Nome do Projeto
Dinâmica urbana do ciclo de Dioctophyme renale (Nematoda: Enoplida) no extremo sul do Brasil
Ênfase
PESQUISA
Data inicial - Data final
01/01/2020 - 01/01/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Biológicas - Parasitologia
Resumo
Dioctophyme renale (Goeze, 1782), o verme gigante do rim, tem sido relatado parasitando várias espécies de carnívoros silvestres (canídeos e mustelídeos) e cães domésticos em diversos países. O nematóide é frequentemente encontrado no rim direito, raramente em ambos os rins, no entanto há relatos de casos onde os helmintos foram encontrados na cavidade peritoneal de cães (Anderson, 2000).
O ciclo de vida da espécie inicia com a eliminação dos ovos juntamente com a urina do hospedeiro definitivo (carnívoros) no ambiente aquático, em cerca de 35 dias a temperatura de 20°C, ocorre o desenvolvimento da larva de primeiro estágio dentro do ovo. O ovo é ingerido por oligoquetos aquáticos (hospedeiros intermediários), nos quais se desenvolve a larva de terceiro estágio infectante. Peixes e anuros são citados como hospedeiros paratênicos, os quais se infectam pela ingestão de oligoquetos aquáticos com a larva de terceiro estágio. O hospedeiro definitivo por sua vez se infecta ingerindo hospedeiro intermediário ou paratênico infectado com a larva de terceiro estágio de D. renale (Mace & Anderson, 1975). Mascarenhas & Müller (2014) relataram pela primeira vez larvas de terceiro estágio em quelônios de água doce no extremo sul do Brasil. Neste estudo, os autores registraram que na área urbana do município de Pelotas, Rio Grande do Sul, a prevalência de larvas de terceiro estágio em Trachemys dorbigni (Dumérial & Bibron, 1835) (Emydidae) foi de 87,5%, no entanto, não consideraram este quelônio como um hospedeiro capaz de dar continuidade ao ciclo de D. renale na região, embora este relato constitua um alerta para a dioctofimatose canina no município, onde a população de cães é de aproximadamente 66.723 animais (46.706 semi-domiciliados, 13.345 domiciliados e 6.672 de rua) (Prefeitura Municipal de Pelotas, 2012).). Mascarenhas & Müller (2014) sugeriram que a presença de cães infectados eliminando ovos, constantemente, nos ecossistemas aquáticos urbanos, contribua para manutenção do ciclo na região, somando-se, a presença de oligoquetos (hospedeiros intermediários) em altas densidades, devido aos processos de eutrofização dos corpos d’ água pela deposição de nutrientes orgânicos provenientes de ações antrópicas.
Objetivo Geral
O pouco conhecimento sobre a biologia de D. renale no continente sul-americano e os inúmeros casos de dioctofimatose canina no Brasil, somados ao reconhecido potencial zoonótico da espécie, formam a tríade que motivaram a elaboração deste projeto, o qual tem como objetivo investigar os possíveis hospedeiros paratênicos e intermediários de D. renale, bem como as variáveis ambientais aquáticas na zona urbana da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, uma vez que neste município casos de dioctofimatose canina vêm sendo observados e uma significativa prevalência de larvas de terceiro estágio foram encontradas em quelônios de água doce provenientes de canais pluviais urbanos. Nesse contexto, pretende-se:
- identificar os possíveis hospedeiros intermediários e paratênicos envolvidos no ciclo deste helminto;
- analisar a qualidade do ambiente aquático dos canais urbanos através das variáveis físico-químicas: transparência, temperatura e oxigênio dissolvidos na água, pH, condutividade e compostos nitrogenados;
- realizar a caracterização molecular das larvas encontradas em peixes, anuros e quelônios (possíveis hospedeiros intermediários e/ou paratênicos);
- realizar a caracterização molecular de helmintos adultos encontrados em cães domésticos (hospedeiros definitivos) provenientes da zona urbana de Pelotas.
- identificar os possíveis hospedeiros intermediários e paratênicos envolvidos no ciclo deste helminto;
- analisar a qualidade do ambiente aquático dos canais urbanos através das variáveis físico-químicas: transparência, temperatura e oxigênio dissolvidos na água, pH, condutividade e compostos nitrogenados;
- realizar a caracterização molecular das larvas encontradas em peixes, anuros e quelônios (possíveis hospedeiros intermediários e/ou paratênicos);
- realizar a caracterização molecular de helmintos adultos encontrados em cães domésticos (hospedeiros definitivos) provenientes da zona urbana de Pelotas.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANA BEATRIZ DEVANTIER HENZEL | 1 | 01/01/2020 | 01/01/2021 |
CARLA COELHO PORTO | 2 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
JOSAINE CRISTINA DA SILVA RAPPETI | 1 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
JULIA VEIGA PEREIRA | 1 | 01/01/2020 | 01/12/2021 |
JULIANA HINZ WOLTER | 4 | 01/08/2020 | 01/01/2022 |
JULIANA HINZ WOLTER | 20 | 01/08/2019 | 31/07/2020 |
LUIZ FERNANDO MINELLO | 1 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
MAIRA APARECIDA CHRISTELLO TRINDADE | 2 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
MARCO ANTONIO AFONSO COIMBRA | 1 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
MARIA ELISABETH AIRES BERNE | 1 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
RICARDO BERTEAUX ROBALDO | 1 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
THAINÁ DUTRA VIEIRA | 2 | 01/01/2020 | 01/01/2022 |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
CAPES/PROAP | R$ 1.300,00 |