Nome do Projeto
Direitos das crianças em obras literárias: um estudo no Acervo das Bibliotecas das Faculdades de Educação da UFRGS, da UFSC e da UFPel
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
15/06/2022 - 14/06/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Resumo: No estudo proponho conhecer, descrever e analisar o grupo de obras literárias para a infância existente em duas Faculdades de Educação, a saber: a Biblioteca da FaE/UFSC e acervo do @literalise e Biblioteca da FACED/UFRGS e acervo do projeto “Quem quer brincar?”. O foco é compor o rol de obras que subsidiam a formação de docentes nestas duas instituições e, de maneira explícita ou implícita, tratem de personagens e/ou enredos vinculados aos direitos das crianças pautados no Estatuto da Criança e do Adolescente. A imersão ocorrerá primeiro no grupo de pesquisa Educação e Infância, com foco em Violências, Gênero e Direitos das crianças, com a supervisão da Drª. Patrícia De Moraes Lima (UFSC). A segunda imersão será na Linha de Pesquisa Educação, Sexualidade e Relações de Gênero (FACED/UFRGS), sob a supervisão da Drª. Jane Felipe, pesquisadora no Eixo Temático Infâncias, Gênero e Sexualidade. Ler todas as obras pertencentes aos acervos, selecionar as mais relevantes no que tange aos temas das linhas de pesquisa e analisá-las criticamente é o caminho metodológico escolhido. A análise documental é preponderante para a configuração de um rol de obras a serem acionadas na formação de professores, bibliotecários e gestores escolares. Palavras-chave: Infâncias; Literatura; Acervos literários; Formação de professores; Direitos das crianças; Gênero; Sexualidade; Violências.

Objetivo Geral

No estudo proponho conhecer, descrever e analisar o grupo de obras literárias para a infância existente em acervos que, de modo direto ou indireto vêm se incorporando na formação de professores, bibliotecários e gestores escolares. O foco é conhecer a quantidade e qualidade dos títulos que, de maneira explícita ou implícita, apresentem personagens e/ou enredos vinculados aos direitos das crianças – à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade; à convivência familiar e comunitária; à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer; à profissionalização e à proteção no trabalho - pautados no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Me proponho, em imersão nas Bibliotecas das Faculdades de Educação de ambas as Universidades e em acervos de grupos indicados pelas supervisoras – o Projeto Quem quer brincar? e @literalise – a ler todas as obras, selecionar as mais relevantes no que tange aos temas das linhas de pesquisa escolhidas para abrigar este Estágio Pós-Doutoral e analisá-las criticamente como caminho metodológico para a composição de um rol de obras que podem estar sendo acionadas na formação de professores, bibliotecários e gestores escolares.
Questões como “Quais os títulos que integram essas coleções? Eles podem ser acionados quando da formação de professores no que tange aos estudos dos direitos das crianças? Eles podem ser considerados artefatos que dão suporte à formação de professores no que tange aos temas gênero, sexualidade, etnia, educação, em suas múltiplas e complexas articulações com a educação na escola? Quem são seus autores? A que gênero pertencem estas obras? Quais as políticas de aquisição e manutenção destes acervos?”, orientarão meu estudo. A análise destes artefatos culturais datados e públicos, aos quais dedicarei um olhar crítico – que inclui critérios como literalidade, longevidade e atualidade – resultará em um documento que pode vir a orientar não apenas a formação docente nas licenciaturas, mas, também, políticas de aquisição, manutenção e atualização de acervos.

Justificativa

O processo de produção de conhecimento sobre a educação das infâncias, suas especificidades no campo educacional relacionadas às práticas pedagógicas, à formação docente e às políticas educacionais integram os currículos das Licenciaturas em Pedagogia nas Universidades brasileiras. Assim, é preponderante, na composição dos currículos da Pedagogia e profissões afins, que saberes inseridos em artefatos culturais tombados em bibliotecas ou grupos de estudo – livros literários direcionados à infância –sejam conhecidos e analisados criticamente. Acionados ou não por professores, bibliotecários e gestores, constituem um excelente banco de textos para um estudo documental.
Estudos sobre Infâncias, desde um bom tempo, incluem conhecer e dar a conhecer questões de gênero, sexualidade e violências, uma vez que incidem diretamente no tema dos direitos das crianças pautados no Estatuto da Criança e do Adolescente. Por isso, escolhi pesquisar sob a supervisão da Drª. Jane Felipe, do GERGE e da Drª. Patrícia Lima, do Grupo de Pesquisa Educação e Infância . Acredito que ambas as linhas de pesquisa – Educação, Sexualidade e Relações de Gênero (UFRGS) e Educação e Infância (UFSC) – apresentam amplas possibilidades de supervisionar originais pesquisas em que os temas gênero, sexualidade, raça/cor, etnia, classe, religião, nacionalidade, geração e direitos das crianças podem ser postos em articulação com a Educação.

Metodologia

Compartilho com Durão o entendimento que a literatura está no centro das humanidades. Como argumento, o potencial epistemológico de obras literárias que, mais que ficção, evidencia os limites do humano na história. Em suas palavras: “A ascensão da teoria, uma nova formação discursiva nascida da teoria literária, colocou a literatura no centro das humanidades. É muito difícil estudar antropologia, história ou sociologia, hoje, sem lidar com Adorno, Badiou, Bakhtin, Benjamin, Butler, Derrida, Deleuze, Foucault ou Lacan, dentre tantos outros; e é impossível abordar tais autores sem levar em consideração, em algum momento, obras literárias. Até mesmo o pós-modernismo, uma problemática que surgiu na arquitetura, só consolidou-se conceitualmente de fato após as elaborações de Linda Hutcheon (1988) e Fredric Jameson (1991), críticos de formação em literatura. Em vista disso, torna-se óbvio o potencial epistemológico de obras literárias; com efeito, é mesmo possível dizer que cada uma das vertentes atuais da teoria, da hermenêutica ou estética da recepção até os Queer Studies, passando New Historicism e Pós-Estruturalismo, projeta um modelo de conhecimento específico a ser obtido a partir de textos ficcionais” (DURAO, 2015).

Como primeiro passo para a proposição deste estudo, a elaboração do projeto foi a expressão de um desejo antigo de conhecer com profundidade o que bibliotecas de universidades reservam como acervo literário para a infância e que passam ser acionados como formadores de professores. Partindo da UFPel – Universidade na qual trabalho – decidi estender meu olhar para a UFRGS e a UFSC, muito particularmente por serem as mais próximas e por ter, nelas, duas pesquisadoras de referência na área da infância: as Doutoras Jane Felipe e Patrícia Lima. Depois de buscar interlocutoras e definir o foco, os demais passos foram: solicitar cartas de aceite, definir datas, objetivar o desenvolvimento do estudo. Mas, o que é uma metodologia de estudo? Respondo...
É a forma e a intensidade, além dos modos que vão conformar o ingresso no campo, os movimentos de escuta atenta e os apontamentos de relevância. Diante dos acervos literários para a infância que estão assentados nas duas maiores e mais importantes Universidades de dois Estados do sul do Brasil, por onde começar?
A pesquisa bibliográfica é um dos problemas mais sérios a serem equacionados. Em função da disponibilidade e dos bancos de dados e da profusão de artigos científicos, torna-se um impasse a escolha dos mais adequados na construção dos resultados de acordo com Treinta, Farias Filho, Sant’Ana e Rabelo (2014). Para os pesquisadores, a metodologia que apoia a seleção e a priorização de um conjunto de dados bibliográficos representa o desejo de compor o “estado da arte”. Inclui a formação de uma base de dados preliminar bruta, seguida da aplicação de uma série de etapas de filtro para a formação de um acervo convergente com os objetivos da pesquisa.
Estudos literários são um campo aplicado, para Durão (2015). Ele denota a dependência constitutiva da literatura em relação a alguma espécie de fazer, pois as obras literárias somente existem quando lidas, ou, melhor, quando inseridas em um ato, seja o da leitura, seja o da escrita.

Indicadores, Metas e Resultados

1. Estabelecer uma estratégia de pesquisa bibliográfica que facilite a identificação dos gêneros, autores, épocas e quantidade de títulos vinculados ao tema. O intuito é explorar ao máximo as potencialidades dos bancos e o ferramental de tecnologia de informação para o tratamento dos dados ali encontrados;
2. Identificar o que foi produzido sobre esse tema em obras literárias para a infância (zero a 12 anos incompletos) presentes nestas duas bibliotecas e, ao mesmo tempo, avaliar as principais tendências no trato do tema nas obras;
3. Estabelecer um destino para a produção dos resultados e criar um modo (digital e impresso) de categorização e publicização dos achados.
Por fim, busco compor uma lista de obras que sirvam como referência para a formação de professores além de observar se há algum tema/direito negligenciado nos acervos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CRISTINA MARIA ROSA
JANE FELIPE DE SOUZA
RAFAELA ELERT STRELOW

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