Nome do Projeto
Acervo Multimídia de Arqueologia e Antropologia
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
13/04/2020 - 11/04/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Cultura
Linha de Extensão
Patrimônio cultural, histórico e natural
Resumo
O Acervo Multimídia de Arqueologia e Antropologia – AMAA parte da avaliação crítica de apagamentos e distorções de gênero, raça/etnia, sexualidade e classe em relatos arqueológicos e antropológicos para elaborar e disponibilizar materiais de ensino e divulgação científica através de portal na internet (acervo multimídia, repositório digital, ciberexposição, textos paradidáticos, vídeos etnográficos e educativos, etc.). O AMAA é orientado pela noção de intervenção feminista (Gayatri SPIVAK 1994, 2008) e descolonial (Luciana BALLESTRIN 2013, Maria LUGONES 2014, Claudia Lima COSTA 2014) na ciência, tomando-a por uma das mais eficientes instituições que atuam na manutenção e propagação do pensamento moderno colonialista (Chela SANDOVAL 2004, Yuderks ESPINOSA-MIÑOSO 2014, Alejandro HABER 2016).
Objetivo Geral
Ampliar os usos sociais do conhecimento científico produzido a partir de bens culturais e potencializar o viés de mediador de relações sociais do patrimônio cultural, avaliando criticamente os apagamentos e distorções de gênero, raça, sexualidade e classe em relatos arqueológicos e práticas disciplinares no Brasil, elaborando e disponibilizando, através de portal de internet, materiais de ensino e divulgação científica alinhados a discussões antirracistas, antissexistas e descoloniais.
Justificativa
A estratégia proposta de extroversão e comunicação tem por eixo definidor as discussões contemporâneas sobre patrimônio digital (Unesco, 2003), nova categoria patrimonial entendida como recurso de conhecimento ou expressão humana nato digital ou digitalizado, reflexo da sociedade em rede (Manuel CASTELLS, 2000); patrimônio problematizado como ação e mediação de relações sociais (José Reginaldo Santos GONÇALVES, 2003; Vera DODEBEI, 2006), cada vez mais interfaceadas pelos dispositivos digitais. O AMAA consiste em uma plataforma digital constituída por um repositório digital, onde os materiais são geridos, e um site (www.amaacervos.com.br), onde os patrimônios são socializados.
Iniciado em 2017 com a intenção de atender demandas locais de acesso e interação com os patrimônios culturais, os produtos do AMAA, elaborados entre 2017 e 2020 têm por foco sobretudo discussões e contextos materiais do sul do Rio Grande do Sul. Com o projeto em tela queremos ampliar a estrutura já existente e acolher discussões mais amplas, envolvendo contextos arqueológicos de outras regiões, potencializando a utilidade do site para públicos de todo o país interessados em patrimônios culturais e arqueologia. Dentre os produtos disponíveis no site (tanto os atuais quanto os aqui planejados) tem destaque o tratamento de temas transversais (ética, racismo, sexismo, desigualdade social, etc.) e o atendimento das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas escolas.
Textos, imagens e sons relativos a bens culturais e produzidos ou convertidos
em meio digital foram reconhecidos pela UNESCO em 2003 como patrimônio digital.
A importância da grande quantidade de bens culturais convertidos ao suporte digital,
transformados em bits e lançados na web, é posteriormente reconhecida na Carta sobre Preservação do Patrimônio Digital, assim como a necessidade de envidar esforços para sua preservação, tendo em vista seu caráter muitas vezes efêmero e passageiro (UNESCO, 2012). O processamento digital de bens culturais e sua transferência para ociberespaço ultrapassam qualquer fronteira regional de acesso, dando aos acervos digitais uma abrangência apenas limitada pela língua (e nunca completamente, tendo emvista os cada vez mais avançados tradutores automáticos disponibilizados pelos próprios navegadores de internet): “Textos, imagens, sons organizados como em um recorte enciclopédico, podem ser acessados em tempo real por um número cada vez mais amplo de internautas que se apropriam, reformatam e devolvem ao ciberespaço novas informações” (Vera DODEBEI, 2006: 03).
Referencias:
BALLESTRIN, Luciana. 2013. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11,p. 89-117.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Volume I. 8.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
COSTA, Claudia de Lima. 2014. Feminismos descoloniais para além do humano. Estudos Feministas, 22(3):320.
DODEBEI, Vera. Patrimônio e Memória Digital. Revista Eletrônica em Ciências Humanas, Rio de Janeiro, ano 04, n. 08, 2006.
ESPINOSA-MIÑOSO, Yuderkys. Una crítica descolonial a la epistemología feminista crítica. El cotidiano, n. 184, 2014.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. O Patrimônio como Categoria de Pensamento. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mario (Orgs.) Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
HABER, Alejandro. Arqueología indisciplinada y descolonización del conocimiento. SHEPHERD, Nick; GNECCO, Cristóbal; HABER, Alejandro. Arqueología y decolonialidad. Buenos Aires: Del Signo, 2016:123-166.
LUGONES, María. 2014. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas. Florianópolis, 22(3):935-952.
SANDOVAL, Chela. Nuevas ciencias. Feminismo cyborg y metodología de los oprimidos. In: Otras inapropiables: feminismo desde las fronteras. Traficantes de sueños, 2004. p. 81-106.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. 1994. Quem reivindica alteridade? In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Feminismo em tempos pós-modernos. Rio de Janeiro: Rocco, p. 187-205.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. 2010. Pode o subalterno falar?Belo Horizonte: UFMG.
UNESCO. Carta sobre a Preservação do Patrimônio Digital. 2003. Disponível em:.
UNESCO. Declaração Unesco/Ubc Vancouver: A Memória do Mundo na Era Digital: Digitalização e Preservação. 2012. Disponível em:.
Iniciado em 2017 com a intenção de atender demandas locais de acesso e interação com os patrimônios culturais, os produtos do AMAA, elaborados entre 2017 e 2020 têm por foco sobretudo discussões e contextos materiais do sul do Rio Grande do Sul. Com o projeto em tela queremos ampliar a estrutura já existente e acolher discussões mais amplas, envolvendo contextos arqueológicos de outras regiões, potencializando a utilidade do site para públicos de todo o país interessados em patrimônios culturais e arqueologia. Dentre os produtos disponíveis no site (tanto os atuais quanto os aqui planejados) tem destaque o tratamento de temas transversais (ética, racismo, sexismo, desigualdade social, etc.) e o atendimento das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas escolas.
Textos, imagens e sons relativos a bens culturais e produzidos ou convertidos
em meio digital foram reconhecidos pela UNESCO em 2003 como patrimônio digital.
A importância da grande quantidade de bens culturais convertidos ao suporte digital,
transformados em bits e lançados na web, é posteriormente reconhecida na Carta sobre Preservação do Patrimônio Digital, assim como a necessidade de envidar esforços para sua preservação, tendo em vista seu caráter muitas vezes efêmero e passageiro (UNESCO, 2012). O processamento digital de bens culturais e sua transferência para ociberespaço ultrapassam qualquer fronteira regional de acesso, dando aos acervos digitais uma abrangência apenas limitada pela língua (e nunca completamente, tendo emvista os cada vez mais avançados tradutores automáticos disponibilizados pelos próprios navegadores de internet): “Textos, imagens, sons organizados como em um recorte enciclopédico, podem ser acessados em tempo real por um número cada vez mais amplo de internautas que se apropriam, reformatam e devolvem ao ciberespaço novas informações” (Vera DODEBEI, 2006: 03).
Referencias:
BALLESTRIN, Luciana. 2013. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11,p. 89-117.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Volume I. 8.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
COSTA, Claudia de Lima. 2014. Feminismos descoloniais para além do humano. Estudos Feministas, 22(3):320.
DODEBEI, Vera. Patrimônio e Memória Digital. Revista Eletrônica em Ciências Humanas, Rio de Janeiro, ano 04, n. 08, 2006.
ESPINOSA-MIÑOSO, Yuderkys. Una crítica descolonial a la epistemología feminista crítica. El cotidiano, n. 184, 2014.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. O Patrimônio como Categoria de Pensamento. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mario (Orgs.) Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
HABER, Alejandro. Arqueología indisciplinada y descolonización del conocimiento. SHEPHERD, Nick; GNECCO, Cristóbal; HABER, Alejandro. Arqueología y decolonialidad. Buenos Aires: Del Signo, 2016:123-166.
LUGONES, María. 2014. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas. Florianópolis, 22(3):935-952.
SANDOVAL, Chela. Nuevas ciencias. Feminismo cyborg y metodología de los oprimidos. In: Otras inapropiables: feminismo desde las fronteras. Traficantes de sueños, 2004. p. 81-106.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. 1994. Quem reivindica alteridade? In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Feminismo em tempos pós-modernos. Rio de Janeiro: Rocco, p. 187-205.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. 2010. Pode o subalterno falar?Belo Horizonte: UFMG.
UNESCO. Carta sobre a Preservação do Patrimônio Digital. 2003. Disponível em:
UNESCO. Declaração Unesco/Ubc Vancouver: A Memória do Mundo na Era Digital: Digitalização e Preservação. 2012. Disponível em:
Metodologia
A noção de intervenção (Gayatri SPIVAK 1994, 2010) que sustenta o projeto se realiza através da contestação e modificação da forma como lemos e aprendemos, daí o foco da pesquisa e das ações na elaboração de relatos com correção de apagamentos e distorções de gênero, sexualidade, raça e classe e na disponibilização e circulação de materiais especialmente produzidos para públicos não especializados, incluindo docentes e discentes de ensino fundamental e médio. A circulação desses relatos críticos se dará através do site do AMAA, onde serão disponibilizadas uma segunda ciberexposição, concebida e desenvolvida em parceria com colegas de instituições de ensino de outras partes do país, um novo livro de textos didáticos, vídeos e outros materiais educativos de acesso livre e irrestrito. Paralelamente, a equipe do projeto atuará pontualmente nas escolas públicas do município, aplicando as aulas propostas pelos guias temáticos (planos de aula) do AMAA, e de modo mais intenso no curso de formação de docentes de anos iniciais, Curso Normal, do Colégio Pelotense.
Indicadores, Metas e Resultados
- Pesquisar formatos e linguagens alternativas (não textuais) para narrativas
arqueológicas mais acessíveis e atraentes a públicos não especialistas;
- Produzir textos e materiais de ensino e divulgação nesses outros formatos (vídeos,
exposições, fotografias, desenhos, etc.) e disponibilizá-los ampla e irrestritamente pela
internet;
- Ampliar e alimentar o repositório digital AMAA, garantindo-o como veículo de
socialização, compartilhamento e difusão de patrimônios culturais e pesquisas
arqueológicas e antropológicas
arqueológicas mais acessíveis e atraentes a públicos não especialistas;
- Produzir textos e materiais de ensino e divulgação nesses outros formatos (vídeos,
exposições, fotografias, desenhos, etc.) e disponibilizá-los ampla e irrestritamente pela
internet;
- Ampliar e alimentar o repositório digital AMAA, garantindo-o como veículo de
socialização, compartilhamento e difusão de patrimônios culturais e pesquisas
arqueológicas e antropológicas
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALICE CARDOSO SOARES | |||
BRENDA ARAUJO VULCANI | |||
CAROLINE ARAÚJO PIRES BARRETO | |||
GABRIEL GONCALVES DE BRITTO | |||
GABRIELLE REIS FERREIRA | |||
GERSON WENDT SCHWARTZ JUNIOR | |||
HELENA DA SILVA PORFÍRIO | |||
ISABELLA ALVES GUIMARÃES | |||
ISABELLA ALVES GUIMARÃES | |||
JEFFERSON FOSTER DA SILVA | |||
JOAO PEDRO FREITAS BALBINO | |||
JULIANA GASPAR ROSALINI | |||
LETICIA GONCALVES BENEDUZE | |||
LETICIA LEMOS DE SOUSA | |||
LOREDANA MARISE RICARDO RIBEIRO | 4 | ||
LUANA SOUZA RODRIGUES | |||
MARCELI TEIXEIRA DOS SANTOS | |||
MARIA EDUARDA FERREIRA SANTANA | |||
PATRICIA MARINHO DE CARVALHO | 1 | ||
PRISCILA CHAGAS OLIVEIRA | |||
YSLAINE AMARAL SENA |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
CNPq / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico | R$ 25.000,00 | Coordenador |
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior | R$ 6.600,00 | Coordenador |
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior | R$ 1.900,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339033 - Passagens de Despesas de Locomoção | R$ 1.900,00 |
Outros serviços | R$ 25.000,00 |