Nome do Projeto
Intelectuais e Epistemologias Ameríndias: um saber intercultural em foco
Ênfase
ENSINO
Data inicial - Data final
08/06/2017 - 21/12/2017
Unidade de Origem
Área CNPq
Ciências Humanas - Antropologia - Etnologia Indígena
Resumo
Conhecer, compreender e reconhecer as epistemologias ameríndias que configuram os saberes, as práticas, as cosmos-mito-ontologias e os processos próprios de aprendizagem de diferentes coletivos ameríndios. A partir da produção acadêmica dos índios intelectuais, protagonistas privilegiados de nossos debates, busca-se promover uma reflexão acerca da construção de um saber intercultural, pautado na dialogicidade e na complementaridade entre os saberes indígenas e não-indígenas, subsidiando e contribuindo com esse momento sócio-histórico salutar em que se dá a consolidação das políticas de ações afirmativas, dentre elas as cotas étnico-raciais nas universidades e demais instituições de ensino e de trabalho. Nesse particular, ao conhecermos as produções acadêmicas dos ameríndios, pretende-se problematizar a esfera teórico-metodológica, no que tange ao seu eurocentrismo e colonialismo, bem como as possibilidades de abertura à interculturalidade.

Objetivo Geral

Conhecer, compreender e reconhecer as epistemologias ameríndias que estão na ordem da oralidade dos velhos sábios e da escrita dos jovens professores e pesquisadores indígenas que configuram os saberes, as práticas, a mitologia, a cosmologia, as ontologias e os processos próprios de aprendizagem de diferentes coletivos ameríndios no Brasil e na América.

Justificativa

A Constituição Federal de 1988 foi um marco na relação do Estado brasileiro com os povos originários. Dentre outros direitos, a CF assegura aos povos indígenas sua organização social, costumes, línguas, crenças, tradições, bem como o uso de suas línguas e processos próprios de aprendizagem em todos os espaços, incluindo a escola. Da mesma forma, de um lado, o Estado assumiu o compromisso da demarcação das terras indígenas em um prazo de 5 anos (não cumprido); de outro, os indígenas, através de suas organizações próprias, passaram a se preocupar com a gestão das mesmas, além da necessidade do domínio de novas tecnologias, saúde, direito e história. A educação formal da sociedade não indígena que era vista décadas atrás como cooptação de lideranças e integracionista transforma-se em uma educação escolar diferenciada, agora ministrada por professores bilíngües, em busca de uma reflexão pautada pela cosmos-mito-ontologias destas sociedades. No entanto, para atuarem nessas instituições é exigido o título de graduação a esses profissionais indígenas. Desse modo, a implementação do ensino superior para esses povos abriu uma gama de possibilidades de formação universitária. Os movimentos precursores na academia sobre a temática indígena foram acompanhados pelo ensino e pela extensão, tornando um pouco mais visíveis os povos ameríndios no meio acadêmico e empoderando esses coletivos que começam a frequentar a universidade: primeiramente, como convidados para ensinar sobre suas narrativas mitológicas e históricas, seus conhecimentos genealógicos e milenares e suas culturas por meio da oralidade, da performance, da escrita originária e da língua portuguesa; mais tarde, efetivando a presença como estudantes de graduação e pós-graduação ou como responsáveis por atividades de extensão. Esse projeto se pauta pelo retorno da produção intelectual produzida oralmente pelos velhos e da escrita pelos acadêmicos indígenas aos docentes, discentes e pesquisadores da UFPel.

Metodologia

O Grupo de Estudos Intelectuais e Epistemologias Ameríndias realizar-se-á através de leitura e análise de textos produzidos por indígenas acadêmicos, divididos em quatro grandes unidades: I. Artigos; II. Trabalhos de conclusão de curso (TCC); III. Dissertações de mestrado; e, IV. Teses de doutorado. No conjunto, tais obras ressaltam as epistemologias ameríndias que configuram saberes, práticas, saberes mitológicos e processos próprios de aprendizagem dos diferentes coletivos ameríndios sobre os mais diversos temas (Educação, Direito, Saúde, História, Astrologia, Matemática, Literatura, Política, etc.). Em cada encontro semanal, um/a autor/a indígena e um texto será apresentado por um/a participante do grupo e debatido pelos/as demais presentes no encontro. O grupo de estudos prevê um cronograma de leituras até a metade do semestre 2017-2.

Resultados Esperados

Potencialização da relação ensino, pesquisa e extensão. Aumento do domínio dos conteúdos teóricos e metodológicos em disciplinas especificas do curso de Bacharelado em Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Ciências Humanas e Saúde. Aprimoramento da percepção da realidade indígena na América Latina por parte dos discentes e docentes.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALESSANDRA GASPAROTTO408/06/201721/12/2017
ALESSANDRO BARBOSA LOPES3
ANDRESSA SANTOS DOMINGUES308/06/201721/12/2017
DIEGO FERNANDES DIAS SEVERO308/06/201721/12/2017
ESTÉFANI BILHALVA LEITZKE308/06/201721/12/2017
FELIPE NUNES NOBRE308/06/201721/12/2017
JANIE CRISTINE DO AMARAL GONCALVES105/07/201721/12/2017
LEONARDO CHRISTIAN DA SILVA MAIA308/06/201721/12/2017
LORI ALTMANN508/06/201721/12/2017
LOUISE PRADO ALFONSO108/06/201721/12/2017
MARIA HELOISA MARTINS DA ROSA3
MARTIN CESAR TEMPASS3
ROGERIO REUS GONCALVES DA ROSA408/06/201721/12/2017
ROJANE BRUM NUNES3
VITÓRIA DE LIMA CARDOSO308/06/201721/12/2017

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