sociodemográficas de cada estado. Também serão aplicadas técnicas de análise de séries temporais, a fim de identificar padrões como sazonalidade e tendências nas buscas ao longo do tempo.

A metodologia adotada permite uma abordagem abrangente e integrada entre dados de comportamento digital e indicadores sociais, contribuindo para uma melhor compreensão dos fatores que influenciam o interesse da população por temas relacionados à Odontologia e à saúde geral no ambiente virtual.

O estudo utilizará como principal indicador o volume relativo de buscas pelo termo relacionado à saúde bucal, conforme registrado na plataforma Google Trends, nas categorias "Saúde" e "Todas as categorias". Serão considerados dados referentes aos últimos cinco anos (ou do último ano), permitindo uma análise temporal abrangente. Outros indicadores incluem a quantidade de variáveis sociodemográficas e estruturais coletadas para cada unidade da federação, como população, renda per capita, taxa de analfabetismo, índice de Gini, acesso à internet, número de dentistas e instituições de ensino odontológico. Adicionalmente, será avaliado o número de estados analisados (n=27), a diversidade de fontes de dados secundários utilizadas (Google Trends, IBGE, MEC, CFO e plataformas do SUS), bem como a força das correlações estatísticas obtidas entre os dados de busca e as variáveis explicativas, expressas por meio dos coeficientes de correlação de Pearson ou de Sperman.

Entre as metas do estudo está a análise do comportamento de busca digital da população brasileira por termos específicos da área odontológica e demais áreas da saúde, com foco em captar o padrão de distribuição dessas buscas entre os estados do país. O estudo também busca relacionar essas informações com variáveis sociodemográficas, identificando possíveis fatores associados ao maior ou menor interesse por temas de saúde bucal no ambiente digital. Além disso, pretende-se detectar tendências temporais e padrões de sazonalidade nas buscas ao longo dos anos. Outra meta importante é contribuir com informações que possam apoiar o planejamento de estratégias de educação em saúde e comunicação digital mais eficazes e sensíveis às desigualdades regionais. Por fim, o estudo busca fomentar a utilização de ferramentas de análise digital, como o Google Trends, no monitoramento de temas de saúde de interesse público.

Espera-se como resultado a identificação dos estados brasileiros com maior e menor interesse por termos odontológicos, conforme os volumes de busca registrados. A expectativa é de que o maior interesse esteja associado a estados com melhores indicadores socioeconômicos, maior nível educacional, maior acesso à internet e maior presença de profissionais e instituições da área odontológica. Por outro lado, espera-se encontrar menor volume de buscas em estados com altos índices de analfabetismo, desigualdade social e menor cobertura de serviços de saúde bucal. Além disso, é previsto que os dados revelem um padrão de sazonalidade, com picos de interesse em determinadas épocas do ano, o que poderá auxiliar no planejamento de campanhas educativas. Os resultados obtidos poderão servir como base para estratégias de promoção da saúde bucal voltadas a contextos regionais específicos, considerando as reais demandas e comportamentos informacionais da população.