Nome do Projeto
Avaliação da fauna acompanhante na pesca com rede de emalhe na bacia da Lagoa Mirim.
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/03/2022 - 31/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A Instrução Normativa nº 2, de 09/02/2004 do IBAMA/SEAP, estabelece o tamanho mínimo de malha em 90 mm para pesca na Bacia da Lagoa Mirim. Como consequência do uso de redes de malhas menores que o recomendado, a quantidade e o tamanho médio dos peixes capturados vêm diminuindo. Medidas pró-conservação das espécies, compatíveis com a manutenção da atividade pesqueira, devem reconhecer as espécies de proteção prioritária e as técnicas de pesca a elas associadas. O presente trabalho tem por objetivo avaliar o impacto dos diversos tamanhos de malha e as modalidades de emprego das redes durante o ano, identificando a variabilidade qualiquantitativa de espécies capturadas na bacia da Lagoa Mirim. Serão realizadas amostragens trimestrais com diferentes tamanhos de malha, identificando as principais espécies capturadas por sua importância econômica e biomassa, juntamente com as espécies capturadas incidentalmente e que não apresentam valor econômico, mas são de importância bioecológica para o sistema ambiental.
Objetivo Geral
É objetivo deste trabalho é gerar dados sobre a pesca de emalhe, identificando os recursos afetados na Lagoa Mirim, produzindo informações que viabilizem uma reorientação no planejamento e ordenamento da atividade na região.
Justificativa
A pesca artesanal é base do sustento de mais de 400 famílias que atuam na Lagoa Mirim, RS, Brasil. A arte de pesca empregada na região é a rede de emalhe, sendo mais utilizadas as malhas 50, 60, 70, 80, 90, 100 e 110 mm entre nós opostos. Em contraponto, a Instrução Normativa nº 2, de 09/02/2004 do IBAMA/SEAP, estabelece o tamanho mínimo de malha em 90 mm. Como consequência do uso de redes de malhas menores que o recomendado, a quantidade e o tamanho médio dos peixes capturados vêm diminuindo (PIEDRAS et al., 2012).
Para compensar esta redução, os pescadores passam a utilizar maior quantidade de redes e a diminuir o tamanho da malha, ou seja, intensificam o esforço da pesca para manter a viabilidade econômica da atividade (SILVANO e BEGOSSI, 2001).
As espécies de valor comercial e objeto das pescarias são: a traíra (Hoplias malabaricus), o jundiá (Rhamdia quelen), o peixe-rei (Odontesthes spp.) o pintado (Pimelodus sp.), a viola (Loricariichthys anus). Outras espécies de menor importância são capturadas como fauna acompanhante ou incidental, já que não são objeto principal da pesca. Destacando se o tambica ou peixe cachorro (Oligosarcus robustus), o cará (Cichlassoma facetum) e a voga ou biru (Ciphocarax voga) (Piedras et al. 2012). Corrêa et al. (2015) registra a ocorrência de 83 espécies na bacia hidrográfica e que não aparecem nos registros de captura.
Medidas pró-conservação das espécies, compatíveis com a manutenção da atividade pesqueira, devem reconhecer as espécies de proteção prioritária e as técnicas de pesca a elas associadas (Afonso e Chaves, 2021).
Para compensar esta redução, os pescadores passam a utilizar maior quantidade de redes e a diminuir o tamanho da malha, ou seja, intensificam o esforço da pesca para manter a viabilidade econômica da atividade (SILVANO e BEGOSSI, 2001).
As espécies de valor comercial e objeto das pescarias são: a traíra (Hoplias malabaricus), o jundiá (Rhamdia quelen), o peixe-rei (Odontesthes spp.) o pintado (Pimelodus sp.), a viola (Loricariichthys anus). Outras espécies de menor importância são capturadas como fauna acompanhante ou incidental, já que não são objeto principal da pesca. Destacando se o tambica ou peixe cachorro (Oligosarcus robustus), o cará (Cichlassoma facetum) e a voga ou biru (Ciphocarax voga) (Piedras et al. 2012). Corrêa et al. (2015) registra a ocorrência de 83 espécies na bacia hidrográfica e que não aparecem nos registros de captura.
Medidas pró-conservação das espécies, compatíveis com a manutenção da atividade pesqueira, devem reconhecer as espécies de proteção prioritária e as técnicas de pesca a elas associadas (Afonso e Chaves, 2021).
Metodologia
Locais de amostragem: Os locais de amostragem serão nas áreas de pesca tradicionalmente utilizadas por pescadores da Lagoa Mirim: Santa Vitória do Palmar, Jaguarão e Santa Isabel e Lagoa Mangueira.
Amostragens: As amostragens serão realizadas trimestralmente (uma a cada estação do ano). Para o levantamento da fauna ictiológica, se utilizará dois conjuntos de redes-de-espera, com diferentes tamanhos de malha (3,5; 4,0 e 4,5 cm de medida entre nós opostos), com 50 m de comprimento e 1,80 m de altura, dispostas em ordem aleatória, sorteada a priori, diminuindo assim os efeitos da seletividade do aparelho-de-pesca. As redes serão dispostas as 16h e permanecerão até às 8h do dia seguinte, com um tempo de exposição de aproximadamente 16h. Os peixes capturados serão acondicionados em sacos plásticos com identificação por tamanho de malha. Após, acondicionados em caixa de isopor contendo gelo e, transportados para o Laboratório de Ictiologia da UFPEL, onde cada espécime será identificado com base em Fischer at al. (2004), Bemvenuti e Moresco (2005) e Corrêa et. Al (2015). Os peixes desembarcados serão medidos (comprimento total CT em cm), pesados (peso total em g), e aleatoriamente alguns serão eviscerados para determinação do sexo e estágio de desenvolvimento (juvenil ou adulto, caso tenham gametas em desenvolvimento ou não), segundo VAZZOLER (1996).Espécies testemunhas serão depositadas no Laboratório de Ictiologia da FAEM/UFPel.
Informações ambientais: Durantes as amostragens serão registrados dados ambientais referentes a condições climáticas (temperatura do ar, vento em intensidade e direção) e as características físico-químicas da água (temperatura, pH, transparência, O2 dissolvido, salinidade e alcalinidade).
Análise dos dados: Para cada espécie, será calculado o grau de importância relativa através da freqüência de ocorrência (FO%) e percentagem numérica (PN%). Segundo Vieira et al. (1996) serão consideradas freqüentes (F%) as espécies que ocorrem em 50% ou mais das amostras em cada um dos tamanhos de malha, por períodos de amostragem. A partir daí, as espécies serão classificadas e agrupadas em função de seus valores de PN% e FO%.
As possíveis diferenças temporais nos parâmetros ambientais e no número de espécies, número de peixes e biomassa, serão examinadas através Análise de Variância unifatorial (ANOVA). Se o resultado da ANOVA indicar a existência de diferenças estatísticas (p < 0,05), se aplicara o Teste de Tukey para identificar as médias diferentes significativamente (p<0,05).
As distribuições das capturas das espécies de peixes mais frequentes (F% > 50) capturadas serão analisadas em função dos períodos sazonais (estação do ano) e tamanho de malha, através de uma análise multivariada que resume as variáveis explicativas em duas dimensões, e que permite um conjunto de dados com multicolinearidade, a Análise de Componentes Principais (ACP) (Legendre & Legendre 1998, Borcard et al. 2011), utilizando o ambiente R (R Core Team, 2019).
Amostragens: As amostragens serão realizadas trimestralmente (uma a cada estação do ano). Para o levantamento da fauna ictiológica, se utilizará dois conjuntos de redes-de-espera, com diferentes tamanhos de malha (3,5; 4,0 e 4,5 cm de medida entre nós opostos), com 50 m de comprimento e 1,80 m de altura, dispostas em ordem aleatória, sorteada a priori, diminuindo assim os efeitos da seletividade do aparelho-de-pesca. As redes serão dispostas as 16h e permanecerão até às 8h do dia seguinte, com um tempo de exposição de aproximadamente 16h. Os peixes capturados serão acondicionados em sacos plásticos com identificação por tamanho de malha. Após, acondicionados em caixa de isopor contendo gelo e, transportados para o Laboratório de Ictiologia da UFPEL, onde cada espécime será identificado com base em Fischer at al. (2004), Bemvenuti e Moresco (2005) e Corrêa et. Al (2015). Os peixes desembarcados serão medidos (comprimento total CT em cm), pesados (peso total em g), e aleatoriamente alguns serão eviscerados para determinação do sexo e estágio de desenvolvimento (juvenil ou adulto, caso tenham gametas em desenvolvimento ou não), segundo VAZZOLER (1996).Espécies testemunhas serão depositadas no Laboratório de Ictiologia da FAEM/UFPel.
Informações ambientais: Durantes as amostragens serão registrados dados ambientais referentes a condições climáticas (temperatura do ar, vento em intensidade e direção) e as características físico-químicas da água (temperatura, pH, transparência, O2 dissolvido, salinidade e alcalinidade).
Análise dos dados: Para cada espécie, será calculado o grau de importância relativa através da freqüência de ocorrência (FO%) e percentagem numérica (PN%). Segundo Vieira et al. (1996) serão consideradas freqüentes (F%) as espécies que ocorrem em 50% ou mais das amostras em cada um dos tamanhos de malha, por períodos de amostragem. A partir daí, as espécies serão classificadas e agrupadas em função de seus valores de PN% e FO%.
As possíveis diferenças temporais nos parâmetros ambientais e no número de espécies, número de peixes e biomassa, serão examinadas através Análise de Variância unifatorial (ANOVA). Se o resultado da ANOVA indicar a existência de diferenças estatísticas (p < 0,05), se aplicara o Teste de Tukey para identificar as médias diferentes significativamente (p<0,05).
As distribuições das capturas das espécies de peixes mais frequentes (F% > 50) capturadas serão analisadas em função dos períodos sazonais (estação do ano) e tamanho de malha, através de uma análise multivariada que resume as variáveis explicativas em duas dimensões, e que permite um conjunto de dados com multicolinearidade, a Análise de Componentes Principais (ACP) (Legendre & Legendre 1998, Borcard et al. 2011), utilizando o ambiente R (R Core Team, 2019).
Indicadores, Metas e Resultados
a) Identificar o tamanho de malha mais eficiente para as principais espécies alvos e as respectivas espécies capturadas incidentalmente;
b) Identificar o tamanho médio das principais espécies de interesse e período do ano de maior ocorrência;
c) Produzir informações que auxiliem no processo de gestão da pesca regional.
b) Identificar o tamanho médio das principais espécies de interesse e período do ano de maior ocorrência;
c) Produzir informações que auxiliem no processo de gestão da pesca regional.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
CHARLES NUNES FROES | 3 | ||
CRISTIANO HAETINGER HUBNER | 3 | ||
GREGORIO HACKBART | |||
JUVENCIO LUIS OSORIO FERNANDES POUEY | 1 | ||
MAURO KASTER PORTELINHA | 2 | ||
RAFAEL ALDRIGHI TAVARES | 4 | ||
SERGIO RENATO NOGUEZ PIEDRAS | 10 |