Nome do Projeto
Estudo multicêntrico e comparativo sobre acesso as tecnologias de informação e comunicação (TIC) e suas implicações no aprendizado em cursos de Odontologia no Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/03/2023 - 26/02/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
As TICs são uma modalidade de educação através da qual se faz necessário o uso de um ambiente virtual de aprendizagem, na maioria das vezes, disponibilizado através de uma plataforma eLearning, Internet e redes sociais. Avaliar a prevalência/taxa de alunos que utilizam conteúdo online como forma de complementação e fixação de conteúdos e fatores associados, bem como a sua influência na complementação e fixação do conhecimento adquirido em cursos de graduação em Odontologia de diferentes universidades da América Latina. Para isso, será realizada uma pesquisa com 807 alunos de dois cursos de Odontologia, um de uma universidade pública (415 alunos da UFPEL) e outro de uma universidade privada (e 392 alunos da ULBRACanoas/RS). Os participantes preencherão um questionário com perguntas semi-estruturadas. As respostas revelarão se os participantes acessam informações de saúde online por motivos acadêmicos, profissionais e/ou pessoais. Será avaliado se o participante adota algum tipo de critério de qualidade para eleger as fontes de informações on-line para aprendizado. Além disso, será verificado se existe associação entre tipo de instituição de ensino superior (público ou privada) e estudantes de diferentes níveis de graduação e pós-graduação. Hipótese: 1.O uso de redes sociais e vídeos é maior que das demais TICs. 2.A utilização de materiais complementares da Internet pode ocorrer antes de assistir uma aula, quando surgem dúvidas a serem esclarecidas, ou antes de provas teóricas.

Objetivo Geral

Avaliar a prevalência/taxa de alunos que utilizam conteúdo online como forma de complementação e fixação
de conteúdos e fatores associados.

Justificativa

Devido à expansão quase exponencial das tecnologias ao longo dos anos e à sua grande presença não só no mundo científico, mas também no nosso cotidiano, as inteligências artificiais, estão por toda a parte, desde uma simples calculadora até softwares poderosos de computador, isso sem mencionar os tão presentes smartphones (MENDONÇA & OLIVEIRA, 2017).
Inegavelmente a estrutura social tem mudado de acordo com os avanços na área tecnológica, tornando tudo mais rápido e ao alcance de um simples clique ou tocar dos dedos. As façanhas do mundo digital facilitaram o acesso ao conteúdo (de boa e má qualidade), bem como a comunicação e compartilhamento de informações. (FONSECA, 2013).
A Geração Z ou Touch – não há consenso em relação a nomenclatura – são os nativos da internet (PRENSKY, 2011) nascidos nesta última década (ou a partir de
1996, segundo o The New York Times) geração que apresenta características únicas devido à quantidade sem precedentes de informações disponíveis, à facilidade de acesso a elas e à velocidade da comunicação que a tecnologia tem proporcionado. Os professores, costumam ser imigrantes digitais, (PRENSKY, 2011) em sua maioria e pertencem a uma geração analógica, quando não resistem ao uso das tecnologias em sala de aula, têm dificuldade para adaptá-las no dia a dia. Essas diferenças realmente impactam a relação entre alunos e professores; aliado a isso, as salas de aula permanecem no mesmo modelo do século passado: carteiras enfileiradas são voltadas para a lousa. Em frente à lousa fica um professor em pé que leciona para alunos sentados, imprimindo uma verticalidade de poder (GONÇALVES, 2012).
Este modelo era conceituado por Freire como educação bancária, que tinha como principal finalidade a mera transmissão passiva de conteúdos pelo professor para o autor, o professor ia preenchendo com seu saber a cabeça vazia de seus alunos, depositando conteúdos, como alguém que deposita dinheiro em um banco.
Dado esse contexto, associado aos conceitos de educação libertadora associada ao educador Paulo Freire, que causam impacto na sociedade desde os anos do início da ditadura, no qual ressignifica a relação professor-aluno, tem-se por



princípio a certeza de que a educação é ato político, no qual o “o mundo não é, o mundo está sendo”, ele entendia que o sistema de ensino não modifica a sociedade, mas sim a sociedade tinha o poder de modificar a educação. Freire acreditava que o sistema educacional tinha um papel importante na revolução cultural (FREIRE, 1997; FREIRE, 2003).
O aluno-cidadão é o agente principal do processo pedagógico, junto com o educador, o qual também deve aprender a ser sempre aluno, pois ambos ensinam e aprendem nos espaços de construção do conhecimento. O diálogo entre os diversos agentes envolvidos nas ações educativas, assim como o processo de construção dos temas geradores, para permanente identificação dos problemas sociais e busca de sua superação, é a essência do método freireano.
No âmbito educacional, a aprendizagem significativa promove o respeito as características dos alunos que precisam de técnicas educacionais mais adequados as suas particularidades socioculturais, requerendo uma educação personalizada e interativa, oportunizando o avanço de cada aprendiz coerente com suas necessidades. Essa educação personalizada é inviável ao ensino-aprendizagem mais tradicional, onde um volume expressivo de estudantes está sobre a responsabilidade pedagógica de um único professor. Se por um lado a tendência atual de valorização da chamada dimensão virtual, associada fortemente ao fator informação, pode induzir dificuldades e problemas complexos relacionados às necessidades de formação do indivíduo, por outro, o desenvolvimento contínuo de tecnologia de apoio aos processos educacionais, vem de encontro a transformações necessárias à sintonia dos aspectos pedagógicos com os conhecimentos essenciais a integração do estudante como futuro profissional na sociedade. (SOUZA, SHIGUTI, RISSOLI, 2013; WANG, 2014)
O indivíduo sendo o responsável pelo seu próprio conhecimento, em conjunto com uma sociedade tecnológica e inseridos dentro de um contexto com excesso de informações e compartilhamento de conteúdo acessível a milésimos de segundo, pode ser visto sob algumas óticas variadas, em especial, como positivo (ativo e detentor de conhecimento, desbravador) e negativo (perdido, não sabendo por começar, ou utilizando informações erradas).
Quanto a aplicação de TICs no ensino da Odontologia alguns estudos (GOMES, 2016; SOUZA, LOPES, FILHO, 2017; FONSECA et al. 2018; E SILVA, et al. 2019;) corroboram que o ensino relacionado ao uso das TIC, apresenta-se como



uma estratégia eficaz para o desenvolvimento das competências nesse campo, e que os estudantes são bastante receptivos à inclusão das redes sociais na aprendizagem, com ressalvas às utilidades específicas a depender da rede social utilizada. As TICs, na área odontológica, de forma específica, relacionam o processo de atendimento clínico com a sala de aula. Enquanto no âmbito clínico, são utilizadas de maneiras diversas, destacando-se o uso de softwares e aparelhos tecnológicos, aplicativos e QR Codes os quais podem ser acessados de forma prática, auxiliando no diagnóstico, bem como em prescrições medicamentosas, aprimorando o atendimento. Já́ no ambiente escolar, as TICs permitem que o acadêmico em odontologia acompanhe as novidades em tempo real, possibilitando uma participação de forma ativa do processo ensino-aprendizagem. Estes estudos sugerem uma reflexão sobre a aplicação e desenvolvimento de ferramentas digitais no processo ensino-aprendizagem, bem como de metodologias híbridas de ensino que podem ser integradas quanto ao ensino de graduação em Odontologia de forma geral.
Os impactos de uma combinação incipiente e bem atual dentre pedagogia tradicional dando lugar à educação libertadora e um panorama tecnológico associado ao poder de acesso à informação rápida e precisa de resposta devem ser avaliados na educação do Ensino Superior, com ênfase no curso de Odontologia.

Metodologia

1 Delineamento, amostragem e caracterização do estudo

O delineamento do estudo será do tipo quantitativo, transversal, com amostra intencional.

2 Coleta de dados
Os dados do número de alunos e Faculdades de Odontologia no Brasil foram obtidos através do site do e-MEC (http://emec.mec.gov.br), sendo considerados:10 semestres para a maioria dos cursos oferecidos de Odontologia no Brasil, oferecendo 50 vagas por semestre, totalizando 500 alunos por curso. Sendo aproximadamente 514 cursos de odontologia no Brasil, nosso cálculo resultou em uma população amostral de 225.000 estudantes de graduação em Odontologia no Brasil. Para o cálculo do tamanho da amostra, foi utilizado o Programa Open Epi (Versão 2.3.1, www.OpenEpi.com , atualizado em 06/04/2013), sendo considerados os seguintes parâmetros: estimativa do número total de alunos das Faculdades e Cursos de Odontologia do Brasil de 225.000 [para chegar neste quantitativo foram consideradas seguintes variáveis: tempo de formação de 10 semestres, em média 50 alunos por semestre, totalizando 500 alunos por curso, sendo 514 cursos de odontologia no Brasil(http://emec.mec.gov.br)] prevalência de alunos que utilizam conteúdos on-line para adquirir conhecimento de 50%, um efeito de delineamento (deff) de 1,2, poder de 80% e nível de significância de 5% onde verificou-se como amostra mínima de 461 acadêmicos. Acrescentando-se mais 20% para controle de variáveis de confusão e 20% para perdas e/ou recusas a amostra necessária será 664.
O questionário a ser aplicado perguntará aos participantes por seus detalhes demográficos, visões e experiências da Internet (informações de saúde on-line) e verificará se existem critérios de elegibilidade do conteúdo - como averiguam se uma ferramenta está adequada para estudo - e caso o façam - como classificarão a qualidade das informações on-line (Apêndice 1). O questionário é composto por 51 perguntas, as questões serão na forma de “sim/não”, categorias de respostas pré-codificadas de múltipla escolha e, também, perguntas no estilo escala likert, no qual afirmativas são apresentadas e o respondente é convidado a emitir o seu grau de concordância de acordo com o enunciado. As perguntas estão classificadas em cinco grupos que vão buscar extrair dados relacionados à caracterização do aluno; identificação da fluência digital; conhecimento, habilidade e interesse pelo uso das TIC. Dessa forma, até a questão 23, perguntas serão sobre o uso de vídeos; das questões 23 a 31, será sobre o uso do conteúdo online para estudos; das questões 33 a 42, será sobre o site do seu curso de odontologia e/ou o ambiente virtual de aprendizagem; das questões 43 a 48, sobre como o(a) estudante acha que seu curso odontológico deve usar ferramentas relacionadas à Internet; e das questões 50 a 51, sobre conteúdo de educação odontológica disponível na internet.
Serão realizados dois envios: o primeiro no início de agosto de 2020; decorrido um mês, será realizado o segundo, no início de setembro de 2020, solicitando resposta daqueles que ainda não tiverem se manifestado na primeira solicitação.
Este questionário faz parte do projeto de pesquisa intitulado “C2Learn” que recebeu financiamento do programa de pesquisa e inovação Horizonte 2020 da União Europeia e que foi gentilmente disponibilizado para que este estudo pudesse ser realizado aqui no sul do Brasil. As diretrizes do SURGE (Surving Reporting Guideline) foram consultadas para incluir todas as possibilidades de extração dos dados do questionário e garantir uma extração mais precisa. (GRIMSHAW, 2014)
O primeiro envio do link do formulário do questionário será via e-mail de contato dos alunos cadastrados, por intermédio das Secretarias dos Colegiados ou dos cursos de Odontologia de cada instituição de ensino superior. Será enviada, aos alunos, uma mensagem na qual irá conter os objetivos da pesquisa descritos de forma breve e um convite para responder ao questionário, feito por meio do Google Forms®. Sobre a participação, ela não será obrigatória e ao consentirem a sua participação do estudo, serão garantidos aos alunos voluntários o sigilo e a confidencialidade das respostas e haverá a possibilidade de interrupção da sua colaboração a qualquer momento. Será realizada uma segunda forma de envio do link do formulário, simultâneo ao envio do email, por WhatsApp, e o terceiro envio será através da busca e compartilhamento de contatos nas redes sociais Facebook, Instagram e Telegram.
Durante a divulgação do convite para a participação no presente estudo, os principais objetivos serão explicados de acordo com a Resolução nº 510/2016, bem como, as mesmas justificativas do projeto estarão no TCLE. Será também informado nesse momento o tempo necessário para responder ao questionário (abaixo especificado), o qual leva, em média, até 25 minutos, bem como se preferir o entrevistado pode apenas responder o primeiro bloco de perguntas. Também, durante as respostas será informado por uma barra, a percentagem de respostas já respondidas.
O entrevistado terá livre arbítrio para selecionar a opção que lhe convier, sendo estas constituídas de ícones entre parênteses de aceite ou não da pesquisa. Sua identidade não será perguntada, a menos que no final aceite refazer a pesquisa dentro de 06 meses a 1 ano, e neste caso, será solicitado o e-mail e número de whattsapp, os quais ficarão em sigilo no banco de dados da responsável da equipe.

3 Análise estatística
As respostas por fim, serão tabuladas e analisadas. Os dados então serão submetidos a testes paramétricos e não-paramétricos, de acordo com os tipos de perguntas, com o intuito de comparar os resultados apresentados com escalas de importância, bem como aqueles cujas respostas às perguntas eram: ”sim ou não”.

Indicadores, Metas e Resultados

1 Indicadores de resultados ao final do projeto

- Realizar todas as etapas das metodologias propostas;

- Apresentação de trabalho em congressos científicos nacionais ABENO -

Associação Brasileira de Ensino Odontológico, SBPqO - Sociedade Brasileira de

Pesquisa Odontológica.

- Publicar um artigo em periódico nacional.


7.2 Repercussão e/ou impactos dos resultados


Obter informações para o desenvolvimento de novos processos educacionais, especialmente no que tange à individualidade e autonomia dos discentes.


3 Riscos e dificuldades

- Perda excessiva de adesões dos alunos;

- Desistências.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANDRESSA DA SILVA BARBOZA
CARLA LUCÍA DAVID PEÑA
CARLOTA ROCHA DE OLIVEIRA
CRISTIANE MARCANT REIZNAUTT
KÁTIA CRISTIANE HALL
LARISSA MOREIRA PINTO
Marcelo Dias Rodrigues
RAFAEL GUERRA LUND4
RAFAEL MARTINS DOS SANTOS

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