Nome do Projeto
BASES PARA O MANEJO DE DROSOPHILA SUZUKII NO BRASIL: Interações tritróficas entre a espécie invasora seus hospedeiros e parasitoides
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
04/04/2023 - 01/03/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Biológicas
Resumo
Drosophila suzukii possui importância econômica devido aos seus danos diretos e indiretos no cultivo de frutos de epicarpo delgado. Seu controle é realizado pricipalmente através de controle químico. Dessa forma, torna-se importante estudos que subsidiem o controle biológico da praga. O objetivo desse projeto é conhecer aspectos das interações tritróficas envolvendo D. suzukii em diversos Estados do Brasil, visando subsidiar futuros programas de manejo e prospectar parasitoides candidatos ao controle biológico. Serão investigadas as plantas hospedeiras da praga e seus índices de infestação, de modo a verificar aonde as populações de D. suzukii se mantém na entressafra e, portanto, fornecer subsídios a redução populacional da praga. O trabalho será desenvolvido nas instalações dos laboratórios de instituições participantes, durante três anos. As coletas de frutos serão realizadas em áreas rurais, urbanas e comerciais. Serão coletados 30 frutos diretamente da planta e 30 frutos do solo, os quais serão individualmente pesados e acomodados em recipientes com vermiculita até a emergência dos insetos; esses últimosserão acondicionados em microtúbulos (2mL) com álcool 70% e identificados. A associação das espécies de parasitoides a D. suzukii será investigada através de infestação artificial de frutos e exposição de imaturos em áreas rurais, urbanas e comerciais.. Serão verificados a infestação, a razão sexual dos insetos, índice de parasitismo, diversidade de parasitoides, influência de fatores ambientais na flutuação populacional desses insetos e suas relações com hospedeiros e parasitoides

Objetivo Geral

Conhecer aspectos das interações tritróficas em diversos Estados do Brasil
visando subsidiar futuros programas de manejo da praga.

Justificativa

O projeto se adequa aos artigos 2º referentes as áreas III (Produção) e
IV (Desenvolvimento sustentável) e no artigo 5º referente a área II (Agronegócio)
da Portaria nº 1.122, de 19 de março de 2020 do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações que define as prioridades no que se
refere a projetos de pesquisa.
A determinação dos hospedeiros e de seu status são importantes no
manejo e na regulação da praga (Berry 2020), portanto o projeto poderá
contribuir no controle cultural de D. suzukii através de que forma as espécies se
mantêm na entressafra, quais as espécies vegetais hospedeiras, quando, quanto
e aonde elas são infestadas. Estas informações também poderão servir de
subsídio para o país na exportação de frutos para outros países.
O conhecimento dos parasitoides de D. suzukii no Brasil deverá subsidiar
programas de controle biológico, na busca da redução de pulverização de
inseticidas e de impacto ambiental do manejo.
Em termos acadêmicos, o projeto auxiliará na formação de recursos
humanos a nível de mestrado e doutorado, através de materiais de consumo.
Em termos de publicações científicas, espera-se a publicação de pelo menos 10
artigos em revistas com conceito A.

Metodologia

Os experimentos de laboratório serão conduzidos em ambiente climatizado com
temperatura 24 ± 2 ° C, 70 ± 10% umidade relativa (UR), fotofase de 12 horas.
Sendo de responsabilidade de cada Instituição participante a coleta dos frutos e
condução dos experimentos propostos.
4.1. Experimentos de Campo – Coleta de Frutos
As coletas de frutos em campo serão realizadas em diversos estados do
território brasileiro onde há registros de Drosophila suzukii, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e no Distrito
Federal. As coletas deverão ser realizadas em três municípios de cada estado
participante, pelo período de três anos consecutivos (2022, 2023 e 2024),
levando em consideração o fator clima, chuvas, temperatura média do ano e
demais fatores que possam interferir na produção e frutificação anual dessas
frutíferas. Serão coletados cerca de 60 frutos (30 do pé e 30 no solo) em cada
município em cada município em cada safra. Dessa forma, cada fruto de cada
espécie será amostrado três vezes em cada safra e três vezes em cada Estado.
As plantas amostradas deverão ser georreferenciadas com o uso de GPS.
Serão coletados frutos de frutíferas nativas e exóticas, de acordo com a
disponibilidade da região, algumas já com relatos da presença de Drosophila
suzukii, além de outras frutíferas que podem servir de potenciais hospedeiros.
Os frutos nativos e não nativos deverão ser coletados em áreas rurais
(produtores orgânicos e agroecossitemas), áreas urbanas (praças, ruas,
avenidas) e áreas comerciais (supermercado, feiras e CEASA) seguindo a
metodologia de Vilela; Mori (2014).
4.2. Acondicionamento de frutos em laboratório
Todos os frutos coletados deverão ser pesados individualmente em
balança analítica e individualizados em recipientes transparentes tampados com
tecido “voile”. O tamanho dos recipientes empregados deve variar conforme o
tamanho do fruto. Visando controlar a umidade, cada recipiente vai receber uma
fina camada de vermiculita extrafina (cerca de 2cm). Esta medida visa evitar o
apodrecimento dos frutos e posterior inviabilização das pupas. Serão
contabilizados os números de moscas emergidas por fruto, por biomassa e o
número de parasitoides.
4.3 Identificação
Drosophila suzukii será identificada através da chave proposta por Yuzuki;
Tidon (2020). Os parasitoides serão enviados para especialistas para
identificação e/ou confirmação das espécies.
4.4. Inventariamento das espécies de parasitoides
4.4.1 Criação de Drosophila suzukii em laboratório
As criações de D. suzukii seguirão a dieta artificial o protocolo proposto
Schlesener et al. (2017),
4.4.2. Infestação artificial de frutos
Os experimentos de levantamentos de parasitoides em campo (locais com
frutos nativos, exóticos, pomares comercias e ambientes urbanos), serão feitos
através da oferta de frutos infestados em ambiente de laboratório em todos os
estágios de desenvolvimento do hospedeiro Drosophila suzukii, compreendendo
ovo, larva e pupa.
Para a montagem do mesmo, cada unidade experimental será composta
por 10 casais adultos de D. suzukii com até 5 dias de idade, serão
acondicionados em gaiolas de copos plásticos (500 mL) revestidas na parte
superior com tecido voile. Será fornecida água por capilaridade através de tubos
de vidro (5 mL), por meio de roletes de algodão hidrófilo.
Para a obtenção dos ovos, serão ofertados aos casais de D. suzukii frutos
previamente higienizados durando o período de 8h. Após esse processo, os
frutos deverão ser expostos em campo para posterior parasitismo, os mesmos
ficarão expostos pelo período de 24h, após esse procedimento, os mesmos
serão acondicionados em recipientes contendo fina camada (2 cm) de
vermiculita extrafina, até pupação e emergência dos insetos.
Além disso, para as exposições dos estágios larvais e pupal de D. suzukii
em campo, os frutos ofertados para o hospedeiro pelo período de 8h, deverão
permanecer em ambiente de laboratório até a exposição em campo. Após a
exposição em campo, segue os mesmos procedimentos citado acima até
emergência dos insetos, sendo que os parasitoides serão acondicionados em
eppendorf (2 mL) com álcool 70% para posterior identificação dos mesmos.
Deverá ser contabilizado diversidade de espécies de parasitoides
emergidos, número de parasitoides por estágio (ovo, larva e pupa), além disso
considerar a preferência dos parasitoides considerando a infestação artificial de
frutos e unidades de parasitismo, além de relacionar com os locais da exposição
comparando entre locais com frutos nativos, exóticos, pomares comercias e
ambientes urbanos. Os parasitoides encontrados, serão enviados para
especialistas para identificação e/ou confirmação das espécies.
4.4.3. Exposição de estágios imaturos para parasitismo
Para prospectar os parasitoides dos estágios imaturos será feito através
de dois métodos:
4.4.3.1. Método 1
Visando explorar associações entre Drosophila suzukii e seus potenciais
parasitoides, estágios imaturos da mosca hospedeira também serão
disponibilizados diretamente nos locais de coleta. Para tanto, serão usados
frascos de cultura de D. suzukii com larvas jovens em meio de cultura, bem como
frascos com pupas. Esses frascos serão fechados com tecido de malha fina, de
modo a permitir a passagem de parasitoides, mas não de drosofilídeos, e
embalados para uso em campo.
Nos locais de coleta, os frascos serão pendurados mediante o uso de
arame untado com glicerina (evita formigas). Após quatro dias, eles serão
recolhidos e transferidos para o laboratório, em sala climatizada. A emergência
de vespas e/ou drosofilídeos será monitorada, e os imagos serão coletados, e
armazenados em microtúbulos com álcool 70o
, e posteriormente identificados.
4.2.3.2 Método 2
O levantamento de parasitoides pupais em campo (pomares comerciais,
SAF ou borda e interior de matas nativas) será realizado a partir da oferta de
pupas de D. suzukii com idade de dois dias provenientes de criação de
laboratório.
No campo serão ofertadas 20 pupas de D. suzukii acondicionadas em
placa de Petri plástica de diâmetro de 6,0 cm e em seguida colocada no interior
de uma armadilha delta (adaptação da armadilha Jackson para captura de
adultos de C. capitata). Após as pupas serem colocadas no interior da armadilha
delta, as aberturas laterais das armadilhas serão fechadas com tecido filó ou tule
com a finalidade de apenas deixar passar os parasitoides e evitar a entrada de
outros organismos maiores indesejáveis como predadores de pupas.
Quanto à quantidade de armadilhas a serem instaladas no campo,
deverão ser colocadas no mínimo duas armadilhas em cada área distinta (pomar
comercial, ou SAF, ou área de reserva nativa) sendo uma armadilha pendurada
na maior altura na copa da planta (1,5 a 2,0 m) e a outra pendurada em um
suporte baixo deixando a base da armadilha a uma altura de 10 cm da superfície
do solo. Depois de instaladas as armadilhas completas no campo, as pupas
ficarão expostas por um tempo de 05 dias. Depois serão recolhidas e levadas ao
laboratório, onde ficarão acondicionadas em potes plásticos fechados com tecido
voal para espera da emergência dos adultos de parasitoides e/ou adultos de D.
suzukii.
Após a emergência de todos os insetos adultos referente a cada
armadilha, no caso dos parasitoides, os mesmos serão acondicionados em
microtubo de fundo cônico (2 mL) contendo etanol 70% para posterior
identificação.
4.5 Análise dos dados
A infestação de D. suzukii será calculada de acordo com Vieira et al.
(2019) para cada hospedeiro em cada localidade. A razão sexual será
determinada e calculada de acordo com Silveira Neto et al. (1976).
A associação entre as espécies do parasitoide e a mosca hospedeira será
considerada apenas quando uma única espécie de mosca e parasitoide for
obtida no mesmo recipiente de emergência. (Canal et al., 1994). Serão
calculados o parasitismo total (PT = # parasitoides emergidos x 100 / # moscas
emergidas + # parasitoides emergidos), a frequência relativa das espécies de
moscas e parasitoides (RF = # de espécimes de uma espécie coletados x 100 /
# total de espécimes de cada espécie coletados) e viabilidade pupal (VP = #
parasitoides + # de moscas emergiram x 100 / # total de pupas) de acordo com
Matrangolo et al. (1998).
Para a razão de pupas por fruto infestado, serão realizadas análises de
estatística descritiva como média, desvio padrão e intervalo de confiança da
média, ajustados pela correção de Bonferroni (Infostat). A análise será realizada
através da construção de uma teia alimentar e de um mapa de calor com o
pacote Bipartite do software R, R Core Team.

Indicadores, Metas e Resultados

A determinação dos hospedeiros e de seu status são importantes no
manejo e na regulação da praga (Berry 2020), portanto o projeto poderá
contribuir no controle cultural de D. suzukii através de que forma as espécies se
mantêm na entressafra, quais as espécies vegetais hospedeiras, quando, quanto
e aonde elas são infestadas. Estas informações também poderão servir de
subsídio para o país na exportação de frutos para outros países.
O conhecimento dos parasitoides de D. suzukii no Brasil deverá subsidiar
programas de controle biológico, na busca da redução de pulverização de
inseticidas e de impacto ambiental do manejo.
Em termos acadêmicos, o projeto auxiliará na formação de recursos
humanos a nível de mestrado e doutorado, através de materiais de consumo.
Em termos de publicações científicas, espera-se a publicação de pelo menos 10
artigos em revistas com conceito A.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BARBARA RAFAELA DA ROSA
BLANCHE CHRISTINE PIRES DE BITNER-MATHÉ
FLAVIO ROBERTO MELLO GARCIA21
JANAÍNA PEREIRA DOS SANTOS
JOATAN MACHADO DA ROSA
KARINA JOBIM PINTO
MIGUEL FRANCISCO DE SOUZA FILHO
PEDRO DA LUZ KASTER
ROSANA TIDON

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