Nome do Projeto
A Química vai à escola e à comunidade
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
11/03/2019 - 18/12/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Comunicação
Linha de Extensão
Divulgação científica e tecnológica
Resumo
O projeto A Química vai à Escola e à Comunidade visa realizar uma ação de divulgação científica para além dos muros da universidade. Sistematicamente, nos espaços universitários são realizadas pesquisas que se desdobram na produção de novos conhecimentos que, num processo complexo, são muitas vezes integrados à estrutura básica da ciência que os produziu, além de serem apropriados no que se chama ciência aplicada (LENOIR, 2004). Centrado no campo da ciência Química, disciplina reiteradamente marcada por dificuldades e desafios aos discentes da Escola Básica (LESSA; PROCHNOW, 2017; SILVA et. al 2017; ), o projeto busca realizar um trabalho de divulgação das pesquisas que vêm sendo realizadas nessa área dentro do Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos (CCQFA), especialmente aquelas em nível de pós-graduação, para o público externo à universidade, principalmente às escolas da região. Uma vez que a linguagem científica apresenta características distintas da linguagem cotidiana (LATOUR, 2000; LATOUR; WOOLGAR, 1997; OLIVEIRA; QUEIROZ, 2011), o projeto se propõe a realizar um estudo das pesquisas que vêm sendo realizadas no centro e, por meio da recontextualização didática (MAINARDES; STREMEL, 2010; ARAÚJO; SOUSA, 2015), permitir a mobilização desses conhecimentos em espaços não-acadêmicos. Como produto da ação é esperada a criação materiais, documentos e atividades voltadas à divulgação da ciência. Isso implica em buscar promover tanto uma alfabetização científica, no sentido de dar condições ao público da escola básica e da comunidade externa à UFPel terem acesso à produção do conhecimento científico em linguagem e forma apropriadas, bem como permitir a motivação, a mobilização e despertar o interesse nas escolas e na comunidade externa à universidade pelo universo da ciência, em especial a Química.

Objetivo Geral

Desenvolver a divulgação e popularização da ciência nos espaços para além da universidade, em especial nas escolas e em espaços não formais na região de Pelotas-RS por meio de ações voltadas ao público em geral e não acadêmico que ocupam esses espaços, mobilizando o conhecimento sobre a produção do conhecimento químico e estimulando o interesse por essa área.

Justificativa

Um dos pontos centrais ao desenvolvimento dos diferentes conhecimentos é a linguagem. Estudos como os de Latour (2000) e Latour e Woolgar (2004) evidenciam claramente o distanciamento que, no nível da linguagem, dos processos, dos axiomas e dos paradigmas, há entre os conhecimentos produzidos no campo da ciência e os saberes elaborados na vida cotidiana. Se na articulação entre o campo da ciência e da vida em geral se evidenciam tais elementos e diferenças, no campo da Química se podem encontrá-los de modo muito destacado. Diferentemente da vida cotidiana, a ciência Química opera num processo de constante racionalização e abstração entre o númeno e a microfísica; entre o conceitual e o material; entre o simbólico e fenômeno a representar. Segundo Jonstone (1982; 2000), é possível dizer que a ciência Química se funda sobremaneira a partir de, no mínimo, três níveis: o simbólico, o macroscópico e o submicroscópico. De modo distinto, sistematicamente o mundo cotidiano não necessita, ou até mesmo nega, a transição entre esses níveis (BACHELARD, 1991; 1996), de forma que, nos processos escolares e sociais, no momento em que há que se apropriar dos elementos desenvolvidos na ciência química (tanto por necessidade curricular quanto por necessidade da vida prática), são encontradas barreiras a esse processo. Possivelmente, tais barreiras são reforçadas pelo distanciamento tanto no nível da linguagem quanto no nível social (LENOIR, 2004) entre a vida cotidiana e a universidade (lugares que, no Brasil, são em grande parte os responsáveis pela produção do conhecimento). Nesse sentido, ao buscar desenvolver um processo de aproximação entre diferentes universos, almeja-se neste projeto minimizar as barreiras e dificuldades de transição entre um e outro, bem como atuar na inteligibilidade de um campo sobre outro. Apoiando-se em elementos da recontextualização didática (MAINARDES; STREMEL, 2010; ARAÚJO; SOUSA, 2015) e da alfabetização e divulgação científica (ALBAGLI, 1996) busca-se um espaço no qual a produção do conhecimento químico possa ser recontextualizado e multiplicado à sociedade que também auxilia direta e indiretamente para sua proposição (via participação nas pesquisas, pagamento de impostos, etc.). Complementarmente, assumindo que a ciência Química é algo afastado do mundo cotidiano e direto (BACHELARD, 1991; 1996; LATOUR; WOOLGAR, 2004), e que a posição extremista dessa separação pode contribuir com a exclusão por meio do conhecimento, assume-se que são desejáveis ações que se proponham articular esses diferentes universos. Assim, ao se propor em realizar um processo de recontextualização didática entre os conhecimentos e pesquisas desenvolvidas no campo acadêmico para o nível da escola e da população em geral, se propõe a aproximação entre esses espaços, colaborando com a compreensão pública da ciência, com a responsabilidade e retorno social da produção científica (CARIBÉ, 2015). Além disso, torna-se possível a ampliação dos modos de pensar, das possibilidades e dos possíveis mundos a serem descobertos por públicos que, devido a diferentes processos de constituição individual, podem desconhecer os múltiplos campos de investigações no nível da ciência e, em especial, da Química, sendo mobilizados a conhecê-los mais intensamente e, talvez, seguir uma formação nesse campo.

Metodologia

Como metodologia o projeto se organiza em quatro etapas de trabalho. Na primeira se tem o foco na articulação da equipe de trabalho com as diferentes pesquisas realizadas no âmbito do CCQFA voltadas à área da Química, especialmente aquelas desenvolvidas no PPGQ. A segunda etapa tem como foco o estudo das pesquisas que se integraram, na primeira etapa, ao projeto. Esse estudo se utilizará de metodologias qualitativas (GÜNTER, 2006; SANDÍM-ESTEBAN, 2010; ROMANOWSKI e ENS, 2006), dando-se destaque aos processos de entrevista com os grupos desenvolvedores das pesquisas e seus sujeitos, bem como a estudos bibliográficos voltados aos materiais e artigos produzidos pelas investigações que se desejará divulgar. A terceira etapa está voltada à produção de materiais físicos e digitais (como infográficos digitais, esquemas em papel, banners, etc.) que visem à divulgação das pesquisas estudadas na etapa anterior. Ainda na terceira etapa está prevista a avaliação do material desenvolvido neste projeto pelos grupos que desenvolvem as pesquisas que se deseja divulgar, a fim de que o material produzido tenha suficiente qualidade para o processo de divulgação. Por fim, a quarta e fundamental etapa é a divulgação em si das pesquisas nos espaços fora da universidade. Para esta etapa serão utilizados os materiais produzidos na etapa anterior em articulação com os integrantes da equipe de trabalho, que serão os mediadores do processo de divulgação. Espera-se que os pesquisadores e as pesquisadoras desenvolvedores das pesquisas postas em divulgação também sejam sujeitos ativos e integrantes do processo de articulação com o público. Este público contempla tanto aqueles escolares, em ações realizadas especificamente dentro das escolas, quanto um público diverso, que poderá participar das ações de divulgação por meio da integração deste projeto em feiras realizadas pela universidade e em eventos organizados pela prefeitura da cidade nos espaços públicos.

Indicadores, Metas e Resultados

O projeto tem como meta maior a divulgação da ciência e das próprias pesquisas desenvolvidas na UFPel. Assim, se colocam 2 metas fundamentais voltadas ao (i) desenvolvimento de ações de divulgação da ciência, especificamente daquelas realizadas em nível da Química no CCQFA, e de (ii) criação de materiais digitais e físicos que permitam a aproximação entre a academia, a escola e o público em geral.

Como resultados se espera que tais ações ampliem o interesse dos alunos pela ciência Química, permitam a compreensão de outros modos de olhar o mundo e, ainda, possibilitem aos diferentes públicos a aproximação à universidade de modo mais direto e, preferivelmente, visando suas opções de cursos e projetos.

Como indicadores, espera-se utilizar as relações entre:
- abrangência das atividades realizadas;
- quantitativo do público atingido nas ações;
- as publicações sobre as ações desenvolvidas em eventos, revistas e congressos da área de Ensino de Ciências;
- os materiais efetivamente produzidos.

Além desses indicadores, o desenvolvimento do projeto traz como elemento avaliativo e orientador para os indicadores o interesse das comunidades pelos temas abordados, uma sistemática divulgação das informações produzidas e ações planejadas e a resposta e aceitação dos próprios sujeitos da comunidade em relação às ações desenvolvidas.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANDRE RICARDO FAJARDO1
BRUNA GABRIELE EICHHOLZ VIEIRA
BRUNO DOS SANTOS PASTORIZA4
FABIO ANDRE SANGIOGO1
ROGER BRUNO DE MENDONÇA

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