Nome do Projeto
VISITAS PEDAGÓGICAS
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
02/01/2017 - 01/08/2019
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Cultura
Linha de Extensão
Turismo
Resumo
O Curso de Turismo da UFPel tem desenvolvido várias ações de extensão, dentre elas, a proposta da visita pedagógica entendida enquanto um processo constante de ensino e aprendizagem que tem como foco o patrimônio. Assim, nossa proposta visa fundamentalmente à difusão, à valorização, à preservação do patrimônio, e a (re)apropriação consciente desses bens pela comunidade. Este projeto tem como objetivo viabilizar vistas pedagógicas, principalmente no Centro Histórico de Pelotas, com alunos do ensino fundamental e médio, idosos, deficientes e seus familiares, associações de moradores e comunidade em geral, a fim de propor a reflexão sobre a temática Turismo e Patrimônio através da educação patrimonial, abrangendo tanto as questões culturais quanto ambientais e promovendo o exercício da cidadania em suas mais diversas formas. A visita pedagógica pelo Centro Histórico da cidade consiste em um itinerário percorrido a pé no entorno da Praça Coronel Pedro Osório, selecionando aqueles espaços que atendam aos valores culturais, à memória histórica, ao patrimônio cultural e a pluralidade de identidades da cidade, tendo um importante papel no que se refere à identidade e memória da Pelotas. As atividades são pelos alunos do Curso de Turismo que durante o percurso vão provocando situações de aprendizado sobre o processo cultural e ambiental e, a partir de suas manifestações, despertar no participante o interesse em resolver questões significativas para sua própria vida pessoal e coletiva.

Objetivo Geral

Viabilizar vistas pedagógicas no Centro Histórico de Pelotas, com alunos do ensino fundamental e médio, idosos, deficientes e seus familiares, membros de associações de moradores e comunidade em geral, a fim de propor a reflexão sobre a temática Turismo e Patrimônio através da educação patrimonial, abrangendo tanto as questões culturais quanto ambientais e promovendo o exercício da cidadania em suas mais diversas formas.

Justificativa

O Centro Histórico de Pelotas é considerado uma zona de preservação a partir da Lei Municipal 4.568/2000. As zonas de preservação possibilitam subdividir a cidade em áreas que operam como portadoras de interesse cultural criando um roteiro à preservação sendo possível constatar que as zonas de preservação do patrimônio cultural foram delimitadas seguindo o processo de formação e desenvolvimento urbano de Pelotas e representam os primeiros loteamentos executados na cidade. Em suma, pelo regramento, ficaram estipuladas quatro zonas de preservação: o Sítio do 1º loteamento (baseado na planta de 1815) que corresponde ao primeiro núcleo urbano da cidade, configurado ao redor da antiga Igreja da Freguesia, atual Catedral São Francisco de Paula, o Sítio do 2º loteamento (baseado na planta de 1835) que inclui a região do entorno da Praça Coronel Pedro Osório, que desde o século XIX constitui-se o centro da cidade, além de representar o poder e a riqueza da época das charqueadas, o Sítio do Porto região onde eram desenvolvidas as atividades portuárias e industriais da época e o Sítio da Caieira região onde eram realizadas as atividades de fabricação do cal, nas imediações da linha férrea.
Importante contribuição teve na historiografia legislativa do município a lei 4.568 de 2000 que objetivou, sobretudo, na conscientização do povo pelotense da importância do patrimônio histórico; buscando alimentar, junto à comunidade, a necessidade da preservação do acervo, não apenas como elemento contemplativo, mas como um caminho para a retomada do desenvolvimento, e por consequência da autoestima coletiva.
O Curso de Turismo da UFPel tem desenvolvido ações de extensão no sentido de contribuir nesse processo de educação patrimonial no município de Pelotas. Dentre elas, a proposta da visita pedagógica pelo Centro Histórico da cidade entendida enquanto um processo constante de ensino e aprendizagem que tem como foco o patrimônio. Assim, a proposta visa fundamentalmente à difusão, à valorização, à preservação do patrimônio, e a (re)apropriação consciente desses bens pela comunidade.
A Educação Patrimonial consiste em provocar situações de aprendizado sobre o processo cultural e ambiental e, a partir de suas manifestações, despertar no participante o interesse em resolver questões significativas para sua própria vida pessoal e coletiva.
Isso significa repensar a Educação Patrimonial recusando a postura que a identifica como mera transmissão de informações e conteúdos. A visita pedagógica não pode ser vista como produto ou como sinônimo de divulgação de informações, mas como um processo em que se busca criar uma nova relação entre os moradores e o seu patrimônio.
É preciso, também, ter clareza acerca do conceito de patrimônio cultural que é referência para as práticas das visitas pedagógicas. Tal noção, hoje, está ampliada. Conforme as palavras do ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil: “[...] pensar em patrimônio agora é pensar com transcendência, além das paredes, além dos quintais, além das fronteiras. É incluir as gentes. Os costumes, os sabores, os saberes. Não mais somente as edificações históricas, os sítios de pedra e cal. Patrimônio também é o suor, o sonho, o som, a dança, o jeito, a ginga, a energia vital, e todas as formas de espiritualidade de nossa gente. O intangível, o imaterial”. (IPHAN, 2008)
A Educação Patrimonial, de acordo com a clássica conceituação de Horta et al. (1999), trata-se de um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no patrimônio cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. As autoras ainda ressaltam que:
A partir da experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, o trabalho da Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural. (1999, p.6).

Como afirma Rangel (2002, p. 16), trata-se de promover, a partir do meio, sobre o meio e para o meio, a percepção da importância de preservar nosso patrimônio cultural, buscando a apropriação dos bens culturais por parte da sociedade brasileira, co-gestora, fruidora e principal destinatária desses bens, e a sua participação direta e efetiva nas ações de proteção de nossos bens culturais.
Nesse contexto, a caminhada orientada pelo Centro Histórico de Pelotas pode ser percebida enquanto uma prática pedagógica multidisciplinar, visto que se procura (re) apresentar a história do município aos participantes envolvidos na atividade por meio dessa visita pedagógica. Da mesma forma, essa ação pode ser entendida enquanto uma proposta metodológica de educação para o patrimônio, uma vez que pode ser aplicada aos patrimônios históricos e culturais pelotenses, estimulando seu conhecimento, valorização e preservação.
O roteiro percorrido durante a visita pedagógica pelo Centro Histórico, que ilustra a história de desenvolvimento do município através de seu rico patrimônio, pode ainda ser pensado enquanto “itinerário cultural”, conceituado como:
[...] um circuito marcado por sítios e etapas relacionados com um tema. Este tema deverá ser representativo de uma identidade regional própria, para favorecer um sentimento de pertença, de reconhecimento ancorado na memória coletiva. O conjunto organizado formado pelos sítios e etapas tem um valor emblemático e simbólico para a população local e, para o conjunto de pessoas externas, denominadas de visitantes. O tema designado pode dar-se a conhecer a volta de diferentes valores culturais: o vínculo histórico, o vínculo etnográfico, o vínculo social, uma corrente artística, uma identidade geográfica, uma identidade arquitetônica, as atividades tradicionais, as atividades artísticas, as produções artísticas. (Associação CISTE apud PEREIRO, 2002, p. 2).

Os critérios básicos para a criação de um itinerário cultural devem atender aos valores culturais, à memória histórica, ao patrimônio cultural e a pluralidade de identidades de um território. Estas ideias estão presentes no percurso utilizado, sendo composto por edificações que possuem um grande valor histórico, cultural e arquitetônico para o município.
A visita pedagógica pelo Centro Histórico da cidade consiste em um itinerário percorrido a pé no entorno da Praça Coronel Pedro Osório, selecionando aqueles espaços que tem um importante papel no que se refere à identidade e memória da cidade. A visita guiada não possui um itinerário fixo, o mesmo é adaptado dependendo do publico alvo, do interesse do grupo, do objetivo da visita, da disponibilidade de tempo dos participantes. Em alguns dos espaços selecionados realiza-se a visitação interna nos prédios. Enquanto percorremos o itinerário vamos conversando e trocando experiências com as pessoas que estão nesses espaços, de modo a aproximar o ideal de pertencimento próprio de cada um para com os patrimônios locais. Muitos participantes, apesar de residirem na cidade, nunca haviam entrado nos prédios, e podem ver a sua cidade com um novo olhar.
Assim os participantes podem vivenciem essa experiência, aprendendo na prática, de forma lúdica e prazerosa, tendo como propósito a reflexão constante e ação transformadora dos sujeitos no mundo e não uma visita somente reprodutora de informações, como via de mão única. A visita pedagógica é vista como mediadora na construção coletiva do conhecimento, a que identifica a comunidade como produtora de saberes, que reconhece, portanto, a existência de um saber local. Enfim, a que reconhece que os bens culturais estão
inseridos em contextos de significados próprios associados à memória do local.
Conforme destacado por Pereiro (2002), o patrimônio não se apresenta com um valor em si mesmo, visto que é preciso envolver as pessoas para que juntas elas percebam e construam valores e significados. Pode-se afirmar que uma grande parcela de conhecimento pode ser construído através das interações que ocorreram durante esse itinerário, dos participantes com seu patrimônio, dos acadêmicos com os participantes, e de todos os envolvidos nesse processo.
Nesse contexto, o projeto tem como objetivo viabilizar vistas pedagógicas no Centro Histórico de Pelotas, com alunos do ensino fundamental e médio, idosos, deficientes e seus familiares, membros de associações de moradores e comunidade em geral, a fim de propor a reflexão sobre a temática Turismo e Patrimônio através da educação patrimonial, abrangendo tanto as questões culturais quanto ambientais e promovendo o exercício da cidadania em suas mais diversas formas.

Metodologia

A visita pedagógica pelo Centro Histórico da cidade consiste em um itinerário percorrido a pé no entorno da Praça Coronel Pedro Osório, selecionando aqueles espaços que tem um importante papel no que se refere à identidade e memória da cidade.

O projeto se desenvolve a partir da discussão e elaboração das atividades a serem desenvolvidas; identificação e contato com os grupos a serem atendidos; do planejamento e elaboração dos roteiros das visitas pedagógicas; da definição do cronograma de execução; e do desenvolvimento das visitas pedagógicas.

Indicadores, Metas e Resultados

Pretende-se realizar 20 visitas pedagógicas tendo um total de 100 participantes.

Serão elaborados trabalhos e artigos científicos para a apresentação e publicação em eventos, anais e revistas científicas.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CARLA GOMES DA SILVA
DALILA MULLER1
DALILA ROSA HALLAL1
HELENA DE JESUS ALMEIDA
IGOR MORAES RODRIGUES
KETRIN CRISTINA GABRIEL
LEOPOLDINE RADTKE BERGMANN
PIERRE DONIRES DOS SANTOS CHAGAS
PRISCILLA TEIXEIRA DA SILVA1
ROBERTA MATTOS LESSA
RODRIGO MESQUITA DE OLIVEIRA
ÉVERTON FELIPE KAIZER

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