Nome do Projeto
Fatores associados à qualidade da dieta em idosos do Estudo de Coorte de Envelhecimento de Bagé (SIGa-Bagé).
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
28/09/2022 - 28/02/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A população mundial está envelhecendo rapidamente, devido ao aumento da expectativa de vida , aos avanços da ciência, a melhora da qualidade de vida, e pela diminuição dos níveis de fertilidade (ÁVILA-FUNES et al., 2008; ONU, 2020). Em 2020 haviam aproximadamente 727 milhões de pessoas com 65 anos ou mais no mundo, e este número deve chegar a 1,5 bilhão em 2050 (ONU, 2020). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui uma expectativa de vida de 77 anos, e uma população de 213,3 milhões de pessoas, destes, 10,2% possuem 65 anos ou mais (IBGE, 2021). Calcula-se que este número chegue a 21,9% da população brasileira em 2050, ultrapassando os 66 milhões de indivíduos. Este envelhecimento faz surgir uma maior preocupação com as doenças que atingem esse grupo, dentre elas a depressão e os sintomas depressivos, que já foram associados ao aumento da incapacidade, podendo ter um impacto sobre a saúde dos idosos (ÁVILA-FUNES et al., 2008), causando danos não só a saúde mental, mas também aos cuidados em saúde e as suas relações interpessoais (GOMES et al., 2018). Ela é causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de todas as idades, sofram com esse transtorno. Sendo uma das principais causas de incapacidade mundial, contribuindo de forma importante para a carga global de doenças (OPAS, 2021). Um episódio depressivo pode ser categorizado como leve, moderado ou grave, a depender da intensidade dos sintomas. Um indivíduo com um episódio depressivo leve terá alguma dificuldade em continuar um trabalho simples e atividades sociais, mas sem grande prejuízo ao funcionamento global. Mas em 6 um episódio depressivo grave, é improvável que a pessoa afetada possa continuar com atividades sociais, de trabalho ou domésticas (OPAS, 2021). A presença de sintomas depressivos foi associada ao mau estado nutricional em outros estudos (ÁVILA-FUNES et al., 2008; GOMES et al., 2018), somado a isso, temos o processo de envelhecimento, que por si só já causa alterações nos hábitos alimentares e no estado nutricional. A ingestão alimentar e energética tende a diminuir em pessoas idosas, tanto por razões fisiológicas, como a redução da sensação de fome, quanto práticas, como a dificuldade para o preparo das refeições, mastigação e uso de próteses dentárias (ANDRÉ et al., 2017; BRASIL, 2006a). A ingestão deficiente de nutrientes pode levar a um decréscimo do estado nutricional e funcional por meio de seu impacto na massa muscular, funções metabólicas, endócrinas e imunes (ÁVILA-FUNES et al., 2008), constituindo-se em um risco potencial para a saúde. Os fatores associados a qualidade da dieta devem ser levados em conta ao considerar o aumento da expectativa de vida da população, uma vez que esses aspectos podem afetar a qualidade de vida dos idosos (BRETANHA et al., 2015; GOMES; SOARES; GONÇALVES, 2016) . Por este motivo, investigar os fatores associados a qualidade da dieta, em idosos, pode ser útil na prevenção da desnutrição ou da obesidade e do agravamento de patologias.

Objetivo Geral

Investigar os fatores associados a qualidade da dieta de idosos
participantes do Estudo de Coorte de Envelhecimento de Bagé (SIGa-Bagé), de
acordo com características demográficas e socioeconômicas.

Justificativa

Diversos fatores, assim como a depressão, podem causar mudanças nos
hábitos alimentares, como a perda de apetite, e o consumo de uma dieta de
baixa qualidade (GOMES et al., 2018), com uma alta frequência de alimentos
industrializados e ricos em açúcares, podendo ocasionar alterações na
composição corporal – como a desnutrição e a obesidade e nas condições de
saúde (BRASIL, 2005), como a piora de doenças preexistentes ou o
desenvolvimento de novas.
Estudar a relação entre estes fatores e a qualidade da dieta pode ajudar
a apontar estratégias para a manutenção da saúde e melhora da qualidade de
vida da população idosa (GRØNNING et al., 2018), pois preservar a saúde
mental e um bom estado nutricional também são fatores importantes para a
manutenção da independência dos idosos e sua qualidade de vida (ÁVILAFUNES
et al., 2008).
Neste trabalho serão analisados dados já coletados, o que permite o
avanço do conhecimento, de forma rápida, a exemplo do que ocorre com os
dados secundários.

Metodologia

Delineamento
O delineamento do estudo será do tipo transversal de base populacional,
aninhado a uma coorte, com dados provenientes do Estudo de Coorte de
Envelhecimento de Bagé (SIGa-Bagé) (THUMÉ et al., 2021).
A linha de base foi realizada em 2008, e o acompanhamento foi realizado
em 2016/2017. Apesar do estudo original ser uma coorte, as análises serão
realizadas nos parâmetros dos estudos transversais, que possuem um alto
potencial descritivo, sendo um ponto positivo, uma vez que este delineamento
permitirá estimar a prevalência dos fatores associados ao índice de qualidade da
dieta entre os idosos da cidade de Bagé/RS, além de investigar as suas
associações com características demográficas e socioeconômicas.
Outra vantagem dos delineamentos transversais é seu baixo custo,
possibilitando a extrapolação de seus achados para outras populações com
características semelhantes, a fim de subsidiar o planejamento de futuras
intervenções e políticas de saúde para a população idosa.

Indicadores, Metas e Resultados

• A prevalência de sintomas depressivos entre os idosos será de
aproximadamente 20%.
• A prevalência de uso de próteses dentarias será de aproximadamente
55%.
• A prevalência de dificuldade para mastigar ou engolir será de
aproximadamente 15%.
• A prevalência de morbidades será de aproximadamente 70%.
• A proporção de idosos com alta qualidade da dieta será de
aproximadamente 30%.
• A amostra é predominantemente composta por mulheres, com em média
70 anos, brancas, que vivem acompanhadas, pertencentes a classe C e
com até sete anos de estudo.
• Os sintomas depressivos leves e severos serão mais prevalentes entre as
mulheres, de cor da pele parda e preta, que moram sozinhos, entre idosos
com baixa escolaridade e com baixa renda.
• A proporção de alta qualidade da dieta será maior entre as mulheres, de
cor da pele branca, que não moram sozinhas, entre idosos com maior
escolaridade e com maior renda.
• A associação entre sintomas depressivos e qualidade da dieta
apresentará maior magnitude entre as mulheres, de cor da pele parda e
preta, que moram sozinhos, entre idosos com baixa escolaridade e com
baixa renda.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ELAINE TOMASI2
TAINÃ DUTRA VALÉRIO

Página gerada em 19/04/2024 10:57:03 (consulta levou 0.138493s)