Nome do Projeto
A influência da qualidade do ar no desenvolvimento econômico dos estados brasileiros
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/09/2020 - 31/12/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Engenharias
Resumo
A hipótese da curva de Kuznets deriva do trabalho inicial de Kuznets (1955) que revelaram uma relação em forma de U invertido entre desigualdade de renda e produtividade. A hipótese da curva atraiu muita atenção significativa nos anos 90 após o trabalho seminal de Grossman e Krueger (1991), o qual revelou que a deterioração ambiental e a renda per capita seguem na forma de U invertido.
Estudando a ligação entre qualidade do ar e desenvolvimento econômico, Grossman e Krueger (1991) encontraram uma relação em forma de U invertido entre poluentes do ar (dióxido de enxofre e fumaça) e renda per capita, confirmando, portanto, a validade da Hipótese da Curva Ambiental de Kuznets, cunhado por Panayotou (1993). Seu estudo revelou um aumento nas concentrações de poluentes do ar, à medida com nível de renda aumenta, mas as concentrações de poluentes do ar caíram em níveis mais altos de renda. Este projeto busca identificar relações de causa e efeito entre qualidade do ar e desenvolvimento econômico em estados brasileiros com vistas a auxiliar na promoção de políticas públicas que assegurem um equilíbrio entre crescimento econômico e a qualidade ambiental no país.
Objetivo Geral
O objetivo deste projeto é examinar as relações causais entre poluição do ar, medido pelo monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2) dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2), partículas inaláveis (PM10) e o desenvolvimento econômico (medido pelo PIB) dos estados brasileiros e vice-versa.
Justificativa
A qualidade do ar é uma das questões ambientais essenciais para a saúde pública, o meio ambiente e o crescimento econômico (HAO et al., 2018). A hipótese da Curva Ambiental de Kuznets (EKC) data de décadas e ainda é atual devido a sua importância na formulação de políticas ambientais (SARKODIE e STREZOV, 2019). Existem várias revisões sistemáticas da hipótese em que diversos autores têm demonstrado a existência de uma relação causal entre qualidade do ar e o desenvolvimento econômico (DINDA, COONDOO e PAL, 2000; DINDA, 2004; NARAYAN e NARAYAN, 2010; SHAHBAZ; LEAN e SHABBIR, 2012; LAU, CHOONG e ENG, 2014; AL-MULALI; SABOORI e OZTURK, 2015; DOGAN e TURKEKUL, 2016; PABLO-ROMERO e DE JESÚS, 2016; SHAHBAZ e SINHA, 2019; SARKODIE e OZTURK, 2020). Percebe-se uma troca entre desenvolvimento econômico e qualidade do meio ambiente, havendo um fluxo causal (bidirecional) entre as variáveis.
A degradação ambiental e o declínio da qualidade ambiental tornaram-se uma preocupação global e atraíram atenção significativa de toda a sociedade, uma vez que as emissões antrópicas de gases de efeito estufa aumentaram significativamente entre 1970 e 2010 (SARKODIE e STREZOV, 2019). Os gases com efeito de estufa, em 2010, cresceram 330% na Ásia, 70% no Oriente Médio e África, 57% na América Latina, 22% nos países de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e 4% nas economias em transição (IPCC, 2014).
Ademais, o aquecimento global de 1,5°, apontado pela Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), tem demonstrado que atividades humanas causaram o aquecimento da terra em cerca de 1,0°C, em comparação com o período pré-industrial. Tal variação de temperatura tem gerado impactos ambientais ao redor do mundo, como mudanças climáticas e aumento do nível dos mares em razão do derretimento das calotas polares (DESTEK et al., 2020).
Chen et al. (2017) destacam que desde a reforma e a abertura, a economia chinesa cresceu a uma velocidade notável. Entretanto, a poluição ambiental também se tornou cada vez mais significativa nesse país. Percebe-se que nos últimos anos, a contradição entre desenvolvimento econômico e meio ambiente se intensificou, o que ameaçou seriamente o desenvolvimento sustentável da China. Por conseguinte, entende-se que a queima de biomassa (QB): em Inglês, biomass burning (BB) é uma fonte significativa de poluição do ar, com impactos globais, regionais e locais na qualidade do ar, na saúde pública e no clima.
Segundo Destek et al. (2020) os autores, as emissões de CO2 são responsáveis por 75% das emissões dos gases de efeito estufa, as quais têm sido uma das fontes mais significativas de aquecimento global e mudanças climáticas (ATASOY, 2017). Apesar dos diversos esforços, tais como o Protocolo de Kyoto, a queima de combustíveis fósseis, com o objetivo de alcançar altos níveis de crescimento econômico, tem aumentado as emissões de CO2 (CHURCHILL et al. 2018).
Portanto, o impacto do crescimento econômico sobre o meio ambiente tornou-se uma das questões mais debatidas para ambientalistas e economistas. Sarkodie e Strezov (2019) comentam que vários fatores afetam as emissões de gases de efeito estufa que variam desde a produção per capita, passando por crescimento do consumo, crescimento populacional, obsolescência tecnológica e inovação, assim como comportamento de consumo dos indivíduos.
As emissões de dióxido de carbono relacionadas a combustíveis fósseis para geração de calor e eletricidade aumentaram consistentemente nas últimas quatro décadas (SARKODIE e STREZOV, 2019). A busca para garantir a disponibilidade e acessibilidade do fornecimento de energia a preços acessíveis para atender à crescente demanda de energia e um desenvolvimento econômico sustentado levou à dependência excessiva de fontes de energia de combustíveis fósseis (SARKODIE e OWUSU, 2016).
Nota-se, portanto, íntima relação entre desenvolvimento econômico e qualidade do meio ambiente, como postula a Hipótese da Curva Ambiental de Kuznets. Esta hipótese postula que os estágios iniciais do desenvolvimento econômico caracterizam-se por um alto uso de recursos que inevitavelmente reduzem a biocapacidade e aumentam a pegada ecológica, levando assim a um rápido crescimento dos níveis de poluição (PANAYOTOU, 1993; SARKODIE e STREZOV, 2018).
Existe um enorme escopo de literatura internacional que se utiliza da hipótese da Curva Ambiental de Kuznets. No entanto, poucos estudos são direcionados à realidade brasileira, em especial destaque à utilização de dados em painel com enfoque aos estados brasileiros. Neste sentido, esta pesquisa busca responder a seguinte pergunta: há fluxo causal entre a qualidade do ar dos estados brasileiros e o PIB (Produto Interno Bruto) destes estados? Investiga-se, portanto, como o crescimento econômico impacta na qualidade ambiental e também como a qualidade ambiental afeta o crescimento econômico na base de hipótese teórica da Curva de Kuznets (EKC).
A degradação ambiental e o declínio da qualidade ambiental tornaram-se uma preocupação global e atraíram atenção significativa de toda a sociedade, uma vez que as emissões antrópicas de gases de efeito estufa aumentaram significativamente entre 1970 e 2010 (SARKODIE e STREZOV, 2019). Os gases com efeito de estufa, em 2010, cresceram 330% na Ásia, 70% no Oriente Médio e África, 57% na América Latina, 22% nos países de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e 4% nas economias em transição (IPCC, 2014).
Ademais, o aquecimento global de 1,5°, apontado pela Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), tem demonstrado que atividades humanas causaram o aquecimento da terra em cerca de 1,0°C, em comparação com o período pré-industrial. Tal variação de temperatura tem gerado impactos ambientais ao redor do mundo, como mudanças climáticas e aumento do nível dos mares em razão do derretimento das calotas polares (DESTEK et al., 2020).
Chen et al. (2017) destacam que desde a reforma e a abertura, a economia chinesa cresceu a uma velocidade notável. Entretanto, a poluição ambiental também se tornou cada vez mais significativa nesse país. Percebe-se que nos últimos anos, a contradição entre desenvolvimento econômico e meio ambiente se intensificou, o que ameaçou seriamente o desenvolvimento sustentável da China. Por conseguinte, entende-se que a queima de biomassa (QB): em Inglês, biomass burning (BB) é uma fonte significativa de poluição do ar, com impactos globais, regionais e locais na qualidade do ar, na saúde pública e no clima.
Segundo Destek et al. (2020) os autores, as emissões de CO2 são responsáveis por 75% das emissões dos gases de efeito estufa, as quais têm sido uma das fontes mais significativas de aquecimento global e mudanças climáticas (ATASOY, 2017). Apesar dos diversos esforços, tais como o Protocolo de Kyoto, a queima de combustíveis fósseis, com o objetivo de alcançar altos níveis de crescimento econômico, tem aumentado as emissões de CO2 (CHURCHILL et al. 2018).
Portanto, o impacto do crescimento econômico sobre o meio ambiente tornou-se uma das questões mais debatidas para ambientalistas e economistas. Sarkodie e Strezov (2019) comentam que vários fatores afetam as emissões de gases de efeito estufa que variam desde a produção per capita, passando por crescimento do consumo, crescimento populacional, obsolescência tecnológica e inovação, assim como comportamento de consumo dos indivíduos.
As emissões de dióxido de carbono relacionadas a combustíveis fósseis para geração de calor e eletricidade aumentaram consistentemente nas últimas quatro décadas (SARKODIE e STREZOV, 2019). A busca para garantir a disponibilidade e acessibilidade do fornecimento de energia a preços acessíveis para atender à crescente demanda de energia e um desenvolvimento econômico sustentado levou à dependência excessiva de fontes de energia de combustíveis fósseis (SARKODIE e OWUSU, 2016).
Nota-se, portanto, íntima relação entre desenvolvimento econômico e qualidade do meio ambiente, como postula a Hipótese da Curva Ambiental de Kuznets. Esta hipótese postula que os estágios iniciais do desenvolvimento econômico caracterizam-se por um alto uso de recursos que inevitavelmente reduzem a biocapacidade e aumentam a pegada ecológica, levando assim a um rápido crescimento dos níveis de poluição (PANAYOTOU, 1993; SARKODIE e STREZOV, 2018).
Existe um enorme escopo de literatura internacional que se utiliza da hipótese da Curva Ambiental de Kuznets. No entanto, poucos estudos são direcionados à realidade brasileira, em especial destaque à utilização de dados em painel com enfoque aos estados brasileiros. Neste sentido, esta pesquisa busca responder a seguinte pergunta: há fluxo causal entre a qualidade do ar dos estados brasileiros e o PIB (Produto Interno Bruto) destes estados? Investiga-se, portanto, como o crescimento econômico impacta na qualidade ambiental e também como a qualidade ambiental afeta o crescimento econômico na base de hipótese teórica da Curva de Kuznets (EKC).
Metodologia
A presente pesquisa caracteriza-se como quantitativa, explicativa e causal, utilizando-se dados em painel. Para que a análise, e ajuste do modelo econométrico sejam feitos corretamente, Gujarati (2009) ressalta a importância da realização de etapas pré-definidas. Para responder o problema de pesquisa, inicialmente, realizar-se-á o teste de raiz unitária, com o objetivo de verificar a estacionariedade das séries. Após realizar-se-á o teste cointegração de Johansen e finalmente realizar-se-á o teste de Causalidade de Granger. O teste de raiz unitária busca verificar a estacionariedade de cada série. Gujarati (2009) comenta que um problema de raiz unitária é observado quando se tem uma série temporal não estacionária. Segundo Gujarati (2009), e Tsay (2005), para se ter certeza se a série é ou não estacionária, aplica-se o teste de raiz unitária Dickey-Fuller Aumentado (ADF), em que se realiza três diferentes estimativas de testes de hipóteses nulas (passeio aleatório, passeio aleatório com deslocamento e passeio aleatório com deslocamento em torno de uma tendência determinística).
Os testes de cointegração, assim como o de raiz unitária, segundo Gujarati (2009), servem para verificar se os resíduos gerados pela regressão das séries são estacionários ou não. Com o intuito de evitar uma regressão espúria, a cointegração é utilizada como um teste prévio de para a verificação do relacionamento de curto e longo prazo entre as variáveis. Além dos testes de cointegração, da Silveira-Bueno (2008) ressalta a necessidade de se observar a causalidade existente entre as variáveis, com o intuito de se descobrir a causa e a direção da influência.
Neste trabalho utilizar-se-á a Variação Percentual da Média Anual de Monóxido de Carbono (CO), Variação Percentual a Média Anual de Partículas Inaláveis (PM10), Variação Percentual da Média Anual de Dióxido de Enxofre (SO2) e Variação Percentual da Média Anual de Dióxido de Nitrogênio (NO2) e Variação Percentual do PIB dos estados brasileiros. A coleta de dados dar-se-á junto às secretarias estaduais, na eventual inviabilidade de contato, ou baixa qualidade das informações, utilizar-se-á as informações disponíveis no sitio do Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nesta pesquisa utilizar-se-á o software livre R, distribuindo gratuitamente, sem ônus à Universidade Federal de Pelotas.
Os testes de cointegração, assim como o de raiz unitária, segundo Gujarati (2009), servem para verificar se os resíduos gerados pela regressão das séries são estacionários ou não. Com o intuito de evitar uma regressão espúria, a cointegração é utilizada como um teste prévio de para a verificação do relacionamento de curto e longo prazo entre as variáveis. Além dos testes de cointegração, da Silveira-Bueno (2008) ressalta a necessidade de se observar a causalidade existente entre as variáveis, com o intuito de se descobrir a causa e a direção da influência.
Neste trabalho utilizar-se-á a Variação Percentual da Média Anual de Monóxido de Carbono (CO), Variação Percentual a Média Anual de Partículas Inaláveis (PM10), Variação Percentual da Média Anual de Dióxido de Enxofre (SO2) e Variação Percentual da Média Anual de Dióxido de Nitrogênio (NO2) e Variação Percentual do PIB dos estados brasileiros. A coleta de dados dar-se-á junto às secretarias estaduais, na eventual inviabilidade de contato, ou baixa qualidade das informações, utilizar-se-á as informações disponíveis no sitio do Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nesta pesquisa utilizar-se-á o software livre R, distribuindo gratuitamente, sem ônus à Universidade Federal de Pelotas.
Indicadores, Metas e Resultados
Levantamento de da qualidade do ar das regiões metropolitanas brasileiras
Levantamento do PIB dos estados Brasileiros
Realização de modelo econométrico identificando as relações de causa e efeito entre as variáveis
Publicação de artigo em periódico internacional.
Levantamento do PIB dos estados Brasileiros
Realização de modelo econométrico identificando as relações de causa e efeito entre as variáveis
Publicação de artigo em periódico internacional.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALEJANDRO MARTINS RODRIGUEZ | 10 | ||
EVERTON ANGER CAVALHEIRO | 20 | ||
Frantzso Pierre | |||
LEONARDO ROSA ROHDE | 20 |