Nome do Projeto
Frutos: morfoanatomia aplicada ao ensino de Botânica
Ênfase
ENSINO
Data inicial - Data final
01/07/2014 - 21/06/2016
Unidade de Origem
Área CNPq
Ciências Biológicas - Botânica
Resumo
O fruto é a estrutura que representa o último estádio de desenvolvimento do gineceu fecundado ou partenocárpico, acompanhado ou não de suas estruturas acessórias (Barroso et al., 1999). A enorme diversidade de tamanhos, formas, texturas, modos de abertura e anatomia entre os frutos desafia sistematas de plantas há muito tempo e, como resultado, várias classificações já foram propostas (Judd et al., 2009).
Todos os sistemas de classificação de frutos lida com consideráveis dificuldades, o principal problema está na complexa e, muitas vezes, na contínua variação observada na estrutura deste órgão. Segundo Van der Pijl (1972), o fruto é versátil demais e tem aspectos em excesso para ser dividido em categorias estritas. Além disso, complexidades adicionais advém da recorrente evolução paralela/convergente de estruturas associadas ao fruto. Frutos funcionalmente similares surgiram independentemente em diferentes linhagens das Angiospermas, a partir de tipos similares e tipos diferentes de gineceu. Há casos também em que outras partes florais (e até mesmo estruturas vegetativas associadas), além de gineceu maduro, podem originar uma parte funcional do fruto, exemplos de estruturas acessórias incluem pedicelo, receptáculo, perianto, eixo das inflorescências (Judd et al., 2009).
Após a polinização, o ovário é usualmente a única porção da flor que persiste e desenvolve-se no fruto. Os frutos desempenham uma função estratégica nas plantas, sendo exclusivo das Angiospermas. Entre a polinização das flores e a maturação das sementes, o fruto funciona como um arcabouço que reveste e protege o óvulo polinizado. Depois que as sementes estão maduras, o fruto passa a assumir o papel ativo na dispersão, ora agindo ele próprio como mecanismo de dispersão (frutos autocóricos) ora atraindo animais para que as sementes sejam espalhadas (Gonçalves & Lorenzi, 2011).
A morfologia dos frutos é bastante variada, mas alguns aspectos são comuns. Na frutificação a parede do ovário se modifica e se transforma na parede do fruto, o pericarpo. Neste, usualmente é possível discernir três camadas: o epicarpo, é a camada mais externa formada pela proliferação da epiderme; mesocarpo, camada intermediária, geralmente é formada pelo desenvolvimento do tecido interno da parede do ovário e, o endocarpo, mais interna, é o tecido que reveste a cavidade do lóculo e que rodeia as sementes (Hurrell et al., 2010). Cada uma destas camadas pode diferenciar-se de um modo específico, podendo gerar tecidos suculentos, coriáceos, esponjosos ou mesmo lenhosos. Tal aspecto torna a variabilidade morfológica do fruto quase ilimitada, gerando estruturas muito distintas (Gonçalves & Lorenzi, 2011).
Outra forma de aprimorar o conhecimento e aprendizado, quando o assunto envolve morfologia de órgãos reprodutivos vegetais, é através da utilização de coleções biológicas, neste caso, o uso de uma carpoteca. Carpoteca, de um modo geral, significa coleção de frutos, idealizada com a finalidade principal de atender às diversas atividades de ensino e pesquisa.
A classificação dos frutos se dá, principalmente, pela sua estruturação externa, mas a caracterização interna também é um aspecto importante e relevante, que pode ser amplamente usado na distinção dos diferentes tipos. O conhecimento anatômico se aplica na avaliação das relações entre famílias, gêneros e espécies, e nas respostas para problemas estruturais e fisiológicos. O ensino para esta área da Botânica se faz por meio de imagens microscópicas provenientes de material botânico (órgãos vegetativos e reprodutivos) seccionado e preparado como lâminas histológicas.
O fruto é um órgão vegetal que está presente no nosso dia-a-dia, mas muitas vezes não é reconhecido como tal. Em geral, o conceito de fruta é utilitário (culinário) e na maioria das vezes, não equivale ao termo botânico fruto, como um órgão das Angiospermas, que contém em seu interior as sementes, originado da fecundação e transformação do ovário. Muitas frutas são consumidas por suas propriedades nutritivas e organolépticas e, de modo geral, todos os frutos comestíveis são frutas (Hurrell et al., 2010). A fecundação ocorre no óvulo, que se transforma na semente que contém o embrião.
Objetivo Geral
Elaborar ferramentas que contribuam ao aprimoramento e qualidade das aulas de Botânica, ministradas aos mais diversos cursos de graduação, possibilitando uma formação profissional adequada, com ênfase nas potencialidades naturais, contribuindo para a conservação e preservação da flora.