Nome do Projeto
Associação entre nível de atividade física e recuperação de desfechos de saúde em sobreviventes da COVID-19 tratados em UTIs da cidade de Pelotas/RS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
07/02/2023 - 01/04/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A COVID-19 é uma doença de altamente transmissível que se manifesta com acometimento de múltiplos órgãos e sistemas e pode desenvolver-se com infecção respiratória intensamente inflamatória compatível com o quadro de síndrome respiratória aguda grave (SDRA). Os danos ocasionados pela doença podem perdurar mesmo após a resolução da fase aguda, gerando sintomas que podem persistir por até um ano ou mais. A prática regular de atividade física (AF) está associada a menores graus de severidade da doença, contudo, ainda existem poucos estudos que descrevam longitudinalmente o comportamento das manifestações tardias e persistentes da doença, especialmente que enfoquem os sobreviventes submetidos a ventilação mecânica e que relacionem tais desfechos à atividade física. Desta forma, objetiva-se, com o presente estudo, conhecer as associações entre o nível de AF e desfechos de saúde e qualidade de vida em sobreviventes da COVID-19 que foram tratados em UTIs da cidade de Pelotas/RS, por um prazo de 12 meses após alta hospitalar. Será conduzido um estudo de coorte ambiespectiva com medidas de nível de AF prévio e atual, sintomas persistentes e problemas de saúdes apresentados pós alta, estado de independência para AVDs, tolerância ao exercício, qualidade de vida (QV), nível de dispneia, status cognitivo, pressões inspiratória e expiratória máximas, pico de fluxo expiratório e força de preensão manual (FPM). As avaliações serão realizadas em até 5 visitas, a cada três meses pós alta desde o mês da alta hospitalar (inclusive este) até 12 meses após alta. Os resultados serão expostos para cada momento do tempo pós alta e também serão descritas as modificações ao longo do tempo das variáveis número de sintomas persistentes, da tolerância ao exercício, da FPM e da QV.

Objetivo Geral

Descrever as associações entre o nível de atividade física e desfechos de saúde em sobreviventes da COVID-19 que foram tratados em UTI, por um prazo de 12 meses após alta hospitalar.

Justificativa

Para os profissionais de saúde incumbidos de reabilitar ou de propor programas de atividades físicas para os sujeitos pós COVID-19 é importante conhecer não somente as condições por eles apresentadas no momento do início da intervenção ou acompanhamento, mas também a história de doença que levou à conformação encontrada. Assim, é possível supor e prever situações implícitas à primeira avaliação, mas que se encontrem latentes e possam manifestar-se como intercorrências ao plano de programa terapêutico ou de atividade física. Além disso, o conhecimento ou a previsão de prazos de persistência de sintomas e manifestações residuais pós infecção por COVID-19 em pacientes tratados em UTI pode ser valioso para que os objetivos traçados a curto, médio e longo prazo sejam factíveis e se concretizem em benefícios de saúde e psicossociais para os pacientes.
A gravidade da situação conformada pela pandemia de COVID-19 e os seus impactos na saúde mundial fomentou numerosas pesquisas e estudos que enfocam e buscam esclarecer diversos aspectos concernentes ao contágio, curso e recuperação da doença. Contudo, grande número desses estudos são conduzidos em grandes centros e países desenvolvidos, o que configura cenário contrastante com o da região em que se propõe o atual estudo. Neste aspecto, conhecer as condições locais é de grande valia para nortear adequações e políticas públicas de promoção de saúde nos três níveis de atenção que atendam às necessidades dos sobreviventes da forma grave de COVID-19.
Pela incipiência da condição abordada, há escassez de estudos que descrevam longitudinalmente o comportamento das manifestações tardias e persistentes da COVID-19, especialmente no âmbito local, com enfoque nos sujeitos submetidos a tratamento em UTI e que relacionem atividade física – terapêutica ou de lazer – com os desfechos de saúde e qualidade de vida dessa população. Assim, no contexto de urgência por maiores esclarecimentos sobre as condições de saúde de pacientes que desenvolveram a forma grave da COVID-19, em que pese a alta transmissibilidade da doença, propõe-se um método de estudo pautado sobre as recomendações das autoridades de saúde nacionais e internacionais para higiene e de biossegurança.
Buscaremos responder o seguinte problema de pesquisa: “Quais são as associações entre o nível de atividade física e desfechos de saúde e qualidade de vida em sobreviventes da COVID-19 que foram tratados em UTI?”

Metodologia

Os dados referentes ao período de internação serão extraídos de prontuários dos sujeitos a serem incluídos, provenientes de outro estudo em execução conduzido pela mesma pesquisadora, que tem como objetivo determinar a taxa de extubação e sobrevida de pacientes com COVID-19 tratados em UTIs de Pelotas (CAAE: 47232421.8.0000.5317). Uma vez identificados os sobreviventes, será considerada a data da alta hospitalar e realizadas avaliações em momentos distintos, desde o mês em que ocorreu a alta e, de forma recorrente, três, seis, nove e 12 meses após a alta, quando possível. Serão contatados pacientes que tiverem tido alta há até 12 meses antes do início da coleta de dados e avaliados todos aqueles que completarem algum dos prazos/momentos previstos na metodologia. Aqueles que estiverem recebendo alta no mesmo mês e até três meses após o início da coleta de dados formarão uma coorte e serão avaliados nos prazos trimestrais supracitados. Deste modo, pretende-se poder descrever as variáveis transversalmente em diferentes momentos do tempo desde a alta hospitalar, além de identificar possíveis modificações das variáveis ao longo do tempo por até 12 meses.As avaliações serão compostas por questionários e testes físicos e cognitivos.A estimativa de n para esta pesquisa baseia-se no número de pacientes disponibilizado de forma parcial por um dos hospitais participantes do estudo de base. O relatório do referido hospital limitava-se à data de 18.08.2021 e somava 462 pacientes atendidos nas UTIs COVID daquela instituição, sem discriminar os que permaneceram ou não em VM. A partir deste número e fundamentando-se no estudo de Barrasa et al. (2020), estima-se que 95 pacientes tenham retornado à ventilação espontânea neste hospital. E então, já que existem três hospitais envolvidos na pesquisa de base, chega-se ao n estimado de 285 participantes.Inicialmente, serão realizados contatos telefônicos ou e-mail (máximo de três tentativas para os contatos constantes nos prontuários) ou uma visita ao endereço cadastrado para convite à participação no estudo atual.No momento do convite, será feita uma breve explanação da relevância do estudo, da importância do aceite à participação e dos cuidados de biossegurança que serão tomados e, mediante concordância, agendada a videochamada para aplicação dos questionários e a visita para assinatura do TCLE e realização dos testes. Será oferecida a opção de aplicação de todos os instrumentos de forma presencial. Em caso de efetivação de videoconferência, antes do início dos questionários será pedida autorização para gravação de um vídeo de curta duração, em que o participante declarará concordância em participar do estudo e em assinar o documento em data posterior. A visita presencial iniciará com a explicação detalhada dos procedimentos, apresentação do documento de autorização para realização da pesquisa, fornecimento e preenchimento da agenda de visitas e assinatura do TCLE. A seguir, a agenda será preenchida com a previsão das próximas datas de coletas presenciais, se houver. Depois disto, serão aplicados os questionários de sintomas e eventos pós alta, qualidade de vida, dispneia, atividade física, independência funcional e memória.Em seguida, a caixa que conterá os equipamentos a ser utilizados será aberta e os mesos serão retirados de dentro dela e higienizados, e a caixa será tampada. A partir daí serão realizados os testes de pico de fluxo expiratório e força de preensão manual. Logo após, será realizado o teste de sentar e levantar.

Indicadores, Metas e Resultados

A partir da observação de agravos envolvidos em conjunturas associadas a ou decorrentes de pneumonias graves como SDRA e sepse, hipotetiza-se que os pacientes sobreviventes da forma grave da COVID-19 que tenham sido submetidos a VM apresentarão sintomas persistentes e prejuízo funcional físico e respiratório, além de baixos escores de qualidade de vida por até 12 meses, com retorno gradativo à normalidade ao longo do tempo e que um maior nível de atividade física estará associado a melhores prognósticos. Além disso, estima-se que pior classificação socioeconômica bem como maior número de comorbidades prévias serão associadas a piores desfechos de saúde.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
FELIPE FOSSATI REICHERT2
LORENA DE LIMA OPPELT
RAFAEL BUENO ORCY2
STEPHANIE SANTANA PINTO2
TAUANA BANDEIRA GONÇALVES

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