Nome do Projeto
Avaliação do impacto de pulverizações aéreas de inseticidas sobe a assembleia de insetos não alvo do controle em reflorestamento de Eucalyptus benthamii
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/03/2023 - 03/11/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Biológicas
Resumo
A implantação de plantios florestais com espécies nativas ou exóticas garante o avanço das atividades florestais, a área plantada de eucalipto em 2019 no Rio Grande do Sul compreende cerca de 0,43 milhões de hectares. A realização de inventariamentos populacionais permite registrar a ocorrência de comunidades de insetos e insetos com potencial de praga em plantios de eucalipto. Possibilitando a construção de programas de manejo de pragas de forma eficiente, ecológica e econômica no controle de insetos. Objetiva-se avaliar o impacto das pulverizações de inseticida na entomofauna não alvo de controle em reflorestamento de Eucalyptus benthamii no Rio Grande do Sul. Para tal será efetuado o inventariamento da entomofauna durante um período de três anos antes e depois das pulverizações. A coleta dos insetos será efetuada com auxílio de armadilhas adesivas, Garrafas Pet, Malaise, Pitfall, McPhail. Depois da coleta todos os insetos serão devidamente identificados ao nível da espécie e os seguintes índices faunísticos riqueza, frequência, abundância, diversidade serão determinados. O presente projeto será dividido em dois capítulos, onde no primeiro buscar-se-á conhecer a entomofauna associada a plantações de Eucalyptus benthamii nas florestas do Rio Grande Do Sul, o segundo irá permitir conhecer o impacto da aplicação de pesticidas sobre entomofauna presente em plantios de Eucalyptus benthamii no Rio Grande do Sul.

Objetivo Geral

Avaliar o impacto das pulverizações aéreas de inseticida na entomofauna não alvo em reflorestamento de Eucalyptus benthamii.

Justificativa

Justifica-se pela necessidade do conhecimento de qual os impactos dos inseticidas pulveridos de forma áerea na assembleia de insetos não-alvo do controle, tais como polinizadores e inimigos naturais.

Metodologia

Descrição da área de estudo

O estudo será realizado em três plantações de eucalipto com idade de quatro anos nomeadamente: Projeto Cerro da Cruz: Projeto Vila Palma I:; Projeto Guabiju: -
Procedimento de Amostragem

Para a coleta de insetos será usada uma amostragem sistemática em transectos. A distância entre os pontos de amostragem no transecto será de cerca de 100 metros. Em cada área de estudo (horto) serão instalados cinco tipos distintos de armadilhas (pitfall, Malaise, Mcphail, garrafas pet, adesivas, panos brancos) para captura de insetos. Em cada um desses hortos serão instaladas duas repetições, representadas por dois talhões, onde serão realizados dois tipos de tratamento: um com pulverização do inseticida Captureinseticida Capture® 400 EC (bBifentrina) na dosagem recomendada em bula, e outro sem pulverização, servindo como testemunha. Cada talhão contará com a instalação de três armadilhas de cada tipo, exceto pela armadilha Malaise, que será instalada uma armadilha. Dessa forma em cada, em cada talhão serão instaladas 32 armadilhas por horto de 2022 a 2025. A localização das unidades amostrais será feita com o auxílio de GPS Garmin, onde serão registadas as coordenadas geográficas de cada ponto de amostragem, conforme tabela abaixo:


Tabela 1 - Localização e número de parcelas onde serão realizados os inventariamentos.
Projeto Parcela Latitude Longitude Tratamento
Cerro da Cruz

1 -30,601705 -54,120927 Testemunha

2 -30,602097 -54,12124
3 -30,602465 -54,12156
1 -30,598834 -54,113725 Químico

2 -30,599165 -54,1142
3 -30,59952 -54,11476
Guabiju
1 -30,60196 -54,340262 Testemunha

2 -30,6025 -54,339794
3 -30,602831 -54,339347
1 -30,601372 -54,343458 Químico

2 -30,601866 -54,342963
3 -30,602259 -54,342611
Vila Palma
1 -30,704155 -54,194198 Testemunha

2 -30,704832 -54,193989
3 -30,705459 -54,193621
1 -30,707051 -54,198995 Químico

2 -30,706566 -54,198384
3 -30,70622 -54,197934


a) Armadilhas adesivas
As armadilhas adesivas consistem de uma cartela colorida coberta de cola para capturar os insetos que são atraídos pela cor. Geralmente são de cor amarela ou azul e tem sido utilizada na amostragem de insetos sugadores e galhadores em campo e viveiros florestais. No presente estudo serão usadas armadilhas de cor amarela e de cor azul, cada armadilha será instalada entre duas árvores, suspensa por um barbante a uma altura aproximada de 1,8 m do solo.
b) De solo (Pitfall)
O solo é o habitat de um conjunto de organismos, cujas interações biológicas e suas atividades podem influenciar as características físicas, químicas e biológicas do solo (ALVES et al., 2020). Armadilhas do tipo pitfall são utilizadas no meio científico por ser de extrema importância, pois facilita na coleta de pequenos insetos que circulam na superfície terrestre. As armadilhas de solo, tipo pitfall, são especialmente voltadas para insetos que caminham sobre o solo por incapacidade de voo ou por preferência de habitat edáfico, que normalmente não são tão fáceis de capturar.
A armadilha de solo (pitfall) consistirá de garrafas do tipo PET instaladas no solo, de forma que sua abertura/borda fique ao nível do solo. A abertura das covas para inserção das garrafas será feita no tamanho do recipiente escolhido sem deixar espaços, para evitar que os insetos caiam fora das armadilhas. Já no solo, o recipiente deverá ser preenchido pela metade por solução composta de água, detergente e formol. A solução será preparada de forma a conter 4/5 de água, cerca de 1/5 de detergente e alguns mL de formol. A garrafa PET ficará protegida do sol excessivo e da chuva por meio da utilização de cobertura de plástico resistente apoiada em estacas a 15-20 cm de altura do chão.
c) Para Escolitídeos
A armadilha para escolitídeos será confeccionada a partir de garrafas PET transparentes de dois litros contendo aberturas laterais. No interior da garrafa PET será acondicionado frasco contendo etanol comercial (álcool 95%). Esse frasco terá sua tampa furada para que seja inserida uma corda pela qual o etanol, por ação da capilaridade, será volatilizado constantemente ao meio externo (garrafa PET). Cada armadilha será instalada a 1,5 m do solo, tomando-se como referência na armadilha o frasco contendo o frasco com etanol. Ainda, dentro da garrafa PET deve-se inserir solução composta de água e detergente, além de sal ou formol, para auxiliar na conservação dos insetos capturados.
d) Armadilha Malaise
A armadilha de malaise baseia-se no fototropismo positivo dos insetos, que são interceptados em voo através de uma barreira de tecido com uma grande abertura na parte inferior para que os insetos voem e uma parece central alta que direciona os insetos voadores para cima e atraídos pela luz solar no topo da armadilha onde são capturados em frascos com solução preservante. (CAMPOS; PEREIRA; SCHOEREDER, 2000).
Essa armadilha será instalada entre as linhas de plantio, de forma que os insetos sejam interceptados em voo, batam nas telas dispostas em forma de tenda e sejam conduzidos até o topo da armadilha, onde haverá um recipiente contendo material de fixação (álcool diluído a 70%). Deve-se atentar para que a abertura no frasco presente na parte superior da armadilha tenha de 12 a 15 mm de diâmetro, impedindo a saída dos insetos capturados (MALAISE, 1937; CAMPOS et al., 2000).
e) Armadilha McPhail
A armadilha McPhail funciona a partir da ação de atrativos alimentares que atraem os insetos para o seu interior. Como atrativo será utilizada glicose invertida de milho (glucose de milho) a 10%. Dessa forma, para preparar 1L da solução de atração, deve-se diluir 100 mL de glicose invertida em 1L de água. As armadilhas serão instaladas na entre duas plantas (Figura 7).
A cada coleta, as armadilhas McPhail serão retiradas cuidadosamente para não danificar ou derramar as coletas, e conduzidas para fora da área onde as mesmas estavam instaladas, para retirada e acondicionamento dos espécimes coletados. Os insetos capturados serão separados do líquido com o uso de uma peneira com malha fina e em seguida feita a lavagem.
O líquido da armadilha e a água utilizada na lavagem serão descartados em local apropriado na própria localidade, evitando-se contaminações. As coletas serão transferidas para um frasco contendo álcool 70%, numa quantidade que cubra todos os espécimes presente no recipiente, para assim tem uma melhor conservação da coleta, recipiente este devidamente identificado com etiquetas que devem conter as seguintes informações, número da armadilha, data da coleta, tipo de cultura, a etiqueta deve ser impressa em impressora a laser ou escrito de grafite para que o álcool não apague as informações, em seguida encaminhada para a unidade de triagem, laboratório de ecologia de insetos (LABEI), para quantificação e identificação.
As coletas serão realizadas durante três anos consecutivos (2022, 2023, 2024) seguindo a seguinte periodicidade. Serão realizadas avaliações: 1 dia antes da aplicação, aete dias após a aplicação (DAA), : 14 DAA, 21 DAA, : 60 DAA, 90 DAA, : 120 DAA, 200 DAA e : 280 DAA.
Identificação das armadilhas

Cada armadilha receberá uma etiqueta com um código de identificação, representando o horto, número de armadilha, também deverá conter informações da data de coleta futura, data de instalação da armadilha e nome da propriedade. A etiqueta deverá ser trocada junto com o atrativo.
Para o inventariamento faunístico serão coletados e levados ao laboratório de ecologia de insetos no Departamento de Zoologia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel para posterior identificação. Serão identificados todos os exemplares de insetos encontrados em cada parcela/armadilha. A identificação dos insetos será efetuada com base em suas características morfológicas, consulta de chaves dicotômicas das respectivas ordens. Os exemplares serão identificados ao nível de gênero ou espécie.

Determinação dos índices faunísticos

Os índices faunísticos utilizados serão: diversidade de Shannon e Wiener, equitabilidade de Pielou (J’), abundância, constância e frequência de acordo com Garcia et al. (2003).

Indicadores, Metas e Resultados

Conhecimento da entomofauna associada a plantações de Eucalyptus benthamii no Rio Grande do Sul em três anos Estes resultados poderão ser publicados.
Conhecimento o impacto das aplicações aéreas de inseticida sobre a assembleia de insetos não alvo em reflorestamento de Eucalyptus benthamii no Rio Grande do Sul em três anos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CARLOS HENRIQUE MACEDO VARGAS
FILOMENA TERESA ABEL TEMBE
FLAVIO ROBERTO MELLO GARCIA19
LUIZ ERNESTO COSTA SCHMIDT7
Norton Borges Junior

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CMPC / GRUPO CMPCR$ 120.000,00Fundação Delfim Mendes da Silveira

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339020 - Auxílio Financeiro a PesquisadorR$ 104.400,00
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa JurídicaR$ 15.600,00

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