Nome do Projeto
O FOU (francês para objetivos universitários) e a formação docente para a leitura de textos acadêmicos
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
17/02/2021 - 16/02/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
Pesquisa pós-doutoral (durante o seu primeiro ano) na área de ensino de francês e formação docente conectada à atuação da pesquisadora na Rede Idiomas sem Fronteiras (ISF). Investigação e estudo com vistas a contribuir para propostas de programa e atividades de formação docente para o FOU e de francês para a internacionalização focalizando o desenvolvimento da leitura do texto acadêmico em francês e o conhecimento da metodologia FOS- FOU pelos estudantes da formação docente. Nossa licenciatura em francês está passando por alteração curricular. Momentos de revisão nos estimulam a investir em potencialidades de integração de competências antes não cogitadas para a formação docente. Incluímos aqui demandas da Internacionalização universitária que nos confrontam à necessidade de idiomas. Os contextos previstos são tanto os de pré-mobilidade acadêmica quanto os de internacionalização “em casa” (necessidades em leitura e escrita nos programas de graduação e pós-graduação, contatos, reuniões de pesquisa internacionais, leitura em versão original de autores estrangeiros, etc.). De fato, nem todo estudante universitário partirá em mobilidade acadêmica para um país estrangeiro; mas muitos dos estudantes teriam a ganhar, para suas formações, com o acesso a leituras de seus domínios do conhecimento específicos que foram produzidas em língua estrangeira. Ora, para tanto, dentre outras possibilidades, a mais cotada é através da mediação de um professor. E nós nas licenciaturas formamos o professor e desta forma qualificamos seu perfil como egresso. Alguns dos questionamentos que nos movem nesta pesquisa são: - que formato/status (presencial, EAD ou híbrido, disciplina obrigatória ou optativa, projeto de ensino, curso de capacitação ou outro) que distribuição (carga horária concentrada ou distribuída em diferentes módulos ao longo da formação), em que momento do curso seria mais adequada a integração desses conhecimentos por parte dos estudantes de licenciatura em francês? - há experiências deste tipo de formação já realizadas em outras instituições no Brasil? Do exterior? Importáveis, adaptáveis, inspiradoras? - os professores já formados teriam acesso a essas formações? Em que formato? Que integração com a proposta de formação docente da rede Andifes- ISF? Em âmbito local e/ou nacional? - que progressão propor para a formação em FOU-Leitura acadêmica? Que recursos humanos darão continuidade a essa formação de formadores? - É viável cogitar essas atividades via formação docente pela prática, a exemplo de outras disciplinas em que atuamos (a exemplo da disciplina de Ensino de língua francesa instrumental, que deixará de existir no novo currículo)? Se sim, com que formato de prática? (NB: Caso seja uma prática de docência intra-institucional, criaríamos uma nova fase, um novo e inédito programa de preparação linguística em francês dentro da UFPel, contribuindo tanto para a formação docente quanto para a internacionalização institucional e letramento acadêmico). Daí o desejo de estudo mais focalizado, visando propor programa para a formação docente em Leituras acadêmicas, objetivando-a por (i) ser uma das práticas/competências desejáveis que percebemos como das mais transversais a todas as formações universitárias, (ii) permitir o investimento em formação em distintos momentos do percurso da licenciatura, (iii) preencher, potencialmente, parte do vazio curricular deixado pela extinção da disciplina de Ensino da língua francesa instrumental.

Objetivo Geral

Primeiramente preencher um vazio identificado na formação docente inicial no que tange ao FOU: Propor um programa de ensino adaptado para a formação docente em FOU- leitura acadêmica na Licenciatura. Dupla vocação: formação docente inicial e continuada.
Estudar modelos de formação em FOU, suas características para uma engenharia de formação, e analisar possibilidades com vistas a propor a articulação e integração da atividade realizada no Programa/Rede idiomas sem fronteiras (ISF) com a atividade de formadora de docentes na Licenciatura de Português e Francês.
Pesquisar experiências de outras instituições que desenvolvam atividades nesta direção.
Propor a integração dessa disciplina/conteúdos/módulos na formação docente de licenciatura em francês.
Constituir um banco de recursos e materiais de ensino para essa formação.
Finalmente, graças a esse produto e suas potenciais derivações, contribuir para a internacionalização da universidade.

Justificativa

Por que realizar uma Pesquisa pós-doutoral na área de ensino de francês e formação docente conectada à atuação da pesquisadora na Rede Idiomas sem Fronteiras (ISF)? Pois essa Investigação e estudo será feita com vistas a contribuir para propostas de programa e atividades de formação docente para o FOU e de francês para a internacionalização focalizando o desenvolvimento da leitura do texto acadêmico em francês e o conhecimento da metodologia FOS- FOU pelos estudantes da formação docente.
O referencial teórico que respalda esta proposta é composto, dentro do campo da didática da língua estrangeira e da formação de formadores, a pedagogia do texto acadêmico e o ensino do francês para objetivo específico/ Francês para objetivo universitário (FOE/FOU), as metodologias ativas de aprendizagem de línguas, os estudos sobre os gêneros textuais acadêmicos.

Nas palavras de Chantal Parpette (2014), sobre a necessidade de re-conhecimento da realidade local:
"O encaminhamento geral do FOU pode assim se declinar em programas diversos em função das situações locais. Um conhecimento claro dos diferentes parâmetros que estruturam as situações em que se manifestam as necessidades em FOU constitui um trunfo importante para pensar de modo realista e evolutivo a instauração de programas de francês para objetivo universitário. Isso implica uma reflexão sobre a formação dos professores, sobre a colaboração necessária entre os professores de disciplinas e os professores de francês, e sobre o interesse de uma mutualização de recursos pedagógicos criados."

No contexto específico da UFPel, a formação docente em francês está passando por uma alteração curricular. Momentos de revisão e de análise nos estimulam a investir em potencialidades de integração de competências específicas que antes não eram cogitadas para a formação docente. Aqui compreendidas as demandas da Internacionalização universitária- com ou sem mobilidade acadêmica- que nos confrontam à necessidade mais premente do domínio de idiomas estrangeiros. Os contextos aqui referidos são tanto os de pré-mobilidade acadêmica quanto os de internacionalização “em casa” (necessidades em leitura e escrita nos programas de graduação e pós-graduação, contatos, diálogos e reuniões de grupos de pesquisa internacionais, acesso à leitura em versão original de autores estrangeiros, etc.). De fato, nem todo estudante universitário partirá em mobilidade acadêmica para um país estrangeiro; mas muitos dos estudantes teriam a ganhar, para suas formações, com o acesso a leituras de seus domínios do conhecimento específicos que foram produzidas em língua estrangeira. Ora, para tanto, dentre outras possibilidades, a mais cotada é através da mediação de um professor. E nós nas licenciaturas formamos o professor e desta forma qualificamos seu perfil como egresso.

Alguns dos questionamentos que nos movem nesta pesquisa são:
- que formato/status (presencial, EAD ou híbrido, disciplina obrigatória ou optativa, projeto de ensino, curso de capacitação ou outro) que distribuição (carga horária concentrada ou distribuída em diferentes módulos ao longo da formação), em que momento do curso seria mais adequada a integração desses conhecimentos por parte dos estudantes de licenciatura em francês?
- há experiências deste tipo de formação já realizadas em outras instituições no Brasil? Do exterior? Importáveis, adaptáveis, inspiradoras?
- os professores já formados teriam acesso a essas formações? Em que formato? Que integração com a proposta de formação docente da rede Andifes- ISF? Em âmbito local e/ou nacional?
- que progressão propor para a formação em FOU-Leitura acadêmica? Que recursos humanos darão continuidade a essa formação de formadores?
- É viável cogitar essas atividades via formação docente pela prática, a exemplo de outras disciplinas em que atuamos (a exemplo da disciplina de Ensino de língua francesa instrumental, que deixará de existir no novo currículo)? Se sim, com que formato de prática? (NB: Caso seja uma prática de docência intra-institucional, criaríamos uma nova fase, um novo e inédito programa de preparação linguística em francês dentro da UFPel, contribuindo tanto para a formação docente quanto para a internacionalização institucional e letramento acadêmico).

Desde 2014 há uma participação institucional da língua francesa no ISF nacional. Desde então a temática do FOU ganhou visibilidade para a parte do corpo docente de francês da licenciatura que se envolveu com o Programa ISF, bem como para alguns estudantes que atuaram como bolsistas ISF. Nessa participação começou meu interesse e itinerário pelo FOU.
Fruto de pesquisa que realizei em 2016/2017 intitulada “O francês para objetivos universitários e a capacitação para a mobilidade acadêmica no contexto da universidade brasileira”, realizei (em coautoria com Camille George, Assistente de língua francesa então em exercício na UFPel) um curso na plataforma Moodle para iniciantes de francês, contextualizado numa proposta de preparação para a Mobilidade acadêmica em contextos francófonos.

Diante da evidenciação do lapso existente na formação docente institucional de francês para a internacionalização e mais particularmente para o FOU, já promovi algumas ações de formação específica em FOU, tanto extracurriculares quanto em disciplinas optativas da Licenciatura:
Disciplinas optativas: ENSINO DA LÍNGUA FRANCESA II (2016); RECEPÇÃO E PRODUÇÃO ORAL EM LÍNGUA FRANCESA (2019).
Curso de formação do ISF: Encontro de formação do ISF- francês no RS (Pelotas, 2018).

Ficaram dessas atividades algumas constatações: (a) Embora instrutivas, se constituíram em atividades isoladas e assaz desconexas, não permitindo aos licenciandos participantes uma visão integrada e integradora desse objetivo específico de ensino em suas práticas docentes futuras. (b) atingiram somente parte dos licenciandos, não sendo atividades obrigatórias dentro da formação docente. (c) nem todas as atividades resultaram numa prática efetiva de ensino que permitiria vivenciar criticamente a metodologia FOU.
Dessas experiências e constatações, surge o desejo de realizar uma investigação e estudo mais focalizados, com vistas à proposta e produção de um programa adaptado para a formação docente em Leituras acadêmicas, objetivando-a por (i) ser uma das práticas/competências desejáveis que percebemos como das mais transversais a todas as formações universitárias, (ii) permitir o investimento em formação em distintos momentos do percurso da licenciatura, (iii) preencher, potencialmente, parte do vazio curricular deixado pela extinção da disciplina de Ensino da língua francesa instrumental.

Referências bibliográficas:

ALBUQUERQUE-COSTA, H. et PARPETTE, Ch. Français sur objectif universitaire : méthodologie, formationdes enseignants et conception de programmes. Humanitas, Ed. Paulistana, AUF. São Paulo, 2016.
BORG, S. et alii (org.) L’université en contexte plurilingue dans la dynamique numérique. Editions des archives contemporaines. Paris, 2016.
BOUQUET, S. (org.) Théories linguistiques et enseignement du français aux non-francophones. FDLM, Recherches et Applications. CLE international, Paris, 2001.
CISLARU, G. et alii. L’écrit universitaire en pratique. 2e édition. De Boeck. Bruxelles, 2011.
MANGIANTE, J-M. et PARPETTE, Ch. Le français sur objectif universitaire. PUG, Grenoble, 2011.
GEHLEN, A-F. et alii. Une introduction à l’enseignement supérieur. Apprendre à apprendre. Les éditions du Céfal, Liège, 2008.
PARPETTE, Ch. et MANGIANTE, J-M. (coord.) Faire des études supérieures en langue française. FDLM, Recherches et Applications. CLE international, Paris, 2010.
SAEZ, M.E. O letramento acadêmico em cursos superiores de tecnologia: características e propostas didáticas. Simpósio temático Escrita acadêmica e formação universitária: questões em torno do processo de letramento acadêmico In: BRUNEL MATIAS, Richard (org.); LOUSADA, Gouvêa Eliane (org.); LOPES CRISTOVÃO, Vera Lúcia (org.) Géneros textuales/discursivos académicos (FL Copias, 2020).

Metodologia

A- Levantamento bibliográfico sobre gêneros acadêmicos e leitura multimodal.

B- Pesquisa de experiências de formação docente em FOU na Rede Andifes ISF; construção e envio de questionário.

C- Compilação e estudo de recursos utilizáveis para a formação docente em FOU (pesquisa bibliográfica e na Web) e de revisão teórica sobre leitura acadêmica, gêneros textuais acadêmicos em francês, metodologia FOU para o ensino da competência de leitura em LE.

D- Análise das experiências institucionais em construção da competência de leitura de textos acadêmicos em francês já realizadas e avaliação de potencial de adaptação e reemprego de materiais e estratégias (a partir da compilação “etapa b” e questionários “etapa a”).

E- Proposta de programa de formação adaptado à realidade da Licenciatura em francês (resultado de inovação/remediação à situação problema desencadeadora da pesquisa).

Indicadores, Metas e Resultados

Criação de um plano de ensino a ser implementado em disciplina existente (optativa) ou a ser criada (optativa ou obrigatória) na formação docente inicial em FLE.
Formulação-adaptação de plano de ensino passível de ser empregado em formação docente continuada de FOU.
Construção e compilação de recursos e fichas de ensino específicos para a disciplina de formação.
Divulgação de resultados para o curso de Licenciatura em Letras Português e Francês da UFPel, em evento acadêmico e na Rede Andifes ISF.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
FERNANDA SILVESTRE DA SILVA
MARIZA PEREIRA ZANINI40

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