Nome do Projeto
Exposição Rualidades: ecos de 2013
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
02/03/2020 - 31/12/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Comunicação / Cultura
Linha de Extensão
Patrimônio cultural, histórico e natural
Resumo
Trata-se de exposição museológica de caráter itinerante, tendo como temática central os protestos que ocorreram no Brasil dentre os anos de 2013 e 2016. A ideia surgiu no âmbito da disciplina de Introdução à Sociologia, pertencente à matriz curricular do Curso de Bacharelado em Museologia da UFPel, ministrada em 2017/1. A partir de reflexões construídas em sala de aula, tendo como suporte teórico as contribuições dos principais sociólogos clássicos e contemporâneos, a turma foi desafiada a pensar uma exposição virtual, utilizando plataforma blogger ou similar, que fosse capaz de dialogar com os públicos a respeito da temática inicialmente mencionada aqui. Em razão do excelente resultado obtido com os trabalhos, e do potencial crítico-reflexivo das propostas dos estudantes, decidiu-se concretizar uma exposição museológica de cunho participativo, e que possa itinerar por diferentes espaços da cidade de Pelotas, promovendo assim, a possibilidade de ampla discussão acerca do contexto sociopolítico e cultural atual do país.

Objetivo Geral

Implementar exposição museológica itinerante acerca dos protestos ocorridos no país dentre 2013 e 2016, como forma de construir dialógica e criticamente uma memória do contexto sociopolítico e cultural do Brasil atual.

Justificativa

O pensamento positivista e sua crença na ordenação científica e social como forma de promoção do progresso ainda está muito presente na maioria dos museus e suas exposições. Neste sentido, os museus costumam procurar consolidar sua própria visão institucional como a única a ser seguida, atitude que reforça o senso comum de que tais instituições são templos de verdades eternas. A ação expositiva ora proposta assume um compromisso de desconstrução de tais premissas, que é fundamental da Museologia e das áreas da memória e do patrimônio propriamente, na medida em que baliza seus pressupostos discursivos no diálogo e participação imersiva do público - aqui entendido não somente como espectador, mas como agente/construtor.
Fundamentada nos conteúdos trabalhados na disciplina anteriormente mencionada, a exposição se faz importante, também, considerando seu potencial para despertar a consciência crítica acerca de questões seminais que não se restringem apenas ao âmbito político, mas que atravessam as mais diferentes esferas de interesse da vida social de qualquer cidadão, tais como, a ação das múltiplas e variadas formas de organização da sociedade civil; os vetores ideológicos que determinam e naturalizam o pensamento e as ações num escopo social complexo; o papel da mídia brasileira no fortalecimento de relações de dominação e de exclusão social; a polarização político-ideológica, a quem ela interessa, e o quão efetiva ela é capaz de ser; dentre outras.
Destacamos, ainda, como fator de suma valia e que justifica este projeto, o fato de que a concepção da exposição museológica favorece a construção de uma pensamento crítico, no qual o
tecnicismo deixa de ser a única vertente balizadora da comunicação museológica, abrindo a possibilidade de estabelecimento de um fórum de debates que se distancia da prática de disseminação autocrática de verdades, que faz dos públicos das exposições meros consumidores culturais.
Por fim, o projeto justifica-se na medida em que resulta, desde a concepção até a execução, de uma perspectiva integradora, não só entre diferentes áreas de conhecimento e interesse - como a Museologia, a Sociologia, a Comunicação, e as tecnologias da informação, dentre outras - mas, fundamentalmente, entre os três eixos basilares da educação superior: ensino (considerando que surge no escopo de uma disciplina); pesquisa (no esforço de construção dinâmica e constante da fundamentação teórica do conteúdo info-comunicativo da exposição); e extensão (uma vez que uma exposição museológica, por si só, se concretiza como espaço propício de diálogos com a sociedade, em sentido irrestrito).

Metodologia

- Elaboração de projeto expográfico, baseado em fundamentação teórica delimitada inicialmente na disciplina de Introdução à Sociologia (2017/1), ministrada no Curso de Museologia/UFPel.

- Aprofundamento das discussões teóricas de base e eleição do recorte discurso.

- Delimitação de métodos e técnicas de apresentação, lançando mão de tecnologias digitais para potencializar a imersão dos interagentes e a abrangência info-comunicaional.

- Captação de recursos humanos e materiais.

- Execução do projeto expográfico, tanto físico quanto digital.

- Definir espaços específicos na cidade de Pelotas para itinerância.

Indicadores, Metas e Resultados

- Dialogar, de forma democrática e construtiva, com os diversos públicos na cidade de Pelotas a respeito das manifestações e protestos populares que ocorreram no Brasil dentre os anos de 2013 e 2016.

- Contribuir para consolidar as exposições museológicas como espaços de discussão crítica e reflexiva, e também de estranhamentos, não somente de um ambiente de imposição de verdades ou de manutenção de públicos passivos, cumprindo assim, importante função social.

- Alargar as próprias fronteiras do discurso expositivo, com o objetivo de demonstrar que a construção do
conhecimento é resultante de um contínuo processo de trocas entre pessoas, objetos, espaços e sentidos.

- Auxiliar no desenvolvimento do pensamento crítico, contribuindo para que as reflexões sobre questões sociais fundamentais sejam levadas à cabo de forma mais consciente, informada e aprofundada.

- Elucidar com maior clareza quem são os atores envolvidos na criação dos discursos que engendram os eventos abordados.

- Chamar atenção para o potencial da participação popular no contexto político/decisório do país.

- Tirar os públicos da "zona de conforto", e instigá-los a pensarem e perceberem que museus - enquanto fenômenos/performances - não devem ser locais de consolidação de verdades forjadas na perpetuação de preconcepções e exclusões.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADRIELI CORRÊA TERRA
ALESSANDRA GURGEL PONTES
ANDRÉA CUNHA MESSIAS
CRISTINA MEDEIROS SCHMALFUSS
CRISTIÉLE SANTOS DE SOUZA
DANI MARIN AMPARO RANGEL
DANIEL MAURICIO VIANA DE SOUZA10
RENAN MARQUES AZEVEDO DA MATA

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