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A cultura do milho está sendo difundida em todo o mundo como um dos principais cereais, designados tanto para o consumo humano como animal. No entanto, as safras deste grão ainda sofrem oscilações em boa parte do Brasil, principalmente no que diz respeito a disponibilidade de água, especialmente no estágio crítico da cultura, que vai do pendoamento ao início do enchimento dos grãos (BERGAMASCHI et al., 2004). A quantidade de umidade no solo é fundamental para uma produção significativa e de boa qualidade para a cultura do milho. Para o Rio Grande do Sul a cultura do milho denota uma expressiva participação socioeconômica devido aos cultivos de primavera-verão somando as áreas de produção do grão e silagem, tendo sua importância como matéria-prima presente nas mais variadas cadeias produtivas. No entanto, boa parte do estado denota fortes restrições para tal cultivo, tendo em vista a ocorrência de períodos com déficit hídrico, que abrange algumas regiões desde o centro sul, extremo oeste e norte do estado. Dessa forma, torna-se fundamental gerar uma avaliação dos efeitos do fator água para realizar um bom rendimento final do milho, antecedendo o momento da colheita (MATZENAUER et al., 2002). Além disso, há uma preocupação em relação às mudanças climáticas, principalmente devido ao incremento de ocorrências de eventos de secas intensas, responsáveis por causar danos significantes na produção agrícola. Pensando nisso, muitos dos produtores têm investido em sistemas de irrigação a fim de afrontar ocasiões de escassez hídrica, revelando a importância do planejamento de um manejo de irrigação apropriado, visando um aumento do rendimento, da eficiência do uso da água, e da conservação das atividades econômicas. A irrigação surge como alternativa do aumento da produtividade, atendendo as necessidades hídricas da cultura, principalmente em situações que há déficit hídrico. Para Albuquerque et al. (2010), situações onde há déficit ou excesso de água disponível para a cultura podem influenciar diretamente na produtividade esperada, pois não subsidiam as necessidades da cultura. Realizar um planejamento do manejo de irrigação visa uma melhor prestabilidade dos recursos hídricos disponíveis quando bem empregada diretamente nas lavouras.

Primeiramente será quantificada e avaliada a distribuição e comportamento da precipitação no estado do Rio Grande do Sul, com dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Também será elaborado o balanço hídrico da cultura do milho para o estado do RS, utilizando métodos adequados para a região de acordo com os dados disponíveis. Para o atendimento do objetivo principal da pesquisa, será utilizado o modelo AquaCrop para simular a demanda hídrica da cultura do milho em diferentes épocas de semeadura. O modelo necessita de informações agronômicas da cultura do milho modelo e informações diárias de radiação solar global, temperatura do ar máxima e mínima, precipitação e evapotranspiração de referência, além de dados de solo.

Pretende-se obter resultados que possibilitem um planejamento mais adequado da cultura do milho e dos recursos hídricos, de forma que a produtividade desse cereal alcance seu máximo rendimento no estado do Rio Grande do Sul. Este trabalho irá possibilitar a criação de estratégias que permitem o desenvolvimento agrícola local e regional baseado na disponibilidade de água superficial capaz de atender o consumo da cultura nos seus diferentes estágios de desenvolvimento.