Nome do Projeto
Elas na ciência: A UFPel discutindo os desafios e perspectivas para a inclusão de novos talentos
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
14/08/2019 - 31/10/2019
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Educação
Linha de Extensão
Temas específicos / Desenvolvimento humano
Resumo
Atualmente é crescente a discussão mundial em torno da atuação das mulheres na ciência e das discrepâncias existentes neste contexto em relação à equidade de gênero. Ainda hoje, apenas 30% da comunidade científica do mundo é composta por mulheres. Desta forma, com o objetivo de discutir o panorama geral da atuação das mulheres na ciência e estimular a inclusão de novos talentos, acredita-se que a realização de um evento com essa temática na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) impactará significativamente na região sul do Rio Grande do Sul. O desenvolvimento desta proposta estará atrelado à realização de atividades que viabilizem a discussão de temas relacionados à atuação de mulheres na ciência, bem como nas atividades de pesquisa e pós-graduação, mostrando a sua importância na sociedade e no cotidiano. Assim, propõe-se a realização de um evento composto por três mesas redondas, que visam abordar os principais desafios e perspectivas quanto à atuação da mulher no mercado de trabalho, através da participação de profissionais com destaque nacional e internacional nas suas áreas de atuação. Além disso, ocorrerão três palestras com representantes de órgãos governamentais e científicos, durante as quais serão abordados temas inclusivos, interdisciplinares e dinâmicos, incentivando o interesse e reflexão dos participantes sobre aspectos que habitualmente não são destacados com a devida importância no cotidiano científico. A iniciativa de realização deste evento na UFPel está embasada na reconhecida atuação feminina na área científica nesta instituição. Entretanto, embora exista este destaque na atuação das mulheres na ciência na UFPel, ainda existem discrepâncias como, por exemplo, no número de bolsistas de produtividade em pesquisa ou desenvolvimento tecnológico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), onde dos 155 bolsistas apenas 37% são mulheres. Embora este cenário também se assemelhe ao nacional, algumas áreas como as ciências exatas, engenharias, entre outras, apresentam números ainda mais discrepantes. Neste contexto, é importante mencionar que o grupo proponente deste projeto recebeu diversos prêmios e reconhecimentos científicos nacionais e internacionais, muitos destes atrelados a atuação da mulher na ciência. Desta forma, acredita-se que a realização deste evento na UFPel impactará significativamente na comunidade científica, na sociedade de Pelotas e na região sul do estado. Além disso, esse evento poderá ser o propulsor de outras atividades que envolvam a sociedade e comunidade científica em ações inclusivas e igualitárias relacionadas ao gênero.

Objetivo Geral

Promover a discussão, reflexão e perspectivas científicas sobre a atuação da mulher no desenvolvimento de ciência e tecnologia, proporcionando espaços de debate, diálogo e contato entre pesquisadoras e comunidade acadêmica.

Justificativa

A problemática relacionada à presença da mulher no desenvolvimento da ciência e tecnologia envolve uma rede complexa de fatores, e este tema vem sendo discutido mundialmente. Dentre muitos outros fatores que podem estar envolvidos, pode-se citar a histórica designação do papel social da mulher aos afazeres domésticos que, mesmo com a inserção de mulheres no mercado de trabalho, ainda gera reflexos na dinâmica social. Soma-se a isso a falta de estímulo, tendo em vista que desde os brinquedos destinados para as meninas apresentam tipos de estímulos diferentes daqueles destinados para os meninos. Além disso, os discursos discriminatórios são perpetuados nos âmbitos familiar e escolar, e a falta de representatividade em setores importantes da sociedade ainda é uma realidade.
Conforme apontado por estatísticas de gênero, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018), no Brasil a maioria das mulheres não consegue visualizar a sua própria presença em certas áreas do conhecimento, uma vez que o número de outras mulheres que atuam nessas áreas é escasso e elas são, de forma geral, menos reconhecidas que os homens. Nesse sentido, destaca-se a importância do desenvolvimento de ações que oportunizem a interação de mulheres pesquisadoras e desenvolvedoras de tecnologia, a fim de possibilitar, não somente o contato, mas também o reconhecimento da atuação de mulheres na área, e que propiciem o empoderamento das estudantes e profissionais participantes quanto a sua capacidade e poder de escolha.
Nos últimos anos muitas ações vêm sendo feitas ao redor do mundo no sentido de reduzir a desigualdade de gênero, mas as discrepâncias ainda são gritantes (Bian et al., 2017; Lima, 2017; Royal Society of Chemistry, 2018). De acordo com um levantamento feito pela UNESCO, no cenário global, as mulheres representam apenas 28% dos pesquisadores, e apenas 3% dos ganhadores do prêmio Nobel (UNESCO, 2017).
Em um estudo recente publicado pela editora Elsevier “Gender in the Global Research Landscape” (Elsevier, 2018) foi apontado que o Brasil é o país menos desigual quando se trata de gênero na ciência, superando os Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia. Todavia, ainda existem áreas como nas ciências exatas, engenharias, computação, entre outras, em que os números ainda são bastante discrepantes. Além disso, quando se trata da ascensão na carreira, representatividade em cargos de destaque e participação em comitês científicos, o cenário é ainda mais desigual. Outro estudo, publicado pela revista Science (Bian et al., 2017), demonstrou que vieses de gênero estão presentes em idades bastante precoces (como 6 e 7 anos de idade) e que "As meninas crescem acreditando que essas áreas não são para elas”. Assim, fica evidente que a participação das mulheres não é unicamente um problema nacional, e tem sido caracterizada pela sub-representação feminina em algumas áreas do conhecimento, a exemplo das exatas e engenharias (exclusão horizontal) e nos postos mais prestigiosos da carreira (exclusão vertical) (Lima, 2017).
No que diz respeito ao âmbito educacional, a execução de eventos como o proposto, estimula a troca de experiências entre as profissionais. Aliado a isto, o uso da estratégia de mesas redondas é capaz de estabelecer discussões e reflexões entre os participantes, relacionando temas vinculados ao cotidiano universitário. Estas reflexões além de enriquecerem a construção do conhecimento, são capazes de despertar nos participantes a consciência sobre a atuação da mulher na ciência, bem como traçar as perspectivas para um futuro com equidade de gênero em todas as áreas de atuação.

Metodologia

O evento ocorrerá nos dias 25 e 26 de setembro de 2019. O cronograma proposto conta com três mesas redondas e quatro palestras ministradas por pesquisadoras de instituições do Brasil com liderança científica reconhecida dentro de suas áreas de atuação profissional, bem como com histórico de ações que valorizam a atuação de mulheres em diversos campos. Além disso, estão previstos momentos de discussão entre as palestrantes e os inscritos, visando esclarecimentos sobre o tema abordado e aumentando a perspectiva de atuação de mulheres em diferentes áreas.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se que este evento proporcione a discussão sobre equidade de gênero, impactando em reflexões e futuras ações na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e na região sul do Rio Grande do Sul, proporcionando o contato interinstitucional entre pesquisadores, professores e alunos de cursos de Pós-Graduação e Graduação estreitando laços sociais, acadêmicos, científicos e tecnológicos.
Além disso, espera-se divulgar o impacto dos resultados obtidos por mulheres que desenvolvem atividades de pesquisa e de inovação tecnológica para a comunidade científica, demonstrando a potencialidade de interação entre os gêneros, bem como aumentar a visibilidade deste assunto à comunidade científica, atraindo jovens talentos e consolidando as atividades de pesquisa através da interação com renomadas pesquisadoras do país.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
Amália Gonçalves Alves
CLAUDIO MARTIN PEREIRA DE PEREIRA2
CRISTIANI FOLHARINI BORTOLATTO2
ETHEL ANTUNES WILHELM2
FERNANDA PITT BALBINOT
GUILHERME TEIXEIRA VOSS
JULIA EISENHARDT DE MELLO
JULIANE DE SOUZA CARDOSO
MARCIA FOSTER MESKO2
PRISCILA TESSMER SCAGLIONI
RENATA LEIVAS DE OLIVEIRA
ROSELIA MARIA SPANEVELLO2
TAIS DA SILVA TEIXEIRA RECH

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