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30/09/2016 - 30/09/2019

Ciências Humanas - História - História Antiga e Medieval

Supondo o espaço das relações familiares e privadas como um espaço de ação privilegiada de poder, especialmente para o contexto do medievo ibérico, nos propomos investigar quais foram às possibilidades de protagonismo feminino no seio da nobreza castelhana e aragonesa nos diferentes cenários de enfrentamentos e tensões de natureza política. Neste ambiente de emergência de poderes normatizadores, seguiremos as trilhas deixadas por uma mulher, Dona Violante ( 1226-1300),rainha de Afonso X. Em que pese o pouco que se conhece da amplitude da ação da rainha no reinado de Afonso X, sabe-se de sua agencia enquanto protagonista polêmica cujo papel, não recebeu, ainda, uma adequada investigação. Violante, filha do Rei Jaime, o Conquistador (1213-76), de Aragão, chegou à Corte de Castela com 12 anos de idade e Afonso contava na ocasião com 25 anos, ambos aguardaram dois anos para a consolidação do casamento. Pelas informações que chegam pelo texto de D. Antonio Ballesteros, o casal real teve uma vida conjugal marcada por muitos enfrentamentos de natureza política. São, justamente, estes enfrentamentos que nos chamam a atenção neste projeto. Como homens e mulheres experimentam realidades de violência endêmica própria de um contexto beligerante? Importa pensar as articulações entre poderes e as praticas violentas, e, portanto, cabe-nos pensar o conceito de violência como uma das faces possíveis para o reconhecimento da atuação do poder sobre o tecido social ibérico. Para tanto serão analisadas algumas das 427 Cantigas de Santa Maria bem com textos normativos elaborados no período de Afonso X, o Sábio. Além disso, será objeto de estudo o próprio testamento do Rei Afonso X , importante documento no que se refere ao tratamento dispensado à sua Rainha Dona Violante.