Nome do Projeto
Educação e Empreendedorismo: As EdTechs- Startups de Educação- no mercado de ensino-aprendizagem de base tecnológica.
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
24/09/2020 - 15/08/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
A presente pesquisa desenvolve-se na perspectiva de analisar o papel do empreendedorismo no setor da educação, tendo como objeto de análise os empreendimentos educacionais de base tecnológica denominados de “Startups de educação – EdTechs”. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório e descritivo acerca do perfil desses empreendimentos bem como a análise do mercado de novas tecnologias de ensino-aprendizagem que passam por um processo de crescimento da demanda de ferramentas digitais para a modalidade de ensino remoto e à distância, motivado pela interrupção do ensino presencial em função da pandemia. Busca-se ainda identificar a composição do mercado das novas tecnologias educacionais e o seu impacto nas instituições de ensino; analisar as metodologias e conteúdos dos serviços educacionais ofertados; Identificar as relações entre as startups e as instituições de ensino superior; analisar as variáveis que compõe esse mercado tais como oferta e demanda, qualidade do serviço oferecido, geração de emprego e renda, desenvolvimento do setor e o perfil dos empreendedores, contribuindo assim com outros estudos na área da economia da educação, com o foco no empreendedorismo e no livre mercado educacional.
Objetivo Geral
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a emergência dos empreendimentos educacionais de base tecnológica, denominadas Edtech ou Startups de Educação no contexto de crescimento da demanda por produtos(ferramentas e plataformas digitais), metodologias e processos de ensino-aprendizagem. Busca-se caracterizar estes empreendimentos bem como analisar o seu crescimento no mercado educacional a luz das teorias de "liberdade econômica" de Milton Friedman; “Ação Empresarial “de Ludvig Von Mises e “Empreendedorismo” de Israel Kinzler.
Justificativa
A pandemia do vírus COVID-19 que atingiu o mundo todo a partir de março de 2020 foi responsável por uma das maiores crises da história, com impacto não só na saúde, mas em todos os setores da sociedade. Na educação o impacto foi profundo. A política de isolamento Social horizontal imposta pela maioria dos governos obrigou o fechamento de instituições de ensino e a paralização das aulas presenciais. Segundo a Unesco, cerca de 1,3 bilhão de estudantes ficaram afastados das salas de aula em todo o mundo em função da pandemia. No Brasil temos 56,5 milhões nessa situação, que é o número de pessoas que frequentavam instituições de ensino, conforme dados do IBGE. Foi a partir desse novo contexto que ampliou-se a demanda por novos produtos e serviços educacionais de base tecnológica para atender as necessidade das modalidades de educação remota e a distância. Dessa forma está em franca expansão o empreendedorismo educacional, através das EdTechs, ou "startups da educação". A utilização do termo Startup começou durante a crise das empresas ponto-com, entre 1996 e 2001. Na época, foi formada uma bolha especulativa caracterizada pela alta das ações das novas empresas de tecnologia da informação e comunicação alocadas no espaço da Internet. A Bolha da Internet, como ficou comumente conhecida, adotou e começou a utilizar o termo startup, que até então apenas significava um grupo de pessoas trabalhando por uma ideia diferente e com potencial de fazer dinheiro. Atualmente significa um empreendimento econômico emergente, ou seja, uma empresa recém criada que tem como objetivo desenvolver ou aprimorar um modelo de negócio, preferencialmente escalável e repetível que é normalmente de base tecnológica. Já o termo EdTech é um acrônimo das palavras Education e Technology. Apesar de o conceito de "startup de educação" ser abrangente, é possível definir duas características que se destacam nessa categoria de empreendimento, i) O uso de alguma forma da tecnologia, que significa a aplicação sistemática de conhecimento científico para tarefas práticas e ii) A tecnologia como facilitadora de processos de aprendizagem e aprimoramento dos sistemas educacionais, gerando efetividade e eficácia. Tem como característica a criação de metodologias mais dinâmicas, criativas e atrativas, estimuladoras da aprendizagem autônoma, imersiva e colaborativa. investem em desenvolvimento de software sob demandas, plataformas online, ferramentas de gamificação e jogos educativos, entre outras iniciativas. Estes empreendimentos cumprem, portanto, dois objetivos i) respondem às demandas de novos serviços e produtos educacionais para um mercado em expansão em escolas, cursos e universidades e ii) Criam um novo mercado de educação e tecnologia para futuros profissionais da educação que, egressos de cursos de licenciatura podem ter como alternativa o empreendedorismo educacional. Além disso essas empresas tem se mostrado muito mais eficazes do que o Estado na resposta às necessidades de inovação no setor, pois já vinham atendendo às instituições de ensino privado e famílias que praticavam a educação domiciliar(homescholling) e agora ganham mais relevância neste contexto da pandemia na medida em que conseguem atender com qualidade essa demanda emergencial. De acordo com a pesquisa "Mapeamento EdTech", realizado pela Associação Brasileira de Startups(Abrastup) em parceria com o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), existem atualmente 449 Edtechs brasileiras atuando no mercado. O boom de criação desses empreendimentos se deu a partir de 2010 e nos últimos dois anos teve um crescimento de 23%. Com as demandas surgidas com a crise da pandemia a perspectiva ampliou-se e os prognósticos já apontam que 2020 terá um crescimento bem maior do que o esperado. Neste contexto, o banco inglês Ibis Capital estima que o mercado global de EdTechs deverá crescer em torno de 17% em termos mundiais até o final do ano, com faturamento superior a US$ 252 bilhões, equivalentes a R$ 1,5 trilhão. No Brasil o mercado mais procurado é da educação básica (ensinos infantil, fundamental e médio), com 70,6% das edtechs, e as plataformas são usadas como tipo de recurso educacional preponderante em 67% delas. Sete em cada dez EdTechs dedicam-se a soluções para a educação básica, 48,1% voltadas aos ensinos fundamental e médio e 22,4% ao infantil. Cerca de 17% oferecem cursos livres, 16% atendem o superior e 13,6% o mundo corporativo (há negócios que se dedicam a mais de um desses setores). A maior parte, 158 se dedicam ao conteúdo online, seguida pelas orientadas a jogos educativos (42); ambiente virtual de aprendizagem AVA são 39; plataforma educacional, 38; sistemas de gestão educacional (SIG|SIS; 31), plano educacional adaptativo 26;, ferramentas de avaliação de estudantes 22; cursos online 14; ferramentas de autoria 10, e hardware educacional e repositório digital 9 cada. É possível perceber que, assim como ocorreu com a escassez de máscaras e álcool gel, no início da pandemia, no qual a demanda por esses produtos só foi atendida posteriormente pela ampla oferta de fornecedores privados atuando em livre concorrência no mercado, o mesmo tem ocorrido em relação a escassez dos produtos tecnológicos para o setor da educação que estão sendo supridos no mercado, através do empreendedorismo educacional das EdTechs. Nesse sentido, em função da importância que esses empreendimentos econômicos têm adquirido na oferta de produtos tecnológicos necessários viabilizar a modalidade de ensino remoto, demostrando o quanto a ação empresarial em uma economia de livre mercado pode ser eficiente para atender as necessidades de serviços nas áreas sociais onde o Estado se mostra incompetente e considerando a necessidade cada vez maior de inovação e novas tecnologias para a educação verifica-se a importância desses iniciativas. Dessa forma, a presente pesquisa que busca analisar esse fenômeno, tem relevância teórica, empírica e acadêmica. Sua relevância teórica está na contribuição que possibilita aos estudos na área da economia da educação a partir do estudo do papel do mercado e a função empresarial na oferta de produtos e serviços educacionais com vistas a atender a demanda por maior qualidade no ensino para toda a população. Na sua dimensão empírica o presente estudo se justifica pela atualidade do tema, pois se insere no contexto, tanto das ações urgentes que são necessárias para superação da crise oriunda da pandemia como no cenário de reformas de caráter liberal que o governo brasileiro vem propondo para superação de gargalos históricos nos setores fundamentais para o desenvolvimento do país, entre eles o da educação. Para os pesquisadores, o trabalho aqui realizado apresenta subsídios para novos estudos relativos aos problemas da educação brasileira em sua dimensão econômica.
Metodologia
Pesquisa usará o método do estudo de casos, de caráter qualitativo e descritivo, com base em um estudo exploratório, fundamentado em pesquisa bibliográfica. Com planejamento flexível, a pesquisa exploratória envolve um levantamento bibliográfico que permite a coleta de dados secundários para sustentar a análise e a discussão do tema proposto. Lakatos e Marconi (2010) sinalizam que a pesquisa bibliográfica se compõe de publicações em geral, já feitas por outros pesquisadores. Para a realização do presente trabalho, foram coletados dados secundários, que se encontram à disposição na internet, bem como informações de entrevistas com os empreendedores. As plataformas Scopus e Web of Science serão utilizadas para se levantar artigos científicos publicados por pesquisadores brasileiros e internacionais, abordando o tema. Os resultados parciais serão divulgados através de artigos ciêntíficos que posteriormente farão parte do relatório final.
Indicadores, Metas e Resultados
Busca-se com essa pesquisa envolver estudantes e pesquisadores das áreas de educação, economia, administração e ciências sociais para, a partir dos resultados desse estudo, compor um Grupo de Pesquisa Interdisciplinar permanente sobre a temática da Economia e Educação.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
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ALISSON EDUARDO MAEHLER | 4 | ||
MARIA ISABEL RODRIGUES ROSINHA | |||
PAULO LISANDRO AMARAL MARQUES | 10 | ||
PEDRO DE ALMEIDA DA CRUZ | |||
RAFAEL CAVAGNOLI | 2 |