Nome do Projeto
DO NEOLIBERALISMO ÀS PLATAFORMAS E REDES DIGITAIS: PROCESSOS EDUCATIVOS, APRENDIZAGENS E DOCÊNCIA NAS TRAMAS DA CULTURA DIGITAL
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
03/04/2023 - 31/12/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Partindo dos Estudos Foucaultianos, da vertente pós-estruturalista dos Estudos Culturais em Educação e da ideia de Plataformização da Sociedade (VAN DIJCK, POELL e WAAL, 2018) como elemento de análise, este projeto de pesquisa tem por objetivo investigar os modos pelos quais a Cultura Digital, inscrita na racionalidade neoliberal e ratificada pelo crescente e constante uso de redes sociais, plataformas e aplicativos digitais, vem operando pedagogicamente, no sentido de regular as condutas e guiar as práticas cotidianas: no campo da saúde ao entretenimento, da segurança à educação. Assim, dentro do escopo teórico e metodológico, três movimentos de investigação estão previstos. No primeiro, adota-se a revisão bibliográfica de natureza exploratória, problematizando a Cultura Digital (GERE, 2008; LISTER et.al, 2009; STALDER, 2018) e a Plataformização da Sociedade como estruturas envolvidas na produção de sentidos. O segundo movimento, apoiado na análise documental, segue autores como Brown (2019), Dardot et.al (2021), Ball (2014), Foucault (1987; 2005, 2006, 2007, 2008), e explora as implicações da articulação entre “tecnologias digitais” e “racionalidade neoliberal”, sobretudo no âmbito dos processos educativos (institucionalizados ou não), cujos sinais indicam características instigadas nos sujeitos, tais como flexibilidade, adaptabilidade, mobilidade, conectividade, personalização e individualização. Essas particularidades, voláteis e efêmeras, de conduzir a vida, representam a base de um tipo de “gestão social” centrada na performance, na competitividade, na concorrência e nos incentivos às iniciativas e esforços individuais. O neoliberalismo é político, econômico, cultural e social, o que acaba ensejando valores, produzindo subjetividades e sensibilidades. O terceiro movimento, amparado nos métodos digitais (ROGERS, 2013;2015;2019; D’ANDREA, 2020) e nos estudos de caso, analisa de que forma as redes sociais, plataformas e aplicativos vêm operando pedagogicamente. Trata-se de conjeturar a existência de Pedagogias Digitais (BORTOLAZZO, 2021), ou seja, outros tipos de pedagogias que possam responder às demandas e contingências da sociedade contemporânea. As Pedagogias Digitais são pensadas para além dos processos pedagógicos, instituídos em escolas e universidades, que se utilizam de recursos tecnológicos e mídias digitais, mas o conceito está situado como expressão de um conjunto de transformações culturais – visíveis a partir do amplo uso do digital – que envolvem espaços, artefatos, mecanismos e procedimentos que vão instituindo certas práticas e, por assim dizer, também governando a conduta dos sujeitos. Na mesma vertente, outros modos de olhar e compreender a educação, a pedagogia, os processos formativos, o ensino, a aprendizagem, o currículo, a docência, etc., ganham visibilidade e entram em circulação. Portanto, questionar as controvérsias e a hierarquia de poder protagonizada pelas plataformas digitais (violação de privacidade; manipulação algorítmica; produção de fake news; acesso às informações, serviços e bens; renovadas formas de produção de conhecimento etc. ) significa assumir que aplicativos móveis e empresas como Google, Facebook, Amazon, entre outras, estão entrelaçadas às dinâmicas sociais e, por isso, vão conduzindo, interferindo e penetrando, de forma cada vez mais veemente, nas várias esferas da vida cotidiana.
Palavras-chave: Estudos Culturais; Estudos Foucaultianos; Cultura Digital; Plataformização da Sociedade; Educação; Processos Formativos; Docência.
Objetivo Geral
O projeto de pesquisa intitulado “Do Neoliberalismo às Plataformas e Redes Digitais: processos educativos, aprendizagens e docência nas tramas da Cultura Digital” tem como objetivo geral investigar os modos pelos quais a Cultura Digital, inscrita na racionalidade neoliberal e ratificada pelo crescente e constante uso de redes sociais, plataformas e aplicativos digitais, vem operando pedagogicamente, no sentido de regular as condutas e guiar as práticas cotidianas: no campo da saúde ao entretenimento, da segurança à educação.
Assim, dentro do escopo teórico e metodológico, este projeto de pesquisa foi pensado a partir de três movimentos de investigação que constituem os objetivos específicos. Eles estão descritos a seguir:
- Partindo dos Estudos Foucaultianos (FOUCAULT, 1987; 2005;2006;2007;2008) e da vertente pós-estruturalista dos Estudos Culturais em Educação (DERRIDA, 1995; SILVA, 2004, 2011; COSTA, SILVEIRA e SOMMER, 2004; 2005; HALL, 1997, 2011; VEIGA-NETO, 1995; 2004; 2007; 2009) problematiza-se a Cultura Digital (GERE, 2008; LISTER et.al, 2009; STALDER, 2018; GREEBER e MARTIN, 2009) e a Plataformização da Sociedade (VAN DIJCK, POELL e WAAL, 2018) como estruturas envolvidas na produção de sentidos.
- Explorar as implicações da articulação entre “tecnologias digitais” e “racionalidade neoliberal”, sobretudo no âmbito dos processos educativos (institucionalizados ou não), analisando sinais e características instigadas nos sujeitos, tais como flexibilidade, adaptabilidade, mobilidade, conectividade, personalização e individualização. Aqui, alguns autores são acionados como Brown (2019), Dardot et.al (2021), Ball (2014), Couldry e Mejias (2019), Laval (2004), entre outros
- Amparado nos métodos digitais (ROGERS, 2013;2015;2019; D’ANDREA, 2020) e nos estudos de caso, analisa-se de que forma as redes sociais, plataformas e aplicativos vêm operando pedagogicamente. Trata-se de conjeturar a existência de Pedagogias Digitais (BORTOLAZZO, 2021; 2022), ou seja, outros tipos de pedagogias que possam responder às demandas e contingências da sociedade contemporânea. Nesta mesma vertente, investiga-se as implicações pedagógicas (relação professor-aluno; transformações no acesso ao conhecimento e na produção de saberes; outros processos de aprendizagem etc.) diante dos usos das tecnologias digitais (computadores, smartphones, aplicativos, entre outros).
Assim, dentro do escopo teórico e metodológico, este projeto de pesquisa foi pensado a partir de três movimentos de investigação que constituem os objetivos específicos. Eles estão descritos a seguir:
- Partindo dos Estudos Foucaultianos (FOUCAULT, 1987; 2005;2006;2007;2008) e da vertente pós-estruturalista dos Estudos Culturais em Educação (DERRIDA, 1995; SILVA, 2004, 2011; COSTA, SILVEIRA e SOMMER, 2004; 2005; HALL, 1997, 2011; VEIGA-NETO, 1995; 2004; 2007; 2009) problematiza-se a Cultura Digital (GERE, 2008; LISTER et.al, 2009; STALDER, 2018; GREEBER e MARTIN, 2009) e a Plataformização da Sociedade (VAN DIJCK, POELL e WAAL, 2018) como estruturas envolvidas na produção de sentidos.
- Explorar as implicações da articulação entre “tecnologias digitais” e “racionalidade neoliberal”, sobretudo no âmbito dos processos educativos (institucionalizados ou não), analisando sinais e características instigadas nos sujeitos, tais como flexibilidade, adaptabilidade, mobilidade, conectividade, personalização e individualização. Aqui, alguns autores são acionados como Brown (2019), Dardot et.al (2021), Ball (2014), Couldry e Mejias (2019), Laval (2004), entre outros
- Amparado nos métodos digitais (ROGERS, 2013;2015;2019; D’ANDREA, 2020) e nos estudos de caso, analisa-se de que forma as redes sociais, plataformas e aplicativos vêm operando pedagogicamente. Trata-se de conjeturar a existência de Pedagogias Digitais (BORTOLAZZO, 2021; 2022), ou seja, outros tipos de pedagogias que possam responder às demandas e contingências da sociedade contemporânea. Nesta mesma vertente, investiga-se as implicações pedagógicas (relação professor-aluno; transformações no acesso ao conhecimento e na produção de saberes; outros processos de aprendizagem etc.) diante dos usos das tecnologias digitais (computadores, smartphones, aplicativos, entre outros).