Nome do Projeto
Tradução Teatral - Shakespeare em back-translation
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
26/05/2014 - 27/07/2018
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes - Letras - Literatura Comparada
Resumo
O projeto de pesquisa que ora se inicia pretende verificar este fenômeno relativamente novo que se apresenta: a demanda por tradução de uma tradução, de volta para a língua original da obra. Empregaremos neste estudo o termo em inglês, back translation. Em festivais de teatro dedicados à obra shakespeariana, companhias das mais diversas culturas de língua não inglesa são convidadas a se apresentar, o que exige dos organizadores do evento um esforço no sentido de proporcionar ao público espectador a tradução das falas dos espetáculos de volta para a língua inglesa. Assim, a definição tradicional de back translation (instrumento para verificação da qualidade de uma tradução) não serve mais, pois temos uma back translation que passa a ser uma tradução propriamente dita, encomendada com prazo a cumprir e dirigida a um público definido. Com esta pesquisa, queremos redefinir back translation dentro das terminologias usadas em Tradução Literária (ver projeto de pesquisa em andamento, Entre Tradução e Adaptação) e averiguar como se dá esse processo de back translation, usando para tanto três peças de Shakespeare (A Megera Domada, Otelo, Romeu e Julieta). Essa três peças partiram de traduções de Viégas-Faria, foram adaptadas para o palco em roteiros de Fagundes 2008, Bittencourt 2014 e Pereira 2002, respectivamente. A (retro)tradução dos roteiros para a língua inglesa contará então com mais de um texto fonte, quais sejam, o roteiro do diretor teatral (T1) em português e o texto shakespeariano (T0) em inglês, além da tradução de Viégas-Faria e de outras traduções publicadas no Brasil. Isso posto, fica-se com as seguintes questões a serem respondidas: como o tradutor lida com um texto fonte (roteiro para o palco) que tem outro texto fonte (a peça de Shakespeare)? A que recursos ele recorre? etc. Os únicos textos encontrados que tratam desse tipo de back translation são de Griesel (2007 e 2009) e discutem, na verdade, como essa back translation é apresentada no palco - mais que de fato como se dá o processo tradutório. Portanto, a pesquisa que se quer implementar com este Projeto é original no campo de Estudos da Tradução, como reconhece Venuti (comunicação pessoal, 2013).

Objetivo Geral

O projeto partirá das proposições de Paulo Henriques Britto (2012) acerca da tradução literária e da potencialidade tradutória de todo e qualquer texto criativo, independente do gênero ou do suporte em que se apresente, como parte do embasamento teórico que deverá fundamentar a atividade de tradução inversa e subsequente legendagem das gravações de performances das seguintes peças:
• “Romeu e Julieta”, com direção de William Pereira, encenada em 2002 em São Paulo, a partir da tradução de Beatriz Viégas-Faria para a editora L±
• “A megera domada”, com direção de Patricia Fagundes, encenada em 2008 em Porto Alegre, a partir de tradução de Beatriz Viégas-Faria para a companhia teatral Cia Rústica;
• “Otelo”, com direção de Jefferson Bittencourt, encenada em 2014 em Florianópolis, a partir de tradução de Beatriz Viégas-Faria para a editora L&PM.
Outras peças shakespearianas com traduções brasileiras poderão também ser traduzidas de volta para o inglês, transformando este Projeto de Pesquisa em um projeto de maior fôlego, se assim for aceito pela Câmara de Pesquisa do CLC/UFPel, por meio de solicitações de prorrogação de prazo.

Além de Henriques Britto, devem constar como base teórica para análise dos processos tradutórios e textos finais de back translation os textos de Lawrence Venuti (1995, 2013 e outros), principalmente no que diz respeito a traduções “domesticadoras” e “estrangeirizadoras”. Será interessante discutir o seguinte: há diretores teatrais brasileiros que roteirizam Shakespeare de modo a “domesticá-lo”, isto é, abrasileirar o texto; na hora de retrotraduzir esses roteiros, teremos consequentemente peças shakespearianas em inglês “estrangeirizadas”? Será este um aparente paradoxo inerente às back translations?

Prevê-se que em quatro anos a pesquisa possa ser desenvolvida em todas as suas etapas, devendo estar prontos os textos para publicação em fim de julho de 2018. Só em agosto de 2018 os textos serão encaminhados para publicação – dando ainda tempo para revisões, editoração etc, até agosto de 2019 (quando então os textos deverão estar impressos ou eletronicamente disponíveis).

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
LOREN CRISTINE FERREIRA CUADROS2026/05/201431/12/2015
LOREN CRISTINE FERREIRA CUADROS1201/08/201428/02/2015
MARCIO DE LA TORRE MARIANO1201/03/201531/07/2015
RODRIGO BILHALVA MONCKS1201/09/201631/08/2017

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