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30/07/2019 - 30/07/2020

Ciências Humanas - Antropologia

O projeto visa expandir e diversificar atividades e ações antropoéticas que coloquem em evidência a incontornável reflexividade sobre a “performance” (DAWSEI, 2005) do pesquisador em trabalho de campo, seja na fase de interpretação de dados, seja na restituição social da pesquisa; que propiciem a incorporação de fotografia, desenho, som e manipulação digital enquanto modos de agir e produzir sentidos que convocam à percepção e convidam a pensar e investir em narrativas complementares e alternativas à escrita verbal, oferecendo, assim uma leitura e percepção mais profunda do mundo incluindo silêncios, emoções, pensamentos em processo, e elementos indizíveis que podem ser traduzidos por meio de uma narrativa híbrida, que tem na fotografia uma primeira “pele” (SAMAIN, 2012) daquilo que buscamos Compreendendo a produção de narrativas híbridas como resultado da experimentação de múltiplos meios de registro e expressão que, no contexto da intersecção entre humanos e máquinas, tem nos dispositivos de registro eletrônicos extensões do humano que possibilitam diversas formas de percepção e simbolização das experiências vividas. compreender em múltiplas camadas, como algo inacabado, em contínuo processamento. Deste modo, entendendo a imagem como uma primeira camada de pensamento, que está aberta ao devir de novas mutações, compreendemos o método deste projeto como uma oportunidade de pensar a pós vida das imagens, permitindo que elas se alterem e agreguem outros elementos que não podem ser descritos ou captados pela escrita ou pelo registro fotográfico, mas que podem ser produzidos por meio da sobreposição de outras camadas de significados que emergem na relação dialógica estabelecida entre os interlocutores e o pesquisador. Nesse sentido, ao entender o fazer antropológico como um meio de confluência de diversos saberes, temporalidades, sentidos e inquietações, acredito que este projeto torne-se relevante no contexto de um campo de pesquisa contemporâneo, “experimental” (CARDOSO DE OLIVEIRA, 2006), vinculado tanto à “antropologia das emoções” (REZENDE; COELHO), quanto à “antropologia dos sentidos” (CLASSEN, 1997) e que me permite pensar a escrita etnográfica como um fazer inscrito no fluxo do tempo, integrando os diversos sentidos (INGOLD, 2015).