Nome do Projeto
Brincando de faz-de-conta: teatro no Instituto Nossa Senhora da Conceição
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
12/03/2019 - 29/01/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Cultura
Linha de Extensão
Artes cênicas
Resumo
Trata-se de um projeto do curso de Teatro da UFPel em parceria com o Instituto Nossa Senhora da Conceição que tem como foco propiciar vivências teatrais para as crianças atendidas pela Instituição.

Objetivo Geral

Geral:
- Construir conhecimento no campo do fazer teatral com as crianças atendidas pelo Instituto.

Específicos:
- promover a vivência de jogos e resgatar a experiência lúdica através das brincadeiras,
- introduzir os fundamentos da linguagem teatral,
- desenvolver a expressão corporal,
- estimular a criatividade e a ampliação do imaginário,
- instigar a formação de vínculos afetivos,
- incentivar a socialização,
- gerar o princípio da autonomia através do jogo e suas regras,
- aumentar a qualidade de vida das crianças.

Justificativa

No contexto brasileiro em que as diferenças sociais e econômicas têm se tornado cada vez mais evidentes, em que a intolerância e a violência têm aumentado de modo alarmante, projetos que desenvolvem conhecimento em teatro são cada vez mais necessários.
O "Brincando de faz-de-conta" é um projeto de extensão que realiza oficinas de teatro para as alunas em situação de vulnerabilidade social, atendidas pelo Instituto Nossa Senhora da Conceição, no contra turno das aulas escolares. Duas turmas, com cerca de 25 alunas em cada, recebem semanalmente aulas de teatro que introduzem os princípios básicos da linguagem cênica.
Pesquisadores como o historiador Huizinga abordam em seus estudos a importância do jogo como ferramenta para a construção de conhecimento do ser humano. Em "Homo ludens", o autor determina as principais características do jogo: trata-se de uma atividade voluntária, é entusiasmante e dá prazer, configura-se como uma evasão momentânea da vida real, apresenta uma limitação no tempo e no espaço, tem um fim em si mesmo, possui ritmo e harmonia, contém uma certa tensão e necessita de regras que norteiem a ação dos jogadores.
Pensando na importância do jogo teatral no que se refere à formação do sujeito, Jeferson Retondar, na esteira de Huizinga, afirma que a voluntariedade, da mesma forma que a determinação das regras, remete ao princípio da autonomia do indivíduo. A evasão da vida real, por outro lado, permite que a energia corporal contida, a violência, a agressividade, as angústias, os medos e os desejos não-realizados na sociedade do autocontrole civilizado extravasem-se através do lúdico, sem criar qualquer tipo de dano ou prejuízo para a vida social. Por estar fundamentado no lúdico e no prazer, o jogo possibilita que seus participantes se apropriem de si mesmos e do mundo numa perspectiva não-racional e não-utilitária, contribuindo para uma sociedade mais sensível, intuitiva e poética.
Pedagogos teatrais como Viola Spolin, Beatriz Vieira Cabral, Peter Slade e Augusto Boal investigaram metodologias de aplicação dos jogos visando não apenas à socialização dos jogadores, mas à construção de conhecimentos em diversos campos. Assim, através da vivência de jogos de regras, dramáticos e teatrais, pretende-se que as crianças construam vínculos de fraternidade, desenvolvam sua autonomia e, sobretudo, explorem possibilidades de expansão de seu potencial imaginativo e estético.

Metodologia

O projeto “Brincando de faz-de-conta” é uma parceria entre o curso de Teatro da UFPel e o Instituto Nossa Senhora da Conceição. Coordenado pela Profa. Marina de Oliveira, conta com a colaboração de quatro alunos do curso de Teatro. No ano de 2019, os encontros serão às terças e às quintas-feiras, no período vespertino, das 13h30 às 16h30, tendo como público alvo duas turmas de crianças atendidas pelo Instituto, compreendendo a faixa etária dos 8 aos 12 anos. As atividades desenvolvidas são práticas, por essa razão, as crianças são orientadas a vestir roupas confortáveis (calça de moleton, bermuda, camiseta), propícias para brincadeiras que envolvam movimento físico e exploração do chão. As brincadeiras propostas envolvem jogos de regras, jogos teatrais, dramáticos, improvisações e criação de cenas.
As atividades acontecem nas dependências do Instituto Nossa Senhora da Conceição, na chamada "sala de descanso" que dispõe de mais espaço físico.
Nas terças-feiras, a turma intermediária, composta por 25 meninas, com idades compreendidas entre 8 e 10 anos, vivenciará as oficinas de teatro sob a condução de duas alunas do curso de teatro, Brenda Seneme e Eduarda Bento.
Nas quintas-feiras, a turma das alunas mais velhas, entre 10 e 12 anos, também com 25 matriculadas, desenvolverá as aulas de teatro com outros dois alunos do curso, Rafael Bueno e Maiara Silveira.
Os ministrantes das oficinas recebem orientação da profª Marina, que acompanha regularmente as atividades desenvolvidas. Além de ministrar as oficinas, os estudantes de teatro têm que programar os encontros e refletir sobre os resultados obtidos em cada aula. Uma equipe multidisciplinar, envolvendo a assistente social do Instituto, as professoras que acompanham as duas turmas, os ministrantes das oficinas e a coordenadora do projeto se reúne esporadicamente para trocar conhecimentos e fazer a avaliação do projeto. Esta troca é importante, pois permite a ponderação sobre a viabilidade da continuação do projeto no ano seguinte e também analisa eventuais necessidades de ajustes no programa.

Indicadores, Metas e Resultados

O projeto tem se configurado como uma parceria profícua entre o Instituto Nossa Senhora da Conceição e o curso de Teatro da UFPel. A avaliação do Instituto é que as aulas de teatro são uma importante oportunidade para que as alunas se expressem melhor, sintam-se mais alegres e autônomas e construam conhecimento no campo do fazer teatral. Para o curso de Teatro, o Instituto Conceição representa um campo de trabalho fértil, pois possibilita que os alunos do curso ministrem oficinas às crianças e que aprendam, sob supervisão da coordenadora, a serem professores de teatro. Espera-se que os alunos do teatro envolvidos no projeto descubram possibilidades concretas de aplicar jogos e produzir conhecimento no campo teatral. De outra parte, projeta-se que as crianças participantes dos jogos conheçam os fundamentos básicos do fazer teatral, ampliem seus imaginários, a sua capacidade de socialização e a sua autonomia.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BRENDA SENEME GOBBI
CRISTIANE DE AZEVEDO DIAS
EDUARDA GARCIA BENTO
ELZA CRISTINA SCHUCH VIEIRA
KAROLINA DA ROSA MENDES
Liz Helena Rodrigues da Silva
MAIARA SILVEIRA DE OLIVEIRA
MARINA DE OLIVEIRA5
RAFAEL DE CAMARGO BUENO
WESLEY GOULART COITINHO

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