Nome do Projeto
O VERDE DA MINHA ESCOLA
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
29/05/2017 - 29/04/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Biológicas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Meio ambiente / Educação
Linha de Extensão
Educação Ambiental
Resumo
O projeto “O verde da minha escola” foi criado no âmbito da educação ambiental buscando relacionar a área verde e sua influência nos processos de apropriação dos espaços escolares de aprendizagem. O projeto visa realizar levantamento qualitativo e quantitativo da área verde de algumas escolas estaduais do município de Pelotas e, posteriormente, realizar atividades contínuas de intervenção escolar que auxiliem no desenvolvimento da Inteligência Ecológica, criticidade diante dos problemas da sociedade e interpretação do ambiente a partir de uma visão sistêmica e integrativa. A proposta levará às escolas públicas estaduais de Pelotas, a perspectiva política e sócio-biológica da Educação Ambiental, visando ressignificar os espaços escolares e a comunidade adjacente.
Objetivo Geral
Relacionar a influência da área verde da escola no pertencimento do aluno ao ambiente escolar por meio de estímulo à inteligência ecológica e percepção dos elementos culturais, sociais e políticos que compõe os espaços na natureza.
Justificativa
O Meio Ambiente está nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) desde 1998 como tema transversal. “Todas as recomendações, decisões e tratados internacionais sobre o tema evidenciam a importância atribuída por lideranças de todo o mundo para a Educação Ambiental como meio indispensável para conseguir criar e aplicar formas cada vez mais sustentáveis de interação sociedade/natureza e soluções para os problemas ambientais. (BRASIL, p.181, 1998).”
A inclusão do tema Meio Ambiente é um marco para os ativistas da Educação Ambiental (EA) no país, principalmente pela elaboração da Carta de Belgrado em 1975, onde foram definidos os objetivos da Educação Ambiental com uma proposta pedagógica de “conscientização, conhecimento, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos.” (REIGOTA, 1999). Diante disso, a EA é uma alternativa pedagógica atual que deve ser inserida nas escolas engajadas com a proposta de trabalho interdisciplinar e, essencialmente, comprometida com a formação integral e cidadã de seus alunos. Reigota (2001) explicita uma perspectiva política, de intervenção social, onde o aluno conscientiza-se da sociedade em que vive de maneira franca, através do diálogo, sem transmissão de conhecimento, mas com a sua construção coletiva. Assim, o aluno reconhece o cenário global em que se insere e enfrenta os problemas diários como oportunidades de intervenção e mudança. “Esse quadro ao mesmo tempo impressionista e surrealista da educação e do meio ambiente latino-americano exige que a mudança ambiental enfrente o desafio da mudança de mentalidade sobre as ideias de modelo de desenvolvimento, baseado na acumulação econômica, no autoritarismo político, no saque aos recursos naturais, no desprezo às culturas de grupos minoritários e aos direitos fundamentais do homem. (REIGOTA, p.61, 2001).”
O espaço escolar deve ser compreendido como um meio de aprendizado, não exclusivamente formal, mas um local amplo onde a criança constrói significados e personalidade, interpretando a disposição e apresentação dos componentes do meio em que está inserida. Ribeiro (2004) relata que o ambiente escolar tem influência no comportamento do aluno, o que reflete diretamente no processo de aprendizagem, bem como nas condições e qualidade do trabalho do professor. “[...] Esses espaços têm um sistema de valores implícitos que poderão contribuir, ou não, para que o espaço transforme-se em um lugar, propiciando laços afetivos, sentimento de identidade, e de pertencimento (RIBEIRO, 2004).”
A infraestrutura das instituições públicas de ensino básico vem sendo renegada por anos, como um reflexo direto do aumento do número de estudantes e pouco investimento para estruturação de um espaço físico adequado. Visando uma nova interpretação do ambiente escolar e a sua aproximação com a natureza, o presente projeto explora os diferentes ambientes contidos na instituição com ênfase na importância da área verde, ali e no mundo. Segundo Elali (2003), as crianças possuem diferentes expectativas diante da área verde, e a sua importância é destacada visto que a maioria dos alunos mora em apartamento. Dessa forma, a escola torna-se um dos únicos locais onde elas podem ter contato direto com a natureza. A pesquisa ainda relata que o discurso dos pais entrevistados, retrata a área verde como simples cenário e apontam ainda diferentes riscos da proximidade com as crianças. Esse fato exemplifica a urgente necessidade de conhecimento e estudo da riqueza contida nestes espaços. “Assim, dar maior atenção às características sócio-físicas dos ambientes e às relações entre estes e a criança, garantindo a ela oportunidades de contato com espaços variados, tanto construídos pelo homem quanto naturais, é uma maneira de proporcionar à infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a consciência de si e do entorno que são provenientes da riqueza experiencial (ELALI, 2003).”
Cabe ressaltar que pátios com maior vegetação identificam uma tendência de cuidado e de reconhecimento da importância e dos benefícios dessa área verde (FEDRIZZI et al. 2004). “Esta consciência provavelmente resulta do contato direto com a vegetação no próprio espaço da escola”. O maior contato com plantas e o envolvimento com seu plantio e manutenção também parece levar à construção de significados mais abstratos para a vegetação, como a sua colaboração para elevar a autoestima da comunidade escolar. Significados como este podem constituir elementos importantes na mobilização da comunidade escolar para a implantação de melhorias no espaço da escola. (FEDRIZZI et al., 2004).”
Nesse contexto, o uso de “trilhas interpretativas” para conhecer a flora e fauna é uma metodologia comumente utilizada na Educação Ambiental para estreitar os laços do homem com a natureza. Portanto, a utilização desse método na escola conduzirá o aluno a sentir-se parte do meio explorando seus diferentes espaços e sua importância na formação como cidadão. “A palavra percepção vem do latim perceptio, que é o ato de perceber, ação de formar mentalmente representações sobre objetos externos a partir dos dados sensoriais. [...] Este processo é fundamental para a compreensão das inter-relações ser humano <=> sociedade e cultura <=> meio ambiente. [...] Esta percepção consiste em trocas funcionais do indivíduo com o meio ambiente (MENGHINI, 2008).” Sob essa perspectiva, a trilha interpretativa remete a aula-passeio de Freinet, onde a escola passa a ser sala de aula, onde o aluno pode aprender a partir do mundo, satisfazendo sua curiosidade e aguçando sua atenção ELIAS, 2002). “Todas as aquisições, seja qual for seu nível, permitirão uma maior compreensão do tempo em que vivem, não ficando alienados de um mundo em constante evolução e mutação, seja no plano das técnicas (que entram rapidamente na vida cotidiana), seja no plano social no qual o modo de vida muda sem cessar, ou no plano cultural no qual a mídia e o encontro das raças e das civilizações têm uma influência cada vez maior (SAMPAIO, p.184, 2002).”
Dessa forma, a escola é o espaço ideal para ampliar a discussão da problemática ambiental do planeta, uma oportunidade de crescimento coletivo, afinal, Freire afirmava que a educar é uma forma de intervir no mundo “[...] meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências.” (FREIRE, 2013).
A inclusão do tema Meio Ambiente é um marco para os ativistas da Educação Ambiental (EA) no país, principalmente pela elaboração da Carta de Belgrado em 1975, onde foram definidos os objetivos da Educação Ambiental com uma proposta pedagógica de “conscientização, conhecimento, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos.” (REIGOTA, 1999). Diante disso, a EA é uma alternativa pedagógica atual que deve ser inserida nas escolas engajadas com a proposta de trabalho interdisciplinar e, essencialmente, comprometida com a formação integral e cidadã de seus alunos. Reigota (2001) explicita uma perspectiva política, de intervenção social, onde o aluno conscientiza-se da sociedade em que vive de maneira franca, através do diálogo, sem transmissão de conhecimento, mas com a sua construção coletiva. Assim, o aluno reconhece o cenário global em que se insere e enfrenta os problemas diários como oportunidades de intervenção e mudança. “Esse quadro ao mesmo tempo impressionista e surrealista da educação e do meio ambiente latino-americano exige que a mudança ambiental enfrente o desafio da mudança de mentalidade sobre as ideias de modelo de desenvolvimento, baseado na acumulação econômica, no autoritarismo político, no saque aos recursos naturais, no desprezo às culturas de grupos minoritários e aos direitos fundamentais do homem. (REIGOTA, p.61, 2001).”
O espaço escolar deve ser compreendido como um meio de aprendizado, não exclusivamente formal, mas um local amplo onde a criança constrói significados e personalidade, interpretando a disposição e apresentação dos componentes do meio em que está inserida. Ribeiro (2004) relata que o ambiente escolar tem influência no comportamento do aluno, o que reflete diretamente no processo de aprendizagem, bem como nas condições e qualidade do trabalho do professor. “[...] Esses espaços têm um sistema de valores implícitos que poderão contribuir, ou não, para que o espaço transforme-se em um lugar, propiciando laços afetivos, sentimento de identidade, e de pertencimento (RIBEIRO, 2004).”
A infraestrutura das instituições públicas de ensino básico vem sendo renegada por anos, como um reflexo direto do aumento do número de estudantes e pouco investimento para estruturação de um espaço físico adequado. Visando uma nova interpretação do ambiente escolar e a sua aproximação com a natureza, o presente projeto explora os diferentes ambientes contidos na instituição com ênfase na importância da área verde, ali e no mundo. Segundo Elali (2003), as crianças possuem diferentes expectativas diante da área verde, e a sua importância é destacada visto que a maioria dos alunos mora em apartamento. Dessa forma, a escola torna-se um dos únicos locais onde elas podem ter contato direto com a natureza. A pesquisa ainda relata que o discurso dos pais entrevistados, retrata a área verde como simples cenário e apontam ainda diferentes riscos da proximidade com as crianças. Esse fato exemplifica a urgente necessidade de conhecimento e estudo da riqueza contida nestes espaços. “Assim, dar maior atenção às características sócio-físicas dos ambientes e às relações entre estes e a criança, garantindo a ela oportunidades de contato com espaços variados, tanto construídos pelo homem quanto naturais, é uma maneira de proporcionar à infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a consciência de si e do entorno que são provenientes da riqueza experiencial (ELALI, 2003).”
Cabe ressaltar que pátios com maior vegetação identificam uma tendência de cuidado e de reconhecimento da importância e dos benefícios dessa área verde (FEDRIZZI et al. 2004). “Esta consciência provavelmente resulta do contato direto com a vegetação no próprio espaço da escola”. O maior contato com plantas e o envolvimento com seu plantio e manutenção também parece levar à construção de significados mais abstratos para a vegetação, como a sua colaboração para elevar a autoestima da comunidade escolar. Significados como este podem constituir elementos importantes na mobilização da comunidade escolar para a implantação de melhorias no espaço da escola. (FEDRIZZI et al., 2004).”
Nesse contexto, o uso de “trilhas interpretativas” para conhecer a flora e fauna é uma metodologia comumente utilizada na Educação Ambiental para estreitar os laços do homem com a natureza. Portanto, a utilização desse método na escola conduzirá o aluno a sentir-se parte do meio explorando seus diferentes espaços e sua importância na formação como cidadão. “A palavra percepção vem do latim perceptio, que é o ato de perceber, ação de formar mentalmente representações sobre objetos externos a partir dos dados sensoriais. [...] Este processo é fundamental para a compreensão das inter-relações ser humano <=> sociedade e cultura <=> meio ambiente. [...] Esta percepção consiste em trocas funcionais do indivíduo com o meio ambiente (MENGHINI, 2008).” Sob essa perspectiva, a trilha interpretativa remete a aula-passeio de Freinet, onde a escola passa a ser sala de aula, onde o aluno pode aprender a partir do mundo, satisfazendo sua curiosidade e aguçando sua atenção ELIAS, 2002). “Todas as aquisições, seja qual for seu nível, permitirão uma maior compreensão do tempo em que vivem, não ficando alienados de um mundo em constante evolução e mutação, seja no plano das técnicas (que entram rapidamente na vida cotidiana), seja no plano social no qual o modo de vida muda sem cessar, ou no plano cultural no qual a mídia e o encontro das raças e das civilizações têm uma influência cada vez maior (SAMPAIO, p.184, 2002).”
Dessa forma, a escola é o espaço ideal para ampliar a discussão da problemática ambiental do planeta, uma oportunidade de crescimento coletivo, afinal, Freire afirmava que a educar é uma forma de intervir no mundo “[...] meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências.” (FREIRE, 2013).
Metodologia
Etapa 1 - Pesquisa - Análise da área verde das escolas - proporção quantitativa de área verde e área construída, bem como avaliação qualitativa da vegetação escolar através de um instrumento de pesquisa a ser construído. Exemplo de níveis de vegetação (instrumento a ser construído)- árvores (número de nativas e exóticas); arbustos ornamentais; Canteiro da escola (ornamental); canteiro da escola (hortaliças, comestíveis e medicinais); canteiro comunitário (espaço dedicado ao cultivo de plantas pelas crianças); gramado; vegetação do entorno. Baseado nos escores obtidos, as escolas serão agrupadas nas seguintes categorias: Classe I – (escola verde) pátio com boa vegetação; Classe II – (escola amarela) pátio semi-árido ou com vegetação insuficiente; Classe III – (escola cinza) pátio árido, com vegetação muito ruim ou praticamente.
Para a avaliação cada escola visitada receberá uma nota de acordo com os níveis de vegetação:
-inexistente: nível de vegetação avaliado não está disponível no pátio;
-regular: vegetação más condições de manutenção ou baixa diversidade de espécies;
-bom: vegetação em condições de manutenção periódica e relativa diversidade de espécies;
-ótimo: vegetação em boas condições, manutenção semanal e relativa diversidade de espécies.
Etapa 2 - Intervenção – Serão realizadas atividades exploratórias nos diferentes espaços escolares por meio de trilha interpretativa, iniciando pela “busca do verde”: biblioteca, refeitório, pátio, laboratórios trabalhando temas como: Alimentação Saudável, Saúde, Higiene, Consciência Social e Bem-estar Comunitário. As atividades buscarão a integração aluno-aluno, aluno-professor, aluno-escola utilizando-se de trabalhos em grupo para discussão de problemáticas atuais.
Após abordagens dos “temas base” serão realizadas atividades sobre as Histórias de Vida (levantamento da problemática ambiental da realidade dos alunos) e, dessa forma, o trabalho passa a ser construído pelos alunos. A proposta é construir uma intervenção para solucionar um problema real e ainda contribuir para a melhoria da área verde escolar. Ao final desta etapa, os alunos serão desafiados a mostrar o aprendizado aos demais colegas por meio de feiras, exposições e apresentações diversas, bem como a construção de um “Livro Ecológico” (por escola), com material produzido pelos alunos e fotos dos encontros.
Etapa 3 - Avaliação - Entrevista de acompanhamento com os alunos para identificar a sensibilização quanto às problemáticas abordadas, observar se estas influenciam suas motivações no processo de aprendizagem e adequar as atividades realizadas às particularidades da comunidade.
Para a avaliação cada escola visitada receberá uma nota de acordo com os níveis de vegetação:
-inexistente: nível de vegetação avaliado não está disponível no pátio;
-regular: vegetação más condições de manutenção ou baixa diversidade de espécies;
-bom: vegetação em condições de manutenção periódica e relativa diversidade de espécies;
-ótimo: vegetação em boas condições, manutenção semanal e relativa diversidade de espécies.
Etapa 2 - Intervenção – Serão realizadas atividades exploratórias nos diferentes espaços escolares por meio de trilha interpretativa, iniciando pela “busca do verde”: biblioteca, refeitório, pátio, laboratórios trabalhando temas como: Alimentação Saudável, Saúde, Higiene, Consciência Social e Bem-estar Comunitário. As atividades buscarão a integração aluno-aluno, aluno-professor, aluno-escola utilizando-se de trabalhos em grupo para discussão de problemáticas atuais.
Após abordagens dos “temas base” serão realizadas atividades sobre as Histórias de Vida (levantamento da problemática ambiental da realidade dos alunos) e, dessa forma, o trabalho passa a ser construído pelos alunos. A proposta é construir uma intervenção para solucionar um problema real e ainda contribuir para a melhoria da área verde escolar. Ao final desta etapa, os alunos serão desafiados a mostrar o aprendizado aos demais colegas por meio de feiras, exposições e apresentações diversas, bem como a construção de um “Livro Ecológico” (por escola), com material produzido pelos alunos e fotos dos encontros.
Etapa 3 - Avaliação - Entrevista de acompanhamento com os alunos para identificar a sensibilização quanto às problemáticas abordadas, observar se estas influenciam suas motivações no processo de aprendizagem e adequar as atividades realizadas às particularidades da comunidade.
Indicadores, Metas e Resultados
O projeto será avaliado qualitativa e quantitativamente por meio de questionários e entrevistas, cujo resultado será utilizado para readequação das atividades, promovendo a reflexão sobre a prática docente. Dentre os resultados esperados, será considerado satisfatório: o reconhecimento e identificação dos alunos com os espaços de aprendizagem da escola; o desenvolvimento de ao menos uma intervenção proposta pelos alunos participantes; a inserção de acadêmicos no espaço escolar para promoção da extensão e experiência docente; e a interação entre os alunos e a escola.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALICE SCHEER IEPSEN | |||
CAROLINA CALEGARO | |||
CAROLINE SCHERER | 5 | ||
DENNER BALHEGO MOREIRA HAX | |||
JULIANA APARECIDA FERNANDO | 6 | ||
LIS BACCHIERI DUARTE CAVALHEIRO | |||
LUCAS VIEIRA CORTEZ | |||
MARISTANI POLIDORI ZAMPERETTI | 3 | ||
RICARDO PADILHA DE OLIVEIRA | |||
SABRINA LORANDI |