Nome do Projeto
Laboratório de Virologia e Imunologia Veterinária - Fase 3
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/01/2026 - 31/12/2029
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Eixo Temático (Principal - Afim)
Saúde / Tecnologia e Produção
Linha de Extensão
Saúde Animal
Resumo
O consumo mundial de carne bovina deve atingir 57,72 milhões de toneladas no ano de 2025, de acordo com projeção realizada pelo USDA. No entanto, muitos países não produzem quantidade suficiente da proteína para suprir a demanda local e recorrem à importação. Dentre os países importadores, destaca-se a Turquia, que em 2023 importou cerca de 63% do gado vivo exportado pelo Brasil. Para que o trânsito de animais para outros países ocorra, um Certificado Zoosanitário Internacional (CZI) deve ser emitido. Seu objetivo é atestar as condições sanitárias dos animais do país de origem para o país de destino. Os testes diagnósticos, sejam eles sorológicos ou moleculares, auxiliam na detecção de enfermidades de interesse ao país importador. Dentre os agentes etiológicos que requerem diagnóstico para a exportação de gado vivo, o vírus da diarreia viral bovina (BVDV) causa sintomatologia gastrintestinal e respiratória, além de possuir potencial imunossupressor. Todavia, seu grande impacto está no âmbito reprodutivo, visto que esse agente pode ocasionar abortos e malformações fetais. O vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina (BoAHV-1), por sua vez, causa problemas respiratórios e reprodutivos. Além disso, os animais infectados permanecem portadores para o resto da vida. A leucose enzoótica bovina (LEB), causada pelo vírus da leucemia bovina (BLV), se apresenta principalmente através de linfocitose persistente ou formação de tumores, sendo os linfócitos B os principais infectados, tornando o animal portador do vírus pelo resto da vida. As perdas econômicas estão relacionadas ao abate prematuro, redução na produção de leite e restrições comerciais onde tenham sido implementados programas oficiais de controle da doença. A paratuberculose, por sua vez, é causada pelo Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (MAP) e é uma doença entérica que leva ao emagrecimento progressivo dos animais, podendo chegar ao estado de caquexia. Entretanto, a maioria dos casos são assintomáticos, o que dificulta a identificação. Assim como o BVDV, também pode causar perdas econômicas, como a redução na produção de leite. Neste sentido, este projeto visa a prestação de serviço de diagnóstico sorológico e molecular das principais enfermidades infecciosas dos bovinos, que cursam com problemas produtivos, reprodutivos ou que impeçam a exportação de gado bovino vivo. O diagnóstico será realizado, ainda, para produtores de gado de leite e de corte na área de abrangência do Laboratório de Virologia e Imunologia, da Faculdade de Veterinária da UFPel. A execução do projeto visa, também, a participação e treinamento de discentes em nível de graduação e pós-graduação em um projeto de extensão. Os alunos participarão ativamente das etapas diagnósticas e da análise de dados. Como resultados positivos espera-se contribuir para o incremento nos índices reprodutivos de bovinos, aumentando a lucratividade no setor, além de permitir a chancela para exportação de gado vivo.
Objetivo Geral
Realização de diagnóstico sorológico e molecular das principais enfermidades reprodutivas e/ou que impeçam a exportação de bovinos, para pequenos e grandes produtores de gado de leite e de corte, bem como para empresas exportadoras de gado, com a participação e treinamento de discentes em nível de graduação e pós-graduação.
Justificativa
A bovinocultura é uma atividade econômica que ocupa posição de destaque no Brasil, país com o maior rebanho bovino do mundo, somando mais de 200 milhões de cabeças de gado. Além disso, o país é o maior exportador deste tipo de carne, reforçando a importância econômica deste setor. Contudo, apesar do destaque no cenário internacional de produção e comercialização de carne bovina, vários fatores, como doenças infecciosas e reprodutivas são responsáveis pela redução dos índices de produção no país.
A eficiência reprodutiva é fundamental para a manutenção da lucratividade nos sistemas de produção animal. As falhas reprodutivas possuem impacto direto promovendo uma diminuição na lucratividade. Frequentemente, a causa das perdas reprodutivas está relacionada à ocorrência de doenças infecciosas, tais como a diarreia viral bovina (DVB), rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e língua azul (bluetongue), acarretando grandes prejuízos econômicos a pecuária de leite e de corte. A diarreia viral bovina é uma doença causada por um vírus RNA, da família Flaviviridae, gênero Pestivirus. A infecção pelo vírus da diarreia viral bovina (VDVB) pode resultar em uma grande variabilidade de sinais clínicos como aborto e retorno ao cio, presença de eritemas, erosões no aparelho digestivo (doença das mucosas) e trombocitopenia. Quando a infecção ocorre em fêmeas prenhes, antes do feto se tornar imunocompetente, existe o risco de nascimento de terneiros imunotolerantes ao vírus e que permanecem persistentemente infectados por toda a vida. Estes animais são responsáveis pela eliminação permanente de BVDV para o ambiente contaminando outros animais. A infecção pelo VDVB possui distribuição mundial com uma prevalência de anticorpos entre 70 a 80% dos animais e até 80% dos rebanhos bovinos na América do Norte e Europa. No Brasil, em diversos inquéritos sorológicos foram detectados índices de positividade que variaram entre 34,5 e 74,7%.
A rinotraqueíte infecciosa bovina, causada pelo alphaherpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1), da família herpesviridae, ocorre em animais de todas as idades, comprometendo os aparelhos respiratório, reprodutivo e sistema nervoso central. Na forma reprodutiva, os prejuízos são maiores, pois se instalam os quadros de infertilidade, balanopostite e aborto. A situação agrava-se pelo fato do sêmen veicular o vírus, disseminando-o pela inseminação artificial. A ausência de medidas de controle tem facilitado a disseminação da doença em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com incremento nos casos de diagnóstico.
Causada por um Orbivírus, a língua azul é uma doença não contagiosa, transmitida por dípteros do gênero Culicoides, que afeta ruminantes domésticos e selvagens. Considerada re-emergente, causa aborto em vacas, queda do desempenho reprodutivo, perda de condição corporal e redução na produção de leite. Os surtos em bovinos são esporádicos, a morbidade variável (geralmente em torno de 5%) e a mortalidade muito baixa ou nula. No entanto, a restrição internacional de movimentação animal e seus germoplasmas é uma causa importante de perda econômica relacionada ao vírus da língua azul - VLA. Esta enfermidade foi incluída entre as seis doenças com o maior risco sanitário para os rebanhos europeus. No Mercosul, a movimentação do rebanho entre países exige uma análise obrigatória da presença do VLA ou de anticorpos (sorologia) nos animais ou em seus produtos. No Brasil, a presença sorológica do vírus foi detectada em 12 estados da Federação, mas até o momento nenhum programa de prevenção foi implementado.
Além de problemas reprodutivos, outros fatores podem estar envolvidos com a diminuição dos ganhos gerados pela bovinocultura. A leucose enzoótica bovina acarreta prejuízos econômicos relacionados à condenação de carcaças nos frigoríficos, descarte prematuro de animais, custo de diagnóstico e perdas na exportação para mercados que exigem animais livres da infecção. É uma enfermidade causada por um retrovírus, comum em bovinos, prevalente em diversos estados do Brasil e no mundo. O vírus é transmitido de forma horizontal, pelo uso de fômites contaminados como agulhas, instrumentos cirúrgicos e palpação retal. Estudos sorológicos comprovam a ocorrência da enfermidade no país, com índices que alcançam até 54%. Estes estudos são fundamentais para a detecção da enfermidade, uma vez que mais de 95% dos animais infectados pelo vírus da leucose bovina não manifestam clinicamente a doença, embora possam transmiti-la.
Com perdas econômicas estimadas em um bilhão e meio de dólares nos Estados Unidos, a paratuberculose bovina, uma doença intestinal crônica causada pela micobactéria Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (Map), é uma importante causa de perdas econômicas na bovinocultura. Essas perdas devem-se a diminuição da produção, descarte prematuro dos animais, maior susceptibilidade a outras enfermidades, redução na fertilidade e aumento nos custos sanitários. No Brasil a enfermidade já foi relatada em diversos estados. A paratuberculose bovina é caracterizada por diarreia crônica e mal cheirosa, resistente a tratamentos medicamentosos ou de suporte. O processo inflamatório crônico intestinal desencadeia um conjunto de alterações em cascata, produzindo a síndrome de má absorção que pode ser traduzido por diarreia em arco, desidratação acentuada, perda de peso, acidose, sede, fome, ausência de febre, queda brusca na produção de leite, aumento dos casos de mastite, infertilidade, caquexia geral e morte.
Considerando tais aspectos, especialmente aqueles relacionados aos embargos econômicos com a exportação de carne ou gado bovino, bem como a redução de índices produtivos e reprodutivos (e consequentemente da lucratividade) da pecuária de bovinos e corte e leite, é imprescindível o diagnóstico das principais enfermidades infecciosas, tais como a diarréia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina, leucose enzoótica bovina, paratuberculose e língua azul. De posse da incidência destas enfermidades nos rebanhos, pecuaristas podem tomar medidas no sentido de minimizar as perdas e aumentar a lucratividade.
A eficiência reprodutiva é fundamental para a manutenção da lucratividade nos sistemas de produção animal. As falhas reprodutivas possuem impacto direto promovendo uma diminuição na lucratividade. Frequentemente, a causa das perdas reprodutivas está relacionada à ocorrência de doenças infecciosas, tais como a diarreia viral bovina (DVB), rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e língua azul (bluetongue), acarretando grandes prejuízos econômicos a pecuária de leite e de corte. A diarreia viral bovina é uma doença causada por um vírus RNA, da família Flaviviridae, gênero Pestivirus. A infecção pelo vírus da diarreia viral bovina (VDVB) pode resultar em uma grande variabilidade de sinais clínicos como aborto e retorno ao cio, presença de eritemas, erosões no aparelho digestivo (doença das mucosas) e trombocitopenia. Quando a infecção ocorre em fêmeas prenhes, antes do feto se tornar imunocompetente, existe o risco de nascimento de terneiros imunotolerantes ao vírus e que permanecem persistentemente infectados por toda a vida. Estes animais são responsáveis pela eliminação permanente de BVDV para o ambiente contaminando outros animais. A infecção pelo VDVB possui distribuição mundial com uma prevalência de anticorpos entre 70 a 80% dos animais e até 80% dos rebanhos bovinos na América do Norte e Europa. No Brasil, em diversos inquéritos sorológicos foram detectados índices de positividade que variaram entre 34,5 e 74,7%.
A rinotraqueíte infecciosa bovina, causada pelo alphaherpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1), da família herpesviridae, ocorre em animais de todas as idades, comprometendo os aparelhos respiratório, reprodutivo e sistema nervoso central. Na forma reprodutiva, os prejuízos são maiores, pois se instalam os quadros de infertilidade, balanopostite e aborto. A situação agrava-se pelo fato do sêmen veicular o vírus, disseminando-o pela inseminação artificial. A ausência de medidas de controle tem facilitado a disseminação da doença em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com incremento nos casos de diagnóstico.
Causada por um Orbivírus, a língua azul é uma doença não contagiosa, transmitida por dípteros do gênero Culicoides, que afeta ruminantes domésticos e selvagens. Considerada re-emergente, causa aborto em vacas, queda do desempenho reprodutivo, perda de condição corporal e redução na produção de leite. Os surtos em bovinos são esporádicos, a morbidade variável (geralmente em torno de 5%) e a mortalidade muito baixa ou nula. No entanto, a restrição internacional de movimentação animal e seus germoplasmas é uma causa importante de perda econômica relacionada ao vírus da língua azul - VLA. Esta enfermidade foi incluída entre as seis doenças com o maior risco sanitário para os rebanhos europeus. No Mercosul, a movimentação do rebanho entre países exige uma análise obrigatória da presença do VLA ou de anticorpos (sorologia) nos animais ou em seus produtos. No Brasil, a presença sorológica do vírus foi detectada em 12 estados da Federação, mas até o momento nenhum programa de prevenção foi implementado.
Além de problemas reprodutivos, outros fatores podem estar envolvidos com a diminuição dos ganhos gerados pela bovinocultura. A leucose enzoótica bovina acarreta prejuízos econômicos relacionados à condenação de carcaças nos frigoríficos, descarte prematuro de animais, custo de diagnóstico e perdas na exportação para mercados que exigem animais livres da infecção. É uma enfermidade causada por um retrovírus, comum em bovinos, prevalente em diversos estados do Brasil e no mundo. O vírus é transmitido de forma horizontal, pelo uso de fômites contaminados como agulhas, instrumentos cirúrgicos e palpação retal. Estudos sorológicos comprovam a ocorrência da enfermidade no país, com índices que alcançam até 54%. Estes estudos são fundamentais para a detecção da enfermidade, uma vez que mais de 95% dos animais infectados pelo vírus da leucose bovina não manifestam clinicamente a doença, embora possam transmiti-la.
Com perdas econômicas estimadas em um bilhão e meio de dólares nos Estados Unidos, a paratuberculose bovina, uma doença intestinal crônica causada pela micobactéria Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (Map), é uma importante causa de perdas econômicas na bovinocultura. Essas perdas devem-se a diminuição da produção, descarte prematuro dos animais, maior susceptibilidade a outras enfermidades, redução na fertilidade e aumento nos custos sanitários. No Brasil a enfermidade já foi relatada em diversos estados. A paratuberculose bovina é caracterizada por diarreia crônica e mal cheirosa, resistente a tratamentos medicamentosos ou de suporte. O processo inflamatório crônico intestinal desencadeia um conjunto de alterações em cascata, produzindo a síndrome de má absorção que pode ser traduzido por diarreia em arco, desidratação acentuada, perda de peso, acidose, sede, fome, ausência de febre, queda brusca na produção de leite, aumento dos casos de mastite, infertilidade, caquexia geral e morte.
Considerando tais aspectos, especialmente aqueles relacionados aos embargos econômicos com a exportação de carne ou gado bovino, bem como a redução de índices produtivos e reprodutivos (e consequentemente da lucratividade) da pecuária de bovinos e corte e leite, é imprescindível o diagnóstico das principais enfermidades infecciosas, tais como a diarréia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina, leucose enzoótica bovina, paratuberculose e língua azul. De posse da incidência destas enfermidades nos rebanhos, pecuaristas podem tomar medidas no sentido de minimizar as perdas e aumentar a lucratividade.
Metodologia
O diagnóstico sorológico das principais enfermidades que cursam com problemas reprodutivos nos bovinos, bem como daquelas que servem como barreira à sua exportação, será realizado no Laboratório de Virologia e Imunologia - Labvir, da Faculdade de Veterinária da UFPel, com a participação de servidores de discentes da Universidade. O sangue será colhido por pecuaristas de todo o estado, especialmente da região do pampa gaúcho, bem como por veterinários de empresas que realizam rotineiramente a exportação de gado, e encaminhado ao Labvir. Após a centrifugação, o soro será congelado a -20º C até o momento da realização das análises sorológicas.
A detecção de anticorpos específicos contra os agentes da diarreia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina e paratuberculose bovina se dará por um teste imunoenzimático do tipo ELISA indireto, conforme recomendação dos fabricantes.
Resumidamente, para detecção de anticorpos para paratuberculose bovina, os soros serão diluídos 1:12 e, após etapa de incubação de 45 minutos, as placas serão lavadas para colocação do conjugado. Após nova etapa de incubação por 30 minutos e lavagem, se colocará o substrato. A leitura das placas, após 15 minutos deverá se dar a 450nm.
Na avaliação para diarreia viral bovina, 100 µl do soro deverão ser colocados na placa de ELISA e, após incubação por uma hora, seguida de uma etapa de lavagem, se acrescentará um anticorpo primário biotinilado. Após incubação por uma hora e nova lavagem, se acrescentará a avidina conjugada com peroxidase. Depois de uma hora de incubação, a lavagem das placas será sucedida pela colocação do substrato. A leitura das placas deverá ocorrer a 450 nm.
Para o diagnóstico molecular do vírus da diarreia viral bovina por qRT-PCR, o RNA viral será extraído das amostras de sangue com kit comercial e, após, o cDNA e sua amplificação será realizada com kit comercial. A interpretação dos resultados se dará de acordo com recomendações do Kit diagnóstico.
A resposta humoral contra infecções pelos vírus da leucose enzoótica bovina e língua azul será detectada por um teste imunoenzimático do tipo ELISA de competição, de acordo com recomendações do fabricante. Resumidamente, em ambos os casos, os soros serão colocados nas placas sem diluição previa. Após incubação que varia entre 15 e 45 minutos, coloca-se o conjugado e, após nova etapa de incubação, o substrato. As placas para detecção de anticorpos contra o virus da leucose enzoótica bovina deverão ser lidas a 450 nm, enquanto que as de língua azul deverão ser lidas a 630 nm.
Após a realização dos exames sorológicos e moleculares, será emitido laudo indicando a presença ou ausência das enfermidades em questão, que será entregue ao proprietário dos animais. Neste momento, será feita uma análise, com o proprietário, a respeito das medidas necessárias para controle das enfermidades, permitindo que sejam tomadas medidas no sentido de minimizar o seu impacto sobre o rebanho. O mesmo laudo será emitido para lotes de animais destinados à exportação, permitindo às empresas exportadoras, a segregação dos animais positivos, o que é exigido pelo mercado comprador.
A detecção de anticorpos contra os vírus da Rinotraqueíte Infecciosa Bovina e da Diarreia Viral Bovina também se dará pela técnica de soroneutralização. Resumidamente, cada será diluído individualmente em base logarítmica 2 de 1:2 a 1:256. Após a sua distribuição (25 µl) em placas de poliestireno, serão adicionados 25 µl de suspensão do vírus BoHV-1 ou BVDV contendo 100 CCID50%. Após incubação por 1 h a 37 ºC em ambiente com 5% de CO2, aproximadamente 30.000 células MDBK serão adicionadas por poço. As microplacas retornarão à incubadora até serem lidas em microscópio invertido, quando os 100 CCID50% foram observados nas células controle. A ausência de efeito citopático será uma indicação da neutralização viral por anticorpos neutralizantes. O título de anticorpos será calculado pelo método estatístico de Behrends & Kärber (Mayr et al., 1982) e será representado pela maior diluição do soro capaz de neutralizar 100 CCID 50% do vírus.
Em todas as etapas do projeto haverá a participação de discentes em nível de graduação e pós-graduação da UFPel. Para que isso seja possível, todos os alunos passarão por treinamento em boas práticas de laboratório, além de treinamento e participação em técnicas de diagnóstico que visem a identificação de doenças reprodutivas dos bovinos. Além disso, os discentes irão participar das reuniões semanais realizadas no Labvir, momento em que há a discussão em torno de artigos científicos e outros grupos de pesquisa, discussão dos resultados obtidos nos diagnósticos realizados no Laboratório, bem como atualização sobre técnicas diagnósticas. É um momento de convívio também com o pecuaristas da região, no momento de tomada de decisões, no momento da entrega dos laudos diagnósticos.
A detecção de anticorpos específicos contra os agentes da diarreia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina e paratuberculose bovina se dará por um teste imunoenzimático do tipo ELISA indireto, conforme recomendação dos fabricantes.
Resumidamente, para detecção de anticorpos para paratuberculose bovina, os soros serão diluídos 1:12 e, após etapa de incubação de 45 minutos, as placas serão lavadas para colocação do conjugado. Após nova etapa de incubação por 30 minutos e lavagem, se colocará o substrato. A leitura das placas, após 15 minutos deverá se dar a 450nm.
Na avaliação para diarreia viral bovina, 100 µl do soro deverão ser colocados na placa de ELISA e, após incubação por uma hora, seguida de uma etapa de lavagem, se acrescentará um anticorpo primário biotinilado. Após incubação por uma hora e nova lavagem, se acrescentará a avidina conjugada com peroxidase. Depois de uma hora de incubação, a lavagem das placas será sucedida pela colocação do substrato. A leitura das placas deverá ocorrer a 450 nm.
Para o diagnóstico molecular do vírus da diarreia viral bovina por qRT-PCR, o RNA viral será extraído das amostras de sangue com kit comercial e, após, o cDNA e sua amplificação será realizada com kit comercial. A interpretação dos resultados se dará de acordo com recomendações do Kit diagnóstico.
A resposta humoral contra infecções pelos vírus da leucose enzoótica bovina e língua azul será detectada por um teste imunoenzimático do tipo ELISA de competição, de acordo com recomendações do fabricante. Resumidamente, em ambos os casos, os soros serão colocados nas placas sem diluição previa. Após incubação que varia entre 15 e 45 minutos, coloca-se o conjugado e, após nova etapa de incubação, o substrato. As placas para detecção de anticorpos contra o virus da leucose enzoótica bovina deverão ser lidas a 450 nm, enquanto que as de língua azul deverão ser lidas a 630 nm.
Após a realização dos exames sorológicos e moleculares, será emitido laudo indicando a presença ou ausência das enfermidades em questão, que será entregue ao proprietário dos animais. Neste momento, será feita uma análise, com o proprietário, a respeito das medidas necessárias para controle das enfermidades, permitindo que sejam tomadas medidas no sentido de minimizar o seu impacto sobre o rebanho. O mesmo laudo será emitido para lotes de animais destinados à exportação, permitindo às empresas exportadoras, a segregação dos animais positivos, o que é exigido pelo mercado comprador.
A detecção de anticorpos contra os vírus da Rinotraqueíte Infecciosa Bovina e da Diarreia Viral Bovina também se dará pela técnica de soroneutralização. Resumidamente, cada será diluído individualmente em base logarítmica 2 de 1:2 a 1:256. Após a sua distribuição (25 µl) em placas de poliestireno, serão adicionados 25 µl de suspensão do vírus BoHV-1 ou BVDV contendo 100 CCID50%. Após incubação por 1 h a 37 ºC em ambiente com 5% de CO2, aproximadamente 30.000 células MDBK serão adicionadas por poço. As microplacas retornarão à incubadora até serem lidas em microscópio invertido, quando os 100 CCID50% foram observados nas células controle. A ausência de efeito citopático será uma indicação da neutralização viral por anticorpos neutralizantes. O título de anticorpos será calculado pelo método estatístico de Behrends & Kärber (Mayr et al., 1982) e será representado pela maior diluição do soro capaz de neutralizar 100 CCID 50% do vírus.
Em todas as etapas do projeto haverá a participação de discentes em nível de graduação e pós-graduação da UFPel. Para que isso seja possível, todos os alunos passarão por treinamento em boas práticas de laboratório, além de treinamento e participação em técnicas de diagnóstico que visem a identificação de doenças reprodutivas dos bovinos. Além disso, os discentes irão participar das reuniões semanais realizadas no Labvir, momento em que há a discussão em torno de artigos científicos e outros grupos de pesquisa, discussão dos resultados obtidos nos diagnósticos realizados no Laboratório, bem como atualização sobre técnicas diagnósticas. É um momento de convívio também com o pecuaristas da região, no momento de tomada de decisões, no momento da entrega dos laudos diagnósticos.
Indicadores, Metas e Resultados
- determinação da soroprevalência da diarreia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina, língua azul, leucose enzoótica bovina e paratuberculose em rebanhos bovinos de corte e de leite;
- realização de diagnóstico sorológico;
- realização de diagnóstico molecular (PCR, RT-PCR, qPCR, RT-qPCR);
- chancela para exportação de bovinos de corte;
- treinamento de alunos de graduação e pós-graduação;
- publicação de artigos científicos em periódico de circulação nacional e/ou internacional.
- incremento de renda na pecuária de corte e de leite, especialmente da região sul do estado do Rio Grande do Sul;
- redução das desigualdades sociais e estímulo à permanência do homem no campo, através de um sistema produtivo na pecuária, com maior lucratividade.
- realização de diagnóstico sorológico;
- realização de diagnóstico molecular (PCR, RT-PCR, qPCR, RT-qPCR);
- chancela para exportação de bovinos de corte;
- treinamento de alunos de graduação e pós-graduação;
- publicação de artigos científicos em periódico de circulação nacional e/ou internacional.
- incremento de renda na pecuária de corte e de leite, especialmente da região sul do estado do Rio Grande do Sul;
- redução das desigualdades sociais e estímulo à permanência do homem no campo, através de um sistema produtivo na pecuária, com maior lucratividade.
Equipe do Projeto
| Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
|---|---|---|---|
| FLÁVIA BARTZ NUNES | |||
| GABRIEL DA SILVA ZANI | |||
| GEFERSON FISCHER | 5 | ||
| GILBERTO D'ÁVILA VARGAS | 3 | ||
| GUILHERME SOUZA FIRPO | |||
| HENRIQUE MÜLLER DALLMANN | 3 | ||
| IZADORA DUMMER WEBER | |||
| JOSE CARLOS ROSLER SANDRINI | 3 | ||
| MARCELO DE LIMA | 5 | ||
| SILVIA DE OLIVEIRA HUBNER | 3 | ||
| VICENTE BARISCH OTT |