Nome do Projeto
Mediação cultural, educação estética e processos educacionais em Arte
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/05/2023 - 30/04/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
O presente projeto de pesquisa se constitui em uma ação universitária de investigação dos processos de mediação cultural, formação estética e artísticas em espaços formais e não formais de educação e integra várias pesquisas (Iniciação científica, trabalho de conclusão de curso, monografia e dissertação). A ação é promovida pela Universidade Federal de Pelotas, por meio do Grupo de Pesquisa OMEGA – Observatório de Memória, Educação, Gesto e Arte, em parceria com o Grupo de Pesquisa Arte e Estética na Educação da Universidade Regional de Blumenau. Este projeto de pesquisa tem como questão problema guarda-chuva: Como a mediação cultural pode potencializar a formação estética, artística e política em espaços formais e não formais de educação em Pelotas e região? Nesse sentido é necessário que o professor/artista reflita sobre seu papel na mediação, o mediador cultural na qualidade de profissional que trabalha em museus ou outros segmentos artísticos, culturais e educacionais. Ele precisa atentar para formas de reinventar seu trabalho e redefinir sua própria atividade de mediador, visando, principalmente, à autonomia do público. Esta atividade exige reflexão estética e política sobre a vida e a arte, que considere que os indivíduos que participam do processo de compreensão são sujeitos ativos. Além de política, a mediação cultural também é social. Tem como objetivo geral: Analisar processos de mediação cultural em espaços formais e não formais de educação no Rio Grande do Sul, identificando as relações estabelecidas com a formação estética, artística e política, discutindo como esses espaços lidam com a cultura e a arte como fator de desenvolvimento humano. Os estudos a ser desenvolvidos irão apresentar características essencialmente qualitativa. Serão utilizados instrumentos de geração de dados como a observação in loco, análise de documentos, entrevistas, grupos focais, entrevistas semi-estruturadas, registros fotográficos e filmográficos, consulta a documentos institucionais, roteiros de análise, desenvolvimento de materiais educativos, atividades de formação docente, entre outros, pois compreende-se que nestes momentos é possível um trabalho de pesquisa e formação estética, artística e política na medida em que se faz pesquisa. Espera-se integrar áreas da educação, arte e estética interrelacionando conhecimentos, contribuindo com a construção de reflexões acerca da mediação cultural, em especial ressaltando a relevância de estudos que articulem espaços formais e não formais em educação. Ainda, deseja-se analisar processos de mediação cultural com vistas a formação estética, artística e política que possam contribuir em desenvolvimento de metodologias e materiais que potencializem ações educativas em arte para espaços formais e não formais de educação.

Objetivo Geral

Analisar processos de mediação cultural em espaços formais e não formais de educação no Rio Grande do Sul, identificando as relações estabelecidas com a formação estética, artística e política, discutindo como esses espaços lidam com a cultura e a arte como fator de desenvolvimento humano.

Justificativa

Atualmente, enquanto pesquisador, faço parte do grupo de pesquisa “Arte e estética na educação” do programa de pós-graduação em Educação da Universidade Regional de Blumenau – FURB, e em parceria com a Universidade Federal de Pelotas sob a liderança da professora Dra. Carla Carvalho e sob minha vice-liderança. Participo também do Grupo de pesquisa OMEGA, Observatório de Memória, Educação, Gesto e Arte da Universidade Federal de Pelotas.
Este projeto tem como questão problema guarda-chuva: Como a mediação cultural pode potencializar a formação estética, artística e política em espaços formais e não formais de educação em Pelotas? Penso que esta questão possa ser ampliada e discutida em outros contextos e outros países, nesse caso, especificamente no âmbito de pesquisas realizados na Universidade Federal de Pelotas, e criar uma rede de pesquisa entre programas de pós-graduação que pesquisam arte e suas interfaces, motivo pelo qual, proponho esse projeto de pesquisa. Nesse sentido, esse projeto nasce numa perspectiva de oportunizar que a partir das pesquisas em arte, estética e educação na cena contemporânea realizadas na Universidade Federal de Pelotas seja possível ampliar parcerias institucionais, a exemplo com o grupo de pesquisa Arte e estética na educação que participo. Como resultado, espero que as produções artísticas e intelectuais resultantes das pesquisas realizadas no projeto possam transitar num circuito local, nacional e internacional de eventos e publicações.
Proponho entender nesse projeto, que pode abrigar vários estudos, como a pesquisa artística e acadêmica em arte pode gerar processos de re-siginificação das metodologias para os modos de fazer arte, nas práticas pedagógicas em vista à experiência e educação estética? Frente a esse questionamento, os estudos que proponho acompanhar e desenvolver, são estudos que articulam a mediação cultural em arte, estética e educação em dialogicidade com outras áreas de conhecimento. Dedica-se, portanto, à investigação das concepções, composições e implicações políticas, culturais e educacionais em diferentes contextos que desenvolvem e mediam processos e modos de organização em Arte e suas possibilidades de mediação cultural. Diversos são os espaços educativos em arte que podemos pesquisar como: escolas da educação básica, escolas de arte, bibliotecas, coletivos de artistas, centros culturais, museus e galerias de arte, entre outros. Inspirado nas poéticas do aprender em arte e o que o campo das artes pode trazer a cena quanto a pensar à educação e estética, esse projeto propõe também investigar a potencialidade dos conceitos de improvisação, performance, experiência, mediação cultural, fruição, para pensarmos temas recorrentes da educação formal e não formal: aprender, ensinar, avaliar, estudar. Pode-se ainda investigar manifestações artísticas, estéticas e educacionais no âmbito das artes visuais, da dança, do teatro, da música e da performance, incluindo-se aí manifestações culturais de religiosidade afro-brasileira e indígena.
Para tanto, serão considerados inicialmente os estudos de Becker (2008), Larrosa (2014, 2017), Smith-Autard (2002), Rancière (2012, 2013), Foucault (2009), Louis Not (1981), Duarte Jr. (2010) entre outros a serem encontrados no decorrer do trabalho de investigação. Nesse sentido, pretende-se fazer também realizar um levantamento de autores e autoras cujos estudos possam promover trânsitos entre as áreas da educação, estética e artes, permitindo conexões interessantes que sirvam a este Projeto. A educação como processo mediatizado pelos pares e pelo mundo é discutida por Paulo Freire (1997) e Rancière (2002) e sendo assim, ressalta-se a importância de discutirmos como o mediador interfere nas práticas de educacionais em contextos formais e não-formais de ensino. Entendemos que a relação que se estabelece entre as pessoas e o patrimônio cultural, seja ele material ou imaterial, pode influenciar contextos sociais e políticos a favor do fortalecimento ou questionamento de ideias e valores. Chauí (2006) afirma que o processo de humanização do homem define-se pela cultura e esta é a invenção de uma ordem simbólica que permite ao homem atribuir à realidade novas significações. Para a autora, a cultura constitui-se “como invenção da relação com o outro” (CHAUÍ, 2006, p. 114). É uma concepção que questiona o papel instrumental atribuído à cultura pela sociedade capitalista, definindo a cultura como um direito e como uma política.
Nesse sentido, revela-se importante examinar como essa relação se efetiva, iluminando não a matéria prima (cultura) em si, mas o encontro, a relação que se acontece por meio dos processos de mediação cultural. Por isso, o processo de mediação cultural - compreendido como resultante do entrecruzamento de conhecimentos artístico, estético e político - tem papel preponderante na pesquisa. Considera-se aqui, que as possibilidades de mediação cultural se constituem de formas diferenciadas em experiências culturais distintas. Diante disto questiona-se: Como a mediação cultural pode potencializar a formação estética, artística, educacional e política em espaços formais e não formais de educação em Pelotas? O que justifica a importancia deste projeto de pesquisa que pode receber estudantes de graduação e pós-graduação da UFPel.
O conceito de Mediação como estar entre muitos traz à baila o conceito de mediação para o processo educativo. Martins, Picosque e Guerra (2010, p. 70) percebem a Mediação Cultural “[...] como canal de comunicação que permite estudar seu processo, atentando para os ruídos perturbadores, ênfases desnecessárias ou para a exclusão de aspectos que poderiam tornar esse encontro mais significativo”. Diante disso, é importante, além do olhar, a consciência, as relações, os sentidos, as sensações, os sentimentos, a imaginação e a percepção - todos necessários para estabelecer o desafio da ação mediadora. Para Martins (2005), a Mediação Cultural torna-se “[...] facilitadora de encontros entre arte e fruidor [...] fator de aproximação”. Estabelece-se aqui parte da tessitura da trama de estar entre muitos, encontros e aproximação!
Um trabalho de cooperação é necessário e se o professor precisa refletir sobre seu papel de mediação, o mediador cultural na qualidade de profissional que trabalha em museus ou outro segmento artístico, precisa atentar para formas de reinventar seu trabalho e redefinir sua própria atividade de mediador, visando, principalmente, à autonomia do público. Esta atividade exige reflexão sobre a dimensão artística da obra, mas também política, que considere que os indivíduos que participam do processo de compreensão são sujeitos políticos, como explicita Montoya (2008). Além de política, a mediação cultural também é social, e, neste sentido, Barbosa afirma que: “O esforço que se emprega para ampliar o contato, o discernimento, o prazer da população com a cultura que a cerca, resulta em benefícios sociais como qualidade das relações humanas e compreensão de si e do outro”. (BARBOSA, 2009, p. 21). Nessa perspectiva, a autora indica que os benefícios ou os reflexos da ação intencional educativa, aqui no caso da arte por meio da mediação cultural, pode ampliar o conhecimento do sujeito de si, dos outros e do contexto em que ele está inserido, qualificando essas relações, por isso a mediação também é social.
Para Barbosa, “[...] a arte como uma linguagem aguçadora de sentidos, transmite significados que não podem ser transmitidos por nenhum outro tipo de Linguagem” (BARBOSA, 2009, p. 22). Assim, acredita-se na relevância da aproximação entre o saber sensível e o inteligível, em um movimento no qual os espaços educativos estejam atentos para a formação integral do ser humano.

Metodologia

Os estudos a ser desenvolvidos irão apresentar características essencialmente qualitativa. Serão utilizados instrumentos de geração de dados como a observação in loco, análise de documentos, entrevistas, grupos focais, entrevistas semi-estruturadas, registros fotográficos, consulta a documentos institucionais, roteiros de análise, desenvolvimento de materiais educativos, atividades de formação docente, entre outros, pois compreende-se que nestes momentos é possível um trabalho de pesquisa e formação estética, artística e política na medida em que se faz pesquisa. Espera-se integrar áreas da educação, arte e estética interrelacionando conhecimentos, contribuindo com a construção de reflexões acerca da mediação cultural, em especial ressaltando a relevância de estudos que articulem espaços formais e não formais em educação. Ainda, deseja-se analisar processos de mediação cultural com vistas a formação estética, artística e política que possam contribuir em desenvolvimento de metodologias e materiais que potencializem ações educativas em arte para espaços formais e não formais de educação.
A pesquisa colaborativa se insere nesse projeto guarda-chuva como conjunto de práticas de pesquisa de caráter participativo entre os pesquisadores. As fronteiras entre essas diferentes práticas de pesquisa e no interior de uma mesma categoria não são estanques e nem deveriam ser, pois representam, de certa maneira, as ênfases particulares em determinados aspectos. (DESGAGNÉ et al. 2001). A colaboração assume nesse projeto o sentido de favorecer uma aproximação entre pesquisadores e sujeitos de pesquisa por meio de uma atividade colaborativa que congrega, ao mesmo tempo, produção de dados (ou seja, a pesquisa) e o desenvolvimento profissional dos sujeitos envolvidos (ou seja, a formação continuada). Trata-se, especificamente, de formação continuada para encorajar os sujeitos a examinar suas próprias práticas, refiná-las, e se mobilizar em torno dos significados e práticas de mediação cultural. Assim, são esses dois aspectos fundamentais que caracterizam a pesquisa colaborativa: formação e pesquisa.
Tendo em vista que as pesquisas serão efetuadas em várias etapas, ao longo de dois ou três anos, organizou-se resumidamente, o desenvolvimento das investigações que terão por base os seguintes procedimentos metodológicos:
1º PROCEDIMENTO: Mapeamento da rede de espaços educativos a serem investigados.
2º PROCEDIMENTO: Organização de roteiros de análise desses espaços, construídos com indicadores de: qualidade estética, sustentabilidade, políticas de financiamento, ações de promoção, formação, difusão e circulação que fortalecem as expressões e manifestações artísticas e culturais e a frequência com que são promovidas.
3º PROCEDIMENTO: Análise de documentos e espaços para distinguir a política de atendimento ao público.
4º PROCEDIMENTO: Entrevistas semiestruturadas com usuários e mediadores culturais para entender o processo de mediação cultural e como ele interfere na formação estética.
5º PROCEDIMENTO: Análise e discussão do processo de mediação cultural: observação em campo, grupo focal e formação continuada.
6o. PROCEDIMENTO: Levantamento dos conteúdos que podem ser utilizados para o desenvolvimento de materiais educativos.
7º PROCEDIMENTO: Análise de dados documentais e institucionais como folders, convites, websites, projetos, entre outros, para identificar iniciativas que
mobilizam os espaços educativos como essencial ao desenvolvimento humano, que promovam a formação estética, artística e política, discutindo como a mediação interfere na capacidade de reconhecimento e de valorização da cultura.
8º PROCEDIMENTO: Sistematização e análise dos dados.
9º PROCEDIMENTO: Interpretação dos dados. Caracterizada pelas análises: documental, das entrevistas, das observações, das narrativas coletadas dos sujeitos, gestores e mediadores culturais. Para análise documental trabalharemos com análise de conteúdo e para as entrevistas e narrativas com análise narrativa.
10º PROCEDIMENTO: Elaboração do Relatório. Caracterizada pela elaboração de um relatório de pesquisa. O relatório apresentará os dados obtidos, a análise, a interpretação e as conclusões/recomendações que se fizerem relevantes. No relatório serão apresentados os produtos gerados pela pesquisa.
11º PROCEDIMENTO: Publicação dos resultados. Pretende-se divulgar a pesquisa prioritariamente por meio de publicação em periódicos da área, capítulos de livros e eventos.

Indicadores, Metas e Resultados

- Mapear os espaços formativos em arte na cidade de Pelotas;
- Identificar ações em espaços de educação formal (Educação Básica) que lidem com processos de mediação cultural e potencializem a formação estética, artística e política dos estudantes, professores e comunidade escolar;
- Analisar o processo de mediação cultural em Museus de Arte de Pelotas, de forma a identificar as relações estabelecidas com a formação estética, artística e política de artistas e professores das diversas redes de ensino nas ações educativas dos museus;
- Realizar projetos e ações com escolas, artistas e professores para ampliar a capacidade de reconhecimento e valorização da arte e da cultura regional;
- Identificar as ações que envolvem o processo de mediação cultural realizados em espaços não formais de educação e suas implicações na formação estética
do sujeito;
- Investigar e desenvolver materiais educativos em Arte que potencializem o processo de Mediação Cultural em espaços formais e não formais de educação
com foco na formação estética, artística e política de professores;
- Analisar quais aspectos são relevantes na constituição da identidade do professor-artista em processo de formação docente;
- Identificar iniciativas que mobilizam os espaços educativos como essenciais ao desenvolvimento humano, que promovem a formação estética, artística e política, discutindo como a mediação interfere na capacidade de reconhecimento e de valorização da cultura.
Para tanto, serão considerados inicialmente os estudos de Becker (2008), Larrosa (2014, 2017), Smith-Autard (2002), Rancière (2012, 2013), Foucault (2009), Louis Not (1981), Duarte Jr. (2010) entre outros a serem encontrados no decorrer do trabalho de investigação. Nesse sentido, pretende-se fazer também realizar um levantamento de autores e autoras cujos estudos possam promover trânsitos entre as áreas da educação, estética e artes, permitindo conexões interessantes que sirvam a este Projeto. A educação como processo mediatizado pelos pares e pelo mundo é discutida por Paulo Freire (1997) e Rancière (2002) e sendo assim, ressalta-se a importância de discutirmos como o mediador interfere nas práticas de educacionais em contextos formais e não-formais de ensino. Entendemos que a relação que se estabelece entre as pessoas e o patrimônio cultural, seja ele material ou imaterial, pode influenciar contextos sociais e políticos a favor do fortalecimento ou questionamento de ideias e valores. Chauí (2006) afirma que o processo de humanização do homem define-se pela cultura e esta é a invenção de uma ordem simbólica que permite ao homem atribuir à realidade novas significações. Para a autora, a cultura constitui-se “como invenção da relação com o outro” (CHAUÍ, 2006, p. 114). É uma concepção que questiona o papel instrumental atribuído à cultura pela sociedade capitalista, definindo a cultura como um direito e como uma política.
Nesse sentido, revela-se importante examinar como essa relação se efetiva, iluminando não a matéria prima (cultura) em si, mas o encontro, a relação que se acontece por meio dos processos de mediação cultural. Por isso, o processo de mediação cultural - compreendido como resultante do entrecruzamento de conhecimentos artístico, estético e político - tem papel preponderante na pesquisa. Considera-se aqui, que as possibilidades de mediação cultural se constituem de formas diferenciadas em experiências culturais distintas. Diante disto questiona-se: Como a mediação cultural pode potencializar a formação estética, artística, educacional e política em espaços formais e não formais de educação em Pelotas e outras cidades do Rio Grande do Sul?

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
Alêxander Christopher Pereira Garcia
BIANCA MENDES ASCARI
BIANCA MENDES ASCARI
CARMEN ANITA HOFFMANN67
Carla Carvalho
Daiane Jardim Ferreira
ELIGOLANDE LASCANO FURTADO
JORDANA BELEM RODRIGUES
Jean Carlos Gonçalves
Jessé da Cruz
LARISSA PATRON CHAVES SPIEKER8
Marco Aurelio da Cruz Souza77
ROSANGELA FACHEL DE MEDEIROS4
Rodrigo Merenda Puerto
Thiago Silva de Amorim Jesus4

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