Nome do Projeto
Viagens e lugares: mapas, topologias e linhas de fuga, configurações antropológico-poético-visuais
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/06/2021 - 01/06/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
Este projeto, construído para atender questões específicas aos alunos dos cursos de Artes Visuais, PPG e Graduação, questões que emergem ao longo de sua formação, diretamente associada à construção/ compreensão daquilo que se nomeia "poéticas visuais", um fazer artístico, muito específico, gerador de novos sentidos para nosso velho "sentimento de mundo", busca pensar a radicalidade da experiência contemporânea, marcadamente a partir da categoria do Espaço, tomada aqui sob dois aspectos: o do sedentarismo e o do nomadismo (nos termos propostos por Walter Benjamin). Assim o "lugar" e a "viagem" são aqui explorados não só em seu aspecto empírico, gerador de saberes específicos, relativamente compartilháveis, como são tomados como categorias complementares e geradoras de saberes divergentes frente à hegemonia dos discursos opressores. Pensar a categoria do "lugar" a partir da categoria da "viagem" é tensionar o conceito de "identidade" a partir do conceito da "diferença".
Tomamos como objeto de maior interesse a produção poético-visual local, sulina, de nossos alunos, compreendida como produtora de "pequenas utopias", implicando na construção e no reconhecimento de lugares desde sua inexistência.
Assim, pretende-se associar a criação em artes visuais contemporâneas, a partir da identificação cuidadosa dos processos em poéticas visuais, à conquista e à invenção de novos territórios, habitáveis, que são também novos territórios da cognição, os quais exigirão uma nova língua.
Trazemos teóricos, e estudiosos de outros campos do saber para este trabalho multidisciplinar, já que o que aqui enfrentamos é a criação de mundos. Assim, Antropologia, Geografia, Literatura, Filosofia, Psicanálise, Turismo e Urbanismo, são os campos que atravessam esta pesquisa em Artes Visuais.
Objetivo Geral
Contribuir para uma reflexão comparativa sobre as categorias da "viagem" e do "lugar", tendo como universo de análise as relações entre as artes visuais contemporâneas, a antropologia, a literatura e o urbanismo.
Compreender as formas e os processos pelos quais a categoria da viagem permite representar – nas artes visuais, atravessadas pela antropologia, pela literatura e pelo urbanismo – as relações entre a "identidade e a "diferença".
Analisar a continuidade, e a descontinuidade, de esquemas narrativos, descritivos e perceptivos na estruturação de sistemas simbólicos específicos, como, por exemplo, na representação de viagens e de lugares nas artes visuais, na literatura de viagem, nos relatos turísticos de viagens, entre outros.
Criar um grupo de estudos sobre viagens e lugares.
Gerar um banco de dados com textos e imagens, cujo grande tema aglutinador sejam a viagem, o percurso, os lugares; sua representação, narração e descrição.
Compreender as formas e os processos pelos quais a categoria da viagem permite representar – nas artes visuais, atravessadas pela antropologia, pela literatura e pelo urbanismo – as relações entre a "identidade e a "diferença".
Analisar a continuidade, e a descontinuidade, de esquemas narrativos, descritivos e perceptivos na estruturação de sistemas simbólicos específicos, como, por exemplo, na representação de viagens e de lugares nas artes visuais, na literatura de viagem, nos relatos turísticos de viagens, entre outros.
Criar um grupo de estudos sobre viagens e lugares.
Gerar um banco de dados com textos e imagens, cujo grande tema aglutinador sejam a viagem, o percurso, os lugares; sua representação, narração e descrição.
Justificativa
O vocabulário intelectual contemporâneo (a nossa outillage mentale, para usar a conhecida expressão do historiador francês Lucien Febvre) parece ter incorporado um conjunto de temas cuja referência principal remete à categoria da viagem. Já o antropólogo Marc Augé (1999) havia chamado a nossa atenção para o que parece ser uma tendência à espacialização, à construção de um lugar, assumida pelo nosso modo de dizer a realidade, e cujo exemplo mais evidente talvez seja a enorme difusão do interesse pelos temas da identidade e da diferença (Hall, 1997; 2003; Derrida, 1967). [Paradoxalmente, no entanto] Justamente e a tempo, ganha espaço entre nós um interesse não menor pelo tema da mobilidade, da circulação (Virilio, 1993a; 1993b; 1996). Poderíamos afirmar que a imaginação conceitual contemporânea utiliza-se amplamente de ambas as categorias – espaço e mobilidade – para articular os seus discursos acerca do mundo, observando ainda que as duas têm como um de seus principais lugares de encontro as reflexões que tomam como tema algum tipo de experiência de fronteira (Featherstone, 1999), tanto como experiência físico-psíquica quanto como atitude cognivo-perceptiva, fundada na comparação lato-senso, e como prática discursiva (literária) legível pelos avanços da “teoria do polissistema”, de Zohar (Nitrini, 1997).
A fronteira, entendida como o espaço do entre dois (Deleuze e Guattari, 1995), ou seja, como o lugar da passagem (Benjamin, 1997) entre o mesmo e o outro, é justamente aquilo que estrutura a categoria da viagem, de modo que talvez se possa pensar a narrativa de viagem como uma narrativa do entre dois. Em outras palavras, contar uma viagem é um modo de, narrando uma certa experiência de fronteira, delimitar um lugar (a própria passagem) que torna possível representar as relações entre a identidade e a diferença. As narrativas de viagem, provisoriamente definidas como narrativas de fronteira, integram-se ao espaço mais amplo daquilo que se pode chamar de uma retórica contemporânea da alteridade, da qual a literatura de viagem é apenas uma expressão.
O campo dessa retórica, cujos temas são estabelecidos pelas relações entre identidade e diferença, e também pelo jogo das passagens entre elas, se amplia, e é isso o que importa para nós neste momento, para além das narrativas de viagem propriamente ditas. Pelo viés da literatura, se de um lado é evidente a "retórica da alteridade" nos escritos epistolares e nos diários de viagem, por outro, nessa contemporaneidade sem referências exteriores que funcionem como marcos, como fronteiras, há toda uma produção literária ultrapassando gêneros, borrando limites e forçando nossa compreensão para aquilo que seja a viagem, o percurso e o lugar, e uma certa topologia.
Vivíamos numa longa era de mobilidade. Quanto mais desenvolvida uma sociedade, mais móvel ela se torna, era essa nossa crença até sermos parados pela Pandemia Covid-19. Entre os fatores definidores de uma sociedade, como mais ou menos desenvolvida, encontra-se a sua maior ou menor mobilidade.
Entretanto, as fronteiras permanecem, e mais ainda: elas são constantemente afirmadas. A possibilidade de que algo seja reconhecido como diferente supõe, muito evidentemente, que haja, entre ele e aquele que o reconhece como tal, alguma distância, pois, se aquilo que viesse a prevalecer fosse, por exemplo, a continuidade entre os dois, nenhuma diferença poderia ser imaginada e construída. Assim, se não há fronteira, não há também diferença.
Se "a globalização econômica e política se orienta a um mundo com menos fronteiras”, o que tentaremos mostrar é exatamente o oposto. É a existência da fronteira, e sua permanência demarcando territórios distintos, estranhos entre si, que caracteriza a saúde civil do homem contemporâneo. Mudam as regras do deslocamento através das fronteiras, suas forças coercitivas e coibidoras.
É interessante perceber como questões sobre mobilidade, territorialidade, topologia, fronteira, aceleração, questões não exatamente artístico-literárias, se tomadas como conceitos desses campos de conhecimento, perpassam a produção da poética contemporânea (perpassam as artes e os discursos contemporâneos), explorando, importa aqui ressaltar, os próprios limites dessas expressões.
O pensamento da diferença não pode dispensar uma topicalização nem aceitar as representações correntes de espacialização. [...].Esse outro modo [o do pensamento da diferença] não se localiza nem no dentro nem no fora [da consciência do sujeito cognoscente]. Marca da temporalização ligada à espacialização, a periodicidade garante a permeabilidade [entre o sistema exterior e o interior]. E, no movimento dessa periodicidade, [...] que significa a superposição de extratos físicos, mentais e mnesiológicos, [...] conteúdos indecomponíveis e inabordáveis se traduzem em linguagem. (Derrida, 1967, p.303-308).
O mais importante, neste primeiro momento, é observar que a impossibilidade de imaginar a diferença dissociando-a da identidade (afinal, como dissemos acima, ela sempre supõe o seu contrário) se deve, de um lado, à anterioridade atribuída ao ato de retornar sobre o ato de partir, fazendo da viagem contemporânea uma viagem estruturalmente homóloga àquela realizada por Ulisses na Odisséia, para quem o mais decisivo era não perder a memória do seu próprio retorno (Hartog, 2004). Por outro lado, no que diz respeito mais estritamente ao aspecto discursivo, escritural, da viagem, a mesma questão coloca-se enfaticamente do seguinte modo: “a maior Odisséia é a conquista de uma voz. A conquista da própria voz” (Meschonnic, 1982).
Como todo sistema que se pretenda representação do mundo, o que importa é tanto sua capacidade de descrever a realidade quanto a sua possibilidade de contribuir para criar a realidade que, a partir de então, poderá tornar-se objeto de algum outro tipo de descrição (Bourdieu,1996). Ressaltamos que operaremos ao longo do projeto com alguns modelos e possibilidades de leitura, que descrevem o que acontece na realidade atual, bem como com alguns sistemas simbólicos (as artes visuais, o turismo, a literatura).
Entendemos que a viagem pode e deve ser compreendida como um destes modos performativos de dizer a realidade, particularmente quando essa última é pensada na relação com este referente que é a fronteira. Logo, como já dissemos, a viagem, enquanto categoria, não tem na viagem, como prática do deslocamento, o seu referente exclusivo. Assim, se a viagem é alguma coisa boa para se fazer, ela certamente não é menos boa para dizer e pensar o mundo. Assumindo-a com base em uma definição provisória, gostaríamos de poder entendê-la como uma “categoria flutuante”, aplicando-se, portanto, não apenas a este ou àquele caso, mas também às passagens entre eles. Correndo o risco de parecermos um pouco mais imprecisos, talvez pudéssemos afirmar que a viagem, como “categoria flutuante”, incorpora-se ao nosso vocabulário como uma forma que nos permite dizer e representar o espaço das passagens, e também, naturalmente, as regulações (sociais, políticas, jurídicas...) e dificuldades associadas a essas passagens. Não será isso o que vemos em autores os mais diversos, uma tentativa de dizer a realidade como o “lugar do entre”, e para isso fazendo uso de um vocabulário que inclui termos como desterritorialização, rizoma, relação...?
Por fim, observamos que ela é, igualmente, objeto de representações. Contudo, em ambos os casos, tanto como forma que permite a produção de representações quanto como objeto, ela própria, de representações, a viagem toma parte nos vários modos pelos quais a realidade, sobretudo no que tange à relação entre a identidade e a diferença, pode ser dita e imaginada, experimentada e percebida. O fato de a viagem ser uma categoria, simultaneamente, representada e representante merecerá, de nossa parte, uma análise especial.
Parece-nos importante ainda dizer da, talvez, não-originalidade de nossa proposta, a de aproximarmos o turismo e a literatura, uma vez que são vários os “turistas aprendizes” (Mario de Andrade, 1976) e os escritores a criar “cidades invisíveis” (Calvino, 1991). Entretanto, como nosso olhar recai insistentemente no entre desses percursos, desses novos mapas e desses lugares, nos parece que vale insistir.
A fronteira, entendida como o espaço do entre dois (Deleuze e Guattari, 1995), ou seja, como o lugar da passagem (Benjamin, 1997) entre o mesmo e o outro, é justamente aquilo que estrutura a categoria da viagem, de modo que talvez se possa pensar a narrativa de viagem como uma narrativa do entre dois. Em outras palavras, contar uma viagem é um modo de, narrando uma certa experiência de fronteira, delimitar um lugar (a própria passagem) que torna possível representar as relações entre a identidade e a diferença. As narrativas de viagem, provisoriamente definidas como narrativas de fronteira, integram-se ao espaço mais amplo daquilo que se pode chamar de uma retórica contemporânea da alteridade, da qual a literatura de viagem é apenas uma expressão.
O campo dessa retórica, cujos temas são estabelecidos pelas relações entre identidade e diferença, e também pelo jogo das passagens entre elas, se amplia, e é isso o que importa para nós neste momento, para além das narrativas de viagem propriamente ditas. Pelo viés da literatura, se de um lado é evidente a "retórica da alteridade" nos escritos epistolares e nos diários de viagem, por outro, nessa contemporaneidade sem referências exteriores que funcionem como marcos, como fronteiras, há toda uma produção literária ultrapassando gêneros, borrando limites e forçando nossa compreensão para aquilo que seja a viagem, o percurso e o lugar, e uma certa topologia.
Vivíamos numa longa era de mobilidade. Quanto mais desenvolvida uma sociedade, mais móvel ela se torna, era essa nossa crença até sermos parados pela Pandemia Covid-19. Entre os fatores definidores de uma sociedade, como mais ou menos desenvolvida, encontra-se a sua maior ou menor mobilidade.
Entretanto, as fronteiras permanecem, e mais ainda: elas são constantemente afirmadas. A possibilidade de que algo seja reconhecido como diferente supõe, muito evidentemente, que haja, entre ele e aquele que o reconhece como tal, alguma distância, pois, se aquilo que viesse a prevalecer fosse, por exemplo, a continuidade entre os dois, nenhuma diferença poderia ser imaginada e construída. Assim, se não há fronteira, não há também diferença.
Se "a globalização econômica e política se orienta a um mundo com menos fronteiras”, o que tentaremos mostrar é exatamente o oposto. É a existência da fronteira, e sua permanência demarcando territórios distintos, estranhos entre si, que caracteriza a saúde civil do homem contemporâneo. Mudam as regras do deslocamento através das fronteiras, suas forças coercitivas e coibidoras.
É interessante perceber como questões sobre mobilidade, territorialidade, topologia, fronteira, aceleração, questões não exatamente artístico-literárias, se tomadas como conceitos desses campos de conhecimento, perpassam a produção da poética contemporânea (perpassam as artes e os discursos contemporâneos), explorando, importa aqui ressaltar, os próprios limites dessas expressões.
O pensamento da diferença não pode dispensar uma topicalização nem aceitar as representações correntes de espacialização. [...].Esse outro modo [o do pensamento da diferença] não se localiza nem no dentro nem no fora [da consciência do sujeito cognoscente]. Marca da temporalização ligada à espacialização, a periodicidade garante a permeabilidade [entre o sistema exterior e o interior]. E, no movimento dessa periodicidade, [...] que significa a superposição de extratos físicos, mentais e mnesiológicos, [...] conteúdos indecomponíveis e inabordáveis se traduzem em linguagem. (Derrida, 1967, p.303-308).
O mais importante, neste primeiro momento, é observar que a impossibilidade de imaginar a diferença dissociando-a da identidade (afinal, como dissemos acima, ela sempre supõe o seu contrário) se deve, de um lado, à anterioridade atribuída ao ato de retornar sobre o ato de partir, fazendo da viagem contemporânea uma viagem estruturalmente homóloga àquela realizada por Ulisses na Odisséia, para quem o mais decisivo era não perder a memória do seu próprio retorno (Hartog, 2004). Por outro lado, no que diz respeito mais estritamente ao aspecto discursivo, escritural, da viagem, a mesma questão coloca-se enfaticamente do seguinte modo: “a maior Odisséia é a conquista de uma voz. A conquista da própria voz” (Meschonnic, 1982).
Como todo sistema que se pretenda representação do mundo, o que importa é tanto sua capacidade de descrever a realidade quanto a sua possibilidade de contribuir para criar a realidade que, a partir de então, poderá tornar-se objeto de algum outro tipo de descrição (Bourdieu,1996). Ressaltamos que operaremos ao longo do projeto com alguns modelos e possibilidades de leitura, que descrevem o que acontece na realidade atual, bem como com alguns sistemas simbólicos (as artes visuais, o turismo, a literatura).
Entendemos que a viagem pode e deve ser compreendida como um destes modos performativos de dizer a realidade, particularmente quando essa última é pensada na relação com este referente que é a fronteira. Logo, como já dissemos, a viagem, enquanto categoria, não tem na viagem, como prática do deslocamento, o seu referente exclusivo. Assim, se a viagem é alguma coisa boa para se fazer, ela certamente não é menos boa para dizer e pensar o mundo. Assumindo-a com base em uma definição provisória, gostaríamos de poder entendê-la como uma “categoria flutuante”, aplicando-se, portanto, não apenas a este ou àquele caso, mas também às passagens entre eles. Correndo o risco de parecermos um pouco mais imprecisos, talvez pudéssemos afirmar que a viagem, como “categoria flutuante”, incorpora-se ao nosso vocabulário como uma forma que nos permite dizer e representar o espaço das passagens, e também, naturalmente, as regulações (sociais, políticas, jurídicas...) e dificuldades associadas a essas passagens. Não será isso o que vemos em autores os mais diversos, uma tentativa de dizer a realidade como o “lugar do entre”, e para isso fazendo uso de um vocabulário que inclui termos como desterritorialização, rizoma, relação...?
Por fim, observamos que ela é, igualmente, objeto de representações. Contudo, em ambos os casos, tanto como forma que permite a produção de representações quanto como objeto, ela própria, de representações, a viagem toma parte nos vários modos pelos quais a realidade, sobretudo no que tange à relação entre a identidade e a diferença, pode ser dita e imaginada, experimentada e percebida. O fato de a viagem ser uma categoria, simultaneamente, representada e representante merecerá, de nossa parte, uma análise especial.
Parece-nos importante ainda dizer da, talvez, não-originalidade de nossa proposta, a de aproximarmos o turismo e a literatura, uma vez que são vários os “turistas aprendizes” (Mario de Andrade, 1976) e os escritores a criar “cidades invisíveis” (Calvino, 1991). Entretanto, como nosso olhar recai insistentemente no entre desses percursos, desses novos mapas e desses lugares, nos parece que vale insistir.
Metodologia
O caráter exploratório deste projeto nos levou a definir como material empírico a ser analisado a própria produção teórica associada ao tema "viagem" e ao tema "lugar", em especial aquela que tem como foco, num primeiro momento, as relações entre a identidade e a diferença, a partir, mas não só, da identificação do processo criativo do aluno artista em formação, e dos vínculos que ele reconhece com os diferentes lugares em que viveu. Mas isso, naturalmente, não exclui a possibilidade de que outros materiais venham a ser trabalhados no transcurso de sua realização. Dentre eles, podemos mencionar, os seguintes: literatura de viagem, diários de viagem, cartas, relatos orais de viagem, representações imagéticas sobre destinos de viagem, sistemas classificatórios de viagem, e mesmo experiências práticas de viagem e deslocamento.
A referência a esses outros materiais justifica-se pelo nosso interesse em também fazer deste projeto uma espécie de “laboratório” para a orientação de trabalhos de alunos, particularmente dos alunos vinculados ao PPG-Artes Visuais, e à graduação em Artes Visuais (bacharelado e licenciatura), baseados no conhecimento que se faz entre essas áreas do conhecimento. De modo tal intersecção de saberes poderá abrir um espaço para que hipóteses de pesquisa sejam testadas e verificadas à luz de casos empíricos, com problemáticas advindas da prática poética desenvolvida por cada aluno.
A referência a esses outros materiais justifica-se pelo nosso interesse em também fazer deste projeto uma espécie de “laboratório” para a orientação de trabalhos de alunos, particularmente dos alunos vinculados ao PPG-Artes Visuais, e à graduação em Artes Visuais (bacharelado e licenciatura), baseados no conhecimento que se faz entre essas áreas do conhecimento. De modo tal intersecção de saberes poderá abrir um espaço para que hipóteses de pesquisa sejam testadas e verificadas à luz de casos empíricos, com problemáticas advindas da prática poética desenvolvida por cada aluno.
Indicadores, Metas e Resultados
O projeto pretende, por um lado, mapear a produção verbal em que a categoria da "viagem", e a categoria "lugar", potencializadas pelas relações de identidade e diferença, estejam presente; e, por outro lado, construir um quadro comum de análise que permita, na particularização dos objetos de investigação em suas formas de representação artístico-visuais, literárias, discursivas (cartas, diários, e relatos de viagem, textos narrativos), e imagéticas, presentes na produção contemporânea, sem perder de vista as prováveis regularidades que possam existir entre eles.
A "viagem" aqui é entendida como uma forma de representação da realidade, encontrando-se em campos sócio-culturais muito diversos, desde a literatura, passando pela antropologia, até chegar, mais recentemente, no turismo. Para dizer de um outro modo, essa premissa circunscreve o lugar a partir do qual pretendemos analisar as viagens que a própria viagem, como categoria de pensamento, pode realizar. Assim, nos termos dessa hipótese inicial, pesquisar a "viagem" é pensá-la não exclusivamente como uma prática em si, mas também, e talvez principalmente, como uma espécie de matriz produtora de enunciados e representações transversais, já que não limitados a este ou àquele campo. Permitindo pressupor que seja da viagem que se chega a algum "lugar".
Há uma pressuposição que associa a experiência no "lugar" ao conceito de "utopia" que pretendemos testar nas diversas orientações atreladas a este projeto de pesquisa.
A "viagem" aqui é entendida como uma forma de representação da realidade, encontrando-se em campos sócio-culturais muito diversos, desde a literatura, passando pela antropologia, até chegar, mais recentemente, no turismo. Para dizer de um outro modo, essa premissa circunscreve o lugar a partir do qual pretendemos analisar as viagens que a própria viagem, como categoria de pensamento, pode realizar. Assim, nos termos dessa hipótese inicial, pesquisar a "viagem" é pensá-la não exclusivamente como uma prática em si, mas também, e talvez principalmente, como uma espécie de matriz produtora de enunciados e representações transversais, já que não limitados a este ou àquele campo. Permitindo pressupor que seja da viagem que se chega a algum "lugar".
Há uma pressuposição que associa a experiência no "lugar" ao conceito de "utopia" que pretendemos testar nas diversas orientações atreladas a este projeto de pesquisa.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
EDGAR RODRIGUES BARBOSA NETO | |||
IGOR VINICIUS SOARES ALMEIDA | |||
JESSICA FERNANDES DA PORCIUNCULA | |||
JONAS MACHADO RODEGHIERO | |||
JOSÉ PAULO PORTELA ALVES | |||
MATHEUS AUGUSTO DE SOUZA MATOS | |||
Pablo Rosa Mendes | |||
RENATA AZEVEDO REQUIAO | 32 | ||
VICENTE FANTINI DE LIMA |