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O treinamento concorrente ou treinamento combinado tem como definição a utilização de exercício aeróbio e de força na mesma sessão de treinamento (LEVERITT et al., 1999; DOCHERTTHY e SPOER, 2000). O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) recomenda a prática de exercícios aeróbicos a fim de maximizar o gasto energético, assim como exercícios de força para o desenvolvimento da hipertrofia (LIRA et al., 2007). Em virtude disso, o treinamento concorrente tem sido explorado por inúmeros indivíduos a fim de associar em uma mesma sessão os dois tipos de treinamento com o enfoque de melhorar parâmetros tanto do sistema neuromuscular quanto do cardiorrespiratório (SOUZA E NUNES, 2014). Outro ponto que tem levado a maior procura do treinamento combinado é a falta de disponibilidade de tempo, bem como a não adaptação aos métodos separados (SOUZA E NUNES, 2014).
Estudos têm demonstrado que o treinamento concorrente pode resultar em menores ganhos máximos de força e potência em comparação com o treinamento de força realizado sozinho, e esse efeito tem sido chamado de "efeito de interferência" (BELL et al., 2000; CADORE et al., 2010; HÄKKINEN et al., 2003; KRAEMER et al., 1995). Esse fenômeno pode ocorrer devido à influência negativa do treinamento aeróbio nas adaptações neuromusculares induzidas pelo treinamento de força. Dentre os mecanismos sugeridos para explicar o efeito de interferência temos a fadiga residual do treinamento aeróbio, que prejudica o desempenho subsequente durante o treinamento de força e parece induzir esse efeito quando ambas as modalidades são realizadas na mesma sessão (CADORE e IZQUIERDO, 2013). De fato, estudos revelaram uma redução aguda no desenvolvimento de força imediatamente após diferentes modos de treinamento aeróbico (DE SOUZA et al., 2007; LEPERS, MILLET, e MAFFIULETTI, 2001; LEVERITT e ABERNETHY, 1999; PANISSA et al., 2015; REED, SCHILLING, e MURLASITS, 2013)
Na literatura pesquisada não se encontrou estudos que avaliem os efeitos agudos da ordem de execução do treinamento combinado sobre parâmetros de percepção de mulheres jovens treinadas. Dessa forma elaborou-se o seguinte problema de pesquisa: “Quais os efeitos agudos da ordem de execução do treinamento combinado sobre variáveis psicológicas de mulheres jovens treinadas?”

A pesquisa trata-se de um estudo experimental do tipo cruzado, ao qual todas as participantes serão submetidas ao mesmo protocolo de coleta de dados. Para tanto, serão realizadas duas sessões de treinamento concorrente na ordem força-aeróbio e aeróbio-força, de forma contrabalanceada entre as participantes.
A partir da anamnese a amostra, deste estudo, será composta por mulheres jovens voluntárias, com idade entre 18 e 30 anos. O número previsto será aproximadamente de 30 participantes. Participarão do estudo mulheres saudáveis, sem doenças preexistentes, recrutadas de forma voluntária e que pratiquem treinamento de força e/ou funcional há no mínimo seis meses. Essas jovens adultas não podem ser fumantes, apresentar histórico de doenças cardiovasculares, endócrinas, metabólicas ou neuromusculares e também não podem utilizar algum tipo de medicamento com influência no sistema endócrino e/ou neuromuscular. O estudo será divulgado em redes sociais e em grupos de WhatsApp.
O estudo será realizado em três sessões distintas, sendo uma de caracterização e testes de carga e outras duas de avaliação onde ambas serão separadas por 7 dias, sendo realizado de forma contrabalanceada. As sessões de coleta de dados serão realizadas na academia da Escola Superior de Educação Física, da Universidade Federal de Pelotas. As participantes serão instruídas a não realizarem exercício físico extenuante nas 24 h anteriores ao início das sessões, assim como a não ingerirem qualquer tipo de substância estimulante nos dias dos testes. Como se trata de um estudo com atividades presenciais, as resoluções municipais vigentes de biossegurança em relação à COVID-19 serão seguidas.

Maiores respostas de divertimentos e motivação na ordem aeróbio-força.