Em virtude da crescente demanda da população brasileira pela busca das práticas integrativas e complementares, ressalta-se a relevância da oferta deste curso.
Em 2006, com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), pela portaria nº 971 de 2006, a homeopatia, as plantas medicinais e fitoterápicas, a Medicina Tradicional Chinesa/acupuntura, a medicina antroposófica e o termalismo social-crenoterapia, promovendo a implementação de cinco práticas no Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2012).
As práticas integrativas e complementares foram ampliadas no SUS, pela portaria nº 849, de 27 de março de 2017, quando foram incorporadas outras 14 práticas: ayurveda, arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, e yoga. Em 2018, foram implementadas mais 10 práticas integrativas e complementares no SUS: apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, medicina antroposófica, ozonioterapia, terapia de florais, termalismo social, totalizando 29 (BRASIL, 2018).
Este curso propõe-se a promover a institucionalização destas práticas no SUS, sendo resultado de ações de ensino, pesquisa e extensão realizadas pela Faculdade de Enfermagem desde 2010.
Esta proposta atende a demanda de ampliar as discussões realizadas na Unidade do Cuidado de Enfermagem III, trabalhando com ações articuladas ao Projeto de Extensão Práticas Integrativas e Complementares na Rede de Atenção à Saúde (PIC-RAS), o qual é realizado por professoras e alunos da graduação e pós-graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, desde 2017.
Soma-se a discussão desta proposta outros dois projetos de extensão: 1) “Um olhar sobre o cuidador familiar: quem cuida merece ser cuidado”, no qual cuidadores são acompanhados semanalmente, e identifica-se que muitos destes estão com sobrecarga física e emocional. Deste modo, tais práticas podem ajudar na melhoria da qualidade dos pacientes, cuidadores, famílias e comunidades. 2) “Laboratório de formação e atendimento de Reiki”, o qual tem como objetivo capacitar acadêmicos da UFPel e, posteriormente, a comunidade em reiki, nos diferentes níveis, para atendimento de reiki na comunidade em geral. O Laboratório de Reiki visa a formação e atendimento de reiki por aqueles que foram capacitados pelo projeto à comunidade em geral.
Desde março de 2010, o PIC-RAS vem produzindo uma série de vídeos, visando disponibilizar orientações sobre práticas possíveis de serem realizadas em casa, durante esta pandemia do COVID-19. Nesse sentido, consiste em ação como parte da Proposta da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas para o enfrentamento da Pandemia de COVID-19 em parceria com o Comitê Interno para Acompanhamento da Evolução da Pandemia de Coronavírus na região, Hospital Escola da UFPel e Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas.
O desenvolvimento deste curso possibilita aos acadêmicos aprofundar algumas práticas integrativas e complementares, preconizadas pelo Ministério da Saúde, articulando a utilização das PICs para o cuidado de sintomas gerados pelo isolamento social ou sintomas leves do COVID-19. Esse tema é abordado no decorrer da formação acadêmica curricular, principalmente no 3º semestre (Unidade do Cuidado de Enfermagem III-UCEIII), ofertada pela Faculdade de Enfermagem da UFPel.
Na UCEIII são abordados teoricamente e implementados nos campos práticos os seguintes temas: política nacional de práticas integrativas e complementares, plantas medicinais no cuidado à saúde, com ênfase no cuidado a feridas, hipertensão e diabetes; auriculoterapia, acupuntura e moxaterapia.