Nome do Projeto
INFLUÊNCIA DA POLÍTICA MONETÁRIA NO RISCO DE CRÉDITO DOS BANCOS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
21/07/2020 - 30/07/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Resumo
O impacto da política monetária através do canal de crédito ganhou bastante destaque na literatura nos últimos anos. Com a crise de 2008 foi observado que o risco excessivo dos bancos tem um papel importante na estabilidade financeira. Desse modo, alterações na política monetária podem afetar o comportamento do banco em assumir riscos. O presente trabalho procura estudar como as alterações na taxa de juros afetam o nível de empréstimos para diferentes classificações de risco dos bancos. O resultado esperado, conforme a literatura, é que a baixa taxa de juros vivida nos últimos anos tenha aumentado o volume de empréstimos para clientes mais arriscados, ou seja, é esperado que a quantidade de empréstimos esteja se deslocando do menor risco em direção ao maior risco. Um segundo efeito a ser analisado é a possibilidade da ocorrência de um aumento na classificação AA devido a uma realocação feitas pelos bancos de recursos, que estavam em títulos públicos para empréstimos de maior risco almejando um aumento de rentabilidade, sendo assim, a quantidade de empréstimos de menor risco podem ter aumentado.

Objetivo Geral

Este artigo propõe estudar como as alterações na taxas de juros afetam o nível de empréstimo para diferentes classificações de risco dos bancos. A principal hipótese a ser testada é a de que juros mais baixos possam aumentar o volume de empréstimo para clientes com níveis mais arriscados. Estes efeitos também serão estimados para bancos com diferentes características, uma vez que bancos grandes e com poder de mercado potencialmente necessitam buscar menos rendimentos com risco maior.

Justificativa

Os resultados deste artigo são importantes para os formuladores de política, bem como para entender o processo de tomada de decisão dos bancos face a mudanças na política monetária. Os incentivos criados a partir de novas decisões dos bancos centrais podem representar uma mudança na estrutura de empréstimos dos bancos, e a oferta de empréstimos bancários pode ter efeitos no desempenho macroeconômico durante crises, sendo estes efeitos mais pronunciados para famílias e empresas que dependem de financiamento bancário contínuo, conforme Dell’Ariccia et al. (2008).

Metodologia

Para realizar este estudo, pretende-se estimar regressões de painel de dados com efeitos fixos, modelos de regressões por equações aparentemente não relacionadas (SUR) e System-GMM, utilizando-se dados sobre a classificação de risco dos empréstimos dos bancos brasileiros obtidos no Sistema de Informações de Crédito (SCR) do BCB, dados bancários obtidos no portal IF.Data do BCB, bem como outras fontes de dados macroeconômicos obtidos na base de dados do Banco Mundial, OECD e no sistema de séries temporais do BCB.

Indicadores, Metas e Resultados

Conforme a literatura é esperado que ocorra um aumento na quantidade de empréstimos de maior risco, pois o Brasil vem passando ao longo dos últimos anos por um período onde a taxa de juros vem diminuindo e segundo autores como Jiménez et al. (2014), Kashyap e Stein (2000), de Moraes and de Mendonça (2019), Montes e Peixoto (2014), Tabak et al. (2013) esse seria um fator que geraria o aumento do apetite dos riscos para os bancos. Além disso, os efeitos vão ser diferentes dada as características dos bancos, como tamanho, liquidez, se é público ou nacional, entre outras. Ao analisar as características bancárias como tamanho, liquidez e capitalização é esperado que quanto menor for essa característica mais riscos os bancos vão tomar, segundo Kashyap and Stein (2000), Altunbas et al. (2012), Drakos et al. (2016). Outro possível resultado, seria ocorrer um aumento no número de empréstimos AA (o mais seguro), pois devido a diminuição da taxa de juros os investimentos de renda fixa tornam-se cada vez menos atraente. Desse modo, uma parte da quantidade de renda fixa pode ter sido deslocada para a classificação de risco mais segura AA, pois possibilitam um rendimento maior.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ISAAC LEAL GADELHA DA ROCHA
REGIS AUGUSTO ELY2

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