Nome do Projeto
Semear economia solidária: empoderando as artesãs e construindo a cidadania na Colônia Z3.
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/11/2017 - 01/01/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Trabalho / Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão
Grupos sociais vulneráveis
Resumo
Na colônia de Pescadores-Z3, observa-se a necessidade de apoio à comunidade devido a inúmeros problemas: ambientais, conflitos relacionais, carência de atividades que gerem renda para as famílias pescadoras. Esta proposta requer o assessoramento e formação das mulheres Pescadoras, para a criação e manutenção de atividades que gerem renda. Pretende-SE assessorar as Mulheres, Pescadoras no resgate da autoestima do grupo e das individualidades, , mas muito especialmente a possibilidade de autonomia autogestionária daquele coletivo.

Objetivo Geral

O objetivo geral do projeto é oferecer às cerca 80 (oitenta) famílias cadastradas no Acampamento do MST na Colônia Z-3 (Pelotas) a formação necessária para a construção e desenvolvimento de um empreendimento econômico solidário que dê suporte às atividades produtivas das famílias quando passarem da condição de acampados à situação de assentados da reforma agrária. Os objetivos específicos são os seguintes: (1) contribuir para a construção da identidade social e política dos acampados, através da formulação de um plano de viabilização do futuro assentamento; (2) garantir as ferramentas cognitivas necessárias para que os futuros assentados possam trabalhar de forma solidária, organizando-se em associação(ões) ou cooperativa(s) de produção; (3) articular a forma organizativa da luta pela reforma agrária, atualmente em curso, às formas organizativas da produção solidária no futuro assentamento; (4) colaborar com outras ações de apoio que se desenvolvem articuladamente, neste momento, no acampamento, patrocinadas pela Universidade Católica de Pelotas, pelo Instituto Federal Sul-Riograndense e pelo próprio MST; (5) Desenvolver mecanismos que auxiliem as pessoas a estabelecer a confiança, abrindo-se para ouvir e compreender o outro; (6) Criar canais de comunicação, para que os envolvidos avaliem suas capacidades de assumir uma postura que favoreça os relacionamentos; (7) oferecer aos estudantes vinculados ao projeto a experiência de um processo formativo/educativo de educação popular vinculado a um movimento social (MST) e a um projeto social futuro (um assentamento organizado a partir da economia solidária).

Justificativa

A Colônia de Pescadores Z-3 foi fundada oficialmente em 1921 como 'Colônia de São Pedro' ou 'Arroio Sujo'. Até a década de 1970, a atividade pesqueira era quase que a única atividade econômica do lugar e a maior parte do pescado era beneficiado nas chamadas 'salgas': galpões pertencentes a pequenos comerciantes, onde o pescado era fileteado, salgado e seco, para posterior transporte e comercialização. A partir desse período começaram a se instalar as primeiras 'indústrias pesqueiras', estruturadas com mecanismos de refrigeração de grande escala e de produção de enlatados. Os 'salgueiros' foram substituídos, então, pela indústria. Em meados dos anos 90, entretanto, a reestruturação produtiva no setor da pesca levou à falência das pequenas indústrias instaladas na colônia, fazendo reaparecer os 'salgueiros', mas agora na condição de 'atravessadores' do pescado, comprando dos pescadores e revendendo o pescado às indústrias forâneas e no comércio local. O crescimento populacional, aliado à diminuição dos estoques naturais de pescado na Lagoa dos Patos (relacionada à problemas ambientais) levou à comunidade a uma situação de decadência econômica paulatina e crescente. O solo urbano total da colônia (cerca de 27ha) está superpovoado, com cerca de 6 mil habitantes. Os terrenos foram sendo parcelados ao longo do tempo entre as famílias locais, que não tinham capacidade econômica para deslocar-se a outras localidades. Esta proposta de projeto de extensão visa contribuir para a luta das mulheres (pescadoras) da Colônia Z-3, oferecendo-lhes a oportunidade de construir alternativas socioeconômicas efetivas, através da economia solidária, para agora e para o futuro.

Metodologia

A referência teórico-metodológica do projeto será a 'educação popular de jovens e adultos', em sua vertente freireana. A constituição de 'círculos de cultura' (CCs) - uma método pedagógico animado pela autogestão - animará o processo, propondo aos atores sociais uma relação de dialogicidade e de horizontalidade. Assim, a própria constituição dos CCs obedecerá às definições próprias dos acampados, em função de suas afinidades em termos de vivências pessoais, visões de mundo e objetivos em relação ao futuro. Será a partir de cada CC, por sua vez, que se definirá os objetivos, os conteúdos e os ritmos das atividades pedagógicas, que terão como centro a experiência vivida e os planos futuros dos acampados. Assim, as atividades formativas relacionadas à economia solidária deverão estar articuladas a outras ações desenvolvidas pelos parceiros do projeto (outros projetos de extensão da UFPel, UCPel ou IFSul, ou dos próprios movimentos sociais), como por exemplo: formação política, administração de pequenas propriedades, horticultura, aquicultura, questões de gênero etc., ou ainda: atividades de letramento e de matemática fundamental. As 'rodas de conversa' e as oficinas nos CCs serão complementadas por atividades em território, como 'aulas práticas', visitas a outros acampamentos, a empreendimentos solidários e a assentamentos de reforma agrária. A equipe de extensão poderá propor, ainda, dependendo do desenvolvimento do projeto, a construção de ações de economia solidária no próprio acampamento ou na Colônia Z-3, como hortas comunitárias, padaria comunitária, grupos de artesanato, clubes de troca, moeda social (banco comunitário) etc. A avaliação do projeto será permanente, sistemática e compartilhada, com a participação dos parceiros do Comitê de Apoio e com os acampados, através da Coordenação do Acampamento.

Indicadores, Metas e Resultados

Tem-se como indicadores, verificar a conquista da autonomia e a apropriação de espaços não identificados por estas mulheres, resgatando sua cidadania, através da economia solidária. Espera-se que os produtos confeccionados pelas envolvidas permaneça sendo comercializado na Feira Virtual -Bem da Terra; A avaliação do projeto será permanente, sistemática e compartilhada, O relatório final deverá expressar a avaliação deste coletivo.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANTONIO CARLOS MARTINS DA CRUZ1
Ana Carolina Bilhalva Drehmer
GIANCARLA SALAMONI1
HENRIQUE ANDRADE FURTADO DE MENDONCA2
JOSE RICARDO KREUTZ1
LUCIO ANDRE DE OLIVEIRA FERNANDES1
MARIA REGINA CAETANO COSTA2
VICTORIA FIGUEIREDO RIBEIRO

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