Nome do Projeto
Museu da Colônia Francesa
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/01/2017 - 29/12/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Educação
Linha de Extensão
Patrimônio cultural, histórico e natural
Resumo
O Museu da Colônia Francesa, situado na Vila Nova, 7º distrito de Pelotas (Distrito do Quilombo), a cerca de 35km do centro do município, foi inaugurado em 04 de julho de 2009, com a exposição ?Doces e Vinhos ao som da Marselhesa? e tem como sede o prédio da antiga escola Antônio José Domingues (atual E.M.E.F. Nestor Elizeu Crochemore), datado de 1949. Integra o Circuito de Museus Étnicos da UFPel, juntamente aos museus da Maciel, do Gruppelli e do Morro Redondo. Tem o propósito de contribuir para a preservação da memória das localidades da Vila Nova, Bachini e Colônia Francesa, situadas no distrito do Quilombo, na Serra dos Tapes. Tem como singularidades históricas: 1) a presença da etnia francesa na Colônia Francesa de Santo Antônio, fundada em 1880; 2) as relações interculturais entre esta etnia e os demais grupos de imigrantes (nomeadamente de origem teuto-germânica e italiana); 3) a memória e identidade do núcleo quilombola (Quilombo do Alto do Caixão), aspecto que dá nome ao arroio local e ao próprio distrito. O museu conta com um acervo inicial de objetos, que, além de uma rica coleção de fotografias antigas, inclui peças arrecadadas na comunidade. Desde 2010, desenvolvem-se ações de cunho educativo, nomeadamente com os alunos da E.M.E.F Nestor Elizeu Crochemore, localizada na Vila Nova, e E.M.E.F. MinistroArthur de Souza Costa, localizada no distrito da Cascata, aproximando as crianças da história da comunidade, valorizando a narrativa local e estimulando o sentimento de pertencimento dos mesmos à localidade. Promoveu exposições temporárias, de caráter itinerante e educativo, como "A Memória da Aeropostale, o Patrimônio Cultural Quilombola" e "Às margens dos arroios Caneleira e Quilombo: patrimônio e memórias étnicas da colônia de Pelotas?. Realiza ações voltadas à inclusão social (Dia do Patrimônio, Dia da Criança, Semana da Consciência Negra), com o regate de brincadeiras antigas. Promove atividades culturais/recreativas, como passeios e almoços comemorativos. Desde 2009, vem funcionando como base para pesquisas, por exemplo de alunos do curso de Bacharelado em Museologia (quatro monografias de conclusão de curso), uma dissertação concluída e uma em andamento. De forma interdisciplinar, tem contribuído com a formação de alunos da Museologia, História e Conservação & Restauro.

Objetivo Geral

São objetivos gerais do Museu e Espaço Cultural da Etnia Francesa em Pelotas: ? Estimular a preservação
patrimonial do legado étnico, de natureza material e imaterial, com ênfase ao componente de origem
francesa, predominante na composição cultural local. Promover, por meio do museu, ações e programas
voltados à Educação, visando à integração com o universo escolar (Escola Municipal de Ensino
Fundamental Nestor Crochemore), buscando, por meio da valorização da identidade cultural, promover a
autoestima das comunidades locais, bem como divulgar a memória social local a estudantes
provenientes de outras regiões. Colaborar com o desenvolvimento sustentável da região colonial do
município de Pelotas, por meio do estímulo à preservação patrimonial (cultural e ambiental) e do
fomento ao turismo cultural, de vertente rural. Trabalhar numa rede de parcerias, envolvendo a
Universidade Federal de Pelotas Instituto de Ciências Humanas Departamento de História e Antropologia ?
Cursos de Museologia e História, a comunidade local (organizada na Associação da Igreja São Pedro, escola
Nestor Crochemore e Associação do Clube de Futebol) e com a Prefeitura Municipal de Pelotas (Secretaria de
Desenvolvimento Rural, Secretaria de Cultura e Secretaria de Turismo), bem como com instituições de
natureza pública ou privada, nacional ou internacional, com o fito de realização de convênios, intercâmbios
institucionais e estágios remunerados ou voluntários, assim como obtenção de financiamentos para
programas museológicos. 2.3.1 Programa de Aquisições O Museu tem como prioridade a aquisição
de objetos referentes aos diferentes estágios da colonização na região, referentes às etnias (sobretudo
francesa) que participaram do processo de formação cultural da região (índios, negros quilombolas, luso-brasileiros, alemães, pomeranos, italianos). Dentre estes, se destacam objetos de uso cotidiano destas
diferentes etnias. São objetivos específicos os procedimentos relativos ao acervo: Aquisição, Catalogação , Acondicionamento no setor expográfico e reserva técnica , Exposição , Conservação , Restauração , Pesquisa , Divulgação , Educação.

Justificativa

A idéia de criação do Museu e Espaço Cultural da Etnia Francesa em Pelotas decorre de uma proposta
articulada entre a comunidade da região colonial, a Universidade Federal de Pelotas e a Prefeitura
Municipal de Pelotas. Pretende preservar tradições culturais, resultantes dos processos migratórios
formadores da cultura e sociedade da região da Vila Nova, Bacchini e Colônica Francesa, localizadas no
Distrito do Quilombo (7º), na Serra dos Tapes, na região colonial de Pelotas. Visa, ao mesmo tempo, a
fomentar o turismo cultural como alternativa econômica de desenvolvimento sustentável da região serrana do município. O escopo central do museu se encontra, portanto, na valorização da identidade cultural, destacando seu caráter étnico de origem francesa. Caberá ressaltar, no museu, a particularidade da área colonial em questão, que consiste na forte presença de descendentes de imigrantes franceses, com alguns traços culturais próprios (cultura do vinho e doçaria), o que repercutirá sobre a composição do acervo e proposta museológica. O Museu e Espaço Cultural da Etnia Francesa em Pelotas será instalado na sede de uma antiga escola, construída na década de 1940, cedida pelo município à comunidade para este fim.

Metodologia

A metodologia de criação e gerenciamento do museu seguirá o previstos nos programas determinados pelo Plano Museológico: 1. Programa institucional ? Criação e aprovação do regimento interno, com o objetivo de explicitar a finalidade do museu, suas atribuições, competências e organização institucional (diretoria, conselho consultivo, instituição mantenedora). 2. Programa de Acervos 2.1 Programa de Aquisições O Museu tem como prioridade a aquisição de objetos referentes aos diferentes estágios da colonização na região, referentes às etnias (sobretudo francesa) que participaram do processo de formação cultural da região (índios, negros quilombolas, luso-brasileiros, alemães, pomeranos, italianos) Dentre estes, se destacam objetos de uso cotidiano destas diferentes etnias. O acervo pertence, quanto à sua natureza material, a quatro categorias: ? Acervo material: objetos de uso cotidiano das diferentes etnias. ? Acervo visual: sobretudo das
fotografias antigas, que registram a memória familiar e coletiva das gerações pretéritas. ? Acervo oral: registros das lembranças, de indivíduos da comunidade, por meio do uso da técnica de História Oral, que comporão um Banco de Memórias. ? Acervo documental: a ser composto por documentos escritos, textuais, majoritariamente sobre suporte papel. 2.2 Programa de documentação Quando da incorporação de um objeto ao acervo do Museu, o doador do objeto é questionado quanto à origem deste, histórico, material, técnicas de
fabricação, entre outras informações relevantes. Logo após ele é conduzido a assinar um termo de doação, no qual ele abdica dos direitos sobre o objeto. Feito isto o objeto é inscrito no ?Livro de Inventário? e recebe um número, em seguida o objeto deve ser limpo, respeitando-se as particularidades de cada material. Feita a limpeza, o objeto deve ser fotografado, medido, e feita uma ficha de catalogação e logo em seguida ser guardado, para mais tarde, se for o caso, ser exposto. O Livro de Inventário tem por objetivo a identificação individualizada de cada uma das peças que constituem o acervo do museu. Deve ser um livro encadernado, com lombada costurada, de preferência grosso, com folhas pautadas, numeradas tipograficamente e rubricadas pelo funcionário responsável pelo registro e pela direção do museu. A utilização do livro deve ser de duas em duas páginas, deve possuir um termo de abertura, onde consta o nome do museu, a finalidade do livro, data, rubrica e assinatura do diretor. Todo ele deve ser manuscrito com caneta esferográfica preta. É feito um risco com caneta esferográfica azul nos espaços onde são desconhecidas as informações. Caso um objeto venha a ser furtado (desaparecido) é feito um ?x? com caneta esferográfica vermelha ao lado do úmero do referido objeto, e se este objeto for recuperado o ?x? deve ser circulado por uma caneta esferográfica verde. Todas as peças que fazem parte do acervo do museu devem ser registradas no Livro de Inventário, no qual constarão além do próprio número de inventário, o nome do objeto, o nome do doador, bem como a data de entrada e a data de registro do mesmo na instituição, além de observações importantes. Não esquecendo que cada objeto, deverá ter uma ficha de catalogação[2], o que possibilitará a criação de um banco de dados, com acesso restrito, o qual conterá todas as informações referentes ao acervo. Cada vez que um objeto for restaurado deverá ser preenchido o espaço na ficha de catalogação, destinado para este fim. Toda a documentação em suporte de papel deverá passar por um processo de digitalização, obedecendo critérios técnicos, como uma resolução igual ou maior que 300 dpi e o não uso de flash. A digitalização tanto das fotografias, quanto dos documentos, permite que estes sejam acessados por pesquisadores, sem prejudicar o documento. 3. Programa de Exposições O espaço do museu, composto pela área a ser reformada do prédio da antiga escola municipal, com características históricas genuínas, albergará, em seus ambientes, uma exposição permanente referente à temática da imigração, de uma perspectiva que evolua do global para o particular, abordando, sub-sequentemente, (a) o fenômeno migratório e o deslocamento das populações, (b) a composição étnica, vista de uma perspectiva diacrônica (em perspectiva histórica cronológica progressiva), e (c) o universo cultural da etnia francesa numa perspectiva de contato (etnias luso-brasileira, italiana, alemã e pomerana), visto de uma perspectiva sincrônica (cultura, cotidiano e sociabilidade). ? Comunicação e linguagens: Em seu sistema de comunicação interna, o museu disporá de etiquetas em português e francês. As etiquetas estarão posicionadas próximas aos objetos, em tamanho de boa legibilidade, sem interferir na visualização global do objeto. Constará de informações técnicas básicas (identificação do objeto, proveniência, material, datação, doador, funcionalidade). Além das etiquetas, as informações serão disponibilizadas por outros meios: " Displays " Painéis " Vídeos, projeções, documentários ? Exposições itinerantes: Divulgação da Cultura e do Acervo do Museu e Espaço Cultural da Etnia Francesa em Pelotas o O museu, por meio do curso de Museologia e parceiros, promoverá exposições itinerantes de seu acervo, concebidas por curadoria própria, com focos temáticos variados. 4. Programa educativo Oferecimento de visitas monitoradas aos visitantes; Criação de um projeto de Educação Patrimonial, que atenda as escolas da região; Realização de exposições temporárias (itinerantes); Atendimento a portadores de necessidades especiais (cegos, surdos, etc.). Promoção de atividades culturais que
integrem a comunidade ao Museu, como ciclos de cinema, encenações teatrais, enfocando a temática da imigração e do patrimônio cultural; 5. Programa de pesquisa Aplicação de questionários sócio econômicos,
com o objetivo de identificar o perfil do público que visita o museu. Criação de catálogos dos diferentes tipos de acervos do Museu. Criação de grupos de estudos sobre imigração; Promoção de palestras, conferências, debates, mesas redondas sobre diversas temáticas: museologia, patrimônio, imigração, etc.

Indicadores, Metas e Resultados

1. Índice de visitação ao museu ou exposições ou mostras ou coleções: atingir em torno de mil visitantes anuais das variadas atividades de visita a exposições
2. Cura do acervo museal (objetos, fotografias e testemunhos orais): acompanhar as condições de preservação do acervo, realizar constante verificação documental, identificar peças para encaminhamento para restauração, submeter peças a restauração, realizar procedimentos de conservação preventiva.
3. Realização de atividades de Educação Patrimonial: cinco escolas anuais
4. Tour dos Museus da Colônia: realizar seis passeios ao Circuito de Museus Étnicos

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CAROLINE PRIETTO
ELIANA MENEZES DE SOUZA
FABIO VERGARA CERQUEIRA1
GIOVANI VAHL MATTHIES
IGOR URIEL DE CARVALHO PIÑEIRO
LEANDRO RAMOS BETEMPS
LUCIANA DA SILVA PEIXOTO2
Marcelo Lopes Lima
RICARDO HAMMES STONE
RUANN CARLOS MOTA BEZERRA

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