Nome do Projeto
Memórias do Projeto Popular Desáfio Pré-Universitário
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/08/2020 - 01/08/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
O projeto será desenvolvido com colaboradores e alunos do Projeto Desafio Pré-Universitário Popular que foi criado em 1993, para alfabetizar jovens e adultos através dos princípios freirianos, quatro anos depois passou a ser um projeto de extensão da UFPel, e desde então vem preparando grupos de alunos para entrar na universidade. Ao longo dos anos a memória, deste que é o mais antigo curso popular do RS, vem se perdendo, principalmente das pessoas que por ali passaram. O objetivo desse projeto é a partir das narrativas de histórias de vida, e da organização de um memorial virtual , elucidar a relação entre o espaço e a vida social, avaliando como se constitui essa significação do Desafio entre os diferentes sujeitos sociais. estas ações se constituem em importantes elementos de positivação das identidades e construção de espaços de memória.
Objetivo Geral
Recuperar, através da metodologia de histórias de vida dos educadores e de ex-educandos do Projeto Desafio Popular, a trajetória social desses sujeitos e sua relação com o projeto;.
Justificativa
O Projeto Desafio foi criado em 1993, por iniciativa de alunos da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), com o objetivo de alfabetizar jovens e adultos de baixa renda. Alinhavam-se ao pensamento de Paulo Freire, onde é fundamental o comprometimento e participação direcionada às comunidades que estão à margem da sociedade, respeitando o conhecimento pré-existente e acolhendo as suas necessidades. A participação ativa do educando na sua formação e a aprendizagem horizontal são características essenciais desta teoria pedagógica.(FREIRE, 1996).
Em 1997, o Desafio é institucionalizado, e passa a ser um projeto de extensão vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC). Neste momento o foco passa a ser o vestibular, no entanto, o projeto continua alinhado a Educação Popular voltado a população de baixa renda, buscando a transformação social. Cursos populares, também chamados de alternativos ou comunitários, tem como objetivo principal diminuir problemáticas referentes à desigualdade existente no acesso ao ensino superior, além de aplicar o conceito de educação popular na formação do cidadão (ZAGO, 2009).
Atualmente, o Desafio é um projeto de extensão da UFPel e ocupa uma parte do campus Sallis Goulart, contando com 2 salas de aula com capacidade para 50 educandos e educandas cada, uma sala de leitura com apostilas e livros literários e didáticos para empréstimo e uma sala para secretaria e coordenação. Os espaços de convivência e banheiros são compartilhados com o público universitário. Atualmente a equipe é formada por 7 (sete) bolsistas, que realizam atividades administrativas e dão o suporte necessário ao bom funcionamento do curso, e mais de 80 educadores voluntários.
Tendo em vista a sua longevidade como projeto a comunidade interna e externa a UFPel é bastante grande e variada com trajetórias de vida muito distintas, hoje encontramos algumas destas pessoas como professores universitários na s instituições de ensino de Pelotas, mas outros se dispersaram com o tempo .
O objetivo desse projeto é a partir das narrativas de histórias de vida de alguns colaboradores, observar a relação entre as possibilidades de superação das desigualdades na busca do ensino superior e a vida social, buscando saber como se constitui essa significação do Projeto entre os diferentes sujeitos sociais.
O acesso aos depoentes se dará através da redes de contatos de antigos e atuais colaboradores. Projetos dessa natureza já foram largamente experenciados em vários lugares e circunstâncias e, a título de exemplo vale citar o projeto de Preservação do Patrimônio Cultural da Região do Anglo, que vem sendo desenvolvido desde 2009 com moradores dos Bairros Balsa e Navegantes.
O trabalho de memória nos bairros faz com que se aborde o morador como sujeito, através do qual se pode apreender representações de múltiplos, heterogêneos e complexos universos. Os moradores se transformam, através de suas narrativas, os porta-palavras da história e identidade da comunidade.
No caso em particular desses dois bairros, a demolição dos grandes conjuntos fabris e instalação de um campus universitário coloca a questão de novas fraturas identitárias e a problemática reconstrução pessoal.
Assim, a valorização das histórias de vida e testemunhos como documentos de história e transmissão de conhecimentos pode vir a se constituir num importante elemento de positivação das identidades e construção de espaços memoriais.
Em 1997, o Desafio é institucionalizado, e passa a ser um projeto de extensão vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC). Neste momento o foco passa a ser o vestibular, no entanto, o projeto continua alinhado a Educação Popular voltado a população de baixa renda, buscando a transformação social. Cursos populares, também chamados de alternativos ou comunitários, tem como objetivo principal diminuir problemáticas referentes à desigualdade existente no acesso ao ensino superior, além de aplicar o conceito de educação popular na formação do cidadão (ZAGO, 2009).
Atualmente, o Desafio é um projeto de extensão da UFPel e ocupa uma parte do campus Sallis Goulart, contando com 2 salas de aula com capacidade para 50 educandos e educandas cada, uma sala de leitura com apostilas e livros literários e didáticos para empréstimo e uma sala para secretaria e coordenação. Os espaços de convivência e banheiros são compartilhados com o público universitário. Atualmente a equipe é formada por 7 (sete) bolsistas, que realizam atividades administrativas e dão o suporte necessário ao bom funcionamento do curso, e mais de 80 educadores voluntários.
Tendo em vista a sua longevidade como projeto a comunidade interna e externa a UFPel é bastante grande e variada com trajetórias de vida muito distintas, hoje encontramos algumas destas pessoas como professores universitários na s instituições de ensino de Pelotas, mas outros se dispersaram com o tempo .
O objetivo desse projeto é a partir das narrativas de histórias de vida de alguns colaboradores, observar a relação entre as possibilidades de superação das desigualdades na busca do ensino superior e a vida social, buscando saber como se constitui essa significação do Projeto entre os diferentes sujeitos sociais.
O acesso aos depoentes se dará através da redes de contatos de antigos e atuais colaboradores. Projetos dessa natureza já foram largamente experenciados em vários lugares e circunstâncias e, a título de exemplo vale citar o projeto de Preservação do Patrimônio Cultural da Região do Anglo, que vem sendo desenvolvido desde 2009 com moradores dos Bairros Balsa e Navegantes.
O trabalho de memória nos bairros faz com que se aborde o morador como sujeito, através do qual se pode apreender representações de múltiplos, heterogêneos e complexos universos. Os moradores se transformam, através de suas narrativas, os porta-palavras da história e identidade da comunidade.
No caso em particular desses dois bairros, a demolição dos grandes conjuntos fabris e instalação de um campus universitário coloca a questão de novas fraturas identitárias e a problemática reconstrução pessoal.
Assim, a valorização das histórias de vida e testemunhos como documentos de história e transmissão de conhecimentos pode vir a se constituir num importante elemento de positivação das identidades e construção de espaços memoriais.
Metodologia
-Mapeamento das pessoas a serem entrevistados- Nessa primeira fase do projeto serão levantados as pessoas que fizeram parte do Desafio Pré-Universitário, tanto como educadores como educandos.
-Formação de entrevistadores- Serão apresentados os princípios fundamentais do projeto e em conjunto com os colaboradores serão realizados estudos sobre histórias de vida e educação popular.
-Identificando os narradores mais significativos na comunidade- A partir desse momento a abordagem dar-se-á diretamente com os sujeitos identificados, utilizando-se a metodologia da História de Vida como forma de apreensão e organização dos relatos orais.
Ao se falar de histórias de vida estamos nos reportando á questão da experiência, traduzida aqui como essas vivências individuais, mas necessariamente vinculadas a um contexto social. Na narrativa o sujeito dá a ver essa forma como traduz e interpreta a realidade.
A história oral e mais precisamente a história de vida tem possibilitado um avanço significativo na análise da experiência histórica através da introdução de temas fundamentais como as migrações, o mundo do trabalho, as questões de gênero, a construção de identidade étnicas, a violência nas sociedades contemporâneas, dentre outros.
A busca e registro por testemunhos orais traz ao domínio do conhecimento acadêmico as vozes dos meios populares e subalternos. Assim a entrevista joga um papel importante na produção dessas fontes orais levando-se em conta a questão da interação pesquisador-pesquisado, uma vez que se trata de encontros de subjetividades; a memória não como uma recriação perfeita do passado, mas como uma reconstrução sempre problemática do mesmo e a forma de interpretar os dados advindos dessas fontes orais.
-Formação de entrevistadores- Serão apresentados os princípios fundamentais do projeto e em conjunto com os colaboradores serão realizados estudos sobre histórias de vida e educação popular.
-Identificando os narradores mais significativos na comunidade- A partir desse momento a abordagem dar-se-á diretamente com os sujeitos identificados, utilizando-se a metodologia da História de Vida como forma de apreensão e organização dos relatos orais.
Ao se falar de histórias de vida estamos nos reportando á questão da experiência, traduzida aqui como essas vivências individuais, mas necessariamente vinculadas a um contexto social. Na narrativa o sujeito dá a ver essa forma como traduz e interpreta a realidade.
A história oral e mais precisamente a história de vida tem possibilitado um avanço significativo na análise da experiência histórica através da introdução de temas fundamentais como as migrações, o mundo do trabalho, as questões de gênero, a construção de identidade étnicas, a violência nas sociedades contemporâneas, dentre outros.
A busca e registro por testemunhos orais traz ao domínio do conhecimento acadêmico as vozes dos meios populares e subalternos. Assim a entrevista joga um papel importante na produção dessas fontes orais levando-se em conta a questão da interação pesquisador-pesquisado, uma vez que se trata de encontros de subjetividades; a memória não como uma recriação perfeita do passado, mas como uma reconstrução sempre problemática do mesmo e a forma de interpretar os dados advindos dessas fontes orais.
Indicadores, Metas e Resultados
Indicadores de Progresso ao final de cada 6 meses de projeto:
- Mapeamento dos possíveis entrevistados
-Sensibilização dos colaboradores
-Formação de colaboradores
-Realização das entrevistas
-Análise do material e formulação de dados
-Transcrição das entrevistas
Indicadores de resultados ao final do projeto:
- Identificação dos ex-educadores e educandos do Desáfio
-Organização e sistematização das entrevistas
-Organização de um Memorial Virtual com o material coletado durante a pesquisa
- Mapeamento dos possíveis entrevistados
-Sensibilização dos colaboradores
-Formação de colaboradores
-Realização das entrevistas
-Análise do material e formulação de dados
-Transcrição das entrevistas
Indicadores de resultados ao final do projeto:
- Identificação dos ex-educadores e educandos do Desáfio
-Organização e sistematização das entrevistas
-Organização de um Memorial Virtual com o material coletado durante a pesquisa
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANA PAULA MARTINS LEAL | |||
LUCIA MARIA VAZ PERES | 2 | ||
MARGARÉTE GARCIA DALLEGRAVE | |||
MARIA WALESKA SIGA PEIL MARTINS | |||
NORIS MARA PACHECO MARTINS LEAL | 2 |