Nome do Projeto
Sobras do Cotidiano e Contextos dx Artista - Deslocamentos físicos e virtuais
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
13/06/2021 - 31/08/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
Esta pesquisa em poéticas visuais é uma continuação da pesquisa registrada no Cobalto com o código Cocepe 2900. O grupo de colaboradores continuarão explorar meios e materiais reaproveitados (sobras) e mídias digitais com o intuito de criar poéticas visuais a partir de meios e materiais eco-friendly. Ações, caminhadas e leituras em grupo estimulam a produção de propostas artísticas que abordam a arte e o meio ambiente, a subjetividade humana, as práticas e contextos sociais, geográficos e políticos na região de Pelotas, local/global quando são pertinentes ao processo de criação dos colaboradores (alunos dos cursos de graduação e pós-graduação-Mestrado em Artes Visuais).
Utilizamos a metodologia de pesquisa em poéticas visuais, com base em procedimentos que partem do deslocamento e da observação, realizando caminhadas, a observação direta do entorno, realizando ações de limpeza coletiva, oficinas e estudando processos culturais e práticas cotidianas, particularmente àqueles associados à casa (oikos) e suas relações com o espaço público, ao gênero (questões identitárias), ao meio ambiente e à ecologia.
Com a vontade de adaptar o projeto às necessidades de orientar artistas-alunos de graduação e pós-graduação em artes visuais, este projeto ampliou a concepção do conceito 'sobras do cotidiano' para se dar conta das questões subjetivas, meios materiais e mídias digitais diversos que emergem nos processos criativos dos participantes. Com a pandemia, muitos alunos começaram a utilizar meios digitais de produção e expor online, e usar redes sociais em suas práticas, sem perder a abordagem, deste projeto, que foca a reflexão nos intercâmbios entre as práticas humanas e o meio ambiente (ecologia). Então, com este projeto, acrescenta-se a nossos objetivos: estudar e expor neste outro 'ambiente virtual' que se torna outro modo pelo qual o artista “se desloca” sua prática, particularmente em consequência do tempo vivido durante a pandemia. Quais são as implicações, para a arte e o meio ambiente, deste deslocamento dos artistas para os meios digitais e exposições online com durante e depois da pandemia?
Este projeto enfrenta questões sociais e ambientais por meio da vontade de estimular a produção de trabalhos que provocam a percepção humana e a consciência ecológica (Fernando Mires, 2012, O discurso da Natureza), ao criar obras que ajudam a perceber o entorno social, ambiental e virtual de forma sensível. Nosso objetivo de base é estimular a produção artística e buscar desenvolver meios poéticos para reaproveitar materiais-sobras, ao utilizar meios materiais e digitais que não agridem a natureza.
A crise de saúde (2020-2022) produziu sobras de afeto, sobras humanas, sobras ambientais que invocam/convocam a vontade do/da artista à ação para transformar uma coisa em outra que sobra.
(s-obra). Esta obra pode ser feita de materiais concretos reaproveitáveis ou pela construção da imagem digital. Nosso objetivo é estimular modos poéticos para tornar visível as possibilidades de uma vida sustentável e saudável, a expressão individual e coletivo, bem como manifestar uma postura crítica em torno da arte e o meio ambiente ao experimentar com materiais concretos e mídias digitais, e suas formas de apresentação pública em exposições presenciais e virtuais.
Objetivo Geral
- Orientar alunos de artes visuais e cultivar modos de produzir uma arte que valoriza a sustentabilidade ambiental e seus intercâmbios com contextos sociais, culturais e subjetivos da contemporaneidade. O projeto tem o objetivo principal de promover produções artísticas (individuais e coletivas) e a reflexão crítica sobre as mesmas, por meio da orientação (individual e em grupo) de alunos e alunas dos cursos de graduação e pós-graduação em artes visuais, com base na metodologia de pesquisa em poéticas visuais e explorando o tema de sustentabilidade ambiental e suas relações com as práticas cotidianas, a partir de ações coletivas promovidas pelo projeto. A pesquisa se torna meio para estimular a produção de uma arte de impacto social e ambiental e, ao mesmo tempo, auxiliar o/a artista universitário/a no processo de formação e amadurecimento de sua poética visual singular, ao enfrentar questões ambientais, sociais e subjetivos, as quais emergem, aos poucos, em sua produção singular, bem como cultivar o uso de meios digitais; e materiais reaproveitados concretos que sobram do cotidiano. Explorar materiais e mídias que não agridem a natureza, assim, promovendo ações poéticas que visam transformar as sobras de nosso cotidiano em possibilidades ambientais socialmente saudáveis.
Justificativa
Ao adaptar-se à pandemia, muitos alunos mudaram o modo de produzir a arte. O conceito “sobras” originalmente se limitou à ideia de “sobra” em relação aos materiais-que-sobram de processos culturais do cotidiano, e os quais podem ser reaproveitados na elaboração da obra. Neste projeto, acrescentam outras implicações que emergem da noção 'sobras do cotidiano': o termo pode também remeter aos aspectos humanos e subjetivos que “sobram” de processos sociais, (por exemplo, “as sobras da violência”, ou questões identitárias). O termo “sobra” implica uma vontade de transformar algo que é muito mais do que um simples “resto” - pois, de um "resto" ‘não sobra nada’. Este projeto quer cultivar esta vontade de transformar as sobras materiais e subjetivas. Durante a pandemia, os alunos e os professores da área de artes visuais conseguiram transformar sua situação de vida e "transformar as sobras", ao adaptar suas práticas a uma situação difícil, à falta de recursos. O que sobrou destas dificuldades foi a emergência de experimentos em mídias digitais online. Neste projeto, procuramos estudar estas táticas digitais na arte atual, depois da pandemia. Como vamos criar nossos trabalhos agora, depois de nos adaptar à pandemia e ao isolamento social, vamos voltar para trabalhar com meios físicos ou deslocar as praticas para as mídias digitais? Continuaremos produzir e expor os trabalhos em rede nas galerias online? ou voltaremos para expor em galerias físicas? São questões que emergem no contexto pós pandêmico que merecem reflexão.
Pergunto: O que sobra de nosso cotidiano depois da pandemia? Como nossa experiência entre 2020 e 2022 mudou as formas de fazer a arte?
Em termos teóricos, o projeto busca refletir sobre os processos sociais, políticos, subjetivos e ambientais interligados, com base na ecosofia em Félix Guattari (1989, As Três Ecologias). Não podemos desconsiderar a relação entre a arte, o meio ambiente e os deslocamentos da arte e dos artistas que atuam cada vez mais em "outros ambientes" virtuais e mídias digitais. Os desafios da contemporaneidade e as práticas emergentes, depois da pandemia, precisam ser abordados pela pesquisa em artes. Precisamos pensar, por meio da arte, as questões ambientais que se tornaram ainda mais visíveis durante a pandemia. Existem indicações que muitos artistas jovens passaram a usar as mídias digitais durante a pandemia e não vão "voltar para a normalidade" de usar somente materiais concretos depois da pandemia. Ao contrário, é necessário que a ampliação geral das práticas digitais artísticas (artemídia) sejam investigadas por meio da reflexão crítica e metodologia em arte, bem como considerando sua relação com o meio ambiente. Nesta pesquisa, tal reflexão serão feita na base do uso de mídias digitais nas praticas dos colaboradores individuais e por meio da experimentação com uma exposição coletiva digital/online.
Pergunto: O que sobra de nosso cotidiano depois da pandemia? Como nossa experiência entre 2020 e 2022 mudou as formas de fazer a arte?
Em termos teóricos, o projeto busca refletir sobre os processos sociais, políticos, subjetivos e ambientais interligados, com base na ecosofia em Félix Guattari (1989, As Três Ecologias). Não podemos desconsiderar a relação entre a arte, o meio ambiente e os deslocamentos da arte e dos artistas que atuam cada vez mais em "outros ambientes" virtuais e mídias digitais. Os desafios da contemporaneidade e as práticas emergentes, depois da pandemia, precisam ser abordados pela pesquisa em artes. Precisamos pensar, por meio da arte, as questões ambientais que se tornaram ainda mais visíveis durante a pandemia. Existem indicações que muitos artistas jovens passaram a usar as mídias digitais durante a pandemia e não vão "voltar para a normalidade" de usar somente materiais concretos depois da pandemia. Ao contrário, é necessário que a ampliação geral das práticas digitais artísticas (artemídia) sejam investigadas por meio da reflexão crítica e metodologia em arte, bem como considerando sua relação com o meio ambiente. Nesta pesquisa, tal reflexão serão feita na base do uso de mídias digitais nas praticas dos colaboradores individuais e por meio da experimentação com uma exposição coletiva digital/online.
Metodologia
O projeto utiliza a metodologia de pesquisa em poéticas visuais, com base em procedimentos que partem do deslocamento e observação da realidade, tais como caminhadas e a observação direta, bem como inclui o estudo e reflexão sobre processos culturais e práticas cotidianas, particularmente àqueles associados à casa (oikos) e suas relações privados e públicos, ao gênero (relações sociais e identitárias), ao meio ambiente/ecologia (ao intercâmbio entre os seres vivos e os meios (ambientais/sociais/virtuais) em que vivem e que habitam).
Outros aspectos de metodologia incluem orientações individuais com alunos e bolsistas, bem como reuniões semanais do grupo de colaboradores que inclui: leituras em grupo, escritura coletiva (ou individual) de textos para apresentar ou publicar em eventos e/ou periódicos, planejamento de ações coletivas e exposições e as atividades de montagem, discussões sobre modos de apresentação da obra, expografia, criação e diagramação de catálogo e portfólio, divulgação e outras atividades que fornecem experiências com as práticas profissionais do/da artista-pesquisador/a em artes do Bacharelado e Mestrado em Artes Visuais.
Outros aspectos de metodologia incluem orientações individuais com alunos e bolsistas, bem como reuniões semanais do grupo de colaboradores que inclui: leituras em grupo, escritura coletiva (ou individual) de textos para apresentar ou publicar em eventos e/ou periódicos, planejamento de ações coletivas e exposições e as atividades de montagem, discussões sobre modos de apresentação da obra, expografia, criação e diagramação de catálogo e portfólio, divulgação e outras atividades que fornecem experiências com as práticas profissionais do/da artista-pesquisador/a em artes do Bacharelado e Mestrado em Artes Visuais.
Indicadores, Metas e Resultados
Este projeto visa a aprofundar a reflexão crítica em torno do uso de meios materiais reaproveitáveis e mídias digitais na elaboração de produções em poéticas visuais, notando a necessidade de levantar questionamentos sobre o uso da fotografia digital e os modos de expor online que muitos alunos adotaram por necessidade em 2020 e 2021, sem aprofundar sua reflexão sobre as implicações para sua própria prática artística ou para o meio ambiente.
Outro indicador seria de conseguir organizar e realizar uma exposição online/presencial com os participantes, como modo de experimentar em grupo com as redes sociais e sua subversão para finalidades artísticas.
Outro indicador seria de conseguir organizar e realizar uma exposição online/presencial com os participantes, como modo de experimentar em grupo com as redes sociais e sua subversão para finalidades artísticas.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALICE JEAN MONSELL | 9 | ||
EDUARDA AZEVEDO GONCALVES | 1 | ||
GIOVANA SUELLO DA SILVA NUNES | |||
HELENE GOMES SACCO | 1 | ||
ISADORA DE LIMA CARDOSO | |||
KAEL SANTANA BETUN | |||
MARA REGINA DA SILVA NUNES | |||
NADIA DA CRUZ SENNA | 1 | ||
ROGGER DA SILVA BANDEIRA | |||
THIAGO LIGABUE PINTO | |||
VIVIAN MAURER PARASTCHUK |