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O CM é o tipo de câncer mais diagnosticado, com 1,3 milhões de mulheres diagnosticadas anualmente, e o maior responsável por mortes relacionadas ao câncer entre mulheres. Devido aos avanços na área da saúde, melhoras na capacidade de diagnóstico e no tratamento possibilitaram aumentar a expectativa de vida de mulheres com CM. Porém, efeitos deletérios acompanham o tratamento para o CM e afetam aspectos neuromusculares, cardiovasculares, psicológicos, de fadiga, de perfil inflamatório e de qualidade de vida.
O exercício é uma terapia não-farmacológica estabelecida e efetiva em pacientes com câncer. A American Cancer Society e as diretrizes do National Comprehensive Cancer Network (NCCN) recomendam que os sobreviventes de câncer devem se engajar em pelo menos 150 min por semana de atividade física em intensidade moderada, com inclusão do treinamento de força pelo menos dois dias por semana. Estudos observacionais prospectivos têm demonstrado que a atividade física depois do diagnóstico do câncer é associada com redução da chance de recidiva e melhora a mortalidade geral (qualquer outro fator) entre múltiplos grupos de sobreviventes de câncer. Dentro desse contexto, justifica-se a importância do presente projeto de extensão.

Participarão do presente projeto de pesquisa no máximo 42 mulheres diagnosticadas com CM entre estádios I-III. Essas mulheres realizarão treinamento combinado (i.e., exercícios de força seguidos de exercício aeróbico), duas vezes na semana, em dias não consecutivos. Ao entrarem no projeto serão avaliados parâmetros cardiorrespiratórios, funcionais e de qualidade de vida. Tais parâmetros serão sempre avaliados a cada seis meses. As sessões de exercício físico serão sempre monitoradas por bolsistas, colaboradores e/ou coordenadora do estudo. Para ingressar nesse projeto essas mulheres deverão ter a autorização de um médico oncologista para a liberação de prática de atividade física. Uma vez na semana ao final das sessões de treinamento serão abordados temas relacionados com exercício e câncer, com intuito de educar essas mulheres para a importância do exercício no possível controle da doença.

Sobreviventes do câncer de mama após um ano de tratamento adjuvante indicam que a fadiga tem um impacto substancial em suas vidas, explicando 30-50% da variabilidade dos escores funcionais e geral da qualidade de vida. A Qualidade de Vida será avaliada através do questionário Functional
Assessment of Cancer Therapy-Breast (FACT-B) a cada seis meses no presente projeto, visto que espera-se que nosso projeto impacte positivamente esse parâmetro.
Além disso, são observados valores de consumo máximo de oxigênio aproximadamente 30% mais baixos em mulheres sobreviventes do câncer de mama quando comparadas a mulheres de mesma idade, sedentárias e sem câncer. Esperamos com a prescrição de exercício aeróbico em nosso projeto melhorar a capacidade cardiorrespiratória dessas mulheres.