Nome do Projeto
Brincando de faz-de-conta: o aprendizado dos fundamentos da linguagem teatral
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
09/03/2020 - 18/12/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Cultura
Linha de Extensão
Artes cênicas
Resumo
O "Brincando de faz-de-conta" é um projeto que desenvolve os fundamentos da linguagem teatral sendo direcionado, preferencialmente, para crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. Desde o ano de 2017 ele vinha sendo executado nas dependências do Instituto Nossa Senhora da Conceição, junto a cinquenta crianças atendidas naquele espaço. Em outubro de 2019, as oficinas de teatro sofreram uma censura (mencionada no relatório final) que impediu a continuidade do projeto no Instituto.
No ano de 2020, o "Brincando" atuará junto a uma turma de dezenove crianças em situação de violação de direitos, atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS - Fragata), com idades entre seis e quinze anos, nas quintas-feiras pela manhã. Além dessa ação regular, outras ações pontuais (encontro com mulheres vítimas da violência, com crianças/jovens atendidos por outros CRAS, com alunos em escolas periféricas, com membros do MST e outros públicos vulneráveis estão previstos).
Objetivo Geral
Geral:
- Desenvolver os fundamentos da linguagem teatral junto a públicos vulneráveis.
Específicos:
- promover a vivência de jogos tradicionais, teatrais e dramáticos,
- aprimorar a expressão corporal,
- estimular a criatividade e a ampliação do imaginário,
- instigar a formação de vínculos afetivos por meio de brincadeiras,
- incentivar a socialização através de atividades lúdicas,
- gerar o princípio da autonomia através do jogo e suas regras,
- construir noções básicas acerca dos conceitos de "personagem", "espaço", "ação",
- aumentar a qualidade de vida dos participantes,
- Instrumentalizar alunos do curso para a docência na área do teatro.
- Desenvolver os fundamentos da linguagem teatral junto a públicos vulneráveis.
Específicos:
- promover a vivência de jogos tradicionais, teatrais e dramáticos,
- aprimorar a expressão corporal,
- estimular a criatividade e a ampliação do imaginário,
- instigar a formação de vínculos afetivos por meio de brincadeiras,
- incentivar a socialização através de atividades lúdicas,
- gerar o princípio da autonomia através do jogo e suas regras,
- construir noções básicas acerca dos conceitos de "personagem", "espaço", "ação",
- aumentar a qualidade de vida dos participantes,
- Instrumentalizar alunos do curso para a docência na área do teatro.
Justificativa
Vários pesquisadores, como o historiador Huizinga, abordam em seus estudos a importância do jogo como ferramenta para a construção de conhecimento do ser humano. Em "Homo ludens", o autor determina as principais características do jogo: trata-se de uma atividade voluntária, é entusiasmante e dá prazer, configura-se como uma evasão momentânea da vida real, apresenta uma limitação no tempo e no espaço, tem um fim em si mesmo, possui ritmo e harmonia, contém uma certa tensão e necessita de regras que norteiem a ação dos jogadores.
Pensando na importância do jogo teatral no que se refere à formação do sujeito, Jeferson Retondar, na esteira de Huizinga, afirma que a voluntariedade, da mesma forma que a determinação das regras, remete ao princípio da autonomia do indivíduo. A evasão da vida real, por outro lado, permite que a energia corporal contida, a violência, a agressividade, as angústias, os medos e os desejos não-realizados na sociedade do autocontrole civilizado extravasem-se através do lúdico, sem criar qualquer tipo de dano ou prejuízo para a vida social. Por estar fundamentado no lúdico e no prazer, o jogo possibilita que seus participantes se apropriem de si mesmos e do mundo numa perspectiva não-racional e não-utilitária, contribuindo para uma sociedade mais sensível, intuitiva e poética. Com inspiração em Paulo Freire, o "Brincando" pauta-se por uma concepção de educação concebida como prática da liberdade.
No que tange aos conteúdos específicos, pedagogos teatrais como Viola Spolin, Peter Slade e Flávio Desgranges investigaram metodologias de aplicação dos jogos visando não apenas à socialização dos jogadores, mas à construção de conhecimentos no campo estético. Assim, através da vivência de jogos de regras, dramáticos e teatrais, pretende-se que os participantes construam, além de vínculos de fraternidade, noções básicas acerca do fazer teatral, explorando possibilidades de expansão de seu potencial imaginativo e estético.
Pensando na importância do jogo teatral no que se refere à formação do sujeito, Jeferson Retondar, na esteira de Huizinga, afirma que a voluntariedade, da mesma forma que a determinação das regras, remete ao princípio da autonomia do indivíduo. A evasão da vida real, por outro lado, permite que a energia corporal contida, a violência, a agressividade, as angústias, os medos e os desejos não-realizados na sociedade do autocontrole civilizado extravasem-se através do lúdico, sem criar qualquer tipo de dano ou prejuízo para a vida social. Por estar fundamentado no lúdico e no prazer, o jogo possibilita que seus participantes se apropriem de si mesmos e do mundo numa perspectiva não-racional e não-utilitária, contribuindo para uma sociedade mais sensível, intuitiva e poética. Com inspiração em Paulo Freire, o "Brincando" pauta-se por uma concepção de educação concebida como prática da liberdade.
No que tange aos conteúdos específicos, pedagogos teatrais como Viola Spolin, Peter Slade e Flávio Desgranges investigaram metodologias de aplicação dos jogos visando não apenas à socialização dos jogadores, mas à construção de conhecimentos no campo estético. Assim, através da vivência de jogos de regras, dramáticos e teatrais, pretende-se que os participantes construam, além de vínculos de fraternidade, noções básicas acerca do fazer teatral, explorando possibilidades de expansão de seu potencial imaginativo e estético.
Metodologia
O "Brincando" será composto de duas frentes. Uma ação regular acontecerá em parceria com o CRAS-Fragata e outras ações pontuais acontecerão junto a distintos grupos em situação de vulnerabilidade social. Coordenado pela Profa. Marina de Oliveira, contará a princípio com a colaboração de dois alunos voluntários do curso de Teatro.
A ação "Brincando de faz-de-conta: teatro para as crianças do CRAS - Fragata" será uma parceria entre o curso de Teatro da UFPel e o mencionado Centro de Referência de Assistência Social. Os encontros serão às quintas-feiras, no período da manhã, tendo como público alvo dezenove crianças, com idades entre seis e quinze anos, em situação de violação de direitos. As atividades desenvolvidas serão práticas e acontecerão nas dependências do CRAS - Fragata, na Rua Duque de Caxias, 734. As oficinas teatrais estruturam-se, de modo geral, em quatro momentos: aquecimento, jogos tradicionais, jogos mais técnicos e avaliação das atividades. No primeiro realiza-se o aquecimento através de alongamentos e outros exercícios. Depois, iniciam-se os jogos tradicionais, visando a liberação da energia acumulada, a exploração do lúdico e a formação da consciência de grupo. Na sequência acontecem os jogos teatrais ou dramáticos, onde os participantes experienciam o fazer teatral de forma mais técnica. Essa é uma estrutura de aula adotada desde o início do projeto, pensando na criação de uma rotina de trabalho que pode, naturalmente, ser alterada conforme a necessidade. Ao final, uma roda de conversa é instaurada, onde são debatidos os conteúdos trabalhados e todos avaliam as atividades.
Os monitores do “Brincando” têm liberdade de propor acerca das metodologias teatrais que têm interesse de investigar. O projeto, nesse sentido, é entendido como um campo de exploração em que não existem fórmulas, nem um modelo específico de atuação para o professor de teatro ou um jeito “certo” de fazer. A coordenadora assiste de modo regular as oficinas e auxilia na avaliação e no planejamento das atividades. Os monitores, além de ministrarem as oficinas, realizam leituras obrigatórias e fazem relatórios avaliativos acerca da experiência de regência.
A ideia é que uma equipe multidisciplinar, envolvendo a assistente social, a psicóloga, os educadores sociais, a coordenadora do projeto e os monitores se forme para encontros periódicos em que serão realizadas a avaliação das ações e também o acompanhamento do desenvolvimento das crianças, a partir de distintos olhares. Esta troca será importante, já que permitirá a ponderação sobre a viabilidade da continuação do projeto no ano seguinte e também acerca de eventuais necessidades de ajustes no programa.
As demais ações pontuais, que se caracterizarão como oficinas únicas direcionadas a diferentes grupos em situação de vulnerabilidade social, serão cadastradas ao longo do ano, conforme forem acontecendo.
A ação "Brincando de faz-de-conta: teatro para as crianças do CRAS - Fragata" será uma parceria entre o curso de Teatro da UFPel e o mencionado Centro de Referência de Assistência Social. Os encontros serão às quintas-feiras, no período da manhã, tendo como público alvo dezenove crianças, com idades entre seis e quinze anos, em situação de violação de direitos. As atividades desenvolvidas serão práticas e acontecerão nas dependências do CRAS - Fragata, na Rua Duque de Caxias, 734. As oficinas teatrais estruturam-se, de modo geral, em quatro momentos: aquecimento, jogos tradicionais, jogos mais técnicos e avaliação das atividades. No primeiro realiza-se o aquecimento através de alongamentos e outros exercícios. Depois, iniciam-se os jogos tradicionais, visando a liberação da energia acumulada, a exploração do lúdico e a formação da consciência de grupo. Na sequência acontecem os jogos teatrais ou dramáticos, onde os participantes experienciam o fazer teatral de forma mais técnica. Essa é uma estrutura de aula adotada desde o início do projeto, pensando na criação de uma rotina de trabalho que pode, naturalmente, ser alterada conforme a necessidade. Ao final, uma roda de conversa é instaurada, onde são debatidos os conteúdos trabalhados e todos avaliam as atividades.
Os monitores do “Brincando” têm liberdade de propor acerca das metodologias teatrais que têm interesse de investigar. O projeto, nesse sentido, é entendido como um campo de exploração em que não existem fórmulas, nem um modelo específico de atuação para o professor de teatro ou um jeito “certo” de fazer. A coordenadora assiste de modo regular as oficinas e auxilia na avaliação e no planejamento das atividades. Os monitores, além de ministrarem as oficinas, realizam leituras obrigatórias e fazem relatórios avaliativos acerca da experiência de regência.
A ideia é que uma equipe multidisciplinar, envolvendo a assistente social, a psicóloga, os educadores sociais, a coordenadora do projeto e os monitores se forme para encontros periódicos em que serão realizadas a avaliação das ações e também o acompanhamento do desenvolvimento das crianças, a partir de distintos olhares. Esta troca será importante, já que permitirá a ponderação sobre a viabilidade da continuação do projeto no ano seguinte e também acerca de eventuais necessidades de ajustes no programa.
As demais ações pontuais, que se caracterizarão como oficinas únicas direcionadas a diferentes grupos em situação de vulnerabilidade social, serão cadastradas ao longo do ano, conforme forem acontecendo.
Indicadores, Metas e Resultados
A principal meta é que o "Brincando" se configure como uma ponte positiva entre o curso de teatro da UFPel e moradores da cidade de Pelotas e arredores em situação de vulnerabilidade social.
Deseja-se que a ação regular "Brincando de faz-de-conta: teatro para as crianças do CRAS-Fragata" constitua uma parceria profícua entre as Instituições, de modo que ambas construam conhecimento juntas, crescendo positivamente com a experiência. Espera-se que os alunos do curso envolvidos no projeto descubram possibilidades concretas, produtivas e éticas de conduzirem os participantes enquanto professores de teatro, levando em conta as especificidades das crianças e jovens em situações adversas. De outra parte, projeta-se que as crianças e jovens ampliem seu imaginário, sua capacidade de socialização e que construam noções básicas acerca dos conceitos de "personagem", "espaço", e "ação".
No que tange às demais ações a serem cadastradas, que se caracterizarão como oficinas únicas, prevê-se que elas serão uma importante ferramenta de acesso, ainda que pontual, ao universo dos jogos e a alguns princípios do fazer teatral, para um público que provavelmente não teria acesso a esse campo do saber sem a existência do projeto.
Deseja-se que a ação regular "Brincando de faz-de-conta: teatro para as crianças do CRAS-Fragata" constitua uma parceria profícua entre as Instituições, de modo que ambas construam conhecimento juntas, crescendo positivamente com a experiência. Espera-se que os alunos do curso envolvidos no projeto descubram possibilidades concretas, produtivas e éticas de conduzirem os participantes enquanto professores de teatro, levando em conta as especificidades das crianças e jovens em situações adversas. De outra parte, projeta-se que as crianças e jovens ampliem seu imaginário, sua capacidade de socialização e que construam noções básicas acerca dos conceitos de "personagem", "espaço", e "ação".
No que tange às demais ações a serem cadastradas, que se caracterizarão como oficinas únicas, prevê-se que elas serão uma importante ferramenta de acesso, ainda que pontual, ao universo dos jogos e a alguns princípios do fazer teatral, para um público que provavelmente não teria acesso a esse campo do saber sem a existência do projeto.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
CLÁUDIA LEMES GIGANTE | |||
MARINA DE OLIVEIRA | 7 |