Nome do Projeto
Intensidade de poda e nutrição de mirtileiros
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
06/04/2022 - 05/04/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
O Brasil encontra-se na terceira posição dos maiores produtores mundiais de frutas, sendo superado apenas pela China e Índia que em 2018 apresentaram uma produção de 265 milhões de toneladas e 93 milhões de toneladas, respectivamente, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. O País, presente entre os maiores produtores mundiais, no ano de 2019, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados obteve uma produção estimada em 43 milhões de toneladas das principais espécies frutíferas. Entre as frutas mais produzidas estão a laranja e a banana, com os respectivos volumes de 16,713 milhões de toneladas e 6,752 milhões de toneladas. O mercado interno é o principal consumidor das frutas in natura, sendo a média do consumo anual pelos brasileiros de 58 quilos per capita. As plantas frutíferas de clima temperado estão distribuídas em 11 dos 26 estados brasileiros. Sendo o Estado do Rio Grande do Sul o detentor de 49,3% do total produzido no País. Dentre as culturas de clima temperado, estão incluídas as pequenas frutas, também denominadas de frutas vermelhas, são elas: o morango, a amora, a framboesa e o mirtilo. Estas pequenas frutas, especialmente o mirtilo, vêm mostrando tendência em seu consumo devido ao apelo do mercado brasileiro. Aliado a isso, a perspectiva de aumento na procura para exportação desta fruta, visando a atender à entressafra do Hemisfério Norte. Atualmente, os Estados Unidos e Canadá encontram-se no rol de maiores produtores mundiais. No ano de 2018, ambos países foram responsáveis por produzir aproximadamente 419,3 toneladas. Os EUA como maior consumir da fruta, em 2019 alcançou 1,02 kg de consumo per capita, entre consumo in natura e consumo da fruta congelada. A produção das pequenas frutas tem aumentado no Sul do Brasil, especialmente a partir de produtores de base familiar. Entre essas frutas, o mirtilo, destaca-se pelo seu valor agregado e tem ganhado a preferência dos produtores e consumidores. E para que a crescente produção desta fruta continue, produtores devem buscar práticas modernas ao pomar para uma produção mais sustentável e economicamente viável.
Objetivo Geral
Estudar a influência de diferentes intensidades de poda e diferentes doses de composto orgânico na produção e qualidade dos frutos de mirtileiro.
Justificativa
O mirtileiro é uma frutífera que pertence à família Ericaceae e ao gênero Vaccinium, sendo originário de regiões da América do Norte e Europa. Para maioria das regiões de clima frio do Sul do Brasil, onde a cultura tem maior possibilidade de adaptação, a espécie Vaccinium ashei é a mais promissora (PENÃ et al., 2012). Do grupo das pequenas frutas, o mirtilo, é o que contém os maiores teores de compostos antioxidantes. O fruto tem apresentado diversos benefício à saúde por combater radicais livres, compostos associados ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer. A recomendação é que a fruta seja consumida com casca, tendo em vista que 90% dos compostos antioxidantes estejam contidos nessa porção (PEREIRA et al., 2013).
Essa cultura, até pouco tempo desconhecida por produtores e consumidores, vem cada vez mais tornando-se popular (NASCIMENTO; SCHUCH; PEIL, 2011). Por ser uma planta frutífera que encontra-se em desenvolvimento no Brasil, o manejo da poda e nutricional é baseado em outros países, onde a cultura tem maior expressão e está adaptada às condições edafoclimáticas.
A intensidade de poda aplicada à planta de mirtileiro é um dos fatores externos que influenciam na produção e qualidade dos frutos. A poda também influencia no aumento da incidência de radiação solar sobre o dossel vegetativo, podendo beneficiar a composição química dos frutos. A poda realizada no inverno, é feita para que a planta tenha um maior rendimento a longo prazo, já que plantas não podadas possuem uma desigualdade entre ramos jovens e ramos velhos. Os maiores índices de produção são encontrados em arbustos que têm: de 15 a 20% de ramos jovens, 15 a 20% de ramos velhos e 50 a 70% de ramos de média idade. Os ramos que detém maior produção são aqueles entre 4 a 6 anos de idade, entretanto, são necessários ramos jovens para renovação e ramos mais velhos para dar sustentação (RETAMALES; HANCOCK, 2012).
Estudos feitos por Munõz-Veja et al. (2017) com diferentes intensidades de poda mostraram que as plantas podadas com maior intensidade, obtiveram os melhores resultados em relação ao tamanho médio de frutos e maior calibre. Porém, em relação à produção, as plantas com menos intensidade de poda foram as que tiveram o melhor resultado. Dados semelhantes a estes foram obtidos por Moura et al. (2017), que observou maior tamanho e calibre de frutos em plantas onde a maior intensidade de poda foi adotada. Entretanto, um diferencial foi observado, que, na safra seguinte, as plantas com maior intensidade de poda foram as que conseguiram os maiores índices de produção.
Outro fator de suma importância na produção e ainda pouco estudado nas condições edafoclimáficas do Sul do Brasil, é o manejo nutritivo do mirtileiro. Segundo Nava e Nachtigall (2017), o manejo nutricional das frutíferas torna-se imprescindível, pelo desenvolvimento de práticas culturais intensivas, tendo em vista que a nutrição está relacionada com a produtividade, lucratividade e longevidade do pomar. O adequado manejo nutritivo é garantia das condições básicas apropriadas do desenvolvimento vegetativo e dos frutos. Além disso, a nutrição equilibrada é um fator primordial na obtenção de frutas com excelente qualidade e potencial de armazenamento, principalmente, quando destinadas ao consumo in natura. Para o cultivo do mirtileiro o manejo mais adotado no mundo é através da fertirrigação, onde as técnicas de irrigação e nutrição são combinadas (VIDAL, 2003).
Uma alternativa para o manejo nutricional dessa frutífera é através da aplicação de composto orgânico. Além de fornecer nutrientes, melhora as características físico-químicas do solo. De acordo com Passos et al. (2015), utilizar os resíduos orgânicos da propriedade rural é uma alternativa aos fertilizantes inorgânicos, sendo uma estratégia interessante, principalmente para a agricultura familiar.
Os compostos contêm altos teores de matéria orgânica e contribuem para o maior armazenamento de carbono no solo (CLEMENTE et al., 2012). É recomendada a aplicação de matéria orgânica no solo, em que o mirtileiro é cultivado, pois aumenta a porosidade do mesmo (FREIRE, 2006). A matéria orgânica tem sido tradicionalmente adicionada aos pomares através de
cobertura morta, casca de coníferas ou serragem (RETAMALES; HANCOCK, 2012).
Em trabalhos realizados com mangueiras onde o objetivo foi avaliar as características do solo, concentração de nutrientes nas folhas e produção em função da aplicação de composto orgânico, Silva et al. (2013) constataram que ocorreu um aumento dos teores de matéria orgânica do solo e um aumento linear na concentração de N nas folhas. De acordo com Sete et al. (2015) em trabalhos com pessegueiro, a aplicação de composto orgânico na superfície do solo incrementou os teores de potássio e nitrogênio nas folhas completas, aumentando a produção de frutos.
Diante disso, o cultivo do mirtileiro mostra-se uma forma alternativa de fonte de renda, por ser uma fruta com valor agregado, em especial, nas pequenas propriedades rurais. Portanto, se faz necessário compreender as necessidades de manejo da cultura, tais como, o manejo adequado em relação à poda e nutricional para as condições edafoclimáticas do Sul do Brasil, de forma a contribuir para a qualidade dos frutos e produtividade do pomar.
Essa cultura, até pouco tempo desconhecida por produtores e consumidores, vem cada vez mais tornando-se popular (NASCIMENTO; SCHUCH; PEIL, 2011). Por ser uma planta frutífera que encontra-se em desenvolvimento no Brasil, o manejo da poda e nutricional é baseado em outros países, onde a cultura tem maior expressão e está adaptada às condições edafoclimáticas.
A intensidade de poda aplicada à planta de mirtileiro é um dos fatores externos que influenciam na produção e qualidade dos frutos. A poda também influencia no aumento da incidência de radiação solar sobre o dossel vegetativo, podendo beneficiar a composição química dos frutos. A poda realizada no inverno, é feita para que a planta tenha um maior rendimento a longo prazo, já que plantas não podadas possuem uma desigualdade entre ramos jovens e ramos velhos. Os maiores índices de produção são encontrados em arbustos que têm: de 15 a 20% de ramos jovens, 15 a 20% de ramos velhos e 50 a 70% de ramos de média idade. Os ramos que detém maior produção são aqueles entre 4 a 6 anos de idade, entretanto, são necessários ramos jovens para renovação e ramos mais velhos para dar sustentação (RETAMALES; HANCOCK, 2012).
Estudos feitos por Munõz-Veja et al. (2017) com diferentes intensidades de poda mostraram que as plantas podadas com maior intensidade, obtiveram os melhores resultados em relação ao tamanho médio de frutos e maior calibre. Porém, em relação à produção, as plantas com menos intensidade de poda foram as que tiveram o melhor resultado. Dados semelhantes a estes foram obtidos por Moura et al. (2017), que observou maior tamanho e calibre de frutos em plantas onde a maior intensidade de poda foi adotada. Entretanto, um diferencial foi observado, que, na safra seguinte, as plantas com maior intensidade de poda foram as que conseguiram os maiores índices de produção.
Outro fator de suma importância na produção e ainda pouco estudado nas condições edafoclimáficas do Sul do Brasil, é o manejo nutritivo do mirtileiro. Segundo Nava e Nachtigall (2017), o manejo nutricional das frutíferas torna-se imprescindível, pelo desenvolvimento de práticas culturais intensivas, tendo em vista que a nutrição está relacionada com a produtividade, lucratividade e longevidade do pomar. O adequado manejo nutritivo é garantia das condições básicas apropriadas do desenvolvimento vegetativo e dos frutos. Além disso, a nutrição equilibrada é um fator primordial na obtenção de frutas com excelente qualidade e potencial de armazenamento, principalmente, quando destinadas ao consumo in natura. Para o cultivo do mirtileiro o manejo mais adotado no mundo é através da fertirrigação, onde as técnicas de irrigação e nutrição são combinadas (VIDAL, 2003).
Uma alternativa para o manejo nutricional dessa frutífera é através da aplicação de composto orgânico. Além de fornecer nutrientes, melhora as características físico-químicas do solo. De acordo com Passos et al. (2015), utilizar os resíduos orgânicos da propriedade rural é uma alternativa aos fertilizantes inorgânicos, sendo uma estratégia interessante, principalmente para a agricultura familiar.
Os compostos contêm altos teores de matéria orgânica e contribuem para o maior armazenamento de carbono no solo (CLEMENTE et al., 2012). É recomendada a aplicação de matéria orgânica no solo, em que o mirtileiro é cultivado, pois aumenta a porosidade do mesmo (FREIRE, 2006). A matéria orgânica tem sido tradicionalmente adicionada aos pomares através de
cobertura morta, casca de coníferas ou serragem (RETAMALES; HANCOCK, 2012).
Em trabalhos realizados com mangueiras onde o objetivo foi avaliar as características do solo, concentração de nutrientes nas folhas e produção em função da aplicação de composto orgânico, Silva et al. (2013) constataram que ocorreu um aumento dos teores de matéria orgânica do solo e um aumento linear na concentração de N nas folhas. De acordo com Sete et al. (2015) em trabalhos com pessegueiro, a aplicação de composto orgânico na superfície do solo incrementou os teores de potássio e nitrogênio nas folhas completas, aumentando a produção de frutos.
Diante disso, o cultivo do mirtileiro mostra-se uma forma alternativa de fonte de renda, por ser uma fruta com valor agregado, em especial, nas pequenas propriedades rurais. Portanto, se faz necessário compreender as necessidades de manejo da cultura, tais como, o manejo adequado em relação à poda e nutricional para as condições edafoclimáticas do Sul do Brasil, de forma a contribuir para a qualidade dos frutos e produtividade do pomar.
Metodologia
2.8.1 Material vegetal
As plantas têm 17 anos de idade e foram plantadas em espaçamento de 1 x 3m, com densidade de 3.333 plantas por hectare. Duas cultivares foram utilizadas, sendo elas:
2.8.1.1 Bluegem
Cultivar originária de Gainesville, Flórida, necessita de polinização cruzada e ‘Woodard’ é uma das polinizadoras recomendadas. Início da floração meados de agosto e maturação final de janeiro. A necessidade de horas de frio é de 400 horas. As frutas têm sabor acentuado e apresentam na película muita pruína. O diâmetro das frutas varia entre 1,0 a 1,6 cm. O teor de sólidos solúveis tem sido entre 10,5 e 12,8° Brix, com massa média de fruto de 1,3g. A colheita é mais tardia que ‘Aliceblue’ e antes da cv. ‘Powderblue’ (RASEIRA, 2004).
2.8.1.2 Powderblue
Cultivar originária de Beltsville, Maryland, é uma planta considerada resistente a doenças, sendo produtiva e vigorosa. Início da floração em outubro e a maturação em meados de dezembro. As frutas têm muito bom sabor, doce-ácido equilibrado, é uma das cultivares com maior teor de pruína na película. O tamanho dos frutos é de médio (em torno de 1,3 cm de diâmetro) a bom (em torno de 1,7 cm de diâmetro). O teor de sólidos solúveis tem sido entre 11 a 11,7° Brix, com massa média entre 1,2 a 2g. Foi a cv. de maior produção na coleção da Embrapa, na safra 2002/2003 (6,1kg/planta) (RASEIRA, 2004).
2.8.2 Local de realização
Os experimentos serão realizados em condições de campo no período de junho de 2020 a março de 2022, em uma propriedade particular, localizada no Município de Morro Redondo/RS, Brasil (31°32’S 52°34’O, 150 metros de altitude). Conforme W. Köppen, a classificação do clima da região é do tipo “cfa”
– clima subtropical, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano e verões quentes.
2.8.3 Metodologia
2.8.3.1 Experimento 1 – Influência de diferentes intensidades de poda na produção e qualidade do mirtilo.
Este experimento será conduzido em um pomar particular na cidade de Morro Redondo, RS. O pomar possui 17 anos e é composto por plantas das cultivares Bluegem e Powderblue, plantado com espaçamento de 1 x 3m, totalizando 3.333 plantas ha-1.
Os tratamentos adotados para este experimento serão: 1) testemunha – sem intervenção de poda; 2) 100% da remoção de ramos velhos – eliminação de todos ramos que apresentavam espessura superior a 40 mm de diâmetro e conduzir de 6 a 7 hastes; 3) 50% da remoção de ramos velhos – eliminação de metade dos ramos que apresentavam espessura superior a 40 mm de diâmetro e conduzir de 6 a 7 hastes; 4) poda realizada pelo proprietário – desponta de ramo mais altos. As plantas foram identificadas com fita adesiva de diferentes cores. O delineamento experimental utilizado será o de casualização por blocos, com cinco repetições de 1 planta, para cada cultivar.
A poda será realizada com o auxílio de tesoura de poda de haste curta, tesoura de poda com haste longa e serrote. A realização da poda será no mês de agosto, período este que coincide com a floração.
2.8.3.2 Experimento 2 – Aplicação de diferentes doses do composto orgânico Terra Nossa® na produção e qualidade do mirtilo.
Este experimento será conduzido em um pomar particular na cidade de Morro Redondo, RS. O pomar foi instalado no ano 2003 e é composto por plantas das cultivares Bluegem e Powderblue, plantadas com espaçamento de 1 x 3m, totalizando 3.333 plantas ha-1.
Os tratamentos adotados para este experimento serão: 1) testemunha – sem aplicação do composto; 2) aplicação de dose única durante o inverno; 3) aplicação de 50% da dose no inverno e 50% antes da maturação dos frutos; 4) aplicação de 50% da dose no inverno. O delineamento experimental será de blocos casualizados, com 4 repetições de 5 plantas, sendo 2 bordaduras, para cada cultivar.
No início do inverno serão coletadas amostras de solo de cada parcela e levadas para análise. Em sentido ziguezague, com 3 pontos de coleta, a amostragem será com trado calador, coletando de 0 a 20 cm de profundidade. A aplicação do composto orgânico Terra Nossa® será feita no final de agosto. A primeira aplicação será realizada neste período, para o tratamento 2 serão colocados 2kg por planta, conforme o indicado pelo fabricante. Já os tratamentos 3 e 4, receberão a aplicação da metade da dose. O tratamento 3 receberá o restante antes da maturação dos frutos. No final da colheita, uma nova amostra de solo será feita e o processo se repetirá no ano de 2021.
2.8.3.3 Variáveis a serem analisadas em ambos experimentos
Produção e produtividade: a produção será avaliada através da colheita total dos frutos maduros de cada planta. Os frutos serão pesados a campo em balança digital com unidade em gramas, logo após a colheita (kg planta-1). A produtividade será estimada através da multiplicação da produção por planta e o número de plantas por hectare (kg hectare-1).
Peso médio de fruto: em toda colheita serão selecionados aleatoriamente 10 frutos por planta para avaliação do peso individual. Ao final de cada colheita será realizada uma média do peso dos frutos em gramas.
Número de sementes: serão contadas as sementes de 10 frutos por planta.
Diâmetro dos frutos: 10 frutos por planta serão mensurados no sentido longitudinal e transversal em cada colheita, com auxílio de paquímetro digital em milímetros.
pH: será determinado através de peagâmetro digital, com correção automática de temperatura.
Sólidos solúveis totais (SST): será determinado através de um refratômetro de bancada, com repetição de 3 frutos por planta, expressando os resultados em % Brix.
Acidez titulável total (ATT): será determinado através de titulometria. Utilizando uma grama de mirtilo espremido, pesado em balança analítica, diluído em água destilada e a titulação feita com uma solução de NaOH 0,1.
2.8.3.4 Variáveis a serem analisadas no experimento 2
Avaliação de ramos: em toda planta 10 ramos entre 15 e 20 cm serão selecionados, e neles serão avaliados: comprimento do ramo mensurado com o auxílio de fita métrica (cm), diâmetro do ramo mensurado com o auxílio de paquímetro digital (mm), número de gemas (unidade), número de flores (unidade) e número de frutos (unidade).
Análise de Solo: em todas parcelas, através dos resultados das análises de solo serão avaliados os teores de cada macronutriente (P e K em mg dm-3, Ca e Mg em cmolc dm-3) e micronutriente (Fe em g dm-3, Zn, Cu e Mn em mg dm-3), Nitrogênio Total no Solo, MO (%), pHSMP, CTC (cmolc dm-3), Saturação de Al (%) e Saturação de Bases (%). As avaliações serão realizadas por meio da diferença dos teores entre a primeira coleta feita no mês de maio, antes da implantação do experimento, e a segunda coleta realizada após a colheita. O mesmo processo será repetido no ano seguinte, com coleta realizada no início do inverno e após a colheita. Estas avaliações serão feitas com o objetivo de verificar as diferenças de nutrientes e características do solo de acordo com cada tratamento adotado. Ao longo do experimento, o processo de coleta de solo ocorrerá quatro vezes. As amostras serão levadas ao Laboratório de Análise de Solos da UFPel.
A análise foliar: afim de verificar o teor de macro e micronutrientes serão coletadas folhas que estejam localizadas no 5º ou 6º nó a partir da extremidade dos ramos frutíferos. Está coleta será feita após a colheita. As amostras serão levadas ao Laboratório de Análise de Solos da UFPel.
Análise dos frutos: afim de verificar o teor de macro e micronutrientes, uma amostra significativa de frutos serão levados para análise. A coleta será feita durante a colheita. As amostras serão levadas ao Laboratório de Análise de Solos da UFPel.
As plantas têm 17 anos de idade e foram plantadas em espaçamento de 1 x 3m, com densidade de 3.333 plantas por hectare. Duas cultivares foram utilizadas, sendo elas:
2.8.1.1 Bluegem
Cultivar originária de Gainesville, Flórida, necessita de polinização cruzada e ‘Woodard’ é uma das polinizadoras recomendadas. Início da floração meados de agosto e maturação final de janeiro. A necessidade de horas de frio é de 400 horas. As frutas têm sabor acentuado e apresentam na película muita pruína. O diâmetro das frutas varia entre 1,0 a 1,6 cm. O teor de sólidos solúveis tem sido entre 10,5 e 12,8° Brix, com massa média de fruto de 1,3g. A colheita é mais tardia que ‘Aliceblue’ e antes da cv. ‘Powderblue’ (RASEIRA, 2004).
2.8.1.2 Powderblue
Cultivar originária de Beltsville, Maryland, é uma planta considerada resistente a doenças, sendo produtiva e vigorosa. Início da floração em outubro e a maturação em meados de dezembro. As frutas têm muito bom sabor, doce-ácido equilibrado, é uma das cultivares com maior teor de pruína na película. O tamanho dos frutos é de médio (em torno de 1,3 cm de diâmetro) a bom (em torno de 1,7 cm de diâmetro). O teor de sólidos solúveis tem sido entre 11 a 11,7° Brix, com massa média entre 1,2 a 2g. Foi a cv. de maior produção na coleção da Embrapa, na safra 2002/2003 (6,1kg/planta) (RASEIRA, 2004).
2.8.2 Local de realização
Os experimentos serão realizados em condições de campo no período de junho de 2020 a março de 2022, em uma propriedade particular, localizada no Município de Morro Redondo/RS, Brasil (31°32’S 52°34’O, 150 metros de altitude). Conforme W. Köppen, a classificação do clima da região é do tipo “cfa”
– clima subtropical, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano e verões quentes.
2.8.3 Metodologia
2.8.3.1 Experimento 1 – Influência de diferentes intensidades de poda na produção e qualidade do mirtilo.
Este experimento será conduzido em um pomar particular na cidade de Morro Redondo, RS. O pomar possui 17 anos e é composto por plantas das cultivares Bluegem e Powderblue, plantado com espaçamento de 1 x 3m, totalizando 3.333 plantas ha-1.
Os tratamentos adotados para este experimento serão: 1) testemunha – sem intervenção de poda; 2) 100% da remoção de ramos velhos – eliminação de todos ramos que apresentavam espessura superior a 40 mm de diâmetro e conduzir de 6 a 7 hastes; 3) 50% da remoção de ramos velhos – eliminação de metade dos ramos que apresentavam espessura superior a 40 mm de diâmetro e conduzir de 6 a 7 hastes; 4) poda realizada pelo proprietário – desponta de ramo mais altos. As plantas foram identificadas com fita adesiva de diferentes cores. O delineamento experimental utilizado será o de casualização por blocos, com cinco repetições de 1 planta, para cada cultivar.
A poda será realizada com o auxílio de tesoura de poda de haste curta, tesoura de poda com haste longa e serrote. A realização da poda será no mês de agosto, período este que coincide com a floração.
2.8.3.2 Experimento 2 – Aplicação de diferentes doses do composto orgânico Terra Nossa® na produção e qualidade do mirtilo.
Este experimento será conduzido em um pomar particular na cidade de Morro Redondo, RS. O pomar foi instalado no ano 2003 e é composto por plantas das cultivares Bluegem e Powderblue, plantadas com espaçamento de 1 x 3m, totalizando 3.333 plantas ha-1.
Os tratamentos adotados para este experimento serão: 1) testemunha – sem aplicação do composto; 2) aplicação de dose única durante o inverno; 3) aplicação de 50% da dose no inverno e 50% antes da maturação dos frutos; 4) aplicação de 50% da dose no inverno. O delineamento experimental será de blocos casualizados, com 4 repetições de 5 plantas, sendo 2 bordaduras, para cada cultivar.
No início do inverno serão coletadas amostras de solo de cada parcela e levadas para análise. Em sentido ziguezague, com 3 pontos de coleta, a amostragem será com trado calador, coletando de 0 a 20 cm de profundidade. A aplicação do composto orgânico Terra Nossa® será feita no final de agosto. A primeira aplicação será realizada neste período, para o tratamento 2 serão colocados 2kg por planta, conforme o indicado pelo fabricante. Já os tratamentos 3 e 4, receberão a aplicação da metade da dose. O tratamento 3 receberá o restante antes da maturação dos frutos. No final da colheita, uma nova amostra de solo será feita e o processo se repetirá no ano de 2021.
2.8.3.3 Variáveis a serem analisadas em ambos experimentos
Produção e produtividade: a produção será avaliada através da colheita total dos frutos maduros de cada planta. Os frutos serão pesados a campo em balança digital com unidade em gramas, logo após a colheita (kg planta-1). A produtividade será estimada através da multiplicação da produção por planta e o número de plantas por hectare (kg hectare-1).
Peso médio de fruto: em toda colheita serão selecionados aleatoriamente 10 frutos por planta para avaliação do peso individual. Ao final de cada colheita será realizada uma média do peso dos frutos em gramas.
Número de sementes: serão contadas as sementes de 10 frutos por planta.
Diâmetro dos frutos: 10 frutos por planta serão mensurados no sentido longitudinal e transversal em cada colheita, com auxílio de paquímetro digital em milímetros.
pH: será determinado através de peagâmetro digital, com correção automática de temperatura.
Sólidos solúveis totais (SST): será determinado através de um refratômetro de bancada, com repetição de 3 frutos por planta, expressando os resultados em % Brix.
Acidez titulável total (ATT): será determinado através de titulometria. Utilizando uma grama de mirtilo espremido, pesado em balança analítica, diluído em água destilada e a titulação feita com uma solução de NaOH 0,1.
2.8.3.4 Variáveis a serem analisadas no experimento 2
Avaliação de ramos: em toda planta 10 ramos entre 15 e 20 cm serão selecionados, e neles serão avaliados: comprimento do ramo mensurado com o auxílio de fita métrica (cm), diâmetro do ramo mensurado com o auxílio de paquímetro digital (mm), número de gemas (unidade), número de flores (unidade) e número de frutos (unidade).
Análise de Solo: em todas parcelas, através dos resultados das análises de solo serão avaliados os teores de cada macronutriente (P e K em mg dm-3, Ca e Mg em cmolc dm-3) e micronutriente (Fe em g dm-3, Zn, Cu e Mn em mg dm-3), Nitrogênio Total no Solo, MO (%), pHSMP, CTC (cmolc dm-3), Saturação de Al (%) e Saturação de Bases (%). As avaliações serão realizadas por meio da diferença dos teores entre a primeira coleta feita no mês de maio, antes da implantação do experimento, e a segunda coleta realizada após a colheita. O mesmo processo será repetido no ano seguinte, com coleta realizada no início do inverno e após a colheita. Estas avaliações serão feitas com o objetivo de verificar as diferenças de nutrientes e características do solo de acordo com cada tratamento adotado. Ao longo do experimento, o processo de coleta de solo ocorrerá quatro vezes. As amostras serão levadas ao Laboratório de Análise de Solos da UFPel.
A análise foliar: afim de verificar o teor de macro e micronutrientes serão coletadas folhas que estejam localizadas no 5º ou 6º nó a partir da extremidade dos ramos frutíferos. Está coleta será feita após a colheita. As amostras serão levadas ao Laboratório de Análise de Solos da UFPel.
Análise dos frutos: afim de verificar o teor de macro e micronutrientes, uma amostra significativa de frutos serão levados para análise. A coleta será feita durante a colheita. As amostras serão levadas ao Laboratório de Análise de Solos da UFPel.
Indicadores, Metas e Resultados
Estabelecer após dois anos o manejo de poda mais adequado para um pomar já consolidado de mirtileiros.
Determinar a época e dosagem mais eficiente na aplicação de composto orgânico e sua alteração na qualidade do solo.
Publicar no mínimo um artigo em periódico internacional ou nacional.
Determinar a época e dosagem mais eficiente na aplicação de composto orgânico e sua alteração na qualidade do solo.
Publicar no mínimo um artigo em periódico internacional ou nacional.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
FLAVIO GILBERTO HERTER | |||
MATEUS DA SILVEIRA PASA | 1 | ||
OTÁVIO ALVES SIMÕES | |||
PAULO CELSO DE MELLO FARIAS | 1 | ||
VANESSA MARIA REIS BÜTTOW | |||
ÍGOR RATZMANN HOLZ |
Recursos Arrecadados
Fonte | Valor | Administrador |
---|---|---|
PROAP - CAPES | R$ 9.962,95 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339030 - Material de Consumo | R$ 9.962,95 |