Nome do Projeto
A Copa 2014 segundo a percepção da população removida devido as obras de mobilidade na cidade de Porto Alegre: O Lado B do Megaevento
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
07/07/2014 - 07/07/2016
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo
Resumo
A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil foi anunciada pelo Comitê Executivo da FIFA em 2007, em Zurique na Suíça. Logo após, em 2009, foi definido que as Olimpíadas de 2016 seriam sediadas na cidade do Rio de Janeiro. Desde então, grande parte da população brasileira comemorou, acreditando que esses eventos seriam chances únicas para (i) o país mostrar suas qualidades naturais aos turistas, e (ii) o Governo investir em regiões precárias, ajudando desse modo no desenvolvimento urbano das cidades e mostrando, assim, que o Brasil é capaz de sediar eventos desse porte. Todavia, muitos dos problemas temas das manifestações históricas de junho de 2013 no Brasil estão relacionados diretamente às obras de preparação para a Copa e Olímpiadas, como os processos violentos de desapropriações de áreas ocupadas por moradias e o alto índice de corrupção e desvio de dinheiro público em obras superfaturadas. Dentro dessa problemática, o presente trabalho tem como foco identificar e analisar as desapropriações ocorridas na capital gaúcha, Porto Alegre. Moradias da antiga Vila Chocolatão, realocadas para o Loteamento Nova Chocolatão, no bairro Morro Santana; Vila Dique, atual Porto Novo no bairro Rubem Berta, e desapropriações ocorridas no bairro Cristal e Santa Teresa são os principais locais estudados,a fim de verificar em que condições essas remoções estão sendo realizadas do ponto de vista da legislação brasileira e dos direitos humanos defendidos pela ONU tendo como parâmetro a percepção dos usuários diretamente afetados. Somando-se aos argumentos já apresentados, também são encontrados problemas nas condições de infraestrutura que as novas residências são entregues; na maneira com que a população é retirada da sua moradia, visto que em alguns casos a violência prevalece; na ausência da participação da comunidade no projeto; na falta de um aviso prévio sobre a data da remoção, dentre outros. Considerando tal fato, nem sempre os jogos da Copa do Mundo são vistos como positivos para essa parcela da população, já que esses esperavam o desenvolvimento da área em que moravam e não que fossem removidos para zonas periféricas.

Objetivo Geral

Após a confirmação do evento da Copa no Brasil foram escolhidas 12 cidades para a realização dos jogos, sendo essas: Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), São Paulo (SP), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS), que será o foco da pesquisa. A partir de então, começaram os projetos de execução dos estádios e as obras de mobilidade e infraestrutura urbana. Dentro desse contexto, cabe destacar a falta de planejamento e organização das obras necessárias à realização do evento, visto que não há total transparência dos recursos utilizados até o momento, sendo constantes os aumentos em relação ao orçamento inicial, previsto em 2007. Ainda há a questão dos prazos, já que em muitas cidades sedes as obras estão atrasadas, fazendo com que os projetos tornem-se ainda mais onerosos para a União.

Dentro dessa problemática, o presente trabalho tem como foco identificar e analisar as desapropriações ocorridas na capital gaúcha, Porto Alegre. Moradias da antiga Vila Chocolatão, realocadas para o Loteamento Nova Chocolatão, no bairro Morro Santana; Vila Dique, atual Porto Novo no bairro Rubem Berta, e desapropriações ocorridas no bairro Cristal e Santa Teresa são os principais locais estudados,a fim de verificar em que condições essas remoções estão sendo realizadas do ponto de vista da legislação brasileira e dos direitos humanos defendidos pela ONU tendo como parâmetro a percepção dos usuários diretamente afetados.

Atualmente estima-se que oito mil famílias sejam realocadas na capital, totalizando uma média de 32 mil pessoas no caminho do legado da Copa. Dessa parcela da população, nem todos mostram-se satisfeitos, principalmente devido à localização da nova residência. No caso da Vila Chocolatão, muitos se declararam contra o novo loteamento, visto que a área encontra-se afastada, longe da fonte de renda desses moradores, que na maioria são catadores de lixo. Assim, consegue-se entender porque hoje 70% dos residentes do Loteamento Nova Chocolatão já foram embora.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
GABRIELA COSTA DA SILVA2007/07/201407/07/2016
GISELE SILVA PEREIRA103/03/201401/03/2016

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