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28/04/2014 - 29/06/2016

Linguística, Letras e Artes - Artes - História da Arte

A presente pesquisa tem por objetivo mapear os espaços e iniciativas dedicados à exposição e comercialização de arte contemporânea na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul a partir da década de 1980. Através da cartografia desses espaços pretende-se discutir a presença da arte contemporânea na cidade por meio da identificação dos agentes envolvidos no processo de tornar visível a produção artística. Também serão apresentados aspectos relacionados à possibilidade de escrita da história da arte através das problemáticas oriundas do entendimento restrito a museus e arquivos como lugares de memória (NORA, 1993), já que, apesar da grande tradição artística da cidade, seus espaços expositivos tem se caracterizado pela pouca duração, com exceção das iniciativas ligadas a Universidade Federal de Pelotas, caso do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, fundado em 1986 pela professora e historiadora da arte Luciana Reis. Por outro lado, exposições de curta duração, organizadas por professores e alunos de cursos que atualmente integram o Centro de Artes da UFPel, pelo poder público municipal e estadual, assim como espaços mantidos por iniciativas particulares, tem pontuado a história da arte na cidade de forma cada vez mais dinâmica e renovada. Nesse contexto, pensar a transitoriedade e a efemeridade como características não só das obras, mas também de seus espaços de divulgação, permite compreender o processo de constituição de um sistema encarregado em legitimar e promover objetos de arte na contemporaneidade ao deslocar o foco de atenção da historiografia dos museus, lugares institucionais de salvaguarda da memória, para galerias e iniciativas de curta duração, espaços em deslocamento e detentores de outras perspectivas. Os novos espaços e iniciativas expositivas poderiam ser situados então entre os lugares de memória (NORA, 1993) que possibilitam a cristalização do passado em ambientes seguros e distantes das incertezas e da liquidez pós-moderna (BAUMAN, 1998) e os não-lugares (AUGE, 1994), criando uma outra espacialidade no sistema da arte contemporânea. A hipótese aqui é de que o campo de atuação simbólica desses eventos não estaria restrito apenas ao sistema da arte, mas a atividades coletivas transformadoras que interceptam significações sociais criando agenciamentos passíveis de serem percebidos como linhas de escrita para a história da arte contemporânea.